Atto, por Thai

Às vezes fecho meus olhos para sentir você, como se eu pudesse absorver cada gota de sua essência numa simples meditação. Todo ruído pode ser você, todo sabor pode conter você; o suficiente para que eu me renove, para que eu me arrisque, me subtraia.

Ao perpassar minha língua através de meus lábios, tão secos em tão puro louvor, vejo-me acariciando suas mãos úmidas pela exaustão. É real, eu juro, juro ser capaz de afirmar que sua carne está diante ao meu corpo, nua, cálida, silenciosa e lúcida. Ainda repito, repito incessantemente o mesmo tom em minha voz, proferindo nada somente para fazê-lo tudo. Constante e incansável, persistente como um somatório de algarismos gêmeos, que se quebram, se rasgam e, enfim, se fundem. Quase uma penitência a obrigatoriedade de me familiarizar com eles, torná-los pedaços de mim, minha fome, minha sede, e eis você, palpitante dentro de mim.

Eu apenas gostaria de ficar mais um pouco, Draco. Para sempre, se assim você permitir. Finja que meus resmungos exagerados são realidade, considere-me uma verdade mesmo quando souber que minha dor de cabeça não é tão forte assim... Deixe-me ficar, pois eu não mais quero ter de inventar você. Por favor, Draco Malfoy, eu não quero ser uma artista a viver uma farsa, uma tragédia sem platéia. Por favor, Draco, permita que eu permaneça e o faça real em cada víscera.


N/A: Eis uma drabble de 229 palavras. Agradecimentos a Mary Sullivan por ter proposto o I Challenge de Drabbles do Seisvê lindão. Foi minha primeira Draco/Pansy, falou? Quero reviews, galeeeeere! Beeeijo!