Songfic com a música Famous Last Words
My Chemical Romance
--4 ANOS APÓS O FIM DA GUERRA --
Era chegada a hora dele sair dali. Havia esperado demais. Tantos anos... Por nada. Não havia solução. E se houvesse, ele estaria cansado demais para esperar por uma. Não tinha mais porque esperar. Não tinha mais por quem esperar. Agora que ela se fora …
Now I know
That I can't make you stay
But where's your heart
But where's your heart
But where's your
Durante tanto tempo, 4 anos inteiros desde o final da guerra, ela havia lhe dado amor… Amor como ela jamais havia tido um dia. Cuidara dele. E ele, por ela, havia esperado. A cura, que não chegou. A cura para aquela maldita tatuagem que o matava aos poucos. Ela pesquisara. Via-a passando noites em claro pesquisando. Mas agora... Agora ela a havia matado. Com seu egoísmo. Agora podia apenas ver seu sorriso na capa do Profeta Diário. Seu sorriso doce, não mais lhe seria dirigido. A havia perdido, por puro orgulho.
De início, tentou se desculpar. Mas era pedir demais que depois de tanta dedicação... Não. Não podia obrigá-la a continuar vivendo ao seu lado. Não para fazê-la sofrer. Não podia obrigá-la a vê-lo morrer. Ela devia seguir sua vida. E ele, o que restava de sua vida.
I know
There's nothing I could say
To change that part
To change that part
To change...
Passaram-se alguns meses. As lembranças persistiam em sua memória. Como poderia esquecê-la? Como poderia viver sem sua doçura? Como poderia suportar as lembranças?
Flashback
-Draco! – disse Ginevra dando um pulo da cadeira ao ver o loiro chegando em casa com uma grande cesta na mão – Por onde andaste?! Me deixou preocupada! Sabe que não pode ficar andando por aí sozinho! O que tens na cabeça?
-Feliz aniversário ruiva. – falou o Draco entregando-lhe a cesta.
Ginevra apanhou a cesta ainda séria. Mas assim que viu seu conteúdo abriu um largo sorriso. Dentro da cesta um pequeno gatinho dormia, aninhado em uma almofada.
-Eu não acredito que você fez isso... – falou Ginevra atômica, apoiando a cesta no sofá e olhando de Draco para o filhote, do filhote para Draco.
-Não era isso que querias ruiva? – falou o loiro sorrindo, enquanto tirava o casaco e fechava a porta.
Ginevra abriu o maior de seus sorrisos. A cada dia se perguntava como poderia amar tanto o loiro. Envolveu-lhe o pescoço com seus braços, num abraço apertado.
-Te amo Draco. – falou ela no ouvido do loiro, sentindo seu perfume. Não poderia perdê-lo. Nunca. Não viveria sem ele.
-Também te amo ruiva.
Fim do Flashback
So many
Bright lights been cast a shadow
But can I speak?
Well is it hard under standing
I'm incomplete
The life that's so demanding
I get so weak
The life that's so demanding
I cant speak
Balançou a cabeça abruptamente, tentando tirar as lembranças de sua cabeça. Olhou a volta do apartamento. A sugeira se instalara desde que Ginevra se fora. Não tinha mais paciência para nada. Comia qualquer coisa e mal se lembrava de suas poções. Somente quando a dor era insuportável, tomava-as. Afinal, de que adiantariam se não eram a cura? Se nada o traria Ginevra de volta, de que adiantavam aquelas poções? Pegou um dos jornais esparramados no parapeito da janela. Foi até a a cozinha, pegou um copo sujo e encheo-o de uma dose de gim. Abriu o jornal. Na capa, nada de diferente de todos os outro. Uma foto de Ginevra, linda. Mais um anúncio de seu casamento com o menino-que-sobreviveu. Bufou de raiva. Pelo menos o testa rachada não a faría sofrer com uma morte tola. Rasgou a parte que tinha a foto de Ginevra e foi até o quarto. Lá, muitas Ginevras sorríam para ele. As paredes estavam cheias de fotos. Arranjou um canto para a última. Deitou na cama, contemplando todas elas. Falsos. Falsos sorrisos da ruiva. Mas em sua mente, a lembrança dos verdadeiros sorrisos o acompanhavam onde fosse.
