Esta é uma adaptação de um livro que eu gosto muito. Eu li quando era mais nova. Espero que vocês também gostem.
Peguei emprestado com tia Steph os personagens maravilhosos que ela criou.
Juntos para sempre
RESUMOUm amor
condenado pelas estrelas... - E então, Edward, qual é
o seu signo? – perguntei.
Eu tinha certeza de que ele era de
Touro, a combinação astrológica perfeita para mim.
- Você está
mesmo muito envolvida com esse negócio de astrologia, não é? –
Edward retrucou, seus belos olhos verdes olhando no fundo dos
meus.
Confirmei com um gesto na cabeça.
- Mas você está se
esquivando da minha pergunta. Simplesmente me diga qual é o seu
signo.
- Tudo bem, tudo bem. Se é tão importante para você...
Sou de Gêmeos.
Eu não podia acreditar naquilo. Edward Cullen, o
amor da minha vida, era um... um geminiano! O pior signo possível
para uma garota de Escorpião como eu!
Pouco tempo antes um
traiçoeiro geminiano de duas caras tinha me magoado muito. Desde
então, havia prometido para mim mesma que nunca mais deixaria isso
acontecer.
Portanto, agora só me restava uma coisa a fazer: eu
precisava romper com Edward...
.
.
.
Capítulo 1
Bella POV
Escorpião (23 de outubro - 21 de novembro)
Pare de viver no passado e olhe para o amanhã. Sua recompensa poderá ser um novo amor. Mas velhos hábitos são difíceis de mudar, especialmente os que têm a ver com o coração. Alguém de Touro aparecerá na sua vida para curar antigas mágoas.
- Não sei não - murmurei enquanto olhava para meu reflexo no grande espelho da cabine. - Acho que este vestido está meio exagerado...
Girei o corpo para que minha melhor amiga, Alice Brandom, pudesse me ver por inteiro.
- O que você acha?
- O que eu acho, Bella Swan, é que você é muito cheia de pudores -
Alice exclamou. - O que há de tão exagerado em usar um vestido
vermelho no baile do Dia dos Namorados?
Alice e eu estávamos num
provador da Kleinfeld's, uma das lojas de departamentos mais
conhecidas de Seattle. E estávamos começando a nos sentir como se
estivéssemos encarceradas naquele cubículo espelhado fazia vários
dias.
O bom humor de Alice se dissipava rapidamente, e eu não podia culpá-la por aquele começo de rabugice. Ela estava sentada no chão fazia quase uma hora, com os joelhos dobrados contra o peito para me dar todo o espaço possível. O tamanho dos provadores das lojas de roupas é um dos grandes crimes do universo. Na lista dos piores, fica bem perto das salas de espetáculos e dos estádios/ que nunca têm boxes suficientes no banheiro feminino. Se eu fosse projetar um provador, sem dúvida incluiria no desenho uma cadeira para o acompanhante. Afinal, quem vai fazer compras "sozinho"? Seria um saco, não é mesmo?
- Não estou falando da cor! - rebati, voltando a olhar para o espelho. - É que parece que acabei de ser pintada com um spray de festa líquida.
Eu não podia negar que o vestido realçava voluptuosamente a minha silhueta. Minha cintura parecia menor, e como a barra ficava pouco abaixo da bunda, minhas pernas pareciam mais compridas. Meus cabelos (que, para mim, têm cor de lama, mas que os outros dizem ser castanho) e meus olhos castanho escuros se destacavam contra o vermelho berrante da lycra. Minha pele até parecia levemente bronzeada, o que era um milagre, considerando-se que moro em Seattle, também conhecida como a Capital Ocidental da Chuva. Mesmo assim, na minha opinião, com aquela roupa eu parecia mais uma aspirante a apresentadora da MTV do que uma garota vestida para um baile de colégio.
Alice analisou o vestido por um instante.
- A lycra quase nunca é elegante - proclamou. - Ao contrário da seda, não deixa nada para a imaginação.
Concordei com Alice, mas já estava tão desesperada para encontrar o traje perfeito para o baile, que chegara a acalentar a esperança de que minha amiga me convencesse de que aquela era a roupa certa para mim.
_ Por que você simplesmente não diz de uma vez que estou parecendo a Ordinária do Ano, e pronto? - cutuquei.
