Título: Carnal
Sinopse: Sirius só precisava ter certeza de que era seu nome que Remus gemia quando dormia.
Avisos: Vide classificação indicativa antes de ler. Contém sexo explícito entre dois homens, palavreado baixo e eu sei que a gente a-m-a isso.


A boca de Sirius era excitante. Ele gostava da maneira como sua cabeça pendia para o lado, criando uma cortina de fios escuros na lateral de seu rosto. Ele era sensual, não havia meios de negar. Ele sabia como se mover, sabia como se portar, ele simplesmente parecia feito para aquilo. Remus sentia como se nunca tivesse tido contato físico com outra pessoa – o que não era bem verdade, ele tinha tido suas experiências –, mas sabia que não tinha nem de longe a desenvoltura de Sirius. Seu beijo era perfeito, e Remus tinha plena consciência de que ele sabia disso, se aproveitava disso e, Merlin, sua autoconfiança era sexy como o inferno. Sirius Black era inteiramente sensual, em cada pedaço de carne quente e suada. No jeito como enredava os dedos nos fios de sua nuca, e conduzia o beijo como um maestro conduz uma orquestra. Ele era delicioso. O jeito como gemia 'Remus', ofegava dentro de sua boca, e era 'Remus' e não 'Moony', fato que deixava Remus duro sem explicação aparente. 'Remus. Remus...'

'Remus... Acorda. Moony.'

Remus abriu os olhos. Estava escuro, mas ele conhecia o vulto contra a luz do luar. Não, não era o luar. Porra, estava delirando? Ele divisou a ponta da varinha ofuscando sua visão.

'Pelo amor de Merlin, quer me cegar? Já não basta eu ter que olhar na sua cara pela manhã... Que horas são?'

'Quase quatro', e ele sentiu o sorriso sacana de Sirius no tom de voz.

'E, pelas bolas de Merlin, a que devo sua visita? Tira essa porra da minha cara, Padfoot!'

Sirius abaixou a varinha. Confirmou-se a visão de seu sorriso zombeteiro. Peter roncou alto e resmungou. 'Desgraçados, apaguem isso', mas não soou como alguém de fato consciente.

'Chega pra lá, Moony', ele empurrou o lupino, sentou em sua cama e fechou o cortinado com um acenar da varinha. Silenciou o espaço depois. 'Então, o que é que tá pegando?'

Remus o fitou confuso. Aquele sorriso pregado no rosto de Sirius estava começando a se provar irritante demais para o avançado da madrugada.

'Está pegando que eu tenho um projeto de vira-lata que não larga minhas bolas nem para me deixar dormir!'

'Oh, Deus. Graças a Merlin você estava dormindo. Não ia saber lidar com mais você se aliviando do meu lado. Quer dizer, vocês não conhecem uma porra de um feitiço silenciador?'

Remus ergueu as sobrancelhas, mas o sorriso malicioso de Sirius o lembrou de que, minutos atrás, aquele mesmo sorriso o estava deixando úmido dentro das calças. E falando em calças...

'Vou fingir que não estou vendo você tão duro como quando entra em uma livraria', ele pontuou, com deboche na voz, 'Me conta, vai. Sonhando, é, Moony?', e seus olhos brilhavam de curiosidade.

Remus encolheu as pernas, fazendo soar aquele latido que Sirius ousava chamar de riso.

'Sério, Padfoot? Você se deu ao trabalho de vir até aqui, interromper meu sonho, só para se divertir?'

'Oh...', e Remus se arrependeu no mesmo instante, mas era tarde demais, 'Estava tão bom assim?'

'Oh, pelo amor de Merlin!'

'Ora, Moony, todos nós temos sonhos de retesar as bolas', Remus revirou os olhos, 'Me conte!'

'Até você? Tem sonhos?' Remus estreitou os olhos âmbares, 'Corta essa, você já deve ter transado até com o quadro do Prof. Dippet.'

'Céus, Moony! Como você não broxa falando uma merda dessas?', mas ele riu.

'Como eu poderia broxar com ninguém menos do que Sirius Black na minha cama, no meio da madrugada, só para verificar se meu pau está duro o suficiente? Me poupe.'

Sirius riu alto, parecendo irritantemente satisfeito consigo mesmo.

'Não podemos perder essa oportunidade então. Conte-me seu sonho.'

