Disclaimer: Naruto não me pertence. Se fosse meu, o Neji nunca aceitaria passivamente o sentimento da prima pelo loiro. Ele a faria desejar nunca ter amado outro *capota*. Tudo pertence ao Masashi Kishimoto.

Sinopse: Poderia um telefone perdido unir um criminoso procurado e uma médica devotada? Hyuuga Hinata acreditava que não. ~ DoubbleShot PeinHina ~ Prêmio à Hisui Ai pelo 1º lugar no Desafio GaaHina.

Categorias: Romance, Drama, Violência, Ecchi e Universo Alternativo (U.A.).

Aviso: Essa DoubbleShot foi um desafio! Adoro o Pein (aos que não sabem, é o meu segundo personagem favorito em Naruto – "o primeiro continua sendo você, Neji" *pisca* rs) e adoro a Hinata! No entanto, confesso, nunca pensei nos dois como um casal. A Hisui-flor é mesmo audaciosa em me pedir algo dos dois. E somado ao fato de que ELA MERECE algo realmente BOM, meu esforço foi dobrado! (rs)

Hisui-flor, espero que este prêmio a agrade. E que você possa sorrir ao menos um pouco, porque esse seria meu melhor presente. *~* Enjoy.


Resigno

{Por FranHyuuga}

- Para Hisui-flor -

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"Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura."

João Guimarães Rosa – O Grande Sertão (1956)

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Aquela noite seria sombria, ele pensou ao descer do carro e levantar a gola do sobretudo preto. Os pés revestidos pelas pesadas botas soavam com sons abafados sobre o úmido asfalto e as mãos já posicionavam melhor a pistola automática presa à cintura.

Os olhos acizentados observaram o beco imundo e silencioso, pousando ora ou outra nas sombras entre as lixeiras viradas que revelavam excrementos e exalavam um cheiro fétido. Pein definitivamente odiava aquele tipo de ambiente, especialmente quando a pessoa aguardada estava atrasada.

- Idiota. – Grunhiu irritado, torcendo o nariz reto e repleto de piercings.

Como se pudesse ouvi-lo, a pessoa chegou à entrada do beco e sob a sombra noturna seus longos cabelos dourados ganhavam um brilho platinado. Mesmo que quisesse ser discreto, Deidara sempre seria desnecessariamente destacável.

- Chefe, desculpe o atraso. – O discurso era humilde, mas a voz grave mantinha a comum arrogância, uma das razões para que Pein o aceitasse como um de seus subordinados. – O estúpido do Kakuzu resolveu trapacear no pôquer. Para fugir foi um estouro, un!

Pein suspirou cansado e levou umas das mãos aos cabelos rebeldes, amassando os fios ruivos entre os dedos. O tenso silêncio era a resposta mais apropriada para aquele tipo de conduta reprovável; tantos anos treinando aqueles rapazes para que continuassem incorrigíveis e impulsivos!

Definitivamente o império da Akatsuki permanecia intacto graças aos seus esforços em coordenar as malditas habilidades dos seus subordinados.

- Eles chegaram, chefe. – Deidara pronunciou indicando com um leve aceno o carro preto que estacionava.

- Eu quero somente o celular. – A ordem era inquestionável, soando autoritária na voz grave de Pein. – Se precisar mate a todos, Deidara.

O loiro sorriu diabólico enquanto seguia os passos do líder ao encontro do veículo, de onde desceram um homem comum, elegantemente vestido em um terno escuro, e dois seguranças que se posicionaram protetoramente em cada lado.

Pein mirou-o com raiva velada. O orgulho ferido por ter que se submeter àquela negociação com alguém que sequer sabia o valor que o objeto possuía. Um simples celular que escondia segredos valiosos.

- Pein. – O homem cumprimentou com a voz austera e um sorriso debochado. – Devo dizer que fiquei surpreso ao receber seu chamado. – Havia um sorriso irônico nos lábios finos, despertando um profundo desagrado. – Afinal, você dificilmente aparece pessoalmente.

