Essa fic é algo bem diferente do que eu estou acostumada a fazer, mas espero que gostem do mesmo jeito!
Disclaimer: Naruto não me pertence!
To Hatake Yuuki
Um presente de Akamaru?
Aquela quente manhã de verão era também uma manhã de folga para o time de Kurenai, que acabara de voltar de uma longa missão sem sua sensei, já que a gravidez da kunoichi já alcançava agora os cinco meses.
- Akamaru, fica quieto! – o grito de Kiba pôde ser ouvido por toda a floresta da vila da Folha.
- Ki-kiba-kun... – Hinata gaguejou. – Você acha mesmo uma boa idéia dar banho no Akamaru assim?
- Como você quer que eu faça, Hinata?
A Hyuuga corou descontroladamente, envergonhada por ter sido repreendida pelo companheiro de equipe.
- Mas... é que... Quando ele era pequeno era fácil, mas agora... – ela hesitou em terminar sua frase, vendo o olhar que o Inuzuka a lançava.
Kiba bufou e sentou na grama, de braços cruzados, extremamente aborrecido com seus amigos.
- A culpa não é minha se ele ficou desse tamanho!
- Na verdade, é sim. – disse Shino, finalmente se pronunciando. – Se você não tivesse dado tantas pílulas incrementadas com chakra humano para ele, seus músculos e órgãos internos não teriam dilatado tanto e ele continuaria do mesmo tamanho que tinha três anos atrás.
Kiba fitou Shino, incrédulo.
- Shino, quando eu digo que você precisa falar como uma pessoa normal, eu falo sério!
A expressão do Aburame se manteve em branco como sempre, o que fez o Inuzuka revirar os olhos, muito mais irritado do que segundos atrás.
- Vocês vão me ajudar ou não? – ele perguntou, mostrando toda sua irritação.
Hinata suspirou pesadamente. Que a maratona recomeçasse!
- Tubo bem, Kiba-kun...
Kiba abriu um enorme sorriso, que mostrava seus dentes mais caninos do que humanos.
Shino tirou seus óculos e arregaçou as mangas de seu casaco.
- Que fique bem claro. Essa é a última vez que eu faço isso.
Hinata e Kiba se seguraram para não rir. Toda vez que eles iam dar banho em Akamaru, Shino dizia a mesma frase. Exatamente a mesma coisa, sem nem ao menos uma vírgula de diferença.
- Vamos lá! – o Inuzuka exclamou, animado, numa tentativa de esconder suas risadas do amigo.
O processo era sempre o mesmo. Primeiro, Hinata ativava seu Byakugan para achar as pulgas e carrapatos que alojavam-se no pêlo do grande cão, depois, Shino usava sua herança sangüínea para remover os parasitas. Por fim, os dois garotos seguravam Akamaru para que Hinata pudesse molhá-lo e esfregá-lo.
Mas é claro que não era tão simples assim...
Akamaru pulava, corria, lambia, latia. Para, "tomar banho" era sinônimo de festa, afinal, aquele era o único momento que podia brincar tranqüilamente com os três ninjas, sem ter que se preocupar com lutas e inimigos. Mas naquele dia, em especial, havia um cheiro diferente no ar...
- Qual o problema, Akamaru? – Hinata perguntou, assustada com a súbita mudança de comportamento do cão. Ele ficara quieto e começara a rosnar baixinho, quase inaudivelmente.
Não latiu, apenas saiu correndo, em disparada.
Kiba praguejou baixinho. O que ele cachorro idiota tinha naquela cabeça oca?
- Volta aqui! – ele gritou enfurecido, enquanto começava a correr atrás do fugitivo.
Entretanto, por mais rápido que corresse, não conseguia alcançá-lo. Acabou saindo da floresta de Konoha e foi parar na entrada da vila shinobi.
Parou para descansar, enquanto via ao longe seu cachorro sumindo entre as árvores da parte da floresta que ficava fora da vila.
- Akamaru! – ele gritou, em vão.
- Problemas, Inuzuka-kun?
Kiba se virou, acabando por encarar os olhos verde-musgo da kunoichi da Areia, Sabaku no Temari, que chegava na vila da Folha.
- Oi, Temari-san! Akamaru enlouqueceu de vez...
Temari riu, toda vez que chegava na vila ouvia as mesmas histórias do Inuzuka e seu cão.