'Vá se foder, infeliz', Remus se jogou na cama, virou de costas para o animago e se embrulhou no edredom novamente.

'Ah, qual é, Moony!', e, depois de um momento de reflexão, completou, 'Eu te conto um sonho meu em troca.'

'Eu não preciso saber das suas perversões, Padfoot', ele resmungou, 'já não basta ter fodido meu sono, ainda quer me deixar sem dormir pelos próximos dias?'

'Te perturbaria tanto assim saber como é que eu gosto de transar?'

E, oh, Merlin, ele quis virar e afundar o focinho de Sirius, mas não o fez.

'Esse é o único jeito de te fazer me deixar em paz, não é?', ao que a resposta de Sirius foi um sorriso, 'Certo, Padfoot, enriqueça minha noite com sua narrativa erótica.'

Sirius aprumou-se na cama, como se aquela fosse a brincadeira mais divertida que já tivesse bolado na vida, e Remus não pode deixar de se interessar um pouco.

'Está certo, então, prepare-se. E não molhe as calças de novo', Remus virou-se para ele, revirando os olhos.

'Anda logo com isso, antes que eu enfie essa varinha no seu...'

'Já entendi! Foi assim...', ele mordeu os lábios aparentemente sem perceber, 'Se passou aqui, no dormitório. De madrugada. Peter, James e você estavam dormindo.'

'Pelo saco de Merlin, você é um pervertido.'

'Cale a boca, não me interrompa', mas ele sorriu como se tivesse sido elogiado, 'Transar sob pressão é a melhor coisa que existe, meu caro Remus. Pois bem, eu estava deitado, e havia aquela boca quente, um hálito muito próximo da minha virilha. Mãos fortes nas minhas coxas, afastando minhas pernas, e, oh, Merlin, você devia ter visto aquela chupada, Moony.'

Remus gemeu, tentando fazer com que parecesse repulsa, mas sabia que qualquer som que emitisse seria um combustível para a insensatez de Sirius.

'Os dedos brincando nos meus pelos, escorregando aos poucos até a virilha, contornando minhas bolas. E aquela língua, Moony, aquela língua. Mas parou quando eu estava prestes a gozar, e nos beijamos tão deliciosamente, um beijo molhado na medida certa, com puxões excitantes nos cabelos... E gemidos, muitos gemidos, porque eu esfregava meu pau contra aquele corpo suado.'

Uma pausa. Remus o fitava com intenso assombro, como se até mesmo para os padrões desnudos de pudor de Sirius, aquela narrativa fosse detalhada demais. Agradeceu ao pelos púbicos de Merlin que ele tivesse os olhos fechados, pois era complicado desviar os olhos dele naquele momento. Umedecia os lábios rachados com a ponta da língua, como se estivesse a reviver as memórias naquele exato momento, e, quando continuou, Remus se sobressaltou.

'E eu queria me enfiar naquele maldito corpo, Moony. Queria tanto. Arremeter com força, tanta força que eu nem iria acreditar no prazer, e ia gozar já pensando na próxima vez, oh, Moony...'

Ele abriu os olhos, flagrando os de Remus sobre si quase de maneira obsessiva. Ele tinha certeza que Sirius quase gemera seu nome ao final, e quando o animago riu, Remus sentiu vontade de arrancar suas bolas fora.

'Para quem não queria ouvir, você me parece bem interessado', ele pontou, sua voz escorrendo uma luxúria invejável quando desceu os olhos até o centro das pernas de Remus, com se tivesse certeza de que havia uma rocha entre elas.

'Cala essa boca, Padfoot', ele ergueu-se um pouco na cama, e agora foi sua vez de sorrir, pois sabia que não conseguiria segurar o que veio a seguir, 'Quem é que foi que mexeu tanto com você, meu caro?'

Sirius o fitou, seu sorriso descurvando-se um pouco, e Remus sabia que ele esperava por aquela pergunta.

'Já te traumatizei demais por uma noite, Moony, e agora é a sua vez.'

O licantropo abriu os lábios, mas tornou a fechá-los. Tinha se esquecido de que prometera contar suas fantasias adormecidas, e se arrependeu instantaneamente – como sempre – , por ter se deixado levar pela falta de bom-senso de Sirius.

'Espere aí, ainda não terminamos isso aqui. Você gozou, não é?' E os olhos captaram a resposta nos bastante surpresos de Sirius.

