Explicação: Pessoas, essa fic foi retirada do ar e postada novamente pois eu tinha travado e não conseguia mais escrevê-la, de modo algum. Porém, após lê-la com carinho, decidi que ela deveria passar por uma beta e ser postada mais uma vez. Dessa vez, a continuarei, mas como ela já tem doze capítulos, espero que leiam e esperem por pela continuação. Cora, amo-te por betar minhas insanidades. *-*

Espero que gostem da fic, ainda. ;D


Nome do autor: Fla Cane

Título: Insanity

Sinopse: Pansy conseguiu o que queria. Fred e George também.

Ship: Fred/Pansy/George – Bill/Hermione – Draco/Harry

Gênero: Romance

Classificação: M

Observação: Não é uma fic que se baseia na situação de NC17, apesar de ter, mas a fic é uma visão de como poderia se ocorrer o encontro desses três e como poderiam lidar com um "relacionamento".

Link para a fic se ela já estiver publicada:

N.A.: Idéia inicial no fórum Marauder's Map, e eu resolvi me arriscar. Caminho árduo, mas que sei que escrevi algo muito diferente, e me sinto feliz da vida. Desconsidero DH e ignoro totalmente milhões de coisas dos livros. U.A., pode se dizer, até demais ta?

Bom, se gosta, aproveite.

Se não gosta, boa sorte e clique em Voltar ou X.

Se vai se arriscar, valeu!


Insanity

Fla Cane

Capítulo 1

Olhou-se no espelho pela segunda vez, arrumando a gravata negra e passando as mãos pelos fios dourados, cortados um pouco acima dos ombros. Sua camisa branca de botões estava impecavelmente passada e a saia preta, justa, colada em suas coxas. Seus olhos castanhos e sua pele branca exalavam uma felicidade diferente. Ficaria um pouco mais rica hoje. Não que precisasse do dinheiro, mas seria um bom dinheiro, na verdade, seria um ótimo empreendimento.

Seus olhos fitaram de canto de olho a janela à sua esquerda, e viu que o sol já iluminava totalmente o prédio à frente. Respirou fundo e olhou no relógio da parede, estava quase na hora do encontro. Puxou um batom vermelho da bolsa que estava em sua mesa e o passou. Os contornos de seus lábios ficaram mais ressaltados e Pansy não evitou sorrir ao imaginar o espanto que os compradores teriam ao vê-la. Tirou o excesso com um papel e passou a língua pelos lábios, o sorriso quase estragando tudo.

Não trabalhava porque precisava, trabalhava porque finalmente achara uma coisa que gostava: mexer com o dinheiro de pessoas ricas. O ramo imobiliário bruxo prosperara muito após a morte de Voldemort, e as pessoas que tinham certa influência do Dark Lord, acabaram por se deixar gastar tudo que tiveram medo ou que tiveram que usar com ele ao longo dos anos. Claro, era um trabalho cansativo por muitas vezes, mas valia a pena ver as casas que mais pareciam enormes palácios serem vendidas e o dinheiro de sua comissão aparecer em sua conta. Era bom mexer com a riqueza dos outros.

Seu chefe entrara em sua sala dois dias antes dizendo que um novo comprador aparecera. Eram três homens interessados em uma loja na nova área mais badalada de Londres. Pansy sorriu de modo afetado, sabendo exatamente o porquê de seu chefe ter lhe passado esse cliente: todos eram homens. E se tinha uma especialidade, era vender imóveis para homens. Se fossem casados, era ainda mais fácil. Homens casados tendiam a achar que Pansy iria visitá-los em algum momento, ou então, conforme dizia as vantagens do imóvel, ela lhes prometia que poderiam utilizá-los antes. Mas nunca o fizera, mesmo estando solteira novamente.

Pegou a pasta que seu chefe lhe entregava e viu a pequena placa na frente com as inscrições em preto escrito: Weasley. Seu sorriso se alargou ainda mais abrindo a pasta e vendo que eles estavam extremamente interessados na loja e que ofereciam uma quantia mais alta do que a pedida pelo locatário. Analisou a pasta por alguns minutos e só então percebeu que seu chefe ainda estava ali, parado em frente a sua mesa, esperando por sua resposta.