- Sou ocupado. – Respondeu simplesmente, sem sequer pestanejar. – Você trouxe o que quero, Yutaka?

O sorriso irônico alargou-se enquanto a mão pálida retirava do bolso interno do paletó o aparelho prateado.

- E você? – Questionou balançando o objeto. – Trouxe o que quero, Pein?

O ruivo assentiu e fingindo virar-se em direção ao próprio carro retirou a pistola presa à cintura. Fora rápido e certeiro. A bala atravessou o crânio de um dos seguranças e agilmente Pein lançou-se contra o homem que ainda tinha o celular em uma das mãos.

Deidara tornou-se o oponente do outro segurança, trocando tiros e esquivando-se entre as latas de lixo e objetos espalhados no estreito beco.

O ruivo não se abalou em nenhum momento, desferindo golpes certeiros e recebendo outros que revelavam a exímia qualidade de lutador de seu adversário. Não demorou para que o celular fosse jogado a uma longa distância e sons de sirenes soassem próximas.

Rapidamente a situação parecia fugir do controle e Pein gritou exaltado:

- Acabe logo com isso, Deidara!

A polícia já era avistada quando o loiro conseguiu atirar várias vezes contra o corpo do segurança, vendo-o cair molemente sobre o chão imundo.

Então, quando Pein afastou-se para dar outro soco sobre o rosto do homem que lhe distraía sem permitir que se aproximasse do celular, Deidara disparou a pistola outra vez, manchando o peito masculino com a cor escarlate.

Yutaka cambaleou recostando-se no carro no exato instante em que as viaturas se aproximavam do local e Deidara lançou sobre o veículo preto duas granadas, gritando exaltado:

- Chefe! – A explosão causou um barulho ensurdecedor, lançando o corpo do homem por vários metros. – Precisamos ir! – E jogando à frente das viaturas outras granadas fez com que as viaturas freassem.

Em poucos segundos, Pein analisou a situação, notando que havia uma irritante verdade nas palavras do subordinado. A contragosto, correu em direção ao carro e iniciaram a fuga que o distanciaria da presença indesejada dos policiais e do precioso celular.


Ela corria entre os corredores do Hospital universitário visivelmente preocupada com o chamado em seu pager. O paciente do quarto 304 tivera uma parada cardíaca e Hyuuga Hinata era a residente que auxiliava no caso.

Quando chegou ao quarto, o médico Sabaku no Gaara ditava ordens aos enfermeiros e em suas mãos pálidas o desfibrilador já estava seguramente posicionado sobre o peito do paciente.

- Um, dois, três... Afasta! – Falou em sua voz rouca e o corpo magro do homem sobre a maca elevou-se em um solavanco. O monitor nada indicava. – Mais uma vez. – Ordenou e encarou rapidamente a enfermeira que bombeava o oxigênio sobre a face do paciente. – Um, dois, três... Afasta!

Hinata assistiu mais uma vez o corpo do paciente elevar-se, mas o monitor permaneceu sem apresentar pulsação.

- Aumente para 300! – Solicitou o ruivo com uma expressão concentrada e logo o procedimento foi repetido outra vez.

- Sem pulso, doutor. – A enfermeira afirmou pesarosa.

Alguns segundos se passaram e a jovem residente sentiu a garganta seca com a cena, especialmente quando os olhos aquamarine do médico miraram-na com seriedade. Gaara suspirou ao pronunciar:

- Horário da morte: 00h45. – As palavras pareciam ecoar no quarto e os enfermeiros passaram a guardar os materiais com eficiência.

Hinata mirou os próprios pés e obrigou-se a inspirar pesadamente o ar, impotente e sensibilizada. Uma mão pousou sobre seu ombro e a jovem ouviu a voz grave afirmar:

- Não é possível prever como o organismo reagirá após um transplante. – Ela soergueu a face para encontrar as esferas claras e calorosas. – Avise a família do paciente.

Assentiu em resposta e admirou o médico que saía do quarto com a postura ereta, pronto a atender outros casos. A jovem, no entanto, observou o corpo inerte do paciente que acabara de receber um novo coração. Era realmente triste que não pudesse aproveitar a juventude ou cumprir seus planos como lhe dissera antes.