Alice encolheu os ombros.
_ Você está parecendo a Tanya Denali, o que é ainda pior
do
que a Ordinária do Ano.
Agora eu tinha certeza de que Alice realmente estava de mau humor. Ela sabia muito bem que a simples menção do nome de Tanya era suficiente para tirar meu apetite por uma semana. Mas decidi ignorar o comentário e manter meus pensamentos concentrados onde deviam estar: em Edward Cullen.
Para mim, o fato de Edward ter me convidado para sair era um verdadeiro milagre –
especialmente considerando tudo o que já tinha acontecido entre nós dois.
Ou, para ser mais precisa, o que não tinha acontecido.
- Bom, espero não ter estragado esta coisa - disse, agachando-me para puxar o vestido para cima.
- E tomara que você consiga se livrar dele sem estragá-lo - Alice emendou.
Puxei o vestido com força, tentando tirá-lo por cima. Mas me vi aprisionada numa intrincada armadilha de lycra.
- Alice, você tem de me ajudar! - implorei. - Acho que este troço tem vida própria!
Não é à toa que Alice é minha melhor amiga. Mesmo quando está de baixo-astral ou mal-humorada, posso contar com ela. Provavelmente porque é de Peixes. Os piscianos são muito leais e sensíveis. O lema deles é "Eu acredito".
Quanto a mim, sou de Escorpião. O nosso lema é "Eu desejo". Somos governados pelo coração, passionais e de sangue quente. E naquele momento esta escorpiana aqui estava começando a achar que ficaria para sempre com o maldito vestido colado ao corpo.
Vi todo um futuro em lycra vermelha berrante desfilar diante de meus olhos. Seria destaque nas paradas da Festa do Morango e da Festa do Tomate. E no Natal calçaria botas pretas e arranjaria trabalho nos shoppings como um dos duendes ajudantes do Papai Noel.
- Imagino que você não tenha aí um abridor de latas, não é, Alice? - perguntei. - Ou uma tesoura bem afiada ...
Ela fez que não com a cabeça.
- Fique calma, Bella. Vou tentar uma coisa. Alice agarrou com firmeza a barra do vestido.
- Levante bem os braços - avisou. - Quando eu contar até
três,
vou puxar esta coisa por cima da sua cabeça de uma vez só. - Vamos
torcer para funcionar - murmurei.
- Um ... dois ... três!
Levantei os braços bem acima da cabeça e, então, me inclinei para a frente, enquanto Alice puxava com força o material escorregadio. Em poucos segundos o vestido estava fora do meu corpo l' jazia num canto do provador como o cadáver vermelho-vivo de um monstro extraterrestre.
- Acho que o matamos - Alice concluiu. Livre da opressão, eu finalmente respirei fundo.
- Foi um golpe de misericórdia, Alice - eu disse. - O doutor Kevorkian, aquele da eutanásia, ficaria orgulhoso de nós.
Ela riu.
- Suicídio assistido na seção juvenil da Kleinfeld's - anunciou, na sua melhor imitação de âncora de telejornal. - Veja a reportagem completa às seis.
- Em primeiro lugar, eu nunca deveria ter trazido esta coisa aqui para o provador. Não sei o que me deu.
Peguei o vestido, que agora parecia inofensivo, e o recoloquei no cabide.
- Desespero fashion - Alice diagnosticou.
- Pode ser. .. - murmurei, vestindo minha calça jeans.
Alice suspirou.
- Desculpe meu mau humor, Bella. É que ... - ela fez uma pausa e se olhou no espelho. - É que ... eu bem que gostaria de estar escolhendo um vestido para mim também.
De repente, meu drama me pareceu insignificante. Eu sabia por experiência própria que não há nada mais deprimente do que não ter um par para um baile. E Alice não tinha.
Na minha opinião, Alice é linda. Ela tem cabelos pretos curtos, espetados na ponta e enormes olhos azuis. Mas se sente mais à vontade com um livro que com um garoto. Alice tem o mau hábito de se vestir do jeito mais insípido e menos atraente possível, para passar despercebida. O que, convenhamos, não é a melhor forma de se conseguir um parceiro para coisa alguma, muito menos para um baile de Dia dos Namorados.
