História escrita para a Semana Phoenix Wright, um desafio promovido pela comunidade Saint Seiya Super Fics Journal.


Capítulo 1

Fim! O caso havia acabado! Phoenix soltou um sopro de alívio com o ar que vinha se acumulando havia mais de dois dias, quando seu cliente havia sido preso, e ele chamado ao centro de detenção.

Nenhum caso para Phoenix parecia ser fácil. Ele se especializara em homicídio, cuja pena era a morte. Por isso, a acusação levava seu trabalho bastante a sério na hora de juntar as provas e escolher o acusado. Um erro do advogado poderia decidir o fim da vida de alguém. Era uma responsabilidade que pesava no coração dele a cada momento do julgamento.

Contudo, alguns promotores revelavam-se especialmente mais difíceis que outros. Payne, talvez estivesse na base da escala: era um homem honesto e até engraçado quando surpreendido pela defesa. No outro extremo encontravam-se os Von Karmas. Manfred Von Karma talvez tenha sido a pessoa mais difícil de lidar em julgamento para Phoenix. Era um homem sem escrúpulos, em busca de manter seus tantos anos invictos no tribunal, ou seja, era capaz de tudo pela condenação do réu, sendo este inocente ou não.

Esse mesmo homem fizera dois discípulos, que seguiam a risca seu manual de como manipular as provas. Miles Edgeworth e Franziska Von Karma, esta última, sua filha de sangue. Porque muito aconteceu na vida do primeiro, este passou a agir por outros ideais, chegando a ponto de auxiliar a defesa se notasse que aquele no banco dos réus não havia perpetrado o crime. Todavia, a Von Karma júnior seguia a linha do pai, não perdendo o sorriso confiante até o último segundo, ou o aperto em seu chicote, que não poupava nem o pobre juiz.

Por isso, aquela nova vitória sobre a Von Karma tinha um sabor salgado de suor para Phoenix. Ele não se importava de perder para ela, ao contrário da mesma, quem parecia se importar com suas derrotas para o advogado. O problema era a conseqüência dessa decisão. Phoenix sabia que tinha que comprar briga com ela a cada depoimento, ou seria atropelado por seu chicote e teria em suas mãos o sangue de um inocente.

Mas agora estava acabado. Todos celebravam na porta do tribunal: o cliente abraçava sua mãe que tanto torcera por ele, certa de que não fora ele a matar o próprio irmão.

Phoenix sorriu com a cena.

- A senhorita Von Karma parecia pronta a se enforcar com o chicote... – comentou Maya, sua assistente, que retornara de seu treinamento para ajudá-lo nas investigações.

- Eu acho que ela só estava testando o nó para o meu pescoço, - respondeu Phoenix, com um sorriso nervoso.

- Doutor Wright, - chamou seu cliente.

Era tão raro ter alguém que o tratava com o respeito merecido que o advogado custou a notar que era com ele. Então, virou-se:

- Algum problema senhor Black?

- É que minha mãe e eu gostaríamos de levá-los todos ao nosso restaurante para comemorarmos. Eu... não queria nada assim, é difícil sorrir justo depois de meu irmão... o doutor sabe. Mas minha mãe insistiu, e acho que ele gostaria disso. Ele sempre gostou de festa e quando jogava futebol, chamava todo o time adversário sempre que ele ganhava ou perdia!

- Isso devia ser bem lucrativo pro restaurante, não? – perguntou Maya.

- Na verdade, era um grande prejuízo, já que ele oferecia o jantar quando ganhava e... bem, ele era ótimo em campo.

A mãe caiu na risada, parecendo lembrar-se de algo em especial.

- Então, por que não vamos, Nick!? – Maya bateu com as palmas da mão. Se Phoenix a conhecia, ela devia estar faminta após um caso. Normalmente, já o estava durante um.

- Opa! Comida!?

Todos se voltaram para ver o detetive Gumshoe. Ele era sempre a testemunha de acusação, mas, ao mesmo tempo, sempre ajudara Phoenix no que pudera. Mesmo que não intencionalmente.

- Por favor, todos estão convidados! – disse a senhora Black.

E veio um barulho bem alto da barriga do detetive. Com seu salário menor a cada caso, Phoenix temia que ele acabasse por ingerir nutrientes demais durante a celebração e passasse mal.

- E aquela menina bonita, ela não poderia vir? – A senhora Black olhava para trás do detetive, procurando alguém.

- A senhorita Von Karma? – perguntou Gumshoe, nitidamente confuso. - Acho que ela está ocupada agora...

Phoenix sabia que ele estava mentindo. Apesar de sua admiração por Edgeworth, o detetive sempre tentava manter-se o mais distante possível da irmã de criação, ou de seu chicote. Phoenix o compreendia, por isso, decidiu auxiliar:

- Tenho certeza de que ela já tem outros planos com a promotoria, e tudo, né? – disse sorrindo, olhando para os lados.

