~Capítulo I

O Clube de Anfitriões Está em Funcionamento.

- Irashaimasen. – foram cumprimentadas por sete belos rapazes trajando roupas ao estilo "savanas africanas".

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- Tamaki-sama, cuidado! – sua fã número um exclamava atônita, olhando o jovem loiro exibir-se com uma enorme cobra em volta dos ombros.

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- Hikaru... – o mais doce dos gêmeos Hitachiin murmurou a seu irmão, que trazia para perto de si o rosto quente, encarando com doçura seus grandes olhos amarelados e chorosos.

- NYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! – as fãs histéricas gritavam diante da cena tão clássica, mas que nunca perdia sua beleza.

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Como de costume, aquelas eram as primeiras clientes do dia, e os três rapazes sempre eram os primeiros designados. Enquanto isso, os demais apenas sentavam-se e esperavam por suas clientes.

- O que tanto você escreve aí? – Haruhi espiava por detrás do sofá a Kyouya que, como sempre, fechava o caderno e empurrava os óculos para cima.

- Tudo. – respondeu-lhe com o falso sorriso na face.

"Tenho uma leve impressão de que já ouvi isso antes..." – olhou de rabo-de-olho para o canto da sala, sem esconder o profundo tédio.

Passos suaves que adentravam no local chamou a atenção dos presentes, e ao olhar constataram que era a visitante uma garota, uma estranha garota. Os cabelos eram curtíssimos e desarrumados, com uma longa franja caindo pelo queixo e escondendo um dos pequenos olhos negros, o vestido do uniforme rasgado até metade da cocha, e por baixo uma meia arrastão preta. Os olhos sem vida eram destacados pela forte maquiagem, tornando-a ainda mais... sombria.

- Cliente nova? – Tamaki perguntara com um calafrio subindo-lhe a espinha.

A garota varreu os olhos pelo lugar decorado com artefatos indígenas, criando um falso ambiente africano, enquanto carregava no rosto uma expressão nada satisfeita. Arregalou os olhos ao deparar-se com aqueles trajes tão peculiares que eles usavam, mas tentava ignorar aquele fato e concentrar-se no que fora fazer na terceira sala de música. Enquanto os anfitriões discutiam sobre sua presença no local, ela movia os lábios para pronunciar uma palavra, no entanto o som não se fazia presente.

- Por quê não deixamos ela escolher, tono? – os gêmeos Hitachiin perguntaram ao meio da discussão para saber qual anfitrião a receberia, sucedendo a sua fala um silêncio incômodo.

- É o que estava tentando dizer. – a garota anfitriã resmungou consigo mesma.

Olharam para ela, que olhou-os de volta, e por vários segundos se encararam em silêncio, sob olhares desconfiados.

Ela apontou, indicando seu escolhido.

- ! – Tamaki gritara em desespero, vendo-a apontar para si.

Dois dedos gêmeos espetaram seus ombros em sincronia e em seguida apontaram para cima, fazendo-o erguer a cabeça e deparar-se com a face inexpressiva de Mori. Espiou a garota e saiu da frente do maior, deixando-o ser visto em sua indiferença e vestes rasgadas, simulando um turista perdido na selva – afinal, o que ali não era simulado?

- Vamos Takashi, Yu-chan é nossa cliente! – Honey dizia puxando-lhe o braço e agarrando com o outro seu coelho rosa, radiante de felicidade de fofura.

- Não. – a nova cliente murmurou em voz fria, fazendo o pequeno parar com uma interrogação flutuando sobre sua cabeça – Apenas... o... Takashi.

- Mas eu...

- Tudo bem, Mitsukuni. – cortou-o Mori, tocando seu ombro – Atenda suas clientes sozinho, não irá demorar muito.

- Mas Takashi... – tentou retrucar com os olhos cheios de lágrimas, porém não adiantou, o maior já caminhava em direção a moça, e ao cumprimentá-la abaixando a cabeça indicou um lugar ao canto para sentarem-se – Takashiiiiiiiiiiiii! – foi contido de correr até a mesa por Kyouya, que levantou-o pelos braços.

