Nome da Fic: Piratas do Caribe e o Segredo de Jack Sparrow

Autor: Roxane Norris

Beta-reader: BatestAzazis

Alfa-reader: Etecetera

Pares: Jack Sparrow/ Personagem Original

Censura: PG-13

Gênero: Romance/ Drama/ Aventura

Spoilers: Último filme - Piratas do Caribe e o Fim do Mundo, livros e jogo.

Resumo: Jack Sparrow vai em busca da " Aqua da Vida", mas irá ele alcançá-la sem ajuda? E quanto estaria disposto a pagar por sua eternidade? E vocês? Estariam dispostos a segui-lo nessa aventura?

Agradecimentos: á BatestAzazis, minha beta fofa, que betou a fic com muito carinho, e num sufoco! E para minha amiga adorada, Etecetera, que me incentivou a escrevê-la e também meteu sua colher na betagem!

Dedicatória: ao Johnny Depp por criar e desempenhar maravilhosamente Jack Sparrow ( Evidentemente que isso não seria possível se ele não fosse um ator completo! ). Bjokas!

Disclaimer: Jack Sparrow, assim como os outros personagens citados nessa fic, a exceção de Amira Jones, são de propriedade dos Estúdios Disney e da Editora Melhoramentos. Ou seja, quase o mundo todo, menos eu.

Notas: Algumas citações serão explicadas ao longo da fic, mas eu gostaria de avisar ao meus leitores que existem alguns personagens aqui citados que não fazem parte dos filmes, e sim dos livros da coleção: "Piratas do Caribe". Obrigada desde já pelo carinho em começar a ler essa introdução, e espero que todos se divirtam... Bjokas imensas!!

Piratas do Caribe e O Segredo de Jack Sparrow

Vem explorar comigo

essa imensidão perigosa e linda,

guardada por visagens e deusas,

mas onde brilham, muito mais, as estrelas.

Se caminharmos juntos, mãos unidas,

as Nereidas cantarão velhas cantigas,

singelamente, como num presságio

de que o mal debandou p'ras capoeiras.

Vem explorar comigo esse mar de piratas e de anseios,

não somente de tesouros pilhados,

de tormentas,

mas também de peixes dourados e sereias.

Se me abraçares, cúmplice e menina,

navegaremos numa caravela e um capitão,

nobre e encantado,

há de levar-te à mais branca areia.

Vem explorar comigo esse enorme silêncio,

absoluto, das fronteiras de águas azuis, do espaço aberto,

e da paz infinita e verdadeira.

Se nos sentirmos bem aventurados,

peregrinos da aventura derradeira,

seremos nômades das profundezas,

onde a Ninfa do mar pastoreia...

Capítulo I

Oceano Indico – Algum lugar próximo a Singapura

O Pérola Negra deslizava suavemente pelo estreito de Malaika, como uma sombra difusa, dirigindo-se a uma pequena baía próxima a Singapura. A brisa da noite batia suave sobre as velas, fazendo-as tremular levemente. Debruçada sobre a amurada, uma figura solitária fitava as águas escuras e não percebeu que alguém se aproximava.

- Elizabeth – disse Jack, colocando-se ao lado dela – Pensando em Will ou em Will? – Deu–lhe um sorriso de canto de boca – Júnior, é claro.

- Em ambos, Jack – suspirou. Virou-se de costas para a amurada, apoiando os cotovelos contra ela. – Acha mesmo que vai dar certo?

- A fonte? – ele a olhou triunfante e com seus trejeitos completou: - Mas é claro! Evidentemente, precisamos contar com uma certa dose de sorte – sorriu amarelo -, mas quem nunca contou com ela, não é mesmo?

- Jack – disse Elizabeth pausadamente –, você disse que a chave para chegar à fonte estava aqui, na Baía Naufrágio!

- Correto! – sorriu. – Contudo, uma chave tão preciosa é sempre muito bem guardada, savvy?

- Jack! – advertiu a moça.

- Acalme-se, minha cara Sra. Turner – disse com cuidado. – Nada que eu não consiga resolver com uma ou duas palavras.

- Jack, eu vou lhe dar uma aviso – ela o encarava ameaçadoramente –, se você estiver nos colocando em alguma embrulhada, eu mato você.

Ele a encarou com um novo sorriso amarelo e viu Elizabeth deixar o convés. A tripulação se colocou a postos, esperando a ordem do capitão para interromper a velocidade do navio. Jack se dirigiu ao castelo da popa, e lá chegando, deu a ordem:

- Baixar velas! – disse o Capitão Sparow.

Um sorriso triunfante crispou-lhe os lábios, enquanto levava a mão aos cantos do bigode, retorcendo-o. Tinha conseguido recuperar o Pérola das mãos de Barbossa, mas isso era apenas parte do trato com o velho capitão e que o levara até ali.

