Vermelho
Ele te chama de Nathaniel.
(Pra ser honesto, você não consegue se lembrar de mais ninguém que te chame assim, nem mesmo seus pais. Nathaniel está na sua certidão de nascimento, mas, nos documentos não-escritos, ou você é Nate, ou é Archibald. Não há meio-termo, e isso não te incomoda, na realidade. Você gosta de Nate e gosta do seu sobrenome, também. A maioria das pessoas gosta. Principalmente do sobrenome.
Ele não.)
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Ele perdeu a virgindade aos treze anos.
(Na época, era óbvio que havia algo entre ele e Georgina, mas você não pensou que chegasse a esse ponto. Demorou um pouco pra você entender que, em se tratando de Chuck, sempre chegava a esse ponto. Com todas as garotas. Você riu um pouco ao notar, semi-acostumado com o jeito dele. Mas não levava nenhuma delas para o quarto. Para a sala, para o banheiro, para a limusine, para um motel. Você pensa que ele nunca chegou a, literalmente, dormir com alguém.)
Ele te contou aos quinze, o tom de voz displicente, apoiado numa das paredes próximas à cama de solteiro, numa das milhares de vezes em que você passou a noite lá.
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Ele gosta de encharpes.
(Ele pegou a vermelha, jogando-a com calma sobre os ombros, o que te fez rir. "Isso é meio gay, sabia?" , ao que ele respondeu, calmo: "Não zoe minha encharpe, Nathaniel. É a minha assinatura.". Mas você apenas riu, segurando uma das pontas que caíam pelo pescoço dele. Até que um sorriso ocupou os lábios de Chuck e você decidiu que estava na hora de soltá-la.)
A favorita dele é a vermelha, mais ou menos da cor do seu rosto quando ele sorri.
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Ele gosta de vinho.
(Você não gostava tanto assim, era um pouco indiferente àquela bebida em particular. Por isso, quando ele abriu uma garrafa e serviu no seu copo, você não se incomodou em beber só por educação. E, quando ele a serviu pela quinta vez, estava sorrindo. E tudo que você enxergou foi o sorriso dele.
Você sorriu de volta.)
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Ele te chama de Nathaniel.
("Eu posso entender a sua empolgação, mas seria eternamente grato se você não arruinasse minha camisa, Nathaniel." Foi o que ele sussurrou, num tom Chuck Bass, num sorriso Chuck Bass. Mas, aqui, a atitude Chuck Bass foi sua, enquanto arrancava-lhe a camisa – que realmente rasgou, mas não foi intencional, você jura – e mordia seu pescoço.)
Ele geme Nathaniel, também.
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Ele gosta de encharpes.
(Você agarrou uma das pontas com força, puxando-o ao seu encontro com mais força. E ele sorriu, e afastou sua mão quando você tentou tirá-la. E você observou por um segundo a ponta vermelha caindo pelos ombros dele, e constatou que ela era longa o bastante para amarrar outras coisas também. E você nunca pensou que algo tão gay pudesse se revelar tão útil.)
Você também.
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Ele perdeu a virgindade aos treze anos.
(Você preferia ter mais cuidado, e tentou pedir que ele o avisasse se doesse, mas ele disse "deixe de frescura, Nathaniel". Mesmo assim, você beijou a nuca dele antes abaixar-lhe as calças, e, antes do grito inicial e dos gemidos contínuos, você podia jurar que ele estava sorrindo.)
Perdeu de novo aos dezesseis.
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N/A: Nossa, Hee, eu nem sei o que dizer aqui, sério. Só implorar o seu perdão pela demora em postar a fic e ainda por cima acabar sendo uma ficlet tão pequena. Você merecia bem mais, mas foi o melhor que eu consegui. Te amo, e feliz aniversário (atrasadíssimo, mas ok). E agradecimentos à Abra pelo título (que acabou sendo vermelho, porque eu conheço pouquíssimas músicas do Panic e a que tu sugeriu não está inclusa nesse grupo D:).