- Oh, nem preciso lhe dizer que minha comissão nesse caso será maior que o normal, não? – disse vendo-o sorrir e sair da sala balançando a cabeça.

Claro que pedira uma comissão maior, trataria com os Weasley e eles tinham dinheiro devido ao sucesso de suas lojas. Aparentemente existiam seis grandes lojas espalhadas pelo mundo, e duas pequenas em Hogsmead. Respirou fundo e olhou-se outra vez no espelho, vendo seus olhos determinados a fazer essa venda. Pegou a varinha e a apontou para a pasta do contrato em sua mesa, diminuindo-a até que coubesse perfeitamente em sua bolsa preta de mão. Pegou a chave do imóvel e guardou a varinha e a chave na bolsa, saindo de sua sala, andando calma, os saltos de seus scarpins pretos batendo no chão e ecoando no hall, onde a secretária a olhava com certo medo. Parou perto do elevador e riu, girando sobre si mesma e aparatando para o imóvel, onde os Weasley teriam uma leve surpresa.


George encostou-se na parede ao lado da porta da loja, cruzou os braços e olhou Fred e Bill à sua frente, parados no meio da calçada, vendo o movimento que passava entre eles. Várias mulheres se viravam para olhar Bill, que sorria de forma maliciosa, fazendo seus irmãos rirem. Bill estava solteiro outra vez e estava perto da lua cheia, o suficiente para se explicar o modo como as mulheres agiam perto dele. Algumas se intimidavam com as cicatrizes no rosto, mas outras achavam aquilo extremamente atraente, e o ruivo mais velho se aproveitava disso.

- Que horas falaram que a corretora estaria aqui? – Fred perguntou para Bill, que havia ligado na Imobiliária e perguntado duas vezes para terem certeza do horário.

- Às 11 horas. – olhou para o relógio no alto da torre no fim da rua e viu que faltavam apenas cinco minutos para as 11. – Acha que irá se atrasar?

- Se tem uma coisa que odeio, é atraso. E lerdeza, também. – uma voz feminina se fez ouvir entre eles e os três olharam para a loira que estava parada perto da porta. Ela segurava uma bolsa na mão e olhava atentamente para Bill, tentando lembrar-se qual dos Weasley ele era. Óbvio que não era um dos gêmeos, pois eles estavam ali perto. Não perdeu muito seu tempo tentando descobrir qual deles o ruivo com cicatrizes era, apenas virou-se, indo até a porta e olhando para George. – Sr. Weasley.

George estendeu a mão e apertou a dela, sorrindo ao vê-la sorrir e olhá-lo com firmeza nos olhos. Pansy sabia bem que eles não haviam a reconhecido.

- Srta...?

- Parkinson. – respondeu puxando uma chave de dentro da bolsa e abrindo a porta da loja. George ao ouvir o nome olhou para Fred e o viu levantar a cabeça, como se pedisse que ele lhe lembrasse quem ela era, pois o nome não era de todo estranho.

Entraram na pequena porta aos fundos da loja, Pansy na frente, acendendo a luz e mostrando o enorme depósito, falando brevemente das vantagens, evitando olhar diretamente para os olhos do ruivo com as cicatrizes. Tinha que vender aquela loja e tinha que ser para os gêmeos, eles pagariam um valor alto por aquele imóvel e ela queria aquela comissão.

Demorou-se mais de quarenta e cinco minutos com Fred e George olhando cada mínimo milímetro da loja, batendo em madeiras, verificando portas e janelas, fazendo perguntas. E Pansy respondia a todas com calma, sabendo que clientes com muito dinheiro e muita vontade de comprar eram exatamente assim. Sorriu quando eles decidiram que queriam ver o contrato para finalizarem tudo, convidando Pansy para almoçar em um restaurante na outra rua. Foram os quatro andando calmamente, Pansy conversando com Fred logo atrás e Bill conversando com George na frente, a voz dos dois extremamente baixas.

- Lembra-se dela? – Bill perguntou, o irmão a seu lado apenas disse que não. – Era uma das que a família era partidária de Voldemort. Se não me engano, ela foi quase condenada também.