Flashback
A porta do apartamento se escancarou com brutalidade. Ginevra entrou correndo, a água escorrendo de suas vestes enxarcadas de chuva. Draco entrou logo atrás, bufando.
-Ginevra, chega!
-Não Draco! Eu não vou desistir. Nem vou deixar você desistir! Vamos achar uma solução. – falou a ruiva, de pé, se desvencilhando da roupa molhada.
-Ginevra, pare! Não há solução. Sabemos disso. Você sempre soube disso e eu também. – falou Draco segurando a ruiva pelos ombros, tentando convence-la. Não podia aceitar que ela se iludisse ou tivesse falsas esperanças.
Viu as lágrimas descerem dos olhos de Ginevra. Sentiu a dor em seu peito aumentando. As lágrimas dela partíam seu coração. Apenas fitava-a. E ela o encarava de volta. Ja sem forças.
-Por favor Draco, não desista. – pediu ela antes de se abraçar ao loiro.
Não podia suportar a idéia de perdê-lo. De um dia não tê-lo por perto para abraçá-la. Não suportaria a dor.
Draco abraçou-a com força. Não queria decepcioná-la, apesar de saber que seu destino não tinha volta.
-Eu te amo ruiva. E isso não vai mudar. – falou o loiro olhando-a fixamente nos olhos. Não iria deixar que nada lhe acontecesse. Não iria magoá-la.
Aproximou-se mais da ruiva. Queria protege-la.
-Confie em mim pequena. – falou ele, sem esperança.
-Eu confio Draco. – falou Ginevra, beijando-o.
Sabia que podia contar com ele. Sempre. Sentia-se segura em seus braços. Sabia que no seu beijo, nada poderia atingi-los. Seu beijo quente a afastava de todos os problemas. Nada mais importava. Não quando ele estava ali.
Fim do Flashback
I am not afraid to keep on living
I am not afraid to walk this world alone
Honey if you stay I'll be forgiven
Nothing you can say can stop me going home
Precisava sair dali. Não podia continuar naquela casa. Sentindo o cheiro dela. Vendo-a a cada segundo entrar pela porta. Precisava por um fim naquilo. Pegou seu casaco, varinha e chaves. Não precisaria de nada.
Chovia muito. Mas não importava. Sabia onde ir. Sabia o que fazer. Nada poderia impedi-lo. Era o que ele pensava.
Can you see
My eyes are shining bright
Cause I'm out hear On the other side
Of the jet black hotel mirror
And im so weak Well is it hard understanding
I'm incomplete
The life that's so demanding
I get weak
Abriu a portão da mansão deserta. Parou por um instante. Havia muito tempo que não entrava ali. E nunca mais sairia.
Deu a volta do jardim, destruído. Com dificuldade, abriu a porta da frente. O ranger da madeira pareceu despertar todas as lembranças ruins daquele lugar. Daquele maldito lugar.
Acendeu algumas velas, para que pudesse minimamente reconhecer o local. Subiu as escadas automaticamente. A tão rica Mansão Malfoy do passado, agora estava caindo aos pedaços. Assim como ele. Chegou ao segundo andar. Foi caminhando pelo corredor comprido. Cheio de quadros adormecidos e portas fechadas. Porém, uma não estava. Uma porta entreaberta prendeu sua atenção. Parou no corredor, desanimado. Não queria que nada interrompesse seus planos. Poderia ser apenas um sem-teto que havia invadido a casa. O que lhe importava?
I am not afraid to keep on living
I am not afraid to walk this world alone
Honey if you stay I'll be forgiven
Nothing you can say can stop me going
I am not afraid to keep on living
I am not afraid to walk this world alone
Honey if you stay
Ill be forgiven
Nothing you can say can stop me going home
Não pode continuar. Com a varinha em punho, abriu vagarosamente a porta. O quarto lhe era familiar. Vários sofás e estantes cheias de livros. Uma escrivaninha e muita poeira.