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Há dez anos, quando foi deixado para trás em Tortuga, o Capitão Sparrow partiu atrás da "Aqua da Vida", já que estava de posse das cartas de navegação do tio de Sao Feng. Na realidade, o que possuía, era apenas a parte que interessava das ditas cartas, mas isso com certeza era tudo o que Barbossa queria e não tinha mais em seu poder. Assim sendo, depois de algumas desventuras, como ficar aprisionado por dois anos numa ilha de pigmeus e passar outros tantos sobre os prazeres das mulheres salgadas na Turquia, foi encontrado pelo seu contra-mestre, o sr. Gibbs. De posse de uma pequena embarcação e com suprimentos para uma curta viagem, procurou Elizabeth Turner e ofereceu-lhe ajuda para retirar Will do Holandês Voador mostrando-lhe os mapas e explicando seu plano. Após algumas discussões, acertaram os termos do acordo e traçaram a estratégia da viagem, e finalmente partiram à procura do Pérola. A Capitã Elizabeth se tornara uma lenda em pouco mais de cinco anos, não só por suas aventuras, mas por não temer oceano algum. Ela raramente ia só nessas aventuras, estava sempre ao lado do filho, William Swann Turner. Entretanto, quando aceitou participar dessa empreitada, teve que deixá-lo em Port Royal, aos cuidados de uma antiga empregada da família Swann.

Encontrar o Pérola a bordo de um navio como o de Elizabeth, o Imperatriz, não constituiu um fardo muito grande, e em menos de seis meses Barbossa se rendia aos argumentos de Jack Sparrow. Não sem antes, é claro, exigir uma boa cota em troca de tal "favor", e de ficar com o barco de Elizabeth até que chegassem a tal ilha da "Aqua da Vida". O que não contavam, era que fossem rever durante sua aventura uma velha conhecida, a deusa Calypso. Esse pequeno imprevisto os levou mais uma vez até a Baía Naufrágio... Até o lugar onde estaria a chave de todos os seus problemas.

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A noite caíra totalmente sobre a Ilha Naufrágio, e as pequenas construções à beira da praia, recém erguidas pela Companhia das Índias Orientais como um posto avançado, começaram a se apagar paulatinamente. Mantendo o Pérola a certa distância dos olhos dos oficiais ingleses que patrulhavam as águas ao redor de Singapura, principalmente aquelas (ao redor da Ilha), Jack, Gibbs, Elizabeth e mais dois marujos entraram no bote rumo as decrépitas e amontoadas carcaças de navios sobre as águas.

O bote flutuava em silêncio pelos costões de pedra da ilha até chegar ao ponto onde eles sabiam haver a passagem para o interior da fortaleza. Transposta a entrada da Baía, seguiram para o entroncamento de pequenos canais que os conduziam cada vez mais para o interior do estranho cemitério pirata. A ilha formada por esqueletos de navios ao centro da Baía parecia abandonada e desolada, tão diferente do que Elizabeth vira dez anos atrás, no dia em que a Corte da Irmandade se reunira naquele mesmo lugar. O refúgio dos piratas borbulhava com dezenas de barcos atracados em seu ancoradouro, e ela não pode impedir que as lembranças daquele dia viessem à sua mente, nem tampouco todos os acontecimentos que sucederam sua estadia ali como Lorde Pirata e Rei da Corte da Irmandade. Inclusive, suas decisões e o rumo que sua vida tomara depois daquela batalha pela liberdade, do que acreditava ser justo, e era. Seus olhos turvaram pela lembrança de Will e a muito custo afastou-a de sua mente, tinha que se concentrar em salvá-lo daquela maldição terrível.

Num determinado trecho do pequeno canal, Jack fez sinal para que parassem. Elizabeth se pôs de pé seguida por Gibbs, mas Sparrow os impediu de prosseguir, sussurrando:

- Vou na frente. – Sorriu de canto de boca. – Se precisar de ajuda darei um sinal. – Dizendo isso, levantou-se para deixar o bote, um segundo depois voltou seu rosto para os companheiros e ordenou: - Pensando melhor, caso eu não volte em meia hora, é melhor entrarem.

Deixou o bote com seu jeito lânguido, subindo por uma pequena construção que parecia servir de escada. Jack percorreu várias partes do navio, pulando tábuas soltas e escorando-se em paredes, até encontrar uma porta de aparência extremamente duvidosa. Era ali, respirou fundo, pensando no que estavas prestes a fazer... Não tinha mais volta.