Com outro suspiro, saiu da sala em passos largos para transmitir à família a triste notícia. Ser médica nem sempre era louvável.


- Merda! Merda! – O tom incisivo e reclamante parecia preencher a ampla sala, cortando o silêncio entre as pessoas presentes.

Pein chocou o punho contra a mesa demonstrando toda a raiva que sentia ferver dentro de si. Ele precisava pegar apenas aquele maldito celular, mas falhara miseravelmente! Era o melhor, sabia. Era um exímio assassino e líder. No entanto, não sabia dizer onde errara naquela estúpida missão!

- Deidara! – Gritou fulminando o loiro com as esferas cor de chumbo. – Você irá descobrir onde está esse celular AGORA!

O homem curvou-se silencioso, mas visivelmente contrariado. Ridículo descobrir onde estava um objeto que, obviamente, devia servir de evidência criminalística no Distrito Policial naquele momento. O humor do chefe, no entanto, tornava-o inquestionável. Pein sabia ser cruel quando queria.

- Esse maldito celular é muito importante. – O líder expressou massageando as têmporas. – Chame Itachi para ajudá-lo.

Deidara grunhiu ao ouvir o nome. Odiava aquele Uchiha prepotente que nunca errava em uma porcaria de missão.

- Sim, senhor. – Respondeu seco e saiu da sala retirando o celular do bolso.

No corredor, entretanto, hesitou. Por que dar ao idiota razões para ser elogiado e reconhecido quando ele próprio poderia cumprir o que Pein solicitara?

Ele traria o celular até seu chefe.

Sozinho.


Dera a notícia com a expressão mais controlada possível, mas por dentro ela reconhecia o intenso desejo de chorar junto àquelas pessoas que tinham esperança na recuperação do paciente. Assim que lhes informara, Hinata seguiu com passos lentos até o pronto-socorro, onde queria provar a si mesma ser capaz de salvar vidas.

Ajudou a suturar algumas lesões e encaminhar para os exames outros pacientes. Já começava a pensar que não encontraria outro caso cirúrgico para auxiliar quando, repentinamente, dois socorristas entraram empurrando uma maca sobre a qual estava um homem ensanguentado e semiconsciente.

A jovem correu ao encontro deles e iniciou os procedimentos:

- Qual é o caso? – Questionou em sua voz melodiosa, analisando a compressa sobre o peito do homem e o rosto machucado pelo que pareciam estilhaços de carro.

- Homem de aproximadamente 38 anos, baleado no tórax e lançado por 5 cinco metros na explosão de um carro. – A socorrista informou tecnicamente. – Encontrado consciente, arrastando-se sobre o chão. Está perdendo muito sangue.

- Ok, obrigada. – Hinata afirmou, segurando o lado da maca enquanto um enfermeiro segurava o outro. – Preparem o centro cirúrgico! – Gritou para a equipe que auxiliava os médicos. Então, com habilidade, retirou a compressa e observou o orifício ao lado esquerdo, atingindo provavelmente o coração. – Chamem o doutor Sabaku. – Ele era o melhor cirurgião cardíaco do Hospital.

Ela reposicionou a compressa, fazendo pressão com as mãos sobre o peito ensanguentado do paciente. Com passos rápidos, passou a acompanhar a maca que seguia pelo longo corredor com velocidade, conduzida pelos enfermeiros.

Uma mão trêmula tocou seu pulso e Hinata finalmente pousara os olhos sobre o rosto pálido do homem. Ele tentou lhe dizer algo, mas a voz era abafada e a jovem precisou se aproximar para ouvi-lo:

- O ce-celular... – Pediu e cutucou-a novamente no pulso. – Fique com ele. – A residente afastou-se em tempo de ver o pequeno aparelho prateado e ensanguentado preso entre os dedos longos do paciente.

- Este não é o momento para se preocupar com seu celular, senhor. – Afirmou com delicadeza. – Vamos levá-lo para a cirurgia agora.