- Mori-senpai já está ocupado Honey-senpai, e elas estão esperando você. – virou-o para três garotas sentadas em outra mesa no outro lado da sala, que ao verem-no sorriram e acenaram contentes.

Colocou o mais velho tristonho no chão, que ainda teve tempo de lançar um olhar choroso aos dois no canto, notando que apenas se encaravam em silêncio. Ignorou a cena e correu até suas clientes, jogando-se no meio delas.

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- Kyouya-senpai, quem é ela? – Haruhi perguntou ao moreno, depositando sobre a pequena mesinha redonda uma bandeja com xícaras de café.

- Kaneshiro Yuki. – abriu cordialmente seu caderno e mostrou um pequeno sorriso – Colega de classe de Honey-senpai e Mori-senpai, vice-presidente do Clube de Magia Negra. Sua família é famosa no ramo de transportes. Segundo minhas pesquisas, é apaixonada pelo Mori-senpai desde antes a fundação do Clube de Anfitriões.

- C-clube de magia negra? – Tamaki aparecera do nada para enfatizar o fato. Em sua cabeça veio um ser de capa e sorriso macabro, sacudindo um boneco Beelzenef: Nekozawa.

- Sim. – confirmou o Ootori, fechando o caderno em um "bac" surdo.

- Mori-senpai era popular mesmo antes da fundação do clube? – a garota questionou surpresa, sentando-se ao lado do moreno e olhando para os dois ao canto da sala, que ainda permaneciam calados.

- Não. – negou-lhe sorridente – Poucas garotas o admiravam antes do clube... Yuki-senpai assim como Nekozawa-senpai não concorda com as atividades de nosso clube, por isso nunca veio até Mori-senpai. É estranha essa súbita mudança de opinião.

Olhou o sorriso de Kyouya, refletindo sobre suas palavras, e em seguida voltou à atenção para a garota. Ela estava lá, do mesmo jeito de quinze minutos atrás, encarando as próprias mãos pousadas no colo, sequer tinha tocado em sua xícara de chá. Do mesmo jeito estava Mori, olhando-a em seu silêncio, esperando por uma palavra ou ao menos um gesto.

- Okaa-san, vá até lá e resgate Mori-senpai, antes que Nekozawa-senpai jogue uma maldição nele! – o loiro de orbes arroxeados exclamava dramático a Kyouya.

- Não acha que já está na hora de parar de me chamar de "okaa-san"? – perguntou incomodado, com a sobrancelha arqueada – E além do mais... não há nada de errado em Mori-senpai estar atendendo suas próprias clientes. – um brilho demoníaco passou pelos olhos negros do rapaz.

- Kyouya-senpai só está pensando em mais clientes... – Haruhi expôs as idéias egoístas do moreno, mesmo que isso não fosse novidade.

Mori ergueu-se calmamente, os olhos fechados, e ao pôr as mãos nos bolsos tornou a abri-los para encarar os cabelos negros da menina cabisbaixa. Em silêncio aguardou que ela se pronunciasse, mas ao ver que não o faria, afastou a cadeira e deu as costas.

- Seu tempo acabou. – foi só o que disse antes de passar a caminhar até a mesa de Honey e suas clientes, sendo recebido por um abraço animado.

- Yuuuki-chaaan...

Uma atmosfera negativa se apossou da sala e, assim como de costume, uma estranha porta misteriosa se abria para dar espaço ao sorriso macabro de um ser encapuzado, e também a um boneco dançante em forma de gato.

- Ne-nekozawa-senpaaaaaaaaaai! – Tamaki se escondia atrás de Kyouya, que empurrou os óculos para cima.

- Yuki-chan... – repetiu, pondo para fora da sala o candelabro que trazia na mão – Já está na hora.

- Ah. – exclamou enquanto erguia-se – Já estou indo Umehito-kun. – apressou o passo até ele, sumindo pela misteriosa porta.