Jack levou a mão à porta e bateu uma única vez. O som seco da porta abrindo deu passagem para que ele entrasse no recinto, que nada mais era que uma pequena cabine, onde havia três pessoas. Dois homens bem armados, um careca e o outro com tapa-olho, ambos com garruchas e espadas; e um outro sentado à mesa com um chapéu que cobria totalmente o rosto dele. Ele portava um cinturão de onde pendiam uma adaga, duas garruchas e uma espada. Jack engoliu em seco antes de falar, analisava um a um seus anfitriões e, com um sorriso debochado, falou:

- Preciso falar com Teague Sparrow – disse fazendo um de seus trejeitos.

- Ele se foi – respondeu o careca.

- Se foi? – Sorriu com desdém. – Numa viagem? Num cruzeiro, quem sabe?

- Isso não lhe interessa – rebateu o do tapa-olho.

- Entendo – disse calmamente Jack, a mão por sobre a espada -, mas infelizmente essa resposta não me basta, senhores.

Os dois homens se aproximaram dele enquanto mais quatro homens entravam no pequeno aposento por uma porta adjacente encoberta por uma tapeçaria. Todos devidamente armados e com cara de poucos amigos. Jack começou a analisar sua situação um tanto quanto precária, mas uma voz interveio ao seu favor.

- Basta – o homem ao fundo falara pela primeira vez e, colocando-se de pé, retirou o chapéu.

Os olhos de Sparrow piscaram algumas vezes ao ver a cascata de cabelos negros caírem por sobre os ombros e um par de olhos castanhos o fitarem, cintilantes. Ele sorriu cínico, enquanto falava:

- Amira – continuou olhando por cima do ombro do homem careca. – Há quanto tempo...

- O que o trás aqui Jack? – perguntou a bela morena. – Achei que nunca mais voltaria a vê-lo.

- Não é incrível como o tempo é imprevisível? – Ele a encarou atentamente por entre os homens à sua frente. – Você cresceu mais depois da última vez que a vi, não?

- Certamente não veio aqui para dizer-me isso. – Foi a vez dela entreabrir os lábios rubros num sorriso.

- Não seja tão cruel... – rebateu irônico.

- Saiam – ela ordenou aos seis homens, juntando as palavras um gesto seco de cabeça. – E vocês dois - disse, dirigindo-se ao de tapa-olho e o careca - não deixem ninguém entrar.

- Excelente idéia – disse Jack, fazendo sinal para que todos saíssem.

Quando o último homem deixou o lugar, ela se aproximou dele, fitando-o com seus intensos olhos castanhos.

- O bom filho a casa torna... Onde esteve esses anos todos que não voltou mais aqui? – perguntou seca.

- Uma missão, minha cara – disse balançando as mãos.

- Você é um canalha! - esbravejou

- Eu não olharia por esse ângulo - sorriu –, deixe-me explicar...

- Explicar o quê? – Amira chegou mais perto dele, os olhos soltavam faíscas. – Que a única vez que seu pai o chamou, você não pode atendê-lo?

- Bem, eu... – ele pensou em como terminar a frase, para não deixá-la mais irritada, e concluiu ao seu modo: – Tentei chegar a tempo.

- Jack, acredito que ele não se importe com o que fez, mas eu não vou perdoá-lo por isso – ela disse energicamente.

- Está coberta de razão, eu também não o faria... – disse indo em direção a mesa e apanhando a garrafa sobre ela. Enquanto analisava seu conteúdo, completou: - Entretanto, eu preciso de sua ajuda.

- De minha o quê? – perguntou incrédula.

- Ajuda – repetiu enquanto engolia um grande gole de rum.

- Você vem até aqui depois de anos, e simplesmente pede minha ajuda? – interpelou-o. – Sabe ao menos por que ele me trouxe para cá? Tem alguma idéia do motivo? Você nunca se importou em saber o que aconteceu para ele o chamar, não é mesmo?

- Meu bem, coloquemos nestes termos: eu estava terrivelmente impossibilitado de vir... - olhou-a cínico – entretanto, apesar desse meu reprovável deslize, há o fato aborrecido... – tomou mais um gole – de que preciso levá-la comigo.

- E como pretende fazer isso? – Amira disse com malícia. - Vai me arrastar daqui a força caso eu não ceda?

- Ainda se lembra de como resolvíamos nossas diferenças quando crianças? – Os olhos escuros dele a fitaram desafiadores.

Um sorriso aflorou nos lábios de Amira e ela desembainhou a espada, enquanto Jack fazia o mesmo. Em pouco segundos um leve tilintar de espadas se contrapondo encheu completamente o ar. Amira atacava, Jack desviava. Jack atacava, Amira defendia. As espadas cortavam o ar em várias direções e seria difícil precisar quem esgrimava melhor. Jack atacou, e num giro rápido de calcanhares, ela desferiu um contra-golpe fazendo-o colidir com a parede e por pouco não o atingiu no peito. Jack sorriu ao dizer:

- Parece que você andou treinando na minha ausência... - Correram as espadas uma na outra. – Está perfeita nos golpes e na defesa... Parabéns - desdenhou.