- N-Não! – O homem se esforçou em gritar e com a pouca força que possuía se debateu em frustração.

Hinata lutou para manter as duas mãos pressionadas contra a compressa e acabou aumentando o tom de voz para se fazer ouvir:

- S-Senhor, por favor, pare! – O paciente levantou o braço com o celular e a residente tomou-o com uma das mãos, colocando-o no bolso da calça do uniforme hospitalar. – Eu vou cuidar do seu celular. – Afirmou com certa rudeza, sem compreender como alguém poderia se preocupar com algo tão inútil em uma situação como aquela.

O homem acalmou-se e os olhos semicerraram-se em um estado de letargia. A voz parecia sofrida ao dizer:

- Não d-deixe que ninguém o pegue. – Hinata piscou confusa e logo as pálpebras do paciente fecharam-se, deixando a equipe agitada para tentar reanimá-lo.

A jovem gritava ordens enquanto fazia a massagem cardíaca, mas o paciente não reagia a nada. Os ferimentos eram muito graves e após vários minutos turbulentos no corredor do Hospital, mais uma vez, Hyuuga Hinata viu outra pessoa morrer naquela noite.


- O que está fazendo aqui, un? – O loiro questionou o homem à sua frente e a maneira como recebera apenas um arquear de ombros em descaso deixou-o ainda mais irritado. – Não preciso de você, Itachi.

O moreno sorriu com arrogância e aproximou-se um passo. A postura elegante era desafiadora e Deidara franziu as bonitas sobrancelhas em raiva crescente.

- Pein me pediu pessoalmente que o acompanhasse. – A voz era cortante e fria. – Ele não quer erros.

Soltou um profundo suspiro em resposta, contendo todos os impulsos assassinos que poderiam levá-lo a matar aquele Uchiha estúpido com as próprias mãos.

- Como se fosse possível errar em uma missão tão simples, un. – Murmurou irritado e caminhou até o carro sem se preocupar com o outro.

- Não esqueça, Deidara. – O moreno expressou, totalmente calmo. – Você já errou.

E aproveitando a distração do parceiro, tomou as chaves do carro e sentou-se no banco do motorista, visivelmente divertido com os protestos e a carranca mal-humorada que causara.

Era por essas e outras atitudes que Itachi considerava Deidara um eterno novato.


Estava sentada no quarto de descanso dos residentes, fitando na penumbra do aposento o celular entre os dedos. Ela limpara cuidadosamente o aparelho e agora ponderava se devia explorá-lo para encontrar algum número de telefone que pudesse ligar.

O homem que morrera há pouco no corredor estava sem documentos que o identificassem e para o corpo ser liberado do necrotério seria necessário que alguém o reconhecesse. Caso contrário, era possível que fosse utilizado para fins de pesquisa entre os estudantes de Medicina, considerado um indigente.

Inspirou o ar pesadamente e com os dedos trêmulos pressionou as teclas do aparelho. Procurou contatos, mensagens, fotos... No entanto, não havia nada registrado. Não haviam dados.

- O q-que é isso? – Questionou solitária, como se procurasse entender porque alguém teria um celular sem uso.

Não demorou para que um som estridente soasse no quarto fazendo-a sobressaltar assustada e encarar o aparelho com apreensão. Hinata demorou alguns segundos para entender que o som provinha do celular dela.

- A-Alô? – Atendeu um pouco atrapalhada.

- Hina-chan, que horas terminará seu plantão hoje? – A voz masculina era ansiosa e logo a morena reconheceu seu amigo Kiba.

- Sairei às 5 da manhã. – Respondeu com um bocejo. – Por que, Kiba-kun?

- Ahm, pensei em tomarmos café juntos. – A jovem olhou o relógio de pulso e notou serem 2h30 da madrugada. O que o amigo fazia acordado?

- Aconteceu alguma coisa, Kiba-kun? – A preocupação impressa nas palavras fizera o rapaz se agitar.

- Não! Não... – Ele pigarreou antes de continuar: – Só queria vê-la antes de ir para a clínica.