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O ambiente era escuro, as paredes eram cobertas por altíssimas prateleiras de velhos livros empoeirados e ao canto havia uma escada para que pudessem alcançar os mais altos. No centro estava uma mesa, onde dois seres iluminados apenas pela luz do candelabro sobre alguns papéis examinavam estes e faziam anotações. O rapaz magro, de fios castanhos cobrindo a face pálida e intensos olhos azuis esgueirava o olhar uma vez por outra a jovem séria que lhe acompanhava nas tarefas. Com um pigarreio forçado, chamando a atenção dela, ele finalmente se pronunciou:

- Então... Falou com ele? – olhou-a sem erguer a cabeça, para ver que Yuki não alterara a sua pose.

- Não. – passou a página do relatório, como se fizesse pouco caso. O presidente do clube entendeu que ela não queria falar sobre isso, mas não desistiria tão fácil assim.

- Vai... voltar lá?

- Talvez. – lambeu a ponta do dedo e desgrudou a página seguinte, passando-a com força e deixando um eco pela enorme sala.

- Bem... – fez mais uma pausa, escolhendo as palavras – Os outros vão achar que você... está se submetendo aquele clube idiota, dos anfitriões.

- Que achem, não devo satisfação àqueles estúpidos. – ergueu os olhos do papel, vendo os fios da peruca escondendo o rosto branco de Umehito – Não pode tirar isso?

- Isso o que? – perguntou em um murmúrio, depois mordendo o canto do lábio.

- Essa peruca.

- Ah. – soltou os dentes do lábio, com uma das mãos magras puxando a peruca, deixando os fios macios de cabelo loiro caírem nos ombros – Melhor?

- Sim. – sorriu – E Hito-kun... Talvez você devesse...

- Está na hora da reunião. – ergueu-se rapidamente, interrompendo a frase da garota. Apanhou a peruca e o beelzenef de cima da mesa e virou as costas para sair pela porta de trás.

Yuki suspirou pesadamente, fechando os olhos negros.

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Em seu quarto tomava uma xícara de chá, os olhos fechados, o sorriso fraco nos lábios cínicos, os ouvidos aguçados pela música de alta classe que ouvia, a face serena... Até que a música parou, fazendo-o abrir os olhos, visivelmente desgostoso pela interrupção. Viu o loiro sorrir, as mãos sobre as teclas de marfim, em seguida o olhar ainda sustentando aquela expressão feliz.

- É um belo piano, Kyouya. – disse-lhe em tom suave.

- Achei que gostaria. – tomou um gole de chá, para depois sorrir ao loiro.

- Kyouya... não precisa sorrir pra mim desse jeito. – voltou os olhos às teclas frias do piano, com estas palavras apagando o sorriso do moreno.

O Ootori pousou a xícara delicadamente sobre a mesinha ao lado, descruzou as pernas e ergueu-se devagar, sem emitir ruídos ao fazê-lo. Caminhou até o piano que havia mandado pôr em seu quarto e sentou-se ao lado de Tamaki, pondo as mãos próximas às dele sobre as teclas.

- Pra você não é aquele sorriso. – com os olhos levemente fechados tocou uma breve composição de notas em toques ternos.

Tamaki riu, deixando Kyouya meio irritado, mas ao ver os olhos em tom lilás do loiro, cheios de delicadeza, e o sorriso curto do Suoh, notou que ele não queria ser rude.

- É verdade? – Kyouya sobressaltou-se ao ouvi-lo falar após o longo silêncio – Seu sorriso é de verdade?

- Às vezes. – sorriu.

- Agora? – questionou, aproximando-se curioso.

- Agora foi. – levantou-se, caminhando de volta a confortável poltrona marrom.

- Que bom. – olhou-o, passando os dedos sobre as teclas sem tocá-las.

- Hikaru e Kaoru vêm hoje? – olhou pela janela ao lado, vendo a lua escondida por entre as nuvens escuras.

- Não. – jogou a cabeça para trás, suspirando.

- Mori-senpai ou Honey-senpai? – insistiu.

