Disclaimer: Saint Seiya não pertence, mas sim à Masami Kurumada, Toei e Cia.

Esta fic foi escrita como parte do Desafio Perva do Grupo Saint Seiya Ficwriters – Facebook.

Contém hentai threesome (o famigerado ménage a trois), yuri/orange ou insinuações de yuri/Orange.

Ícaro é uma personagem original, criada para representar o Darkest Ikarus.

O nome da fic é o mesmo de uma música do Black Keys, embora eu não tenha usado a música como inspiração. Achei que o nome combinava. xD

E a fic é baseada em um arco do filme Para Roma Com Amor, do Woody Allen.

Perdoem quaisquer erros de digitação. Não passei para betagem, para dar tempo de postar logo xD

Girl Is On My Mind

Batia insistentemente nas teclas do notebook, tentando finalizar aquele capítulo. Estava exausto. Trabalhava naquela parte do romance há horas, mas não estava satisfeito ainda. Tentando reorganizar as idéias e os pensamentos, recostou-se no sofá de couro do café. Bateu o olho no relógio no canto direito da tela e se deu conta de que já havia se passado tempo demais. Estava atrasado.

Salvou o arquivo e baixou a tela do computador, pedindo a conta, depois de terminar seu café. Pegou a máquina e a colocou na case, pendurando-a sobre o ombro, a tiracolo e saindo rapidamente.

Tinha marcado de ir a uma festa de aniversário com a namorada, mas se perdeu nas horas, enquanto escrevia. Ele precisava terminar aquele romance logo e enviar para a editora, que já lhe cobrava um novo livro para ser publicado há alguns meses.

Logo ao pisar na rua, uma chuva razoavelmente forte começou a cair. O suficiente para molhar sua roupa e deixa-lo com os fios pretos e lisos escorridos sobre a testa e pingando, atrapalhando sua visão.

- Droga! A Yuzu vai me matar!

Ícaro andava depressa, os passos apressados misturados ao de uma multidão que naquele momento passava pelo centro da cidade para voltar para suas respectivas casas. Bufou. A chuva estava um pouco fria e a temperatura caía, fazendo com que sua respiração formasse uma pequena nuvenzinha de vapor.

Desistindo de pegar o metrô ou um ônibus para sua casa, já que agora haveria muita gente usando o transporte público, decidiu pegar um táxi. Parou no meio fio, estendendo a mão e chamando um dos carros brancos.

- Por favor, para a Afonso Pena, perto da Praça das Bandeiras. – Pediu ao taxista, assim que entrou no carro.

O taxista logo deu a partida, e seguiu seu caminho.

As gotas grossas da chuva caíam sobre o vidro do automóvel, fazendo um ruído relaxante. O trânsito estava terrível, e não haveria nada que Ícaro poderia fazer agora. Resolveu ligar o Music Player do celular, colocando alguma música que o ajudasse a relaxar.

Encostou a cabeça no vidro e ficou observando a cidade, com suas luzes acesas e distorcidas pela água. Suspirou e pegou o celular, digitando.

"Yuzu, estou preso no trânsito. Vou chegar atrasado. Por favor, deixa separado o meu jeans escuro e alguma camisa? Me desculpe. Te amo."

Esperava que a ariana não ficasse muito brava. Resolvera ir para um café para poder ter um pouco de inspiração. Mudar um pouco de ares poderia ajudar. Mas foi em vão.

Após um bom tempo no trânsito, o táxi finalmente chegou perto do ponto onde ele ia saltar.

- Pode parar aqui mesmo. Eu continuo a pé. Quanto deu?

- Trinta reais.

- Tudo isso?

O motorista deu de ombros. O valor alcançara aquele nível mais por conta do tempo que demoraram do que pelo trajeto em si. Ícaro soltou o ar pesadamente.

- Certo... Aqui está. Obrigado.

Desceu do táxi, seguindo a pé até o prédio onde morava, a menos de uma quadra dali. Ao chegar no Hall do prédio, foi imediatamente abordado pelo porteiro.

- Seu Ícaro, o senhor vai me desculpar, "mais" o síndico mandou dizer que com o pé molhado, tem de subir pelo elevador de serviço.

O jovem escritor fitou o porteiro num misto de descrença e exaspero. Tudo que ele queria era poder subir, tomar um banho quente – já se sentia congelando até os ossos – e poder encontrar o aconchego de seu lar. Resignado, balançou a cabeça assentindo e foi para o elevador de serviço.

- Tudo bem, Severino. Tudo bem...

Entrou no elevador, apertando o botão do décimo andar. Encostou as costas na placa de metal que fazia a parede, passando as mãos pelos cabelos molhados. Havia sido um dia difícil. Não por ter passado por algo realmente estressante, mas por não ter conseguido escrever quase nada. E a editora havia mandado pelo menos três e-mails durante aquele dia todo, cobrando o tal do romance.