- Pansy Parkinson. – George disse baixo, como se para si mesmo, lembrando-se da garota não tão atraente, mas que conseguia chamar a atenção de todos pelas companhias que andava: Malfoy e Zabini. Lembrava-se brevemente do rosto dela quando mais nova, mas o rosto que via hoje era quase que diferente demais. Não que a mulher que conversava com seu irmão a alguns passos atrás fosse extremamente atraente, na verdade, ela tinha uma beleza rústica. Nada muito chamativo, apenas belo.

- Exato, ela mesma. – Bill abriu a porta e esperou que todos passassem, Pansy ficando por último. Ele se aproximou quando ela estava passando, falando baixo. – Pansy Parkinson?

- Em cheio. – sua voz séria era apenas denunciada pela diversão em seus olhos. Sabia muito bem que os dois que andavam à frente falavam dela. Era algo quase clássico.

Entraram no restaurante com paredes claras, muitas mesas e muitas pessoas, que já pediam ou esperavam suas refeições. Eram mesas de cinco lugares, cadeiras de metal, com estofamento na mesma cor das paredes. Toalhas brancas, impecáveis, pratos de porcelana fina e talheres reluzindo à menor luz. Pansy percebeu que esse seria um almoço caro. Para a firma, claro.

Fred puxou a cadeira para que Pansy se sentasse, e a loira agradeceu e se sentou, tirou da bolsa o contrato, mas deixou na mesa no tamanho reduzido, enquanto os ruivos se sentavam e começavam a olhar o cardápio. Não se passaram cinco minutos e eles já haviam feito o pedido, Pansy já tomava sua taça de vinho e os rapazes, cerveja.

- Então, Srta. Parkinson, trabalha nesse ramo há muito tempo? – George perguntou, a curiosidade não era tanta, mas queria ver se ela falava algo sobre os tempos do colégio.

- Há algum tempo, Sr. Weasley. – bebeu mais um pouco do vinho e sorriu. Tinha a atenção dos três homens e sabia exatamente o que eles estavam fazendo. – Tem lojas em muitos lugares. Devem ter um sistema muito bom de finanças.

- Sim. Administramos muito bem. – Bill respondeu, afinal era sua parte nos negócios de Fred e George.

- Afinal, dinheiro não parece ser problema para a compra do imóvel. – Pansy sorriu de forma calorosa para Bill, mas todos viram que era um sorriso forçado. Fred riu.

- Certo, odeio jogos e sabe bem quem somos. – Pansy levantou ambas as sobrancelhas com a frase de Fred. – E sabemos bem quem é.

- Oh, sabem? – os desafiou rindo baixo.

- Pansy Parkinson. Estudava no mesmo ano que nosso irmão mais novo, Ronald. – a loira continuou em silêncio, apenas olhando para todos eles. – Ou estamos enganados?

- Não. Meu nome é Pansy Parkinson, e realmente estudei no mesmo ano que o irmão de vocês.

- E estava do outro lado da Guerra. – Bill provocou, mas estava sorrindo quando falou. Pansy apenas o olhou sem dizer nada, ou expressar algo.

- E agora está sentada na mesma mesa que três Gryffindors. – Fred continuou falando, ignorando a frase de Bill, não querendo arrumar confusão com a loira. Mas a provocação fora bem feita.

- Não me encontro na escola, muito menos na Slytherin. Mas sempre serei uma. – deixou bem claro aquilo, apesar de que seu pensamento sobre isso mudara, e muito, após a Guerra. – Mas devo dizer que entre adultos, acho que podemos conversar e resolver sobre o contrato do imóvel, sem que a casa em que pertencemos, nos atrapalhe, sim?

- Uma grande mudança, devo acrescentar. – George disse tomando sua cerveja e recostando-se na cadeira. Pansy ficou em silêncio e pouco tempo depois o garçom trouxe a refeição, e os três ruivos comeram e conversaram, enquanto a loira apenas escutava e sorria forçadamente ocasionalmente.

Ao final, quando os pratos das sobremesas já haviam sido retirados e os cafés colocados na frente de cada um deles, Pansy fez o contrato ficar em seu tamanho normal, entregou para Fred. George aproximou-se do irmão, e os dois revisaram o que lá estava escrito. Bill ficou sentado em sua cadeira, estava ali apenas para acompanhar os irmãos e ver o local que eles comprariam. Mas sua atenção foi tragada por Pansy, que parecia estar extremamente pensativa.