- Bom - eu disse, tentando soar animadora -, pelo menos você não vai gastar uma nota preta num vestido maravilhoso, que acaba usando uma vez só e nunca mais.
- E pelo andar da carruagem, você também não.
Ela tinha razão. Se eu não encontrasse logo a roupa perfeita, teria de acabar me virando com o que já estava pendurado no meu guarda-roupa.
Desolada, balancei a cabeça.
- Não sei o que há de errado comigo. Nunca tenho dificuldade para comprar roupas - lamentei enquanto vestia minha camiseta regata roxa. - Simplesmente não entendo por que não consigo encontrar nada que me agrade.
- Talvez você esteja nervosa - Alice sugeriu.
- Claro que estou nervosa! - respondi através da grossa lã do suéter preto de gola olímpica, no qual agora eu tentava me enfiar. - Já estraguei as coisas com Edward uma vez. Não posso deixar que aconteça de novo.
- Você não estragou coisa nenhuma - Alice ralhou. - O que aconteceu com James foi algo totalmente inesperado. Ninguém poderia culpá-la por aquilo.
No começo do ano letivo, Edward era aluno novo na escola. E desde o instante em que eu pusera os olhos nele, na primeira aula de inglês do ano, algo batera entre nós dois.
Eu tinha atravessado docemente o primeiro mês de aulas, flutuando numa deliciosa neblina de boas expectativas, sonhando acordada com aquela mecha de cabelos acobreadas que sempre caía pela testa perfeitamente modelada de Edward. E com aquele não-sei-o-que que sempre parecia estar escondido no fundo de seus olhos esmeraldas. Desde o começo eu tinha certeza de que ele iria me convidar para sair. Só não sabia quando.
Mas então aconteceu algo que me fez esquecer até mesmo que Edward
existia.
Tanya Denali tinha rompido com James Hunter. O namoro de
Tanya e James sempre havia sido a fofoca predileta do segundo ano
colegial. Só que, apesar de os dois viverem brigando, ninguém
jamais esperava que um dia eles pudessem desmanchar o namoro.
E quando eles realmente terminaram, eu com certeza não esperava que o impensável acontecesse. Mas aconteceu. James começou a dar em cima de mim.
Eu era vidrada em James Hunter desde que me conhecia por gente. Provavelmente desde que aprendera a respirar. Bastou apenas uma palavra, um olhar de James, e Edward Cullen tornou-se passado.
Ainda que Edward tivesse três cabeças e três pares de maravilhosos olhos verdes, eu nunca teria notado. Naquele momento, James era o único cara que eu conseguia enxergar no universo.
Infelizmente, também não consegui enxergar que nossa relação seria para ele pouco mais que uma brincadeira. Saímos algumas vezes e nos divertimos bastante ... ou pelo menos foi o que me pareceu. Mas, como logo descobri, James só estava me usando para reconquistar Tanya. Assim que ela voltou rastejando, ele me chutou.
- Bella... - Alice começou com uma voz serena e compreensiva, provavelmente porque percebera que, naquele momento, toda a minha sofrida história com Edward e James desfilava diante dos meus olhos como num filme. - Você só cometeu um erro - prosseguiu ela. - Todo mundo comete erros. E não parece que Edward esteja querendo jogar nada na sua cara. Então, por que ficar de baixo-astral por causa disso?
- Porque sou de Escorpião - respondi abatida.
- Ah, não, você prometeu! Nada de astrologia enquanto
estivermos
fazendo compras! - protestou Alice.
A astrologia é o único ponto em que minha amiga e eu não concordamos. Para mim, é a explicação perfeita para quase tudo. Para ela, não passa de um monte de bobagens.
Mas, no fim, foi a astrologia que me ajudou a superar a história com James. Estudar os astros e o alinhamento dos planetas me fez entender a importância de olhar além da aparência de uma pessoa, para descobrir como ela é por dentro. Alguns usam suas noções de psicologia para tentar dissecar a personalidade das pessoas presentes em suas vidas. Eu prefiro me concentrar nas características do signo zodiacal de cada um.
Se eu já estivesse envolvida com astrologia antes de ser idiota o bastante para sair com James, teria sabido de antemão que nosso relacionamento estava fadado ao desastre. Nossos signos são totalmente incompatíveis!
Eu sou de Escorpião (23 de outubro a 21 de novembro). Ele é de Gêmeos (21 de maio a 20 de junho).
