Fanfic feita par o fórum Need For Fic.
Era apenas uma missão. Mais uma em que trabalhavam juntos. Simples, fácil, rápido. Um cobrindo o outro. Funcionavam muito bem assim. Mas algo dera errado. Talvez fora distração dela ou sua – quem saberia dizer? – mas de repente ela estava cercada. E você sentiu – mais do que viu – que ela não daria conta de todos. Você não pensou, apenas agiu. Não iria perdê-la. De forma alguma. Então correu em sua direção. Arco em punho e o alvo na mira. Colocou-se entre ela e o agressor e atirou. [i]Menos um idiota no mundo.[/i]
Então você sente uma dor lancinante no abdômen e não dá importância. Não ainda. Não quando a única coisa que o preocupa é ela. Você precisa saber se ela está bem. E seus olhos a procuram freneticamente e finalmente a encontram. E tem a confirmação quando a vê sorrindo para você. [i]Ela está bem.[/i]
Você então se permite relaxar e sente um liquido quente e viscoso fazer caminho por sua pele e se fundir em seu uniforme. Você não precisa olhar para saber o que é. Não é a primeira vez que algo assim acontece, afinal. Mas aqueles pontos escuros ofuscando sua visão e a incapacidade de seus pulmões fornecerem-lhe oxigênio o suficiente... bem, isso é algo completamente novo para você. E ao levar a mão ao local, você definitivamente sente que sua situação – diferentemente das outras vezes - não é nada simples. [i]Oh, merda.[/i] E cai de joelhos no chão. [i]Em que momento você foi atingido?[/i]
- Clint.
Sua atenção é capturada pela voz da única pessoa pela qual você se arriscaria assim. E a vê correndo em sua direção e ajoelhando-se a seu lado. É sempre assim. [i]Sempre[/i]. E você não consegue fazer nada além de sorrir – a despeito da dor excruciante que sente -diante de tal cena. É em momentos como esse – embora sejam raros - que você percebe a importância que tem para ela. E isso lhe deixa feliz. Imensamente.
- Está tudo bem, Nat. – [i]Mentiroso[/i]. Isso é o que você é. Um filho da mãe mentiroso. Nada está bem. Não realmente. Não desta vez. Mas ela não precisa saber. [i]Não precisa.[/i]
- Tem certeza? – Ela pergunta, olhando em seus olhos, entrelaçando as mãos as suas, manchando-a com o [i]seu[/i] sangue, com uma preocupação tão evidente e com aquele olhar que dizia mais do que qualquer palavra. E você não é capaz de nomear o que sente. Você apenas sente. E é muito.
- Claro. – [i]Bastardo.[/i]Por que dizer a verdade quando a sua mentira mantinha a esperança nela? Que dava a você a oportunidade de vê-la sorrir acreditando que tudo ficaria bem? Sempre ficava não é mesmo? Mas que escolha você tinha, afinal? Talvez um dia ela te perdoe por isso. É o que espera.
- Nat...
- Sim?
Mas você não diz nada. O que poderia dizer que ela já não soubesse? Você apenas inclina-se na direção dela e a abraça - do jeito que lhe é permitido dada a sua condição. Céus, você precisa tanto desse contato. [i]Tanto.[/i]E ela retribui. Então não há mais dor. Há apenas Natasha e seu abraço reconfortante. Somente ela, seu calor e seu cheiro inebriante em meio ao caos em que se encontravam. A única coisa que fazia sentido. [i]Tão bom.[/i]
Lentamente seus olhos se fecham. Tão pesados. Tão difícil mantê-los abertos. Sua respiração cada vez mais lenta. Seu corpo cada vez mais relaxado. Tão cansado... E é ali, ouvindo Natasha, [i]sua Nat,[/i] gritar seu nome, que você alça seu vôo pela última vez.