'Me molhei inteiro, Moony', ele respondeu, recuperando a compostura rápido demais, 'E ele também, e não era pra menos, porque esfregava o pau em mim de um jeito que...'

Remus ergueu-se de súbito na cama, embora acostumado demais com as piadas de Sirius para que o levasse inteiramente a sério logo de cara.

'Sirius Black, não é à toa então que você demonstra tanto interesse pelas bolas de Merlin', ele estreitou os olhos, e era brincadeira, mas Sirius o olhou com certa severidade completamente atípica.

'Experimente ter um pau pulsando contra o seu algum dia, Moony', ele deu de ombros, recuperando a descontração, 'e ficarei interessadíssimo em ouvir sua narrativa.'

Um silêncio de pressionar os tímpanos se instalou, mas durou pouco.

'Achei que não queria me traumatizar', ele pontuou, ainda não inteiramente convencido.

'Você se impressiona com pouco, meu caro.'

'Por que nunca me contou?', lhe ocorreu de repente.

'E que diferença faz com quem eu me esfrego por aí?', ele pareceu genuinamente curioso, e Remus quase riu da simplicidade da cabeça vazia de Sirius, 'inclusive, pelo jeito como você gemia alguns minutos atrás, eu diria que você simpatiza com a ideia.'

'Ah, vá se foder, Padfoot. Nem mesmo você pode interpretar gemidos. E eu não estava gemendo.'

'Certo, certo. Agora me conte com riqueza de detalhes quem é que estava te fazendo não gemer daquele jeito.'

'Não vou te contar quem foi, porque você também não me contou', ele franziu o cenho, preocupado com o fato de que não saberia o que inventar na hora de substituir o nome de Sirius por qualquer outro, simplesmente porque o tema nunca havia lhe ocorrido. Apesar de, pensando melhor, não faltarem grifinórios gostosos povoando aquela torre. Sirius não fez objeções, apenas grunhiu em concordância.

'Bom...', ele se deu conta de que não possuía a falta de vergonha de Sirius que o permitisse narrar aquele tipo de coisa, 'Porra, Padfoot, eu não sei fazer isso.'

Sirius parecia estar esperando por isso, porque prontamente se prontificou a ajudar.

'Eu te ajudo, meu querido Moony. Como era o beijo?'

'Mmm. Era bom.'

Sirius bufou impaciente. 'Pelo amor de Merlin, prometa-me que você nunca vai escrever contos eróticos, se não quiser infertilizar metade da comunidade bruxa. Se não fosse bom não te teria feito molhar as calças, e cale a boca, porque você estava gemendo sim. Agora feche os olhos, se lembre, e desembucha logo.'

Remus achou que fechar os olhos era uma boa ideia, porque olhar nos olhos divertidos de Sirius dificultava bastante as coisas – e não só naquele momento.

'Certo, certo. Não sei porque está tão interessado...', murmurou mais para si mesmo do que para ele, mas descobriu aprazivelmente que fechar os olhos ajudava bastante, 'Era molhado. Muito macio, e não era monótono. Parecia se cansar rápido de beijar, e então mordia meus lábios e os puxava, e enquanto eu gemia, tornava a enfiar a língua.'

Não ousou abrir os olhos, mas soube pela voz de Sirius que havia o impressionado um pouco.

'E ele te tocava enquanto te beijava?'

'Oh, sim.', e seu baixo ventre ardeu deliciosamente, 'ele colocava as mãos na minha nuca, e subia os dedos em uma massagem, embrenhando nos meus cabelos. Puxava na medida certa, inclinava minha cabeça para trás e oh, porra, parecia querer arrancar meus lábios. Ele...'

Remus parou abruptamente. Seus olhos se abriram muito de repente, deparando-se com o sorriso mais vitorioso que Remus já tivera o desprazer de ver. Era insuportável, e Remus quase se atirou da torre quando percebeu como havia se entregado tão ridiculamente fácil.

'Eu sabia que tinha um pau nessa história. E como era? Grosso? Grande?', a incapacidade de Sirius de sentir vergonha era a coisa mais impressionante que Remus já vira na vida. Definitivamente havia alguma coisa faltando no cérebro dele.

Entretanto, suas entranhas se contorceram de tesão. Sirius mordia os lábios em antecipação, e era tão absolutamente excitante que ele sabia que estava completamente duro de novo.

