Disclaimer: Naruto não me pertence e eu não tenho intenção de lucro com esta postagem.
Essa ideia de coletânea de fics existe há muito tempo, porque eu sempre encontro muitas fics ShikaTema que eu escrevi e não terminei, que nunca postei e etc, e elas ficam boiando no meu subconsciente e eu decidi postá-las aqui quando terminá-las, consertá-las, melhorá-las, etc.
Parece que existe um livro com o mesmo título dessa fic, mas aproveito para dizer que eu não o li e qualquer história semelhante é mera coincidência.
A versão original de Koi foi escrita pela Hatsune e postada em 2007. Eu diria que é uma tradução clandestina porque a autora abandonou o fanfiction e nunca autorizou essa tradução/interpretação. Mas a fic é fantástica e merece ser compartilhada. Aproveitei o set de guerra para postá-la, já que está alinhado ao momento do mangá.
Koi
É um saco estar doente, sem poder participar da batalha, e em uma árvore suja... mendokusai
Rating: M - conteúdo sexual
- Hmmm...
Ela se espreguiçou languidamente, mas alcançou o tecido da barraca antes de poder esticar a ponta dos pés.
- Que horas são?
- Nove. – ele respondeu preguiçosamente. – Me parece que o sol já saiu.
- Nãão... – ela se queixou e cobriu os olhos com um dos braços. O calor da carne em suas pálpebras geladas pareceu despertá-la mais. – Você conseguiu dormir?
- Nada.
Obrigou-se a sentar. Esfregando os olhos com força, virou-se no pequeno quarto até alcançar seu companheiro. Uma suave luz verde os iluminava, filtrada através do tecido da barraca. Eram simples silhuetas, formas sem detalhes, mas o calor que os envolvia lhes permitia perceber cada milímetro de pele.
- Vamos ver...
Colocou as mãos nos joelhos dele, que pareciam estar em estado muito bom. A perna esquerda não parecia totalmente curada. As mãos dele, grandes e delgadas, ainda se dobravam lentamente. Os braços, suaves e fibrosos, palpitavam a cada contato. O hematoma do pescoço anunciava sua presença com um negrume desagradável, mas suas bordas cediam num tom mais suave de violeta. Ela beijou aqueles limites arroxeados, desejando que aquela lesão monstruosa desaparecesse logo.
O rosto, sereno e adormecido, ainda possuída feridas e cortes. Movendo-o para os lados, descobriu a orelha direita em bom estado - a mesma orelha na qual ela havia dado alguns pontos precários duas noites atrás; e o corte da bochecha direita apresentava uma cor aceitável. Nos lábios ainda se avultava um ferimento, em um dos cantos, que ainda não se havia curado.
- Diagnóstico?
Ele a observava, divertido. Ela descobriu naqueles olhos escuros estrelas e faíscas, certamente por ter esfregado seus próprios olhos com muita força.
- Você está louco. – ela respondeu, sussurrando. Havia tanto tempo que não o tinha tão perto, que seu corpo tremia. Queria abraçT-lo, acariciá-lo, mordê-lo com força, enterrá-lo nela até que eles desaparecessem da Terra, arranhá-lo, aprisioná-lo, puxar seu cabelo... mas ele estava convalescendo, ferido. Sentiu o desejou se apertar em sua carne, inchar seus seios e disparar em seus quadris... mas simplesmente se inclinou sobre ele para beijar aqueles lábios feridos com doçura.
- Vou buscar o café da manhã. Descanse, ok? – beijou-o novamente, trêmula pelo frio repentino que fazia fora das cobertas ainda que estivesse de uniforme, e também pelo frio na nuca, onde a mão dele esteve durante o beijo. Com o fantasma daquela carícia e o gosto de aço dos lábios feridos, saiu para a manhã gelada.
- Suco de laranja diluído e alguma coisa de arroz, já que está frio...
Abriu a barraca. Ele ainda estava acordado.
- Está com fome?
- Não muita...
- O médico-nin ordenou que comesse tudo. Se quiser, posso te ajudar.
- Obrigado.
Ele se moveu com dificuldade até se sentar, gemendo com suavidade. As costelas ainda lhe incomodavam. Praguejou baixinho por entre os dentes cerrados, mas ela riu.
- Ultimamente sua boca anda um pouco suja, não?
- Mmmmh... – ele resmungou, tratando de beber sem que o suco entrasse na ferida recém-aberta da boca. Estralou a língua e bebeu metade do líquido. Ela havia comido metade do arroz, pelo que ele agradeceu. Não tinha nenhum desejo de comer aquela bola pastosa de arroz grosseiro, muito menos no frio. Mas o dever lhe exigia comer, e comeu o resto com a ajuda do suco. Coçou a cabeça. Queria tomar banho, sua pele pinicava.
