Querido diário

Porquê? Porque é que as coisas têm que ser assim? Já não basta eu ser quem sou, ele tem que me humilhar mais do que já humilhou? Porque é que ainda me dou ao trabalho de o amar? Porquê?

Talvez por causa daqueles verdes e profundos olhos, daquele corpo perfeitamente esculpido, do tom de voz grave, que me arrepiam os mais pequenos pelos da nuca, do seu toque que faz com que milhares de borboletas voem no meu estômago.

Desculpa estar a escrever sem parar, sem explicar devidamente o que ocorreu para eu estar neste estado lastimável, não é? Eu vou-te contar, tudo isto passou-se esta manhã antes das aulas.

Flash-back

- Colin, Colin, quando é que tu vais assumir a tua paixão pela Sarah olha... - neste momento a minha conversa com o Colin foi interrompida por uma coruja das neves, mais precisamente a Hedwing de Harry, do homem que amo. Como pude constatar o Harry não se encontrava na mesa e o Colin olhava para mim curioso, nisto eu reparei que a coruja tinha um bilhete na pata. Retirei-o e li-o.

Ginny

Encontra-me ao pé do lago antes das aulas, preciso falar contigo.

Harry

- Achas que devo ir? - perguntei timidamente, apesar de já ter o meus 16 anos e um corpo invejável por parte de algumas raparigas, o meu cabelo tinha mudado também estava mais longo e ondulado, mas, eu ainda continuava com a minha timidez o que me fazia corar sempre que o via!

Claro que deves ir, caso não tenhas reparado ele ultimamente anda a lançar-te alguns olhares diferentes - disse ele com um sorriso malicioso.

Ok, eu vou – disse suspirando, levantei-me e lancei um rápido olhar á mesa dos professores e verifiquei que a Chang não estava lá, achei estranho mas continuei o meu caminho para fora do salão principal, quando passei pela Hermione ela lançou-me um olhar brilhante e um sorriso malicioso, coisa que eu estranhei.

Estava a chegar ao lago eu deparei-me com uma cena odiosa, pois o Harry, estava com uma rapariga e eles estavam a beijar-se, e adivinha quem era a rapariga que Harry estava a beijar, nada mais nada menos do que Cho Chang.

Suspirei fundo muito desiludida, e dei meia volta pronta para me dirigir para o castelo, quando ouço o meu nome ser proferido por Harry aflito, nesse momento deixei uma lágrima brotar dos meus olhos, lágrima essa que foi seguida por muitas outras, a partir dai eu desatei a correr para o castelo.

Quando entrei no castelo eu tomei o rumo das salas de astronomia, entrei numa delas e aí fiquei e comecei a escrever.

Fim do Flash-back

E agora aqui estou a chorar, ainda duas horas depois do ocorrido, mas isto não vai acontecer mais, pois eu vou por um ponto final na minha mísera existência.

Suicídio sim, e não é a primeira vez em que penso no assunto, pois a minha vida é uma tremenda porcaria, em todas as aulas de poções sou humilhada pelo professor Snape e sua corja de Slytherins , sou humilhada por Chang devido ás minhas roupas em segunda mão, e não só por isso, sinto-me só não tenho ninguém que me ame, que me dê carinho afecto sem ser os meus pais, pois os meus dois irmãos mais velhos, a esses não posso pedir nada ,pois, estão a descansar em paz a sete palmos de terra, eles foram mortos por um bando de Devoradores de Morte para proteger o "Menino que sobreviveu", pois ele tinha que ser poupado para o combate final contra Voldemort ou Tom como eu prefiro chamar-lhe, combate esse que ele venceu, mas ás custas de quê! da morte dos meus irmãos preferidos e de Dumbledor. Agora é hora de me despedir meu querido diário tu já me ouviste outras vezes, mas agora não tens que me ouvir mais.

Adeus

Ginny

Depois disso pousou o diário no chão ao seu lado juntamente com a pena que utilizou para escrever. Olhou para o canivete que se encontrava com ela, abriu o canivete suavemente, olhou para a sua lâmina brilhante e por ela passou de levezinho o dedo indicador o qual sofreu um pequeno corte, que a fez sorrir. Finalmente olhou para os pulsos e por eles passou com força a lâmina fazendo um profundo golpe em cada um, que rapidamente começaram a jorrar sangue a uma velocidade incrível. Os seus olhos começaram por ficar baços a sua audição fraca, mas não o suficiente para não ouvir uma porta se abrir, mas logo depois a sua visão ficou negra, e antes dela desfalecer ela sentiu um perfume exótico, misturava o cheiro da terra molhada com o do chocolate. E em seguida desfalece e cai por cima de dois braços fortes, que a envolvem.

Ela sentia-se leve e livre e logo começou a ver duas formas de dois ruivos altos através da luz a sorrir-lhe.