Hinata sorriu com a afirmativa e mesmo que desejasse apenas ir para casa depois de quase 30 horas de trabalho, resolveu aceitar o convite.

- Ok, vejo você depois.

E ao fim da ligação, encarou mais uma vez o aparelho prateado em mãos com certa decepção. Sentindo-se com pena, Hinata rezou para que alguém ligasse procurando o pobre homem que acabara de morrer.


Deidara murmurava impropérios contra o arrogante parceiro. Era só o que lhe faltava ter de obedecer ordens de quem não era seu líder. Obedecer a ele.

Algum dia iria matá-lo com as próprias mãos. Arrancaria seus lábios para não permitir que outro sorriso autoconfiante surgisse!

- Espere aqui... Nhe Nhe Nhe! – Imitou a voz do outro em um gesto infantil. – Como se fosse obrigado a fazer o que ele quer, un!

Chutou uma lata de refrigerante vazia, parando os passos ansiosos ao ouvir alguém se aproximar.

- O celular não foi apreendido como evidência. – Itachi afirmou com a expressão vazia. – Vamos!

Deidara cuspiu no chão encarando com azuis frios os olhos negros que o observavam. As mãos pálidas e repletas de anéis esconderam-se nos bolsos da calça jeans em um atitude opositora e a voz fluiu em um tom amargo ao responder:

- Você pensa que pode aparecer e ditar ordens, un? – Itachi soltou um estalo com a língua, totalmente indiferente à raiva súbita do outro. – Vamos para onde? Não preciso ir se não quiser!

O moreno se limitou a retirar do bolso do sobretudo preto um maço de cigarros. Lentamente acendeu um e tragou profundamente, pousando os negros no céu escuro daquela madrugada.

Ele estava visivelmente controlado, lembrando-se dos dados coletados no Distrito Policial. Precisavam agir rapidamente se quisessem descobrir onde estava o celular.

- Houve um sobrevivente. – A maneira como respondera lembrava um pai explicando a uma criança birrenta que não se pode ter tudo o que quer. – Você pode ficar e ser inútil ou entrar na porra do carro com a boca calada e fingir que trabalha.

Deidara não tolerou a ofensa e lançou-se sobre Itachi com o braço elevado para um soco, mas o movimento foi habilidosamente detido e logo seu corpo fora pressionado contra a parede de tijolos úmidos do beco imundo onde se escondiam. A mão do Uchiha segurava o braço retorcido às costas do parceiro e o cotovelo livre prendia o pescoço do loiro contra a parede. De uma forma totalmente humilhante, Deidara tinha o rosto amassado naquela porcaria fedorenta.

- Não preciso de você. – Itachi afirmou com a voz severa, um pouco abafada por ainda conter o cigarro nos lábios.

Com um gesto rude, soltou o outro e pôs-se a caminhar até o carro.

O destino era um Hospital universitário.


Chamaram-na quando estava acalmando uma criança insone que faria uma cirurgia nas próximas horas. Era esperado que em casos de pessoas baleadas a polícia fosse procurá-la para coletar informações que pudesse oferecer. Depois, geralmente, o corpo era investigado pelos peritos no caso de não haver um culpado.

Era por esta razão que Hinata caminhava pelos corredores ajeitando o jaleco e o estetoscópio em volta do pescoço delicado. Os cabelos estava levemente ondulados, presos em um laço alto, e a franja reta cobria a testa revelando os bonitos olhos perolados que demonstravam cansaço.

Ela tentou esconder a surpresa ao alcançar o necrotério e deparar-se com dois homens que não usavam uniforme policial.

- O-Olá. – Cumprimentou com desconfiança. – Vocês são?

- Korosu Tema. – O moreno estendeu-lhe a mão educadamente, fitando-a com olhos negros profundos e inteligentes. – E este é Naru Kou.

Hinata aceitou o cumprimento e pressionou as mãos dos dois homens sem nunca deixar de franzir o cenho.

- O que desejam? – Questionou sem sequer se apresentar. De uma forma instintiva, procurou o médico legista de plantão e tentou não se desesperar quando não o viu no necrotério.

