N/T: O título 'Devine' é uma palavra francesa e é traduzido para o inglês como 'To Guess' de acordo com a autora. Em português pode ser traduzido como 'achar' no sentido de estar dando um palpite sem ter muita certeza. Outras palavras como 'supor', 'calcular' ou 'chutar' dão o mesmo sentido.

Disclaimer: A Saga Crepúsculo e todos os seus personagens pertencem à Stephenie Meyer. Esta fic também não é minha, ela pertence à duskri123 e seus links em inglês (incluindo a página da autora) estão no meu perfil.

Agradecimentos da Tradutora: Nikky, o que seria de mim sem você? Obrigada por sair da sua 'aposentadoria' e sacrificar todas as suas notas 10 na faculdade para me ajudar nesse projeto mesmo já tendo dito que ia parar de escrever/traduzir/betar fics. duskri123, muito obrigada por escrever essa incrível fic e me tirar da realidade por incontáveis horas! Nunca vou conseguir te dizer o quão feliz eu estou por estar traduzindo suas histórias, mas eu tenho a vida toda para expressar isso =D

Victoire.

Nota da Autora: Oi, pessoal. Sou duskri123, ou Kriss, não importa. O meu muito obrigada à Victoire Lestrange por traduzir essa fic para mim, eu tive várias outras ofertas, mas eles só queriam traduzir uma das três fics da Trilogia e ela realmente queria se dar ao trabalho de traduzir os TRÊS. Então isso foi uma grande vantagem pra mim. Além disso, Respirer e Amour foram betadas. Essa beta recebeu os agradecimentos e sabe quem é. Devine começou a ser betada por minha nova beta TheFaintHeart, assim, muito carinho e obrigada à ela por isso. Todas as três histórias são Rated M por vários motivos incluindo violência não limitada, sexo e muito mais. Qualquer referência à 'O Peter sabe das merdas' (all knowing Peter) é propriedade de IdreamofEddy e sua mente fantástica, meu carinho e agradecimento à ela também. Sinta-se livre para me mandar uma MP se tiver alguma dúvida que Victoire não pode/não conseguiu responder, o link do meu perfil está na página dela. Um conselho... Mantenha a mente aberta quando você chegar no segundo e teceiro. Nem tudo o que parece é verdade.

Kriss.


Primeiro Capítulo

Eu sentia o sol formigando na minha pele; aquecendo a pele de granito, intitulei a mim mesmo. 'O que eu não daria para ser humano novamente, só por um dia', minha mente pensou errante.

Meu irmão Edward riu do outro lado da parede que unia nossos quartos.

"Continue desejando isso Jasper e pode se tornar realidade," ele riu baixinho. Eu não podia apenas ouvir o sarcasmo escorrendo a cada palavra, eu sentia também. Essa era a merda da coisa toda.

Veja; todos na nossa família, se você quiser nos chamar assim, eram vampiros. Sim, eu sei, difícil de acreditar, a coisa das lendas, monte de besteiras, o de sempre, o de sempre. No entanto, é verdade. E alguns de nós tem dons. Nem todos nós gostamos deles, nem estamos agradecidos, mas nós temos.

Me tome por exemplo, eu sou um empata. Posso sentir tudo o que os outros sentem. Posso sentir o desagrado de um professor repreendendo, o amor de uma mãe cada vez que olha para seu filho, a luxúria de amantes, e o ódio de inimigos.

Agora me coloque em uma sala preenchida com trinta adolescentes luxuriosos, ciumentos, e montados de hormônios à flor da pele e imagine o que eu sinto. É um inferno absoluto, e é pra lá que eu estava indo hoje.

Ensino Médio, simplesmente fantástico.

As vezes ser um vampiro podia ser realmente frustrante. Nós víamos tudo o que os outros viam, porém dez vezes melhor. Ouvíamos tudo o que os outros ouviam, porém dez vezes melhor. Éramos inumanamente rápidos e fortes, e cada um de nós era extraordinariamente bonito. Nós eramos ferozmente protetores com aqueles que amamos, extremamente possessivos com o que era nosso, e ocasionalmente o ciúme poderia facilmente dominar nossos pensamentos.