'Eu... Não cheguei a tocá-lo. Mas deu para ter uma ideia quando se colocou por cima. Deu pra sentir se esfregando na minha coxa. Você me acordou antes.'

Sirius pareceu decepcionado e, ao mesmo tempo, muito interessado.

'Isso é uma pena, Moony, eu sinto muito', mas não parecia realmente sentir, 'Então você gosta de ficar por baixo', e não era uma pergunta, 'Conte-me mais.'

Remus quis rebater. Com todas as suas forças queria encerrar aquela conversa, mas não podia se impedir de sentir que Sirius estava com tesão. E Sirius Black de pau duro em sua cama não era algo que podia ser dispensado assim tão facilmente.

'É, acho que sim', ele ponderou, percebendo que não sentia vergonha em admitir este detalhe.

'Diga-me mais, Moony. Como gosta de ser tocado?'

Remus sabia perfeitamente bem o que ele estava fazendo. E, sabendo do carinho especial que o amigo tinha por envergonhar as pessoas em público – e seu método preferido era fazer isso usando as palavras das pessoas contra elas mesmas – ele sabia que devia se refrear. Não o fez.

'Nas coxas. Começando perto dos joelhos e subindo devagar, você sabe. Apertando.'

E, magicamente, havia uma mão exatamente no ponto em que descrevera. Ambos olharam juntos para os dedos de Sirius deslizando sobre a calça do pijama de Remus, enrugando o tecido quando ascendia em direção a sua virilha. Ergueram os olhos, Remus atônito, Sirius ansioso. Sirius chegou-se um pouco para o lado, aproximando-se muito discretamente.

'Continue.'

'Apertando...', Remus repetiu, tentando recuperar o fio da meada, e falhou quando Sirius apertou sua carne, resvalando o polegar pelo interior de sua coxa, e Remus gemeu, engoliu em seco, e prosseguiu antes que o animago o pedisse, 'Deslizando os dedos pelo quadril, até a bunda.'

Sirius quase gemeu. Não havia espaço para que obedecesse aquela coordenada, pois Remus sentava-se, assim como ele, com as pernas cruzadas.

'E quando... Se aproxima devagar. Insinuando um beijo, subindo as mãos pela nuca, erguendo os cabelos e segurando os fios.'

Sirius o fez. Hipnotizado. Ainda resvalando os dedos por sua coxa, ele se aproximou. Tombou a cabeça de lado – um flashback torturante do sonho de Remus – e seus olhos semi-cerrados levaram sua atenção até a boca entre-aberta do lobisomem. Sua mão escalou a nuca, os fios se arrepiaram o Sirius agarrou alguns experimentalmente, sabendo que acertava quando Remus gemeu.

'Assim...'

'E então, Moony?', ele sussurrou, muito mais sedutor do que nos sonhos mais molhados de Remus, sobrando seu hálito contra ele, e o lupino simplesmente enlouqueceu.

'Me beija.'

'Oh, Merlin, que se foda', e Sirius se entregou.

Fora um pedido. Sabia disso. Sirius também. Seus lábios se encontraram, Sirius fincando os dentes caninos no inferior de Remus, provando sua elasticidade quando o puxou de leve, até que se desprendesse naturalmente. Então Remus entreabriu os seus, puxou o ar, e junto veio a língua de Sirius, tão deliciosamente úmida, sinuosa e Remus tremeu quando se envolveram no contato úmido. Os dedos enredados em seus cabelos, espalhando-se pela parte de trás de sua cabeça, a mão atrevida despejando em um único aperto todo o desejo na coxa do licantropo.

E era molhado, indecente, e Remus gemeu languidamente quando Sirius se inclinou, descruzando as pernas e subjugando sua boca, porque puxava seus fios para trás e inclinava sua cabeça, criando o ângulo perfeito para que domasse sua língua. Quando se separaram, os olhos se permaneceram fechados, e Sirius tinha a ponta do nariz encostada na de Remus.

'Assim?', Sirius foi o primeiro a falar, e sua voz era um fiapo ridiculamente rouco que apertou as calças do lupino.

'Sirius...'

'Oh, exatamente assim', ele rebateu com um sorriso muito satisfeito, e Remus abriu os olhos momentaneamente confusos, 'Era exatamente assim que estava gemendo.'

O coração de Remus parou, e logo em seguida ribombou em seu tórax descontroladamente.