Como se ele conseguisse terminar um romance inteiro em um intervalo de... quatro horas.

Fechou os olhos por uns instantes. O que mais queria agora era simplesmente poder ficar em casa e descansar. Mas havia esse aniversário para ir. Ia falar com Yuzuriha e pedir para que, se fosse possível, não demorassem muito lá.

O elevador parou e apitou, indicando estar no décimo andar. Ele saiu, com os sapatos fazendo barulhos engraçados enquanto ele andava. Ia entrar pela entrada social do apartamento, mas achou melhor entrar pela de serviço. Estava encharcado.

Pegou a chave no bolso, destrancando a porta e entrou, fechando-a em seguida, para então, colocar a case com o notebook sobre a máquina de secar roupas. Retirou o casaco molhado, a camisa encharcada e os sapatos e as meias. Colocou tudo na lavadora, e então, tirou o jeans, também o colocando lá, depois de pegar a carteira e o celular.

- Ícaro? – Uma garota loira, de longos cabelos lisos e olhos azuis escuros apareceu na cozinha.

- Oi, Yuzu! O trânsito estava um inferno... e essa chuva... Me desculpa... Acabei atrasando.

- Tudo bem... Eles adiaram em uma hora, por causa da chuva... – Ela se aproximou e o abraçou, beijando seu ombro. – Como foi seu dia? Conseguiu escrever?

- Yuzu, eu estou todo molhado!

- Eu não me importo. – Ela sorriu. – E você não me respondeu...

- Hum... Não consegui escrever nada. É incrível como nos momentos críticos do romance, eu fico simplesmente sem idéia nenhuma!

- Calma, querido... Você vai conseguir escrever... Você só precisa... – Depositou outro beijo em seu ombro. – De um banho relaxante, descansar, comer alguma coisa, beber um pouquinho e se divertir!

- É, talvez eu precise mesmo... – suspirou, afundando o rosto na curva do pescoço de Yuzuriha.

Ficou ali um tempo, abraçado a namorada. Amava tanto Yuzuriha. Ambos já moravam juntos há um ano, e ele desejava logo pedi-la em casamento.

- É melhor você tomar um banho quente, agora... Ou você vai ficar resfriado, Ícaro... – Afagou os cabelos dele.

- É... você tem razão. – Desvencilhou-se do abraço dela, pegando suas coisas e após depositar um selinho nos lábios de Yuzuriha, seguiu para o banheiro. – Você já tomou banho?

- Na verdade, não. – Yuzuriha adentrou o banheiro, despindo-se.

Ícaro sorriu, despindo-se também. Imediatamente, a puxou pela cintura, tomando sua boca com possessividade, e adentrou o chuveiro, abrindo-o. Agarrado a cintura de Yuzuriha, Ícaro a ergueu um pouco do chão.

Percorreu uma trilha por seu rosto, seu pescoço e ombros com a boca. Colocou-a de volta ao chão, encostando-a na parede. Desceu uma das mãos para o quadril dela, apertando suas nádegas, enquanto a beijava novamente.

Yuzuriha respondeu deslizando as mãos pelas costas do namorado, descendo-as pela lateral do corpo dele até perto da virilha. Quando estavam sem ar, se afastaram, olhando um ao outro nos olhos.

- Eu amo você... – Ícaro declarou, acariciando o rosto dela.

Os toques carinhosos dele sobre a pele dela, causaram gostosos arrepios em Yuzu. O beijou novamente, enquanto as mãos masculinas percorreram seu corpo, rodeando os seios e apalpando-os gentilmente.

Ícaro permaneceu ali um pouco mais, descendo então suas mãos pelo corpo de Yuzu e estimulando-a, entre suas pernas.

- Eu também te amo, Ícaro. – A jovem murmurou, sofregamente, sentindo as carícias se intensificarem.

Logo, ela já estava quase a ponto de atingir o clímax, porém, o rapaz tinha outros planos. Ajudou-a a se acomodar contra a parede, e erguendo suas pernas com as mãos, colocou-as ao redor de sua cintura, para que assim, pudesse fazê-la sua pela milésima vez em suas vidas. Ele a penetrou, lentamente, mantendo o contato visual. Quando já estava totalmente dentro dela, beijou-a, carinhosamente, antes de iniciar um ritmo cadenciado.

As penetrações provocavam uma sensação de calor no corpo da mulher. Eram sensações boas, deliciosas. Gemeu, segurando os fios de cabelo na nuca de Ícaro, mas sem força.

Ele deslizava com facilidade, causando um frisson em seu corpo. Sentia que todo o seu corpo se retesava. Como se sua virilidade fosse o centro de toda aquela tensão, enviando sinais para seu cérebro para que todo o resto se desligasse. As sensações que dominavam sua mente eram apenas aquelas proporcionadas pela união do feminino com o masculino.