Os geminianos são encantadores, mas totalmente imprevisíveis. E no caso de James, imprevisível é sinônimo de não-confiável.
Geralmente, eu argumentava com Alice para tentar mudar sua visão limitada da astrologia. Mas agora eu simplesmente não estava com tempo. Se não encontrasse logo um vestido para o baile, teria de passar o resto da tarde com um bom dicionário nas mãos, tentando encontrar o nome de alguma doença muito rara de que ninguém jamais tivesse ouvido falar. Então tossiria até ficar.
Então tossiria até ficar rouca ligaria para Edward e lhe diria que teríamos de cancelar o nosso compromisso.
Mas eu não queria fazer nada daquilo. Queria sair com Edward.
Fazia
muito tempo que não queria tanto uma coisa.
- Bella, quanto a essa história de não ser capaz de encontrar um vestido - começou Alice -, no que você estava pensando enquanto olhávamos as vitrines?
A resposta era óbvia. - Em Edward, lógico!
- Ah-Ah! - Alice exclamou.
Quase pude ver uma lâmpada se acendendo acima de sua cabeça.
- E o que exatamente significa esse "ah-ah"? - perguntei.
Às vezes eu tinha dificuldade para acompanhar a linha de raciocínio de Alice. Minha amiga tende a ser um pouco abstrata.
- É isso! - ela continuou. - Você andou se concentrando na coisa errada. Ficou tentando imaginar do que Edward gostaria.
- Ué, claro que tentei imaginar do que Edward gostaria! Ele é
o
meu par, Alice.
- Mas nós já sabemos do que Edward gosta - ela insistiu.
- Sabemos?
- Bella! - Alice exclamou, naquele tom de voz que sempre
usa
quando eu me mostro incapaz de entender o que ela considera um
problema matemático perfeitamente simples e óbvio (embora não
exista nenhum problema matemático simples e óbvio, na minha
opinião). - Ora bolas, Bella, o Edward gosta de você!
Pensei por um momento no que ela acabara de dizer. Talvez tivesse razão. Talvez o motivo de nenhuma roupa ter me parecido boa o bastante fosse eu estar me esforçando demais para agradar Edward.
- Você quer dizer que, se eu me limitar a escolher aquilo de
que
eu gosto, Edward automaticamente vai gostar também? - É! - ela
confirmou com um gesto de cabeça.
- Mas isso parece simples demais!
- Você sabe o que dizem sobre a distância mais curta entre
dois
pontos, não sabe? - Alice perguntou, cruzando os braços. Mordi meu
lábio.
- Que sempre há alguma coisa no caminho para atrapalhar? - retruquei.
- Na sua vida, provavelmente sim - ela respondeu rindo.
- No mundo real, não.
- Tá, tudo bem - cedi. - Já entendi. Vou tentar pensar menos
e
simplesmente procurar um vestido de que eu goste mais. - E, depois de
uma pausa, completei: - Bom, então vamos lá. Nova tentativa. Estou
querendo alguma coisa bem feminina e sexy.
- Mas que não seja chamativa demais - acrescentou Alice. Concordei com a cabeça.
- E que tenha um toque de mistério ...
De fato, aquela descrição parecia muito boa. Eu estava pronta ...
para o que desse e viesse.
Na noite de sexta-feira, fiquei
sentada na minha cama, ouvindo a chuva pingar do beiral por fora da
janela. Esperava com impaciência que o relógio digital no meu
criado-mudo marcasse meia-noite.
À meia-noite já seria catorze de fevereiro, dia de São Valentim, que é o nosso Dia dos Namorados. E dia do meu primeiro programa com Edward.
Eu não pretendia ficar acordada até tão tarde. Estava até preocupada, imaginando se teria insônia. Afinal, não queria ir ao baile do dia seguinte parecendo um guaxinim. Mas o sono não queria chegar, e eu tinha desistido de forçar a barra.
Além do mais, achei que, como ainda continuava acordada à meia-noite, podia me permitir ler meu horóscopo para o Dia dos Namorados.
Antigamente eu lia meu horóscopo só por diversão. Mas isso antes de me envolver a sério com astrologia. Agora dou muita importância à leitura do horóscopo. É a primeira coisa que faço todos os dias.