'Eu estava...'

'Oh, estava. Eu te disse', e Sirius riu, sua risada reverberando cada fibra muscular de Remus, 'E parecia tão gostoso Remus, que eu não consegui me segurar. Porque gemia muito mais gostoso do que nos meus sonhos mais duros.'

Houve uma pausa cheia de expectativa.

'Remus, eu não aguento mais essa merda, se você não me parar agora...'

Remus ofegou. Seu tesão atingindo níveis estratosféricos quando Sirius avançou contra ele, e o derrubou na cama com força, uma mão ainda em sua nuca e a outra esfregando-se em torno da dureza de Remus.

'O que eu fazia no seu sonho?', ele perguntou, quando Sirius lhe permitiu ter ar o suficiente para tal.

Os olhos cinzentos brilharam na meia-luz. Desceu o rosto até a audição do lobo, prestes a descobrir como aquilo o derretia de excitação, e contou-lhe como se partilhasse o segredo mais cobiçado do mundo.

'Você erguia o quadril, implorava para eu te tocar, Remus. Queria que eu tocasse seu pau, e eu ficava louco quando você estocava na minha mão, e eu sabia que estava ficando molhado.'

Remus ergueu o quadril rapidamente, demorando somente o tempo para que seu cérebro hiperexcitado processasse a informação. Sirius rosnou, e o som inédito fez um 'Oh, Merlin', fugir da boca úmida do lupino. As mãos em suas coxas escalaram sua carne, Sirius esfregou a palma contra o volume sob sua calça fina, e foi o suficiente.

'Oh, Sirius...', ele quase uivou. E o som era tão... Moony, que Sirius pegou fogo por dentro, por fora, ao redor, queimando qualquer vestígio de sanidade.

Remus não sabia que porra estava acontecendo ali, mas um grande foda-se carimbou sua mente quando a palma se moveu, pressionando sua rigidez, fazendo-o abrir as pernas imediatamente.

'Seu cheiro...', ouviu Sirius murmurar em algum ponto, e ele parecia maravilhado ao se dar conta de que haviam muitos detalhes que o sonho deixava de fora. Ele parecia completamente alucinado, quase incrédulo.

'Desde quando?', Remus conseguiu articular, e Sirius brincava com o elástico de sua calça perigosamente.

'Mmm', ele ponderou, momentaneamente incapacitado de raciocinar o que quer que fosse, 'Eu não sei, Remus. Mas você não sabe como é atraente, e isso acaba te deixando mais atraente ainda. Você é tão...'

Ele não saberia como terminar, e não foi preciso, porque Remus enveredou os dedos em seus cabelos negros e o puxou, e beijaram-se em uma confusão de dentes e língua, exigindo-se mutuamente por mais, e ambos pareciam dispostos a atender esse desejo.

'Cale a boca, Sirius, e me toca logo de uma vez.'

Sirius gemeu algo que soou bastante aprovativo e arrastou o elástico da calça, descobrindo sem surpresa que o lupino dormia sem roupa íntima. Já o pegara se trocando antes, e esse detalhe não passara despercebido de maneira alguma.

Então o fez. Resvalando a ponta dos dedos na extensão, descobrindo suas veias, contornando a pequenina linha que dividia o corpo de sua masculinidade da glande gotejante e corada. Remus estocou quando os dedos o encaparam, arqueou a coluna e não havia mais palavra que ele fosse capaz de articular que não fosse o nome de Sirius.

As calças ainda estavam pela metade de suas coxas, porque não houvera paciência o suficiente da parte de Sirius para que pudesse retirá-las por completo.

'Você precisa sentir isso, Remus...', ele gemeu, largando suas atividades para abaixar precariamente sua própria calça, também a deixando no meio das coxas, e arremessou-se contra o licantropo, sem precisar dizer a que ele se referia, mas o fazendo de qualquer jeito, 'Meu pau apertado contra o seu, oh, Merlin.'

Gemeram em uníssono. Sirius tinha razão. Seus testículos se retesaram aflitivamente, e havia algo úmido que saía de Sirius e o banhava, o inverso também acontecendo, e ambos moveram os quadris exatamente ao mesmo tempo. Exatamente como em seus sonhos, ele achou que Sirius tinha bem mais desenvoltura do que si próprio, e adaptou-se ao seu ritmo, até que tudo pareceu molhado demais para que pudesse suportar. Se beijavam com tanta fúria durante o processo que mal havia espaço para gemer, e, céus, Remus queria gemer. Sirius se afastou, esticando os braços, as mãos espalmadas no colchão uma a cada lado da cabeça de Remus. Ambos arfavam, as expirações se misturavam na atmosfera e era difícil renovar o ar nos pulmões.

