E aii gente lindaa! Tuuudo bem? Bom, esta é a minha segunda fanfic de amor e inocência, e espero que agrade aos leitores.. provavelmente ela será dividida em dois capítulos. O primeiro é este e o segundo, é uma resposta da Jane, ou seja, uma outra carta, mas dessa vez, escrita por ela.
Sem mais delongas, boa leitura, nos vemos lá em baixo :)
Cartas para Jane
Capítulo I
"Você é generosa demais para zombar de mim. Se os seus sentimentos forem os mesmo de abril passado, diga-me logo. Os meus sentimentos e desejos não mudaram, mas diga-me uma palavra, e eu os silenciarei para sempre. "
Suspirei fundo ao escrever a frase de Sr. Darcy para Elizabeth. Cada gesto, cada palavra que colocava em minha história através do apaixonado cavalheiro me lembrava do meu. Tom Lefroy. Ele foi embora tão repentinamente de minha vida do que quando entrou, mas devo dizer que essas indas e vindas não causaram menos impacto em meus sentimentos. Ainda sinto um palpitar tão forte quando penso nele.
Lembro-me de seus olhos azuis e da forma como olhavam para mim, fazendo-me sentir a pessoa mais especial desse mundo. Lembro-me também desses mesmos olhos ao dizer adeus, da tristeza em que estavam quando nos despedimos. Sentia falta do toque deles, que, mesmo sem nenhum contato físico, digamos assim, parecia que vasculhavam cada canto do meu corpo e de minha alma. Nunca nenhum olhar havia pousado sobre mim como os dele. Nunca havia causado tanto impacto, nunca havia feito tanto sentido como faz agora, que estou longe desse mesmo olhar.
Suspiro fundo e me encosto-me à cadeira, massageando minha têmpora na tentativa de aliviar o choro que sentia que subiria em apenas alguns segundos se eu não o aplacasse. Nesse mesmo momento, ouço uma batida na porta, e quando dou a permissão para que a pessoa entre, vejo que é a empregada da casa, srta. Hill, se desculpando pela interrupção e alegando que o motivo era uma carta que havia chego para mim.
_Pode deixar em cima da cômoda, vou lê-la depois. Sinto como se minha cabeça fosse explodir.
_Tudo bem, srta. Austen, apenas espero que essa enxaqueca não a impeça de ler a carta, já que.. – sussurrou a última parte. – foi assinada por Thomas Lefroy.
Na mesma hora, senti minha espinha gelar, e me levantei com tanta pressa que quase derrubei as folhas de papel de cima da mesinha. Por outro lado, meu corpo me lembrou que nessas horas mais importantes de aflição, alguma desgraça tem de acontecer. Não por isso. Ao me levantar senti um murro no meu dedo menor do pé, e quando olhei para baixo, percebi que o choro que estava anteriormente tentando conter, havia escapado na forma de uma solitária lágrima, e o cúmplice dessa lágrima fugitiva foi o maldito pé da cadeira.
_Pode deixar Hill, já vou lê-la. Obrigada. –Respirei fundo e dei um gemido de dor.
No entanto, essa batida repentina serviu para aliviar o suspense e o buraco imenso que alastrara meu peito assim que ouvi o nome de quem havia assinado a carta. Meio mancando, ainda corri para a cômoda e quando olhei para o envelope, reconheci a letra da pessoa que vem fixando-se em meus pensamentos pelos últimos tempos desde sua partida.
Hampshire, 29 de abril de 1799
Querida Jane,
Antes que tire alguma conclusão precipitada, gostaria que soubesse que não escrevo-lhe esta carta para que se martirize pelo que não aconteceu. Muito pelo contrário. Embora pareça um tanto inusitado e sem sentido enviar-lhe uma carta após causar-lhe tanto sofrimento, gostaria que a lesse até o final. E se em algum momento da leitura minhas palavras causarem-lhe desconforto, tristeza ou amargura, peço desculpas antecipadamente. Nunca me passou pela cabeça lhe magoar.
Antes de mais nada, expresso meus cumprimentos e esperanças de que esteja bem, de que nem a sua boa aparência, seu bom humor, seu carisma ou alegria pela vida tenham sido afetados pela minha partida (isso pode soar-lhe um tanto quanto presunçoso, mas se eu bem lhe conheço, deve estar sorrindo desconcertada neste exato momento, por pensar da mesma forma que aleguei acima). Muito tempo se passou e você provavelmente deve estar casada, mas mesmo assim, existem algumas coisas das quais preciso lhe dizer, e o farei nesta carta.
Eu sei que um outro deve estar presente em sua vida, ou deve falar em seu ouvido palavras de amor como eu falei, mas eu duvido que ele tenha tanto amor e até os erros do meu inglês ruim. E então, imediatamente você vai lembrar de mim. Eu espero que se lembre. Espero que eu não tenha sido um romance passageiro na sua vida, e talvez só tenha estas esperanças por não ser assim com você, já que eu ainda a tenho em meu coração.
Antes que se zangue, peço desculpas, novamente. Desculpe-me pela intimidade com que lhe escrevo esta carta, mas esse é apenas mais um dos elementos que tento usar para tornar-lhe conhecidos os meus sentimentos. Eu não deixei de amar você. E, infelizmente, tenho a impressão de que não abandonarei esses sentimentos tão cedo. Não que amá-la seja algo ruim, mas piorou depois que tive de me casar com Mary, já que não era com ela que pretendia deitar-me todas as noites. Depois de algum tempo, aprendi a conviver com esses sentimentos e aprendi a reprimi-los, ficando apenas conformado com o que aconteceu e ver com bons olhos o que passamos. Mas digo que é desmoronando essas paredes que repreendem meu coração, que tenho a coragem, ousadia, e atrevimento em escrever-lhe esta carta.