A sede era o pior de tudo. A maior parte da minha família podia facilmente super a sede de sangue que se alastrava dentro deles, mas eu tinha que me esforçar mais. Nossa família era o que nós gostavamos de chamar de vegetarianos, uma espécie de piada interna. Só bebíamos o sangue de animais, ao invés de nos alimentarmos de humanos. Estar próximo de humanos causava uma constante queimação na minha garganta, o veneno empoçava na minha boca, quase como saliva. Engolir o veneno só piorava a queimação.

Tentavamos nos encaixar entre os humanos, criando uma vida para nós mesmos do jeito humano. Isso nos permitia viver em um único lugar por anos, a menos que algo aconteça e force nossa família a arrumar as malar e ir embora.

Fazia quase 65 anos desde que eu entrei para o Clã dos Cullen, 64 anos desde que Carlisle me deu um bracelete com o brasão da família Cullen, e cada ano, cada maldito ano desde então, eu tinha cometido um deslize, menos os últimos 2 anos e 43 dias. Mas ainda era uma luta, e me colocar num colégio de Ensino Médio lotado de alunos cheios de sangue realmente não estava ajudando.

Eu gemi embora verdadeiramente não precisasse, e levantei do meu sofá de couro.

"Apresse-se, Jazz!" meu outro 'irmão' vampiro, Emmett, gritou lá debaixo na garagem.

Ele realmente não precisava gritar. Eu podia ouví-lo claramente com meus sentidos sobre-humanos. Acho que era apenas um hábito do Emmett; ele era como um menino no corpo de um homem. Enorme e musculoso pra caramba, então quando você olha pra ele, você supõe que ele tem uma grande personalidade. Você estaria certo com essa suposição.

Rapidamente calcei os Genuine Levis e uma lisa camisa branca de manga longa simples. Eu raramente usava camisas de manga curta. As cicatrizes, figurativas e literais do meu passado despedaçaram minha alma e meu corpo, mas isso é uma história para outra hora, outro dia.

Elas automaticamente gritavam 'PERIGO, PARA TRÁS, PORRA'. Eu normalmente captava emoções idênticas quando outros vampiros viram minhas cicatrizes pela primeira vez. Medo, apreensão, admiração, fascínio, suspeita, mas sempre volta para medo no final.

Eu acho que eles viram isso como forma mais simples. Se eu estive em muitas batalhas, e tenho muitas cicatrizes, e ainda existo, eles nunca teriam uma chance. Então volte pro inferno, e isso seria sábio. Meu espaço pessoal devia ser respeitado por todos que queriam entrar em contato comigo. Mesmo Esme, minha confidente mais íntima, minha mãe em todos os sentidos exceto sangue, era cuidadosa com meu espaço pessoal. Eu era solitário, recluso, até mesmo estranho dentro da minha própria família.

As vezes eu me perguntava se ainda fazia parte dela.

Ouvi um suspiro vindo da soleira da porta e percebi que Edward estava ali o tempo todo, escutando minhas divagações internas. Um grunido escapou de mim; eu acho que era coisa de vampiro.

"Me deixe em paz, Edward, eu estou muito bem, merda," o sotaque sulista na minha voz começava a escapar quando eu estava chateado.

Ou talvez fosse apenas o aborrecimento dele escoando para meu fluxo emocional.

Ele assentiu ligeiramente, um sorriso se formando no seu rosto, "Nós apreciamos muito sua companhia, Jasper. Você é um filho e um irmão, você tem um papel único nessa família e sabe disso. Apartir do momento em que Alice e eu te encontramos na Filadélfia e o trouxemos para se juntar à nossa família, você se encaixou perfeitamente. Pode parecer que eu não me importo a maior parte do tempo, mas você sabe, você pode sentir que não é isso."

Suas palavras sairam rápidas e baixas, baixo o suficiente para não deixar o resto das orelhas sobre-humanas na área ouvirem o que ele estava dizendo. Deixei minha gratidão e amor fluirem livremente, o meu próprio jeito de dizer 'obrigada'.

Edward e Alice estavam saindo juntos mais do que de costume. Eu sabia que não era para passar um tempo em particular, eles sempre voltavam confusos e um pouco frustrados. Ultimamente nenhum deles se incomodava muito comigo.

Olhei pra ele e percebi o olhar distante no seu rosto.

"O que está acontecendo, Edward?" perguntei.

"Nada com que deva se preocupar, são apenas algumas visões que Alice vem tendo ultimamente; coisas que estão fora do nosso controle."