Gumshoe lhe cochichou:

- Você sabe quando a gente fala nela, ela sempre aparece, né, cara?

- Se sairmos bem rápido, escapamos do chicote...

*WHIP!*

- De que está tentando escapar, Phoenix Wright!?

- Ai... – Gumshoe já estava preparado. *WHIP!* *WHIP!* *WHIP!* Senhorita Von K-K-K *WHIP!* Karma!

- Estava pensando, detetive, talvez seja melhor você morar por aqui... Não creio que depois da próxima revisão de seu salário, você possa pagar qualquer outro lugar! *WHIP!*

Phoenix deu alguns passos para trás. Ela não poderia levá-lo ao estado de pobreza extrema como com o detetive, mas aquele chicote ainda machucava bastante.

- Com licença... – uma voz fraca interrompeu a pequena sessão do terror.

Von Karma, pronta para um novo golpe em Gumshoe, voltou-se para a senhora lhe servira de testemunha no dia anterior. Phoenix viu um resquício de raiva em seu olhar, pois a senhora Black desobedecera veementemente as instruções da acusação e apresentara um testemunho cheio de falhas, por ela não haver realmente visto nada de importante. Mas Phoenix sabia que não era qualquer um que ficava do outro lado de seu chicote, tanto que, durante o julgamento, o juiz, o detetive e ele próprio foram seus únicos receptores. Só não tinha certeza se poderia considerar-se honrado.

- Eu estava pensando... se a senhorita gostaria de vir comer em nosso restaurante.

- Naquele restaurante caind-

Phoenix segurou forte sua boca antes que o insulto saísse. De fato, o restaurante da família Black era bastante inferior mesmo ao que o advogado estava acostumado, quem diria uma princesa criada no estrangeiro como aquela moça. Mas isso não era motivo para ofender uma senhora que acabara de perder o filho e de ver o outro ser preso por isso.

- Seja um pouco mais gentil, se você vai negar! – disse, após arrastá-la até um canto.

- Claro que vou negar, eu estive na cozinha daquela coisa!

- Apenas diga que está ocupada.

*WHIP!*

- E mentir para uma senhora que acabou de perder o filho!?

- Quer dizer que você não está ocupada?

*WHIP!* *WHIP!* *WHIP!*

- Não me chame de desocupada, Phoenix Wright.

- Eu só fiquei surpreso. Vocês, promotores, parecem sempre estar trabalhando em algo. Eu nunca consigo marcar nada com o Edgeworth após um julgamento.

- Isso é porque meu irmãozinho é um antissocial.

"E você é a rainha da sociabilidade..." *WHIP!* - O que eu fiz!?

- Com esse sorriso nos lábios devia estar pensando em algo sarcástico como eu ser a rainha da sociabilidade.

*WHIP!* *WHIP!* *WHIP!* *WHIP!*

- AI! – Phoenix reclamou.

- Não ache que não o vi assentindo, aí.

- Umm, com licença... – Era a senhora Black, que os seguira até aquele canto.

- Você verá agora quem é a rainha da sociabilidade, Phoenix Wright. – Von Karma lhe sorriu.

*WHIP!*

- Isso foi desnecessário!

Enquanto Phoenix se recuperava da surra, presenciou uma cena assustadora: a promotora havia guardado seu chicote e agora sorria para a senhora à sua frente, enquanto segurava o advogado pelo braço.

- Será um prazer jantar com a senhora! – dizia Von Karma, sem soltar o braço de Phoenix. - Ouvi que seu ensopado de lula é o melhor do país, mal posso esperar para experimentar. – E mais sorrisos, desta vez, voltados para ele mesmo. – Estávamos falando agora mesmo disso, não é, Phoenix Wright?

Aqueles dedos longos envoltos em seu braço eram tão doloridos quanto as chicotadas. Assim, ele assentiu sem perder tempo.

Lá se ia seu jantar de celebração, transformado em um prelúdio para o apocalipse.

Continuará...

Anita

Notas da Autora:

Este é o primeiro romance que faço entre Phoenix e Franziska e muuuuito aconteceu enquanto eu o escrevia... Por isso, não sei se o final irá satisfazê-los. Mas espero que sim. Torço que sim. Tomara que sim. Vai, néeeee? rs

Bem, vou atualizando a história ao longo da semana. Mas estarei aguardando seus comentários de que a leram. -olhar de cachorro pidão- Comentem!

Muitos agradecimentos à Nemui e à Vane pelos incentivos ao longo da escrita desta história. E outros ainda mais especiais a todos que estão lendo. Até o próximo capítulo! :D