ENCONTROS E DESENCONTROS
Disclaimer: Saint Seiya não me pertence, mas sim a Masami Kurumada. Esta fanfic não possui fins lucrativos.
Shipper: Ikki x Hyoga e outros casais.
Sinopse: Ikki retorna depois de uma longa viagem, mas voltar a viver em Atenas pode se tornar bem complicado, ainda mais quando se apaixona por quem menos esperava. Yaoi/Lemon/Universo Alternativo.
Avisos: 1) Esta fanfic é Universo Alternativo, portanto alguns fatos e idades foram alterados, além de alguns personagens estarem um pouco OOC.
2) Contém Yaoi e Lemon, ou seja, amor e sexo entre homens. Se você não gosta, por favor, não leia. Mas se é a sua praia, divirta-se.
Beta: Keiko Maxwell (Obrigada querida, pela paciência e disponibilidade.)
N/A: Esta é a minha primeira fanfic, estou ansiosa para saber o que vocês acham...
Quero dedicar essa estória a uma pessoa em especial: Lua Prateada, a responsável não só por me tornar fã desse shipper, mas também por me fazer postar a fic. Lua, não sei se está a sua altura, mas essa fic é pra você.
CAPÍTULO UM
Sexta-feira, nove horas da manhã. Depois de seis anos longe de Atenas, Ikki finalmente retorna à Grécia. Foram seis anos longe do amado irmão Shun, sem conviver com os companheiros que formavam sua família, a única que possuía.
A sensação de estar de volta é indescritível, um misto de contentamento com ansiedade, medo pela reação de todos, principalmente de Shun. Afinal, foram seis anos quase sem dar notícias, não telefonou uma única vez, apenas se preocupou em mandar quatro ou cinco cartões postais nos três primeiros anos... Provavelmente todos deviam pensar que ele havia morrido.
Não foi por descaso ou irresponsabilidade que Ikki sumiu do mapa, nem ele mesmo sabia como definir, mas de repente sentiu uma vontade de sair pelo mundo, sozinho. Precisava se encontrar, tentar de alguma forma preencher o vazio que sentia e não era capaz de compreender.
Depois da guerra contra Hades, não havia mais nada que os cavaleiros precisassem fazer. Atena ressuscitou todos eles, e os liberou para terem vidas normais, pagando uma grande quantia a cada um para que tivessem algum conforto. No início, fora difícil se acostumar a viver sem a obrigação de lutar até a morte pela Deusa. Alguns deles precisaram de tratamentos psicológicos para superar tudo o que viveram até ali. Mas esse não foi o caso de Ikki, não que ele tenha se acostumado com facilidade, muito pelo contrário, foi bem difícil. O ex-cavaleiro de Fênix apenas não conseguia se encaixar, apesar de viver na mansão Kido junto com os outros, era como se não pudesse pertencer àquele lugar.
Então, quando completou vinte anos, juntou algumas poucas coisas em uma mochila, sacou todo o dinheiro que tinha em sua conta no banco, depositou mais da metade na conta de Shun e viajou para algum lugar indefinido.
Não se fixava em uma cidade por muito tempo, Ikki sentia a necessidade de conhecer outros lugares, outras pessoas, descobrir outras culturas, mundos diferentes do qual ele estava acostumado. Por isso a viagem, que deveria durar apenas seis meses, se estendeu por tantos anos.
Mas depois de conhecer, descobrir e aprender tantas coisas, Ikki percebeu que ainda se sentia sozinho. Aquele vazio que sentia só havia aumentado, mesmo estando rodeado de gente. Entendeu que nunca conheceu realmente todas aquelas pessoas que encontrou em seu caminho. Nenhuma delas sabia de fato a sua história, a sua personalidade, quem ele era de verdade. Sentiu falta de Shun e dos amigos, de repente veio à necessidade de pertencer novamente a um lar, ter alguém com quem compartilhar suas alegrias e tristezas. E não havia lugar melhor no mundo do que ao lado de sua família.
Ikki desembarcou no moderno aeroporto de Atenas e rumou em direção aos táxis estacionados na porta. Entrou no primeiro da imensa fila e passou ao motorista o endereço da mansão Kido. Estava cansado da viagem, mas queria muito ver o irmão antes de procurar um lugar para tomar uma ducha e descansar. Bem talvez se hospedasse na mansão mesmo, onde morou por tantos anos.