- Não. – repetiu Tamaki, virando o rosto para a mesma janela que o moreno encarava – Haruhi gostaria de conhecer sua casa, já você está sempre vigiando a vida dela ela parece querer saber mais sobre você.

Apertou os olhos e a mão que segurava o braço da poltrona, mordendo a ponta do polegar que tinha sobre o lábio.

- Certamente ela gostaria. – tentou disfarçar a voz, e como Tamaki era lento tinha certeza de que ele não havia notado – A traremos semana que vem... que tal?

- Seria ótimo! – abriu um largo sorriso – Obrigado Kyouya, você é demais.

Fechou os olhos e massageou as pálpebras sob os óculos, contendo o curvar de lábios e franzir de testa que expressariam sua profunda raiva.

- Não há problema. – sorriu.

- Esse não foi de verdade. – parecia ter sido irônico.

O Suoh não sabia como estava certo...

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- Estou preocupado com você. – sussurrou ao ver o irmão sentado próximo a janela, com os braços cruzados sobre os joelhos dobrados. Os olhos em tom difícil de distinguir se verde ou amarelo passeavam por entre o belo e escuro jardim – Hikaru. – chamou novamente – Sei que está me ouvindo. – abaixou a cabeça e ergueu os olhos de forma terna.

Entrou no quarto e fechou a porta sem fazer barulho, para depois aproximar-se de onde ele estava. Receoso pôs um joelho no banco, parando para esperar por algum movimento do segundo. Como este não veio, pôs o outro joelho e tirou os sapatos, sentando-se sobre as pernas. Puxou o pescoço do irmão e encostou em seu peito. Hikaru acomodou-se no abraço que o irmão lhe oferecia, deitando em seu peito e segurando seus braços, enquanto sentia as mãos doces de Kaoru passarem por seus cabelos.

- Qual o problema, Hikaru? – acompanhou seu olhar até o horizonte.

- Kaoru... – fez uma longa pausa, apertando as mãos em torno dos braços do gêmeo – Eu não sei... – o segundo agora voltou os olhos a ele – Prometa que não vai sair de perto de mim.

- Eu prometo. – apertou o abraço – Não vou a lugar algum.

Hikaru fechou os olhos e sorriu, soltando os braços do irmão para poder envolvê-lo com os seus.


Comentários;


Olá minna-san :}

Depois de um tempo sem dar as caras, venho com mais uma fic, minha primeira do fandom de Ouran.

Tenho essa fanfic em mente há bastante tempo, e já a estou quase concluindo. Ia postar apenas quando estivessem todos os capítulos prontos, mas deu vontade de postar logo XD

No início, ia ser apenas uma TakaMitsu (ou MoriHoney), mas então adicionei mais alguns caisinhos que vocês verão depois ;x Então notei que apenas Hikaru e Kaoru estavam tento uma participação medíocre, e criei alguamas ceninhas para eles, mas vou avisando que são poucas as aparições, e não tem uma história mesmo, como os outros, é apenas... "frescura".

Ah, vocês verão maior coerência se imaginarem as cenas como no anime, com os efeitos depressivos, os pontinhos, as placas...


Kaneshiro Yuki;

Essa é minha OC ;S

Kaneshiro veio de uma personagem de Joy Black, na fanfic "O Tempo e a Esperança", do fandom de Naruto. Ela é a "cabeça" do Time 3, e foi inspirada em mim. A fic é escrita por minha sensei linda e ownante \o\ Já Yuki, bem... Eu gosto desse nome {?}.

Ah, ela é amiga do Nekozawa-senpai, e colega de classe do Takashi e Mitsukuni. Não sei se Umehito é da mesma sala que eles, então não coloquei nada assim.

A personalidade de Yuki é altamente instável, então não reparem se ela estiver muda com o Takashi, falante com o Nekozawa, pensativa com Kyouya, indiferente com Tamaki...


Espero que gostem da fanfic, e espero também que nada aconteça aos capítulos que eu já escrevi XD

Review? Não leva nem um minutinho, e fará uma autora muito feliz. O botãozinho verde é sexy e não morde.