Uma varinha acesa repousava em cima da escrivaninha, emanando uma fraca luz. Draco olhou em volta, querendo sair o mais rápido dali. Mas antes que pudesse terminar a volta, deu um pulo de susto ao ouvir a voz que menos esperava ouvir.
-Draco? – a voz chorosa parecia não acreditar no que via. Draco virou-se, incrédulo.
-O que faz aqui ruiva? – falou ele assustado.
-Não sei... apenas, procurando. – falou ela olhando para o chão.
-Procurando o que ruiva? – falou Draco pensando estar em mais um de seus sonhos.
-A cura Draco. Disse que não iria desistir.
Draco abriu os olhos. Não sabia a quanto tempo estava parado ali, em frente a Ginevra. Não resistiu e deu alguns passos a frente, podendo agora sentir a respiração da ruiva. Ergueu o braço, tocando-lhe a face. Não esperava por aquele toque. Não naquela noite. Nunca mais.
-Tem tomado suas poções? – perguntou a ruiva com aquele tom preocupado que só ela poderia dirigir-lhe.
Draco não respondeu. Não sabia o que responder. Aquilo não estava em seus planos. Aproximou-se mais da ruiva, sentindo sua respiração acelerar. Envolveu-lhe a cintura com um braço, e a nuca com a outra mão. Estavam perto demais...
-Me desculpe, ruiva. – falou Draco, antes de beijá-la.
Um último beijo, pensou Draco. Mas como poderia deixar Ginevra? Não que a tivesse de volta. Mas a tinha ali. Naquele momento. Em seus braços. Seus lábios quentes juntos dos seus. Precisava deixá-la. Já havia tomado sua decisão.
These bright lights have always blinded me
these bright lights have always blinded me
I said
I see you lying next to me
With words I thought I'd never speak
Awake or unfraid
Asleep or die
-Ruiva, tenho que ir. – falou ele interrompendo o beijo.
-Porque? – falou ela chorosa
-Tenho coisas a fazer.
-Draco, você me prometeu que não desistiria. – falou Ginevra, implorando.
-Não vou quebrar a promessa... – falou o loiro desviando o olhar.
-Claro que vai. Você disse que só voltaria aqui, se fosse para não sair mais... – falou Ginevra não conseguindo mais segurar as lágrimas – por favor Draco. Saia daqui. Comigo. Por favor.
Gina se abraçou ao loiro, desesperada. Não podia deixá-lo desistir. Não teria forças para continuar sem ele...
Draco não conseguiu dizer nada. As coisas já estavam difíceis demais. Não poderia complicá-las mais ainda. Sentiu a varinha entre seus dedos. Precisava afastar Ginevra. Precisava fazer o que tinha que ser feito. Tomou folego. Não tinha mais volta.
-Eu te amo pequena. E vou amá-la para sempre.
Afastou Ginevra de si com força. Fechou a porta atrás de si para ganhar tempo. Não poderia deixar Ginevra vê-lo. Não mais.
Entrou no quarto ao lado, trancando a porta atrás de si. Ouviu a ruiva esmurrando a porta. Ouviu seu choro, seu soluço. Ouviu sua voz rouca. E foi a última coisa que ouviu antes do clarão de luz e de tudo se apagar.
-Eu te amo Draco.
I am not afraid to keep on living
I am not afraid to walk this world alone
Honey if you stay I'll be forgiven
Nothing you can say can stop me going home
-- FIM --
N/A – Bom gente, that's it. Pra marcar o que eu espero ser a minha volta para o mundo das fics DG, uma songfic com uma música que eu acho muito especial. Inspiração vinda do nada hoje, ouvindo essa música, e cá está a songfic. Espero também não ter perdido o jeito para fanfics... Vocês me dirão se está uma merda... ou não.
Beijos
E até a próxima!
