Sobre a Marca de Dean

Estava sem camisa e não pode deixar de passar os olhos pela mão queimada em seu ombro, a marca que Sam chamava de 'O modo como o anjo achou de fazer todo mundo notar que você é dele', o que era um nome grande demais na opinião de Dean.

_Idiota. – xingou, lembrando-se do irmão, girando os olhos no processo.

Sentou na cama, limpando a arma, sua companheira inseparável. Foi quando o anjo apareceu, no canto do quarto perto da janela.

_Sam não está aqui? – perguntou ele, indo se sentar ao lado de Dean.

_Não. – e então emendou. – Ele preferiu ficar com Bobby essa semana, o velho precisava de algum ara ajuda-lo a arrumar alguns carros.

Castiel arqueou as sobrancelhas.

_Você é melhor que o Sam nesse assunto, – disse, expondo seu pensamento de forma natural. – então por que ele ficou?

_Bem... – e se levantou, colocando a arma no criado mudo. – Bobby tinha algumas coisas para conversar com ele, não é como se ele precisasse da minha presença lá.

_Hum... – fez, esticando as pernas de um jeito tão humano, que Dean arqueou as sobrancelhas ao ver o anjo tão relaxado.

_Quer uma cerveja? – perguntou, mostrando uma lata que tinha acabado de tirar da geladeira.

_Não, não... – recusou, olhando indiscreto para a marca da própria mão estampada na pele sardenta do outro. – Não te incomoda?

_O quê? – perguntou, sabendo que o anjo podia estar falando de qualquer coisa.

_A marca que eu deixei. – explicou. – Eu posso fazê-la sumir se você quiser... Deve ser meio desconfortável pra você não é mesmo? Ainda mais com os comentários do Sam. – e viu o loiro avermelhar.

_Não, Cas, tudo bem. – e sorriu completando. – Eu gosto dela.

_Você... Gosta? – perguntou, os olhos cravados na face do caçador.

_Sim, eu... Eu gosto Cas. – sorriu, as bochechas sardentas ainda mais vermelhas ao ter que confessar mais uma vez. – Eu acho que ela é especial, você me salvou e isso... Essa marca mostra que eu fui digno de ser tocado por um anjo, mesmo que eu não concorde que seja tão digno assim.

_Você é Dean. – disse levantando da cama e tocando o rosto do caçador. – Você é bom e justo, é uma pessoa que dá tudo para manter os outros a salvo, dá a vida pelos seus... Isso é raro na sua era, Dean...

_Se você diz Cas... – e sorriu para o anjo. – Não quer mesmo a cerveja?

_Não, Dean... Eu preciso ir agora... – disse. – Tem mesmo certeza disso? Não quer mesmo que eu a apague?

_Eu nunca te pediria pra fazer isso. – retrucou. – Ela é minha, faz parte de mim.

Castiel concordou com a cabeça, sumindo em seguida.

Dean tinha dito que a marca era uma parte dele, sorriu sozinho. Queria poder dizer ao caçador que também era dele, que também queria fazer parte dele.


Mereço reviews?