- Tive um bom mestre. – Devolveu-lhe o sorriso, dando um passo para o lado e mantendo a posição de ataque.

Entretanto, quem atacou foi Jack, e mais uma enxurrada de golpes surgiram de ambos os lados. Copos foram quebrados, e numa falseada de pernas dela e um golpe certeiro dele, Jack a imobilizou contra a mesa.

- E o que mais ele lhe ensinou? - perguntou mordaz, enquanto ela desvencilhava do golpe.

- O mesmo que a você, pistola e leme – desferiu um golpe que acertou o ar, e logo depois se defendeu de outro, completando: – e me defender de certos tipos de piratas...

- Boas falas... - rebateu enquanto a atacava.

Um sorriso mordaz brincava em seus rostos cada vez conseguiam se sobrepor ao oponente e, assim, despedaçaram completamente a tapeçaria sobre a porta ao canto, quebraram dois lampiões e rasgaram suas roupas em algumas outras partes, provocando pequenos arranhões um no outro. Somente quando o estrondo da porta principal, colidindo com o chão de madeira, chegou aos seus ouvidos, é que interromperam a luta. Elizabeth e Gibbs haviam entrado na casa seguido pelos dois marujos. Amira os encarou surpresa, enquanto Jack se aproveitava do momento de distração para desarmá-la.

- Touché – sussurrou-lhe ao ouvido, segurando uma faca sobre o pescoço de Amira. Sorriu para os amigos, e disse: - Permitam-me que lhes apresentem, essa é Amira, minha irmã. - Deixou a posição de atacante e se colou ao lado da moça.

Elizabeth o encarou atônita e, fitando longamente a mulher morena com roupas de homem à sua frente, disse:

- Como assim sua irmã?

- Entenda, querida Elizabeth - Jack se aproximou dela e falou baixo com um ar de pesar no rosto –, papai e mamãe pensaram que seria muito triste eu ter uma infância solitária...

- E ela é a chave? – murmurou de volta.

- Precisamente. – Jack sorriu e, virando-se para Amira num gesto eloqüente, concluiu: - Estes, minha querida irmã, são Gibbs e Elizabeth Turner.

Amira fez um leve meneio com a cabeça, embainhando a espada ao cinturão. As duas mulheres se mediram, e Amira apenas sorriu.

No momento seguinte, Teague Sparrow entrou na sala.

- Jack – disse encarando-o surpreso. – Não era para você estar aqui...

- Precisamos conversar – respondeu indo na direção do pai e impedindo que ele continuasse a falar.

Normalmente, Teague Sparrow não era um homem de se deixar intimidar por ninguém, muito menos pelo filho, mas percebeu um leve brilho no olhar de Jack e desapareceu com ele por onde viera. Alcançaram um aposento menor e Teague se sentou numa cadeira de aparência duvidosa ao canto.

- Eu sei exatamente o que o trás aqui – disse o pai.

- Nós dois sabemos – rebateu sério -, mas você a trouxe para cá, não eu.

- Era preciso – disse calmo. – Tinha que colocá-la debaixo dos meu olhos com os últimos acontecimentos... Por isso o chamei de volta.

- Eu preciso dela para ajudar um amigo – disse firme.

- Sei – murmurou. – Acha que Calypso deixará de importuná-lo nessa sua busca se levar Amira com você?

- Talvez – respondeu curto. – O fato é que, sem Amira, minhas chances de sucesso são poucas...

- O problema, Jack, não é deixá-la ir – ele encarou o filho friamente. – É saber se você tem a exata noção do que realmente está fazendo.

- É uma barganha? – sugeriu Jack com um sorriso irônico.

- Não, é um aviso – retrucou Grant. – Vai ter que encarar seus temores e seu destino mais cedo do que pensa.

Jack não respondeu, encarando-o e fazendo uma careta desdenhosa virou-se num rodopio para a porta, mas, antes que saísse, o pai acrescentou:

- Ela está linda não é mesmo? – disse mordaz. – Você notou?

- La belle de jour – murmurou Jack, e sem se voltar para fitá-lo, fez um aceno com o chapéu e se retirou.

Voltou para onde se encontravam os amigos e virando-se para eles, perguntou:

- Prontos para partir?

Todos assentiram em uníssono. Ele olhou para Amira, que também assentiu levemente com a cabeça e sorriu.

São coisas dessa vida tão cigana

Caminhos como as linhas dessa mão...

Vontade de chegar

E olha eu chegando!

E vem essa cigarra no peito

Já querendo ir cantar noutro lugar...

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N/A: Esse é o primeiro caps, e acho que por hora não tenho muito o que explicar. Agradeço de coração a quem chegou ateh aqui!!! Até o final de semana, mas precisamente sábado... A Ety jah sabe o esquema! Bjokas!