Os fios morenos faziam cócegas nas bochechas de Remus. Impressionou-se também com os detalhes que fugiam quando sonhava. Estar consciente era tão bom, que ironicamente sentia que podia levá-lo a inconsciência a qualquer momento.

'Já se masturbou pensando em mim, não é?', Sirius soltou de repente, e por isso o lobisomem realmente não esperava, 'deixe-me ver.'

Remus corou até o couro-cabeludo. Mas Sirius voltara a lhe massagear os cabelos, e tinha os olhos escaldantes e admirados, e era impossível negar. Saiu de cima do licantropo, lhe dando espaço, e assistiu Remus se arrastar sobre o colchão, até recostar sobre o travesseiro. As pernas se abriram, e o lobo tomou emprestada a devassidão de Sirius quando se tocou diante dos olhos cinzas, ouvindo um gemido terno e voluptuoso ao qual já se habituava. Nunca, nem em seus mais doces sonhos, esperava que as coisas se desenrolassem daquela maneira. A sincronia já habitual se estendia à nudez quase total de ambos, e era delirante.

Sirius se aproximou, e lentamente escorregou o restante das calças pelas pernas pálidas de Remus, plantando beijos e mordidas suaves em suas coxas. Os olhos em seu membro, nos movimentos cadenciados e precisos, como se quisesse decorá-los. Interrompeu momentaneamente a cena, pedindo para que o lupino erguesse os braços, e o livrou da camisa suada, tendo Remus Lupin completamente nu e duro bem diante de seus olhos. Deixou que ele voltasse a se tocar, e ajoelhou-se logo aos seus pés, arrancando a própria blusa. Escorregando as próprias calças até o final. Os olhos sempre presos um ao outro, sem que Lupin fizesse a menor ideia de como não estava explodindo de vergonha, mas não estava. Pelo contrário. Talvez fosse tão exibicionista quanto Sirius Black.

E o próprio parecia aprovar, pois se aproximou novamente, apoiando uma das mãos entre as pernas abertas do outro e levando os dígitos até seu queixo, erguendo seu rosto como ele tanto parecia gostar, e tomando sua boca com vontade. Escorregou a mão por seu pescoço, pelo relevo de sua clavícula, por seu peito manchado de hematomas e cicatrizes.

'Se eu soubesse que faz tão gostoso pensando em mim, Remus...'

'Sirius...', ele ofegou.

'Exatamente assim, continue.'

Mas Remus abriu os olhos, desobedeceu à ordem e atacou os lábios de Sirius, que não pareceu desgostar nenhum pouco da rebeldia. Inverteram-se sobre a guia de Remus, e Sirius bateu com um baque surdo contra a cabeceira da cama. Não se importou.

'Remus...', ele gemeu em antecipação.

E com motivos. Remus se abaixava muito rapidamente, sedento demais para se desviar de seu objetivo. Tomou o prazer do animago com os lábios, varrendo o pré-seminal com a ponta da língua. Ele pulsou, gemeu, afundando as mãos com selvageria nos cabelos castanho-claros, e a saliva de Moony o banhou deliciosamente. Suas próprias palavras voltaram em sua mente.

"E você devia ver aquela chupada, Moony..."

De fato, nenhum homem deveria morrer sem sentir algo parecido. Seu corpo tremeu, e ele soube que Remus percebeu porque as mãos foram até suas coxas, segurando-as no lugar – como se realmente fosse preciso insistir – e Sirius perdeu a compostura, suas pernas suando assim como os cabelos em sua nuca. Seu peito subia, descia, em frequência assustadoramente alta. Remus movia a língua em torno de sua dureza, afundava-o na boca e Sirius não sabia se o barulho excitante que ele fazia era proposital ou não. Descobrindo que não precisava o empurrar, pois logo o licantropo pareceu descobrir o ritmo certo, Sirius relaxou, massageando seus cabelos com uma pitada de ternura e uma enxurrada de desejo.