- Veio a trabalho ou a passeio, senhor? – disse o taxista, tentando puxar conversa.
- Nem uma coisa nem outra, eu vou morar aqui – Ikki disse um tanto ríspido, não estava a fim de bater papo com estranhos logo pela manhã.
- Ah, isso é uma boa notícia! Tenho certeza de que vai gostar da nossa cidade, não tem quem não goste! – o homem insistiu.
- Escuta, eu estou muito cansado da viagem e vou dormir um pouco, pode me acordar quando chegarmos lá? – Ikki imaginou que a melhor forma de cortar o taxista era fingir dormir.
- Sem problemas, senhor. Devemos chegar nuns vinte minutos mais ou menos, dá tempo de você tirar um bom cochilo.
Ikki recostou a cabeça na janela do carro e fechou os olhos. O cansaço era tão grande que logo estava dormindo de verdade, nem precisou fingir.
O taxista não estava acostumado a levar ninguém àquele endereço, era o bairro mais nobre de Atenas, conhecido por suas belas mansões. O jovem mal humorado e carrancudo dormindo no banco de trás devia ser alguém importante. Assim que chegou à rua principal, viu que seria necessário acordar o passageiro, visto que não conhecia o lugar e não sabia para onde deveria seguir.
- Senhor, acorde, por favor! – chamou com a voz firme, mas o moço nem se mexia.
Ikki sentiu alguém o cutucando e abriu os olhos devagar.
- Sim? – olhou para o homem no banco da frente, ainda um pouco sonolento.
- Eu preciso que o senhor me oriente a partir daqui, não conheço muito bem esse bairro – disse, um tanto sem graça.
- Ok, siga em frente e vire a terceira rua à direita. – falou logo após olhar pela janela e descobrir onde estavam.
- Sim, senhor.
- Pare em frente a essa mansão na esquina, à sua esquerda.
O motorista seguiu as instruções e fez a manobra, parando o carro em frente à casa indicada.
- Quanto eu lhe devo?
- Quinze euros, senhor.
Ikki pegou a carteira na mochila, tirou uma nota dela e entregou ao taxista.
- Pode ficar com o troco. – disse ele já saindo do carro e batendo a porta.
A mansão não havia mudado quase nada em todo esse tempo. O imenso jardim continuava bem cuidado, mas a cor da casa estava diferente e havia muito mais seguranças do que se lembrava.
Parou em frente ao portão e ao invés de tocar o interfone, chamou o funcionário que estava mais próximo.
- Ei, você!
- Pois não? – disse o segurança, se aproximando.
- Estou procurando uma pessoa, Shun Amamiya, ele está?
- Não mora ninguém aqui com esse nome, sinto muito.
- Tem certeza? – Ikki insistiu. Não era possível que Shun não morasse mais ali, como encontraria o irmão agora?
- Claro que tenho certeza, trabalho aqui há dois anos. – o homem lançou um olhar desconfiado para Ikki. – Era só isso que queria?
- Eu posso falar com a dona da casa, Saori Kido?
- A senhora Saori não está.
- Tem algum morador aí, alguém com quem eu possa conversar?
- Infelizmente, não. É melhor voltar outra hora. – o segurança disse se afastando do portão e entrando na casa.
- Merda! O jeito vai ser procurar um hotel, e depois descobrir onde está o Shun. E se ele tiver mudado de cidade, o que eu faço?
Ikki ficou sentado na calçada por alguns minutos, pensando no que iria fazer. Fora um erro deixar o taxista ir embora tão rápido, era uma boa caminhada até a rua movimentada mais próxima. Foi então que escutou uma voz familiar atrás dele.
- Me disseram que você está procurando por Shun Amamiya, talvez eu possa ajudar...
Ikki olhou para trás, apenas para encarar a pessoa que menos esperava encontrar...
- Hyoga?
- Ikki Amamiya! O filho pródigo finalmente voltou pra casa! – disse Hyoga, com um imenso sorriso no rosto.
Ikki ficou sem palavras, a última vez em que vira Hyoga ele era apenas um pirralho, um raquítico adolescente de dezessete anos. Já era bem bonito naquela época, com toda a certeza, mas o homem parado à sua frente era praticamente um Deus Grego, ou Russo, no caso do loiro.