- Algo lhe desagradou na comida?

- Apenas esperando a decisão de seus irmãos, Sr. Weasley. – olhou brevemente para ele enquanto falava.

- O nome é Willian. – falou olhando-a nos olhos, vendo aqueles olhos escuros brilharem com certo divertimento.

- Prefiro Sr. Weasley. – respondeu e viu que Fred e George abaixavam as folhas do contrato, como que chamando sua atenção. – Então, alguma pergunta, ou podemos oficializar a abertura de mais uma loja dos irmãos Weasley?

- Uma pergunta antes de assinarmos. – a palavra 'assinarmos' fez Pansy ficar mais sorridente para George. – Sabia que seríamos nós a comprar o imóvel?

Pansy deliberou alguns segundos antes de responder, seus olhos fixos nos olhos de George, mas prestava atenção em Fred e em Willian. Poderia lhes dizer que não, que soubera de última hora e não conseguira escapar, despertar a leve e antiga rivalidade entre as casas. Mas estava com a comissão praticamente jogada em sua conta, e por nada deixaria aquilo se desviar do objetivo. Sinceridade parecia a melhor jogada, mesmo que pudesse ser uma verdade enfeitada. Ajeitou-se na cadeira de metal, seus dentes encontraram o lábio inferior, mordendo-o por um breve segundo, evitando um sorriso de deboche e piscou algumas vezes, pronta para responder o que eles queriam ouvir. Como sempre o fazia.

- Sim. Meu chefe entregou a pasta do caso, analisando as datas de seu nascimento e vendo que poderíamos ter estudado juntos em Hogwarts. – era uma meia verdade, mas aquilo pareceu agradar aos gêmeos.

- Certo. – Fred não se convenceu com a resposta, mas mesmo assim puxou uma caneta do bolso da camisa cinza que vestia e assinou nos locais indicados. Passou a caneta para George, que repetiu os gestos e fechou o contrato, entregando-o novamente para a loira.

Sorriu de forma quase que insana, eles não pediram para levarem o contrato para verem com calma, não exigiram nada referente ao valor estipulado, ligeiramente mais alto que o inicial. Apenas assinaram e devolveram as folhas para ela, Pansy assentiu e destacou quatro folhas, as vias que ficariam com eles. A chave seria entregue, ela poderia se levantar, pagar a conta e ir embora, um pouco mais rica.

- Aqui está a via dos senhores e a chave do imóvel. – tudo cordial, tudo dentro da linha. Mas Pansy percebeu que nenhum deles dissera nada, levantou os olhos das folhas e da chave e viu que os três homens a fitavam. – Algo errado?

- Não, apenas... – George começou, mas hesitou por um momento, dando abertura para Fred continuar.

- Nada. – balançou a cabeça para os lados, um sorriso amarelo em seus lábios. Tudo indicava desconforto, mas os olhos deles indicavam certo divertimento. E a loira soube que era o divertimento em vê-la tratá-los de forma tão fria e ao mesmo tempo calorosa, como tratava todos os clientes. Até mesmo os mais atrevidos. – Nada.

- Pois bem, a chave. – entregou a chave para George, e fechou a bolsa após reduzir o contrato novamente. Viu que eles se levantavam e se levantou também, agradecendo quando Willian segurou sua mão para ajudá-la.

- O pagamento será feito hoje mesmo, Srta. Parkinson. – Fred viu a loira concordar com a cabeça, mas aquilo pouco interessava, tinham na verdade quarenta e oito horas para fazerem o depósito ou a chave desapareceria das mãos deles e voltaria para o cofre da empresa, lacrando o local também, tendo pessoas ou não no interior.

- Foi um prazer. – disse ao apertar a mão dos três ruivos e seguir para pagar a conta aos fundos, enquanto eles a olhavam andar. Bill balançou a cabeça e riu.

- É, foi interessante. – começou a andar em direção à porta, mas viu que os gêmeos ficaram para trás, parados ainda no mesmo local. – O que houve?

Os gêmeos balançaram a cabeça e começaram a andar em direção à porta, sorrindo de forma sincera, mas que puxava demais os cantos das bocas para os lados, tornando então um sorriso malicioso, cobertos de intenções que Willian teve certeza, incluíam a loira virada de costas.


Continua...