- Oye... sabe quando vou poder sair desse maldito galho?
- Já está com vontade de sair por aí fazendo macaquices, baka?
- Cale a boca...
Ainda grunhindo, passou o copo e a tigela por debaixo da tenda, deslizando-os para fora da barraca. Ouviu-se um rangido e o barulho de cerâmica se espatifando ao longe.
- Oye!
- Que se fodam. – ele contestou, gemendo quando suas costelas lhe lembraram de suas fraturas, e tentou dormir.
Observou a mulher descendo da árvore e se desculpando com o resto dos shinobis lá embaixo. Ele não dava a mínima. Estava farto daquela barraca, das cobertas, do ar sufocante debaixo daquela cúpula. Estava farto de ouvir as vozes longínquas, as ordens enérgicas e os proclames de guerra entre seus companheiros. Seus músculos doíam, seus ossos lhe doíam como agulhas, mas queria estar lá embaixo com eles, e não preso naquele maldito hospital de campanha improvisado. E, sem se dar conta, acabou dormindo.
Não conseguiu evitar se virar. Seu corpo doía naquela posição. Topou-se com o corpo dela, recostado ao dele, e o abraçou apertado quase por instinto. Lembrou-se, ao afundar a mão entre os seios dela, do quanto lhe reconfortava o calor da mulher.
- Você cheira tão bem...
Ela se virou para ele de maneira preguiçosa, deixando que a mão dele percorresse todo o caminho desde seus seios até suas costas. Acariciou os lábios feridos com dedos frios, as pálpebras verde-azuladas pela luz rarefeita, as sobrancelhas finas obstinadas. Ela sentiu que o espaço entre eles se estreitava no mesmo ritmo em que seus apetites aumentavam, ao mesmo tempo que seus lábios se dilatavam, no mesmo compasso em que as batidas dos corações deles se aceleravam.
Ela mordeu seu lábio inferior. Contra sua coxa notava a evidência do desejo dele, avassaladora e cálida. Se arrependeu instantaneamente por havê-lo provocado ao ter se metido debaixo das cobertas vestida apenas com sua yukata. Recordava-se da dor dele, das queixas, das ataduras, das fraturas. Tarde demais.
Empurrou seu companheiro gentilmente, até que ele ficasse deitado de costas. Permitiu que ele acariciasse seus seios com dedos famintos enquanto beijava ardorosamente seu pescoço, suas bochechas. Ele sentia as costelas protestarem pela respiração acelerada, os braços rígidos doloridos que se maldiziam, as pernas que se recusavam a sustentar seus quadris impacientes. Mas ela estava tão perto... tão suave e apetitosa, tão dele... e ele estava tão excitado... agora ela o acariciava com a ponta do nariz, tentando aplacar um pouco a besta que estava a ponto de despertar. O tecido fino da yukata a expunha com uma claridade pungente.
- Kuchi...¹
Ela obedeceu, lambendo com suavidade os lábios masculinos. Mas ele respondeu ferozmente, mordendo os suaves lábios entreabertos e sugando a língua pequena de maneira faminta. Acariciou os dentes dela com a sua língua enquanto suas carícias ficavam mais ousadas. Ela não se movia, com medo de feri-lo. Mas os dedos dele agarravam a carne sensível dela por baixo da roupa.
- Tako...²
Ele sorriu.
- Oppai no megamisama...³
Então ela riu. Não gostava em absoluto daquele apelido, mas sempre o achava engraçado em circunstâncias como aquela. Ele sabia que mais tarde ela iria lhe bater por tê-la chamado daquilo, mas sempre o fazia porque amava ouvi-la rir.
Ver os olhos negros entreabertos, impacientes, tão perto dos seus, suplantou sua vontade. Afastou as mãos gentis que esfregavam e enrijeciam seus seios. Ele protestou. Mas ela desceu, abrindo a roupa dele com mãos ligeiras, beijando o peito dolorido, o ventre arroxeado, o nascimento dos pelos, cálidos e espessos...
Ele jogou a cabeça para trás com força, apertando-a contra o solo duro. Tratou de não se mover, porque suas pernas doíam como o inferno, mas seus quadris o impulsionavam para cima em pulsações elétricas.
- Sugoi...
Encolheu os dedos dos pés ao mesmo tempo em que começava a ofegar sem controle. Os músculos de sua pélvis se contraíam ao ritmo da boca dela, das mãos dela, de sua língua suave, daquele paladar que lhe espremia, lhe inquiria, lhe forçava. Fechou os olhos com força. Em seu cérebro se mesclavam a dor nos ossos com o prazer daquela boca e aquela umidade que lhe aprisionava...