Ikki correu o olhar sobre Hyoga, de cima a baixo, e sentiu-se desconfortável por estar com uma aparência tão ruim: ele estava suado, cansado, com sono, fome, barba por fazer, olheiras enormes e trajava uma simples bermuda jeans surrada, camiseta preta com o símbolo do justiceiro e tênis velhos. Enquanto que Hyoga estava impecável: terno azul marinho dos mais bem cortados, camisa branca e gravata vinho. Os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo baixo.
Apesar do terno, deu pra perceber que Hyoga já não era mais aquele menino magrinho. Devia ter o corpo definido, bem torneado, nem músculos demais e nem de menos, exatamente como o moreno gostava.
Desde cedo Ikki percebeu o seu gosto por homens e mulheres. E, a essa altura de sua vida, já encarava o fato com a maior naturalidade. Não saia por aí relatando a sua bissexualidade para o mundo, mas também não escondia de ninguém. Era a sua opção sexual e as outras pessoas não tinham nada a ver com isso.
- O gato comeu sua língua, frango? Não me diga que perdeu a capacidade de falar, em uma de suas andanças...
Ao ouvir a voz de Hyoga, o moreno percebeu que passou tempo demais boquiaberto, admirando o belo homem diante de si.
- Não enche! Eu mal cheguei e você já vem me irritar, pato? – a melhor forma de disfarçar era o bom e velho mau humor de sempre, afinal, seria horrível se o rapaz percebesse que Ikki estava babando por ele.
- Você não mudou nada, não é? Continua com um péssimo humor. – Hyoga retrucou. Já estava mais do que acostumado com o mau humor de Ikki, o moreno sempre fora assim, não é porque passou tanto tempo longe que haveria de mudar, certo?
- Mas, de qualquer forma... – continuou Hyoga: –... É muito bom ver você.
Mais uma vez Ikki ficou parado, olhando para o loiro, sem saber o que dizer... Por que será que ficou tão lerdo de repente? Provavelmente era o sono, o cansaço que não o deixava pensar direito, só podia ser isso, não é? Hyoga estava lindo, é verdade, mas não tão lindo a ponto de prejudicar a capacidade de raciocínio de alguém.
- Eu... ahhnn... Bom... ehhh... Bom ver você... Também. – Ikki tentou responder, sem muito sucesso. Por Zeus, como aquela situação estava ridícula.
- Você está bem? – o loiro perguntou, nunca tinha visto Ikki daquele jeito, apesar de engraçado, era um pouco preocupante. Será que ele estava se sentindo mal ou algo assim?
Ikki mordeu o lábio inferior e balançou a cabeça afirmando que sim. Ele se levantou, colocou a mochila nas costas e se aproximou, ficando de frente para o loiro. Hyoga havia crescido, mas fênix, com seus 1,91 de altura ainda era uns dez centímetros mais alto que o loiro. Ao ver que Hyoga estendeu sua mão para cumprimentá-lo, Ikki finalmente pareceu voltar ao seu estado normal, prontamente apertou a mão do loiro com um sorriso discreto no rosto e encarou aqueles lindos olhos azuis.
- Quer entrar? – Hyoga perguntou.
- Você ainda mora aqui? – detestava responder uma pergunta com outra pergunta, mas a curiosidade falou mais alto. Afinal, o segurança havia dito que não tinha nenhum morador na casa e a possibilidade dele ter mentido deixou Ikki irritado novamente.
- Não, me mudei daqui a uns dois anos ou mais. Mas trabalho para a Saori na Fundação Graad, precisei de alguns papéis e vim buscar. Como o Tatsumi já não trabalha mais aqui, na falta da Saori sou eu quem organiza as coisas tanto na empresa quanto aqui, então tenho livre acesso a casa.
- O que aconteceu com o Tatsumi?
- Casou-se, mora em Paris agora... E então, quer entrar? Você deve estar com fome...
- Pra falar a verdade estou precisando desesperadamente é de um banho. – respondeu Ikki.
- Eu percebi, só achei educado não dizer nada.
- Vai se ferrar, pato.
- Eu só estou brincando, frango, relaxa. – disse rindo e, colocando a mão sobre o ombro de Ikki, encaminhou o moreno para dentro da mansão.
Continua...
N/A: Seria muito pedir Reviews?