É uma experiência muito instrutiva. Me ajuda a ver como tudo no universo está conectado. A posição de uma estrela ou de um planeta em relação ao sistema solar passou a ter a capacidade de influir seriamente na minha vida.
Claro que, naquela noite, havia uma razão especial para eu querer ler o meu horóscopo para o Dia dos Namorados. Queria ver se haveria nele algo relacionado ao 'meu programa com Edward na noite seguinte.
Dei uma olhadela para o relógio digital em cima do criado-mudo. Sempre achei que dá azar ler o horóscopo antes da hora, mesmo que seja só um segundinho antes. Os números verdes do relógio marcavam 23:59. Mudaram em seguida para 00:00. Finalmente. A espera tinha terminado. Abri a gaveta do criado-mudo e peguei o horóscopo.
Os escorpianos são os nascidos entre 23 de outubro e 21 de novembro. Mas, como todo estudante de astrologia sabe, essas datas não são uma coisa absolutamente rígida. Em certos anos elas chegam a variar em um dia. Tudo depende da posição das estrelas e dos planetas no céu.
Alguns simples minutos a mais ou a menos têm a capacidade de determinar sob qual signo uma pessoa nasce. E se ela nascer no limite, há boas chances de que tenha características de ambos os signos: o signo cujo período acabou de terminar e aquele cujo período está começando. Mas eu não tinha de me preocupar com nada disso. Nasci em cinco de novembro, bem no meio do período de Escorpião.
Os escorpianos sentem as coisas com mais intensidade que a maioria
das pessoas, à exceção talvez dos leoninos. O Escorpião é também
um signo fixo. Isso significa que somos teimosos, concentrados e
perseverantes. Uma vez tomada uma decisão, não
voltamos atrás.
Pare de viver no passado e olhe para o amanhã, meu horóscopo avisava. Sua recompensa poderá ser um novo amor. Mas velhos hábitos são difíceis de mudar, especialmente os que têm a ver com o coração. Alguém de Touro aparecerá na sua vida para curar antigas mágoas. Coloquei o jornal de lado, refletindo sobre aquela previsão.
No geral, soava bastante boa, sobretudo aquela frase a respeito de um novo amor. E o fato de que poderia surgir um taurino em cena era mesmo ótimo.
O signo de Touro (20 de abril a 20 de maio) é o meu complemento astral. Meu par perfeito no plano astrológico. Os taurinos são muito práticos e pé-no-chão. É um signo de terra fixo, o que faz deles a compensação perfeita para os escorpianos: um signo de terra fixo proporcionando base sólida a um signo de água fixo.
Pensei comigo que precisava me lembrar de confirmar se Edward era realmente de Touro. Mas eu não tinha muita dúvida. Todos os meus instintos diziam que era. Ele não tinha desistido de mim durante toda aquela história horrível com James Hunter. E, além disso, tinha me convidado para o baile ...
- Bella, espere um pouquinho! – Edward chamou-me duas semanas atrás, quando eu subia a escadaria na entrada do nosso colégio, o Emerald High School.
Por ser muito verde, Seattle é chamada de Emerald City _ a cidade esmeralda. Daí a origem do nome da nossa escola. Mas os estudantes da Emerald garantem que a escola ganhou esse nome por outra razão: o limo verde que sempre parece estar escorrendo das paredes dos banheiros.
A jaqueta de Edward estava molhada e havia gotas de chuva em seus cilios. Fiquei imaginando se ele podia ouvir meu coração, que de repente disparara.
Fazia tempo que eu andava tentando encontrar uma maneira de mostrar a ele que eu já tinha superado toda aquela história com James, mas não conseguira bolar nenhum plano consistente. Na verdade, Edward nunca chegara sequer a me convidar para sair. Portanto, não era que eu tivesse dado um fora nele, nem nada parecido. Era mais como ter dado um fora na possibilidade de ter algo com ele.
- Será que nunca pára de chover nesta cidade? – Edawrd reclamara enquanto a porta da escola batia atrás de nós.
- Não em fevereiro - respondi. - No ano passado choveu em vinte e seis dos vinte e oito dias do mês.
- Essa não - ele disse. - Vou voltar para o Arizona. Lá, a gente gosta de uma boa tempestade, mas de areia.