- Soubemos que um amigo nosso morreu neste Hospital. – Itachi falou com a voz suave e uma expressão de falsa tristeza. – Gostaríamos de ter certeza se é mesmo ele.

A jovem assentiu em compreensão e pela primeira vez permitiu que a testa vincada relaxasse. Talvez fossem mesmo somente amigos que desejavam ver o desconhecido que levara um tiro.

- Não havia identificação e a morte ocorreu antes que pudéssemos levá-lo para o centro cirúrgico. – O tom que a residente passara a utilizar era estritamente profissional, incoerente com a insegurança que ela havia demonstrado até então.

- Entendemos, un. – Deidara expressou ao acompanhar a jovem até uma maca de aço onde havia um corpo coberto pelo lençol.

- Ele levou um tiro no peito. – Hinata explicou e retirou o tecido sobre a face, sem revelar os ferimentos na região do tórax. – O rosto estava machucado por estilhaços de um carro. – Comentou ao ver que haviam cortes profundos com sangue coagulado.

- É ele mesmo. – O loiro afirmou encarando Itachi.

Hinata observou que não havia expressão de pesar. Apenas uma agitação incômoda entre os dois.

- Diga-me, doutora... – Itachi começou, cuidadoso. – Onde estão os pertences pessoais do meu amigo?

- Ahn, receio que não h-havia nenhum a-além das roupas. – Ela respondeu um pouco nervosa pela preocupação súbita com os objetos que o falecido paciente portava.

- Nem um celular, un? – Deidara questionou sem se conter.

Hinata deu um passo para trás e sentiu o coração descompassado pelo perigo que lia nos olhos e nas palavras daqueles sujeitos.

"Não d-deixe que ninguém o pegue" – A lembrança das últimas palavras do paciente moribundo parecera descarregar sobre seu organismo adrenalina e medo.

- Não. – Obrigou-se a dizer, agradecendo mentalmente todas as aulas de fonoaudiologia que a ajudaram a não gaguejar. – Ele não tinha um celular.

O som das pesadas portas do necrotério se abrindo fora como uma golfada de ar nos pulmões comprimidos da residente, que aproveitou para dizer apressadamente:

- Sinto m-muito por n-não poder ajudar mais. – E com um cumprimento breve ao médico legista que entrava empurrando uma maca, Hinata saiu da sala.


- Ela sabe de algo, un! – Deidara exclamou assim que entraram no carro.

- Sim. – O moreno limitou-se a responder.

- Então, o que estamos esperando? – Irritou-se com a passividade do parceiro.

Itachi discou um número no celular e respondeu com seriedade:

- Ordens do Pein.

E com estas palavras, Deidara compreendeu que o chefe certamente não ficaria nada contente ao saber que uma médica residente possuía o que tanto queria.

Continua...

N/A: Espero que você esteja gostando, Hisui-flor!


OLÁ, POVO!

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Ok, o que foi isso, man? (HAHA)

Saudades de vocês!

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Só posso dizer que esse primeiro capítulo foi para contextualizar. O segundo, no entanto, será quase totalmente PeinHina, yeh!

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O QUE ACHARAM DA IDEIA?

O Pein é mal, cruel e bandido. A Hinata é boa, dedicada e correta.

Hm, como as coisas acontecerão entre esses dois, hein? ;)

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Itachi e Deidara fazem uma dupla e tanto, kkk.

Culpem a Evil My-Demon por me fazer gostar dos dois juntos. E, antes que perguntem, não é yaoi. Apenas quis fazê-los rivais, porque o Itachi é realmente o grande responsável pelo crescimento do Deidara no Anime. =) Se não fosse por ele, nosso loirinho nunca teria entrado na Akatsuki, certo?

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Aliás, foi somente comigo ou imaginar o Gaara-kun de médico é pervertidamente sexy? HAHA. *capota*

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Espero que estejam curtindo!

O próximo capítulo já está pronto e virá em breve, lol

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OBRIGADA POR LEREM!

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FLORES ou PEDRAS!

(sapatadas, chineladas, tamancadas...)

~Reviews.