Juntos, alcançaram o orgasmo, trocando olhares apaixonados e carinhosos. Aos poucos, suas respirações voltavam ao normal e se acalmavam. As pernas estavam bambas, e quando Ícaro colocou Yuzuriha de volta ao chão, ela precisou se apoiar em seus ombros para não cair.

Seus músculos estavam todos relaxados, dando uma sensação de moleza. Trocaram alguns carinhos ainda, para depois, se banharem.

Já eram quase 20h30, quando terminaram se aprontar. Ícaro chamara um táxi, ainda atrapalhado com os botões da camisa, enquanto segurava o telefone entre o ombro e o rosto.

- Tem certeza de que assim está bom? – Perguntou ele pela enésima vez a Yuzuriha, que terminava de arrumar o cabelo em um longo rabo de cavalo alto. – Você está linda!

- Obrigada... – Ela sorriu. – Bom, é uma festa um pouco mais chique, mas informal... Uma camisa e um jeans... Está perfeito!

- Tem certeza? Me sinto um idiota vestido assim...

- Não seja bobo! Você está ótimo! Agora, vamos, por favor... Não podemos chegar atrasados!

Yuzu deu o braço ao namorado, e saíram do apartamento. O táxi já os esperava lá embaixo. Ícaro poderia até não ser de beber, mas pelo menos, poderia tomar um gole de vinho sem se preocupar por estar dirigindo e de repente, receber uma multa.

As ruas estavam menos movimentadas àquela hora, então, o trajeto foi feito em um tempo razoável. Demoraram apenas um pouco mais do que o comum para chegarem ao apartamento do amigo do casal.

Ícaro pagou ao taxista, descendo logo depois de Yuzuriha. Subiram para o apartamento, encontrando-o já cheio, com diversas pessoas entre conhecidos e desconhecidos. Cumprimentaram o aniversariante, um ex-colega de turma da jovem loira, Shion.

Shion havia sido, na verdade, veterano de Yuzuriha. Porém, como havia feito um retiro espiritual durante um período da faculdade, acabara se atrasando em um ano, e passou a frequentar as aulas com a turma de Yuzuriha, apesar de já se conhecerem e serem amigos.

Yuzu apoiara totalmente a decisão do rapaz de longos cabelos loiros. Ela e Shion partilhavam de algumas crenças espirituais. E quando ele havia dito que faria o tal retiro, Yuzu chegou a passar um tempo junto dele no tal Mosteiro. Ela voltou alguns meses depois, pois seu irmão havia sofrido um acidente de moto. Não havia sido nada grave, mas por ser a irmã mais velha, ficara preocupada e correra de volta para o Brasil, a fim de cuidar do irmão.

Ícaro e ela se conheceram no período em que o rapaz ficara no hospital. Uma tia dele havia sido internada, com suspeita de alguma doença que ele nem se lembrava o nome. Meses depois, quando Shion voltara, eles já estavam namorando. E Ícaro simpatizara rapidamente com o rapaz, que havia colocado duas pequeninas jóias na testa – à guisa das jóias que as indianas usavam – em sinal de sua religião.

Shion o ajudava muito quando estava sem idéias para escrever. Conversavam muito. Shion era muito culto e sempre mostrava ao escritor novas possibilidades para os romances que escrevia. Era como uma fonte inspiradora.

Mas agora, Ícaro duvidava se o loiro poderia ajuda-lo. Estava completamente sem idéias, sem inspiração e empacado. Já quase desistia de escrever aquele livro, recusando o pedido da editora.

- Yuzu, tem uma pessoa que você vai adorar reencontrar!

Shion disparou, enquanto abria uma garrafa de vinho e servia aos dois recém-chegados. Haviam conversado até aquele momento na cozinha, enquanto Shion procurava duas taças e um abridor de garrafas.

- Sério?

- Sim! Ela já já está chegando!

- Quem é?

- É uma surpresa, Ícaro. Se eu falar para você, a Yuzu vai saber. – O rapaz sorriu, divertido.

Os três caminharam para a sala, onde Yuzu e Ícaro se sentaram no sofá, conversando com o anfitrião e mais alguns outros amigos.

Não demorou muito, e a pessoa esperada chegou. Ícaro desviou a atenção para olhar para o local onde Yuzu se dirigira, correndo.

Era uma moça, mais ou menos da mesma idade de Yuzuriha, de pele clara, olhos azuis e cabelos ruivos, ondulados e curtos.

XxxxX

Bão... A primeira parte da fic está completa. E sim, eu sei que esse hentai foi "meia-boca", mas o hentai principal da fic não é esse. Foi algo pra dar um gostinho...

Eu espero que tenham gostado!

Aguardem, que logo espero postar os próximos (é, acho que teremos pelo menos mais dois) capítulos.

Beijos!