'Não me obrigue a gozar assim', ele articulou pausadamente, e Remus riu quando se afastou com um filete fino de saliva nos lábios. A visão era enlouquecedora o suficiente para os nervos de Sirius, e ele se impulsionou para frente, derrubando o lupino contra o colchão. Suas mãos tatearam em busca da varinha, encontrando-a sem dificuldades. Ele murmurou algo desconexo, acenou a varinha, e Remus sentiu dedos escorregadios entre suas nádegas.

Finalmente sentiu a outra mão em sua carne, massacrando seus montes macios e impressos com as digitais de Sirius, e ele ergueu os quadris para cima, dando espaço para que o outro agisse livremente. O indicador circundou a entrada pulsante de Remus.

'Posso?', e a pergunta soou completamente descabida.

'Pelo pau duro de Merlin, Sirius, faça logo!', e Sirius latiu.

Invadiu seu corpo com os dedos, encontrando sua resistência natural, que só lhe muniu de mais determinação. Sabia o que procurava, não se fez de rogado e friccionou a próstata de Remus, que se tornou febril. Era muito mais do que podia imaginar que seria. Sabia que logo viria algo muito mais difícil, mas, por Merlin, como ele desejava. E não importava no momento porque os dedos longos de Sirius eram muito facilmente prazerosos. Eles dobravam-se em seu interior, e "Sirius" estava em seus lábios de todas as formas possíveis, quando o gemia, quando era beijado com devoção e entusiasmo. O fôlego de Sirius era invejável.

'Remus, me diga que você aguenta...', havia súplica em sua voz trêmula.

'Entra, Sirius. Pelo amor de Deus, faça logo isso...'

E os dedos se foram. Substituídos rapidamente pela cabeça gotejante que se forçou delicadamente, e céus, como doía. Agarrou-se em Sirius, uivando a medida que ele se acomodava, e aquilo ardia como o inferno. Sirius parecia completamente descontrolado, mas havia carinho e preocupação declarados em seus gestos brutos.

'Relaxa, Remus...', ele gemou contra a têmpora do lobisomem, 'se abre pra mim, oh, porra, assim.'

Remus espasmou, relaxando e se contraindo sem que pudesse ter controle disso. Apesar disso, Sirius aproveitava as brechas que encontrava habilidosamente, e em poucos segundos sentiu os testículos pressionados contra as nádegas de Remus.

'Sirius, isso é...', ele gemeu. De dor.

Sirius beijou-lhe a fronte, a testa, erguendo seus cabelos suados de seu rosto docemente.

'Shh', silvou, estocando muito devagar, e não lhe custava tanto assim, porque machucar Remus era inconcebível, e muito mais importante do que seu prazer, 'Vai ficar gostoso, Remus, é só relaxar. Abra os olhos...', ele pediu, e se fitaram intensamente enquanto Sirius se movia, 'Não é gostoso me sentir dentro de você?'

E Remus não podia negar que era. Não conseguia se mover ainda, suas mãos presas com afinco nos lençóis, mas, porra, ser tomado por Sirius atravessava as barreiras do prazer físico. Até que Sirius alvejou seu ponto de prazer, e estrelas explodiram por detrás dos olhos de Remus quando ele automaticamente ergueu a lombar, em busca de mais.

'Ah, Merlin... Sirius!'

Foi beijado com ímpeto, e suas pernas se fecharam instintivamente na cintura do animago, assim como suas mãos se perderam em seus cabelos negros desgrenhados quase tão absurdamente quanto os de James.

'Isso é...', ele tentou novamente, e se perdeu, porque quando Sirius saía e entrava ele pensava que não ia aguentar, mas quando atingia sua próstata ele pensava que a dor valia a pena. E aquela montanha-russa de sensações estava levando seus nervos ao limite.

'É o que, Remus?', ele murmurou, quando largou novamente sua boca, mesmo que soubesse não conseguir ficar muito tempo longe dela.

'Porra, é incrível...', e Sirius riu, invertendo o jogo tão rapidamente que Remus quase mudou de ideia ao ser obrigado a se sentar dolorosamente sobre seu colo.

Como Sirius mudara de posição tão rápido ele nunca saberia explicar, porque a dor apagou tudo ao redor e ele pensou ter xingado o animago em algum ponto, mas também não tinha mais certeza. Sentiu as mãos em sua cintura, indicando um movimento que lhe pareceu difícil no começo, mas que logo foi se tornando mais simples.