Rindo, eu caminhava na direção da classe de inglês.
- Bella - Edward recomeçara, atrás de mim. - Eu andei pensando ...
Eu me detive, voltando-me em sua direção. O rosto de Edward parecia um pouco tenso, mas muito determinado.
- Você já tem companhia para o baile do Dia dos Namorados?
E foi assim que aconteceu. Nada de querer fazer com que eu me sentisse mal pelo que ocorrera ou deixara de ocorrer entre nós. E Absolutamente nenhuma menção a James Hunter. Naquele instante eu soube que Edward era de Touro. Ele não tinha ficado magoado nem fora agressivo. Mantivera-se o tempo todo de cabeça erguida e equilibrado, no clássico estilo taurino. Imediatamente eu soube que meu instinto não havia se enganado com relação a Edward. Nós poderíamos ter um futuro juntos.
Mas então, o que quer dizer esse negócio de estar vivendo no passado?, perguntei a mim mesma, relendo meu horóscopo no jornal.
Fiquei pensando naquela previsão por alguns minutos, enquanto olhava para os números no meu relógio, que agora já marcava 00:30. Finalmente saí da cama. O chão de madeira estava frio, mas nem pensei em calçar os chinelos. Eu tinha uma missão a cumprir.
Atravessei o quarto na ponta dos pés e abri a gaveta inferior da cômoda. Escondida debaixo das minhas camisetas, que esperava pacientemente pelo próximo verão, havia uma velha caixa de papelão com gravuras douradas na tampa. Levei-a comigo de volta para a cama.
Com delicadeza, levantei a tampa.
Dentro da
caixa jaziam todas as lembranças da minha relação com James.
E
a maior parte era composta de recortes do jornal da escola. Eu tinha
guardado tudo o que já fora publicado nele a respeito de James
Hunter. Havia um artigo sobre sua candidatura à presidência do
grêmio estudantil (ele perdera, mas não ficara nada constrangido
com a derrota). E um outro, com uma foto que o mostrava sentado no
banco de reservas, depois de ter sido expulso de um jogo de
basquete.
Mas a lembrança de que eu mais gostava era uma foto de nós dois juntos. Fora tirada no último outono, na festa de boas-vindas aos alunos novos.
O braço de James envolvia meus ombros. Ele
sorria para a câmara. Eu sorria para ele. Havia tanto amor em meu
rosto que até um cego poderia enxergar isso.
Mas, com exceção
daquela expressão no meu rosto, tudo o mais naquela fotografia tinha
sido uma farsa.
A foto publicada no Emerald Times tinha sido a
vingança de James contra Tanya. Uma prova material de que ele não
se importava com o fato de ela ter dado o fora nele.
E quando
Tanya viu a foto de James abraçando outra garota estampada na
primeira página do jornal da escola, fez exatamente o que James
queria: voltou rastejando para ele.
Por que eu ainda guardo estas
coisas?, perguntei a mim mesma, enquanto olhava para a zombeteira
expressão de triunfo no rosto de James. Mesmo agora, olhar para
aquela foto ainda me dava um aperto no coração. Não por ter
perdido James, mas por ter sido tão idiota. Desde o começo eu
deveria ter sido esperta o bastante para perceber que James não
passava de um monte de escória.
Meu horóscopo está certo, pensei. De fato, eu ainda não estava andando para frente. Enquanto continuasse agarrada àquelas lembranças de James, continuaria vivendo no passado.
Saí de novo da cama, agora calçando meus
felpudos chinelos vermelhos. Vesti meu robe de algodão atoalhado
também. Desci as escadas na ponta dos pés, tomando cuidado para não
acordar meus pais. Não tinha a menor vontade de explicar a minha mãe
por que estava vagando pela casa àquela hora da noite, com uma caixa
de papelão debaixo do braço.
Mas sabia o que tinha que fazer.
Fui para a cozinha, levantei a tampa da lata de lixo e esvaziei nela
todo o conteúdo da minha caixa de lembranças de James Hunter.
O passado estava morto. Era hora de
enterrá-lo.
Peguei uma velha espátula numa gaveta do armário da
cozinha e, com ela, fui empurrando cuidadosamente cada uma das fotos
de James para debaixo de uma grossa camada de pó de café molhado.
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E ai? Devo continuar? Mandem reviews.