Um leve pânico me atravessou, eu me perguntei se seria algo com a família, ou se eu iria escorregar. Escorregar sempre foi um problema constante no fundo da minha mente.

"Não, Jasper. Não é isso," ele respondeu aos meus pensamentos.

"Bem, então o quê?"

Ele me lançou o que eu gostava de chamar de 'Olhar da Alice'. O tipo de olhar que, porra, você só sabe que eles estão escondendo alguma coisa. Um olhar que dizia: 'Eu sei algo que você não sabe'.

"Não me insulte irmão," eu murmurei, roçando nele ao passar pela porta e indo para o Jipe do Emmett.

Pulei na parte de trás, agarrando a porta para fechá-la, só pra ser bloqueado por Alice prendendo sua pequena mãozinha na porta.

O rosto da fada se iluminou num sorriso.

"Seja simpático, Jazzy," eu rolei meus olhos pelo afeto. Ela sabia que eu odiava esse apelhido. Jasper é o meu nome, Jazz eu gostava, Jazzy eu malditamente desprezava. "Você vai descobrir em breve. É a única razão para você estar aqui, a única razão pra você existir."

Antes que eu pudesse responder às suas coisas psíquicas surreais, ela já tinha fechado a porta e saltado para o Volvo do Edward, uma nuvem de poeira sujando a calçada onde eles haviam estado anteriormente.

Eu nem sequer dei um segundo pensamento às palavras dela. Porque deveria? Isso nunca me fez nenhum bem no passado.

Alice sempre interferia, ela era boa nisso, nisso e em fazer compras. Eu acho que posso ver porquê Alice e Edward eram tão perfeitos um para o outro. Edward estava constantemente mal-humorado, e Alice estava constamente feliz. Eles equilibravam um ao outro perfeitamente, Alice fazia Edward ficar feliz, e Edward baixava um pouco a bola dela.

Ouvi os gracejos dos meus outros irmãos, Emmett e Rosalie. Eles eram companheiros. Ela parecia aborrecida com ele, mas a luxúria e o amor por baixo nas emoções dela contavam outra história. Eu rapidamente saí de sintonia, voltando aos meus pensamentos, eles eram minha única constância.

Esme e Carlisle, nossos pais para todos os efeitos, eram companheiros também. Vai entender. Isso me deixava de fora como homem ímpar, literalmente. Acho que você poderia dizer que eu sou sozinho, e às vezes precisava sair por algum tempo para ficar longe de todos os casais felizes. Estar sozinho por séculos quando todos em volta tinham alguém perfeito pra eles, bem, isso pode ser uma coisa bem deprimente na sua existência. Eu sei que isso tem me afetado, especialmente quando se está cercado com o amor e luxúria deles, apesar de nenhum ser seu.

Mas isso não queria dizer que eu não tive 'relacionamentos' vampíricos para passar o tempo em todos os meus anos, porque eu certamente tive. Qualquer um teria. Distrações podem ser boas, e sem essa coisa de amarras só por isso mesmo, sem dano sem falta. Ambas as partes poderiam se divertir um pouco, usando um ao outro quando necessário, em seguida dar no pé com um sorriso e um simples 'boa sorte e tenha uma boa existência'.

Acompanhantes era uma coisa, companheiros eram algo totalmente diferente.

As emoções de centenas de adolescentes começaram a se fundir ao meu fluxo emocional; fluindo rudemente pelo meu corpo e me fazendo sentir contaminado novamente. Eu quase perdi o controle das minhas emoções quando saí do Jipe.

"Você está completamente certo, Jasper," a voz do Edward me trouxe de volta à realidade novamente. Olhei para ele confuso, "Companheiros, eles certamente são algo completamente diferente." Edward podia ouvir a mente das pessoas a quem ele estava familiarizado à quilômetros. Eu realmente precisava conseguir mantes meus malditos pensamentos fora.

Isso me rendeu um olhar do resto dos meus irmãos. Rolei meus olhos pegando meus livros no banco de trás.

"Vamos começar esse show de merda ou não?" Rosalie interveio, me salvando de explicar para Emmett, que sem dúvida tiraria sarro dos meus pensamentos vagos.

Dei-lhe um olhar agradecido e uma dose de gratidão emocional. Ela sorriu de volta e de uma forma muito humana, todos caminhamos para a porta da frente da escola.