'Assim, Remus... ', ofegou audivelmente, cravando os dedos nas nádegas que subiam e desciam com cada vez mais ímpeto em sua ereção, abrindo Remus de modo indecente.

Remus o cavalgou com crescente habilidade, e quando dominou o movimento do quadril, rebolando infinitamente na dureza de Sirius, logo se tornou óbvio que não ia durar muito.

'Remus, eu vou gozar...', ele advertiu, e, para seu imenso deleite, Remus não parou.

Pelo contrário, ele tomou os lábios de Sirius, e mais uma vez ofegou em sua boca quando inadvertidamente foi arremessado contra a cama, e Sirius o estocou mais forte do que nunca, tentando abrir espaço para que tocasse Remus também, mas foi inesperadamente impedido.

'Não', murmurou, um sorriso lascivo e indescritível contornando seus lábios tão maravilhosamente inchados, 'Me deixe gozar assim.'

E, como se lesse sua mente, Sirius lhe fez o que descrevera em seu sonho, colando o corpo ao do lupino e comprimindo sua ereção. Remus gemeu, fincou as unhas em seus ombros e gozou deliciosamente, com a expressão excitante que Sirius tantas vezes havia imaginado nele. Tão, tão bom. Sentiu-se úmido e quente com o prazer dele em seu estômago, e estocou contra um absolutamente entregue Remus, que espasmava em torno de sua masculinidade, e, alguns minutos depois, tornou impossível se conter.

'Oh, Remus...', gozou, com as mãos dele em seus cabelos, beijos úmidos em seu pescoço e os olhos de Remus cravados nos seus.

Desabou. Soaria clichê o modo como seus peitos se comprimiram, subindo e descendo violentamente, e o modo como se beijaram como nunca antes, quando o oxigênio foi o suficiente para tal – embora rapidamente tivesse voltado a se esvair.

'Merlin, você é... Porra, Moony', e Remus quase riu diante do retorno repentino de seu apelido, que soava tão doce nos lábios dele, mesmo que precedidos por um palavrão. Sirius era ridiculamente envolvente, simplesmente por ser ele.

Remus floreava suas costas largas e suadas com a ponta dos dígitos, se embriagando com o cheiro que despregava daquela pele muito discretamente bronzeada.

'Suas cicatrizes', ele comentou, passado alguns minutos de êxtase e adrenalina, que subitamente abaixou, trazendo-os um sono confortável e merecido, 'Você é lindo.'

Remus sorriu contra o ombro de Sirius, consciente sobre o peso dele sobre si. E era incrível que seu corpo ainda registrasse qualquer sensação que fosse, mas logo Sirius rolou para o lado, deixando o interior de Remus com um gemido sofrido por parte do lupino.

'Te machuquei?'

'Sim', ele respondeu, e riu da expressão do animago, 'E valeu a pena cada segundo.'

'Padfoot', murmurou, quando já acomodados, 'vai mesmo dormir aqui?'

'Está me expulsando?', ele riu, 'Isso é quase cruel, não conseguiria chegar na minha cama sem cair de cara no chão.'

'James adoraria ver isso.'

'Mmm. Sobre isso. Como faremos agora que-'

'Padfoot... Não importa. Apenas fique. Aqui. Agora. Sempre', e Remus sorriu.

'Tenho outros sonhos para te descrever, Moony, espero que tenha consciência disso.'

Abraçaram-se demoradamente. Os lábios se encontrando ocasionalmente até que adormecessem por completo. Dormiram por duas horas, e, exatamente como Remus previra, Sirius cambaleou em direção ao banheiro, tropeçou nos sapatos de Peter e estatelou-se de cara no chão. James riu uma semana seguida daquilo. Peter parou de deixar os sapatos no meio do caminho – exceto quando James os colocava lá de propósito.

Os sapatos de Peter não seriam o maior dos obstáculos, eles sabiam, mas não podiam imaginar a real proporção disso. No fim, no entanto, não importava realmente. Treze anos de dementadores e luas-cheias depois, Remus e Sirius teriam uma longa lista de sonhos para confessar debaixo dos edredons, e, descobririam, continuariam tão excitantes como antes.


NA: Mais um NC-17, porque aparentemente eu estou inspirada para isso ultimamente. Espero que tenham gostado, nos vemos logo mais!