Amor Eterno
Havia muito tempo que o santuário já não era mais o mesmo, a paz e tranqüilidade que reinavam no ar, tinham sido substituídas por uma sombra negra.
No entanto aquela noite parecia estar mais sombria e fria que de costume. Dois amigos conversavam aos pés da escadaria da casa de peixes, enquanto um parecia completamente alheio a tudo aquilo, o outro trazia em sua face o peso daquela sombra.
Sinceramente, eu não sou capaz de entender como alguém pode ser tão idiota de ficar lutando contra um sentimento durante tantos anos!
A culpa não é dele Milo. Nossas personalidades são moldadas pelo nosso treinamento, veja eu, acha por acaso que sempre fui assim? Eu era um menino normal, como qualquer outro, foi meu treinamento que me tornou da forma que sou hoje.
Afrodite havia passado a noite toda distante, muitas vezes parecia nem ouvir as lamentações de Milo, e as poucas vezes que se pronunciara, divagava mais sobre si mesmo do que qualquer outra coisa, trazendo sempre um tom de amargura na bela voz.
Afrodite eu...eu nunca imaginei que fosse infeliz por ser assim. – Milo parecia em fim se dar conta da melancolia que dominava o seu, outrora sempre alegre, amigo.
Oh não Milo, eu não sou infeliz por isso. Pelo contrario, depois que você se acostuma com a maquiagem e com salto alto, você até gosta. E sinceramente, não sei se conseguiria viver sem eles hoje. – com o fim da frase, Afrodite esboçou o que poderia ser um sorriso, mas logo voltou a feição amarga e resignada de antes. E encarando uma das poucas estrelas que ousava aparecer àquela noite, continuou. – Mas tudo isso foi imposto a mim, da mesma forma que toda essa frieza foi imposta ao Camus, por isso não deve culpa-lo. Pra ele o fato de amar alguém o torna fraco...e de certa forma ele não ta errado.
Milo se aproximou, sentando-se mais perto do amigo. Afrodite estava começando a assusta-lo com aquilo, ele não era de ficar falando de si mesmo e nem de seus sentimentos, e muito menos de ficar defendendo o Camus. Pelo contrario, os dois às vezes pareciam não se suportar, e Milo já havia perdido as contas de quantas vezes teve separar brigas dos dois.
Me perdoa, Dite. Eu fiquei aqui a noite toda falando de mim e...e nem me dei conta do seu estado. Me fala o que aconteceu pra você fica deprimido desse jeito?
Afrodite pegou a mão de Milo, apertando-a entre a suas, com a mesma intensidade das suas palavras angustiadas.
Milo eu fiz muitas escolhas erradas na minha vida, fiz muitas coisas ruins, mas eu não...eu não sou uma pessoa ruim, Milo – Afrodite lutava contra as lagrimas que insistiam em despontar em seus olhos. – Eu juro, juro que se eu tivesse uma segunda chance eu...eu teria feito tudo diferente, teria feito tudo certo...
Milo o interrompeu, enxugando suas lagrimas, abraçando e acariciando seus cabelos. Depois de um breve e reconfortante silêncio, Milo falou, sem separar o abraço.
Esta falando como um condenado a morte Dite, por quê?
Por que talvez eu seja um... – Falou separando-se do abraço.
Diz isso por causa daqueles cavaleiros de bronze que pretendem nos desafiar amanhã?! Então é isso, o todo poderoso Afrodite esta com medo de meia dúzia de crianças?! – Milo tentava descontrair,conseguindo tirar um pequeno sorriso dos lábios do pisciniano, e com a mão direita levantou carinhosamente o rosto de seu amigo procurando olha-lo nos olhos. - São apenas reles cavaleiros de bronze, não há com que se preocupar. Não vão passar nem pelas primeiras casas, quanto mais chegar até a sua. – Milo mudou o tom jocoso que usara na frase anterior, para um mais terno, tentando consolar o amigo.
Eu sei disso, sei que somos cavaleiros de ouro, que eles não são nada pra gente, mas ainda assim algo me diz que muitos de nós não vão sobreviver amanhã!
A frase que Afrodite dissera fora exatamente essa, porém aos ouvidos de Milo fora como se ele tivesse dito que Camus não sobreviveria. Aquela simples hipótese deixou Milo em pânico, ele se levantou depressa e ficou encarando interrogativamente o amigo que sabia exatamente o que se passava em sua cabeça.
O que vocês estão fazendo acordados a essa hora?! Não sabem que amanhã teremos um dia complicado?!
Camus?! – Milo virou-se, correndo em direção a Camus, o abraçando e não contendo o choro. - Camus eu nunca vou permitir que eles te machuquem, ta me ouvindo? Nunca! Eu vou te proteger nem que isso custe minha própria vida...
Camus apenas trocou olhares com Afrodite sem precisar de muito mais para se dar conta do que estava acontecendo.
- Ora, Milo pare de dizer asneiras, e vá para sua casa descansar, que como eu já disse amanhã teremos um dia muito complicado. - Camus disse, enquanto separava o abraço e enxugava ternamente as lagrimas de Milo.
Nem que eu morra, mas se aqueles cavaleiros realmente tentarem nos desafiar, eu não vou deixar que eles cheguem nem na sua casa Afrodite e...e nem na sua Camus. – Milo disse antes de descer em direção a casa de escorpião.
Camus e Afrodite ficaram observando o jovem cavaleiro descer as escadarias, e ambos sentiam o mesmo pesar no coração, pois sabiam que aquela podia ser a ultima vez que viam a pessoa que mais amavam no mundo.
Também pode sentir não é?!
Sim, mas acho que não deveria ter dito nada a ele. – Camus respondeu a pergunta de Afrodite sem ao menos se virar para vê-lo.
Milo já não é mais uma criancinha, Camus.
Mas é ingênuo como uma. – A resposta veio antes mesmo que Afrodite pudesse terminar a frase. – Até hoje não me conformo de terem deixado uma pessoa tão ingênua quanto ele se tornar um cavaleiro.
O mais irônico é que essa mesma ingenuidade o fará ter um destino diferente do nosso amanhã. – Afrodite falou levantando-se e se dirigindo para sua casa.
Camus ainda ficou por um breve momento em silêncio, olhando para o céu. O pior para ele com certeza, não era pressentir a própria morte, era saber que iria morrer sem tem tido coragem de dizer o quanto amava Milo.
OoOoOoOoOoO
A palhaçona aqui tentando fazer um drama...i ainda por cima um drama de Camus i Milo (uhhh to com medaa!!) será q vai presta?...bem isso saum vcs q vaum dizer!!
Mandem reiews!!!
I obrigado por lerem!!!
BjOos!!