- Ele deve ter farejado o gato da Miaka-chan, não se preocupe, ela já está chegando.
Kiba se surpreendeu. Já ouvira falar do clã que controlava os gatos, mas nunca pensara que fosse um clã de Sunagakure.
- Antes de você voltar a correr, será que poderia me dizer onde Shikamaru está? – Temari perguntou rindo, divertida.
- Deve estar no quartel chuunin ou na torre da hokage.
Dito isso, ele voltou a correr, concentrando um pouco de chakra em seu nariz. De fato, o cheiro característico dos felinos podia ser sentido, e muito bem.
Em pouco tempo, seguindo a trilha dos cheiros, Kiba encontrou seu cachorro e ele não estava sozinho.
Uma bela jovem acariciava-o. Seus longos cabelos cor-de-mel, presos em uma trança, reluziam com a luz do sol que se estreitava por entre a copa das frondosas árvores da floresta; seus olhos compartilhavam a mesma cor, mas os mesmos raios de sol lhe conferiam leves rajadas esverdeadas; sua pele era levemente queimada, fruto do forte sol do deserto.
Vestia um short preto que alcançava seus joelhos, o colete chuunin, com malha fina por baixo e as tradicionais sandálias ninja. Sua bandana estava amarrada em seu braço esquerdo.
Em seu ombro, um belo gato rajado esgueirava-se, assustado com a aproximação daquele enorme cão.
- Desculpe-me, o Akamaru não costuma fazer isso... – Kiba se desculpou, encantado com a beleza da jovem kunoichi.
Ela encarou o Inuzuka e sorriu ternamente, seu rosto todo se iluminando.
- Não se preocupe. Seu cão é adorável, o Yukiko que se assusta muito rápido com os seres caninos... Não é mesmo, Yukiko?
O gato miou em protesto, arrancando uma doce risada de sua dona.
- Asakura Miaka, é um enorme prazer conhecer um membro do clã Inuzuka! – ela disse, animada, estendendo sua mão para Kiba.
Ele sorriu e apertou a mão que a kunoichi lhe estendia.
- Inuzuka Kiba, o prazer é todo meu, acredite. Seu clã é muito famoso entre o meu. Só não sabia que vocês eram um clã de Suna...
- Não somos. – ela respondeu, prontamente. – Meu clã é da vila da Pedra, eu fiz Academia na vila da Areia porque meu pai teve um desentendimento com o chefe do clã, e acabou sendo expulso.
Kiba a escutava com atenção, um pouco abobalhado. Ela era diferente das kunoichis que conhecia, ela era alguém que entenderia sua paixão por animais, mesmo não fazendo parte de seu clã. E sim, era muito raro encontrar alguém que o entendesse que não fosse um parente seu.
- Eu e uns amigos estamos dando banho nesse monstrinho aqui... Gostaria de se juntar a nós? – ele perguntou, tímido como jamais fora.
- Eu adoraria! – ela disse animada, mas logo depois perdendo toda a animação: - Mas tenho que me juntar a Temari-sama... Estou em missão...
O desapontamento era percebível em sua voz.
- Bom, se tiver um tempo livre aqui em Konoha, peça para alguém te levar até o bairro Inuzuka, com certeza o pessoal vai adorar te conhecer! – ele disse, o sorrindo.
Miaka ficou levemente corada. Graças a todas as suas tarefas shinobi, ela já havia se esquecido da última vez que saíra com um garoto fora de uma missão.
- Espere-me, aparecerei lá com certeza! Arigatou, Inuzuka-kun!
O sorriso de Kiba se alargou, o sorriso enfeitiçante e enlouquecedor que só ele sabia dar.
- Pode me chamar de Kiba. E sim, estarei te esperando, anciosamente.
Dito isso, ele pegou Akamaru e deixou uma ainda mais corada Miaka para trás.
O que ele vira nela? A garota perfeita.
Bonita, kunoichi e melhor, integrante do clã dos gatos. O que estava esperando por ele? Quem poderia dizer ao certo?
Poderiam tornar-se bons amigos, ou poderiam se tornar algo mais. Tal pensamento fez o Inuzuka estranhar a si mesmo. Desde quando passara a se importar com coisas românticas? Ele deveria estar fora de si.
Mas... por que não?
Ela era especial, ele tinha certeza disso. E ansiava por descobrir o quão especial ela realmente era.