Acho que tudo isso ocorre por que os detalhes tão pequenos de nós dois, são simplesmente muito grandes para serem esquecidos, mesmo que as areias do tempo se deem ao trabalho de disfarça-los. Mas lembre-se: disfarçar é diferente de apagar. A vida é como um rio, que segue seu curso sem esperar que o acompanhemos, e algumas pessoas são como uma breve correnteza, passam pela nossa vida rapidamente, mas causam um impacto tão grande que têm o poder de deixar-nos às avessas. Porém, você não, Jane. Você é uma correnteza tão forte e certa, que acompanha o curso do meu rio e causa reviravoltas a todo o momento em meus sentimentos. Uma hora eu amo você, mas estou olhando para a minha esposa; em outra, a culpa por traí-la em pensamento é tão grande que sinto raiva de mim mesmo. Gosto e depois desgosto do curso que o meu rio tomou. Por que meu amor por você é uma correnteza tão fatal, Jane, que é impossível não se deixar afogar nela. E uma vez nesse meio, eu nunca mais quis sair. Não consegui sair. Não consegui abandonar as águas de seus lábios, mesmo que somente em minha memória.
Por mais pervertido que isso possa parecer-lhe, meu maior arrependimento foi não tê-la feito minha, em todos os sentidos. Ás vezes me pego acordado no meio da madrugada com um copo de Whisky em mãos, em pé ao lado da lareira, imaginando como teria sido se tivéssemos feito amor. Como teria sido tocar-lhe e mostrar-lhe o quanto eu te amo. Porém, em um lapso, lembro-me que eu tenho uma esposa deitada em minha cama, com quem devo estar todo o tempo. Com um misto de sentimentos, volto para a minha cama e faço com ela tão ardentemente o que gostaria de fazer com você.
Então, Jane, espero que saiba, que nessas noites, nunca serei inteiramente dela, na verdade, nunca serei, em sentido algum. Pois a cada beijo dado, é o seu gosto que sinto, a cada toque dela, é como se recebesse o seu. Cada movimento dado por ela, eu imagino que é você. Quando olho nos olhos dela, é o seu reflexo que eu vejo. Cada hora que passo junto dela nunca será melhor do que todos os minutos ao seu lado.
Como você sabe, mas faço questão em reafirmar, eu só me casei por obrigação. Enquanto eu passo o dia com outra, saiba, é com você que eu queria estar. Hoje e sempre, meus pensamentos serão seus, tudo que é meu, sempre será seu. Minha vida, minha alma e meu coração. Ou melhor, nossa vida, nossa alma, e um único coração. Somos um.
Dessas noites de amor com você em pensamento, nasceu uma linda menina, a qual tive a ousadia de chamar de Jane Christimas Lefroy. Talvez tenha batizado-a de tal forma por amá-la demais, assim como eu amo você, e até mesmo para fazer com que eu me sinta menos cafajeste por faze-la sofrer. Outra hipótese é de chama-la assim para que você nunca saia da minha vida, de uma forma mais concreta. Para que eu possa falar "Jane" em voz alta pela casa. Para que eu possa dizer seu nome com o mesmo amor à ela sem me sentir culpado. Minha querida, Jane, dou a você liberdade de escolher uma hipótese entre as citadas acima, já que todas são teorias verdadeiras.
Se houvesse outra maneira, eu escolheria você sem hesitar, mas não há. Gostaria que soubesse e nunca se esquecesse: eu amo você. Segui em frente por que o rio não para, mas, enquanto minha esposa é somente um gigantesco meandro, você é a correnteza inteira, que me afasta dela e depois, a traz de volta para mim. Como o rio sinuoso que minha vida se tornou.
Escrevi essa carta para imaginar sua reação ao lê-la, e para despejar diante de você, uma última vez, todos os meus sentimentos. Agora que já os exprimi, voltarei a reprimi-los. Pelo menos até o momento em que você responda a esta carta como uma última e singela forma de dizer Adeus. Por que você sempre sabe o que dizer.
Do seu, Lefroy.
E entaaaooo? O que acharam? Espero que tenha conseguido fazer algumas pessoas se emocionarem, ou mesmo que tenha conseguido expressar devidamente os sentimentos do Lefroy, algo que eu adoraria ver no filme. Massss como não foram gravadas cenas mais cutes e com mais opinião dos dois amantes, frustrada, resolvi eu mesma escrever. Espero do fundo do coração que tenham gostado. O próximo capitulo não demorará muito para sair, já que a carta da Jane está praticamente pronta.
Antes que eu me esqueça, capítulo dedicado ao Roberto Carlos (embora muito obviamente ele nunca verá isso) por que não sei se alguém percebeu, mas tem um pequeno fragmento da música detalhes ali. Ouvi ela no mínimo umas 20 vezes essa semana. É liiiiiiiinnnndaaa! Capítulo dedicado às pessoas que leram até aqui, que deixaram reviews nas outras fanfics, e quem quiser deixar aqui também, muito obrigada. Heleninha, esse capítulo também é dedicado a você, por que veio sendo uma amiga muito presente e muito boa pra mim.
Beijos a todos, e obrigada pela leitura.
Maíra :)