- Su...goi...
Ela demorou-se nos limites, nas bordas, no extremo, saboreando, mordiscando, jogando com travessura, abarcando-o depois com ímpeto. Um segundo mais...
- Aaahhh!
Suas costas doeram, seus quadris gritaram e as pernas ferroavam como demônios, todos presas das convulsões. Ele se perdeu na espiral enquanto se derramava com violência.
O rosto afogueado e sonolento dela apareceu em seu campo de visão, com as bochechas rosadas e os olhos brilhantes.
- Sugoi, ne? – ela brincou, sorrindo. Ele tentou recobrar o fôlego para responder, mas só conseguiu respirar com força em seus lábios e tratar de abraçá-la com seus braços trêmulos. Ela se deitou parcialmente sobre seu torso, deixando-se ficar completamente satisfeita. O coração do homem ressoava a toda velocidade dentro do peito, como uma máquina.
- Vem..
Ela levantou os olhos, com estranhamento. Ele já lhe despia a yukata com mãos inseguras.
- Mas... você tem que descansar...
- Vem, droga – ele resmungou, levantando-a de seu peito. Ela se alçou sobre ele, com as mãos ao lado de sua cabeça e os joelhos em sua cintura.
- Mas...
- Vem...
As mãos masculinas puxaram os quadris dela para cima.
- Que...?
Ele beijou seu umbigo, a barriga dourada, segurou suas coxas firmes e forçou os quadris dela em direção à sua boca ansiosa. Ela se apoiou em seus joelhos, ainda insegura quanto àquilo. Ele estava muito fraco, muito fraco...
Uma mão se uniu à boca ávida. Os dedos encontraram a umidade cálida que nascia do desejo feminino. A língua percorreu uma parte que tremeu e se desprendeu, estremecida. Ela deixou escapar um gemido de desejo, de excitação. A sede converteu os lábios em presas vorazes, a respiração em uma arma doce, a língua em um furacão. Ela se revolveu, serpenteando sobre aquela tempestade. Tratou de não se mover muito, de não perder o controle. Ele havia encontrado o ponto certo, aquele maldito sabe-tudo havia encontrado o centro sem nem ter que procurar.
Uma mão masculina se colocou nas suas costas, incitando a mulher a se inclinar para frente. Ela obedeceu, submissa aos desejos daquele torturador, apoiando suas mãos no solo. Então entraram em cena os dedos, aqueles instrumentos de precisão graciosos e ágeis, que a levaram ao limite com rapidez. Sua luxúria cresceu e se concentrou, envolvendo o prazer quente ao redor daquela língua, daqueles dedos, até fazê-la sucumbir. Ela se liberou gemendo sobre aquela boca, aprisionou os raios que lhe atacavam, os fios que lhe aprisionavam, as lanças que lhe pulsavam nos pontos de êxtase. E fluiu entre espasmos e gemidos enquanto sentia o sorriso franzido lá em baixo em sua pélvis, no ritmo de um ataque mais selvagem em meio as sacudidas violentas de seu próprio corpo.
Ela se derrubou até cair derrotada ao lado de seu companheiro. Ainda ofegava ao voltar a deitar em seu peito, seu ventre ainda se contraía.
Ele beijou-lhe a fronte. Ela o queria sempre por gestos como aquele, que lhe faziam se sentir segura.
Ele esticou um braço, mas ela o puxou de volta e o colocou de volta ao lugar.
- Te disse para não fumar. – ela sussurrou.
- Mendokusai... mantém minhas mãos ocupadas.
- E o que você acha disso? – ela se ergueu um pouco sobre ele e colocou as mãos dele, cálidas e ainda úmidas, em seus seios. Ele sorriu.
- É um bom trato.
- Quando você fuma, sua boca fica com gosto de asfalto.
- Eu gosto desse sabor tão forte.
Ela o beijou, entrelaçando a língua com a dele num baile sensual e rítmico, enquanto ele a acariciava e levava as mãos para as nádegas femininas para apertá-las suavemente.
- ...Mas prefiro o seu, megamisama...todos os seus sabores... me deixam louco.
A ferida em seu lábio havia voltado a abrir, mas ela lambia o sangue com tanta luxúria que ele não se importou. Suas costas doíam pelo peso da mulher. Mas não se queixou. Pela primeira vez agradeceu estar naquele maldito galho, naquele hospital de campanha fodido.
Não se ouvia nada ao redor. Decidiu que, diabos, deixaria a batalha para mais tarde.
¹ - Beije-me (não tenho muita certeza sobre essa palavra porque fiz essa tradução há muito tempo e a pessoa que me ajudou eu não consigo mais contactar, qualquer correção será bem vinda)
² - Polvo
³ - Deusa peituda
