Titulo: Vivendo nas estrelas
Autor: Araleh Snape
Tradutor: Mazzola Jackson
Status: AUTORIZADO PELA AUTORA!
Gênero: angustia, drama, fantasia, mistério e romance.
Classificação: NC17
Advertência: MPREG, Morte de personagem
Resumo: Harry e Severus estão casados e vivem tranquilamente os anos do pós guerra. Para Harry nada poderia ser mais perfeito, esta profundamente apaixonado e se sabe correspondido, mas um dia alguns estranhos acontecimentos lhe acordam a inquietude que antes não tinha tido… recordar.
Capitulo um: Família Perfeita
Harry sorriu ao sentir como seu esposo se inclinava para ele para lhe dar o acostumado beijo na bochecha. Severus jamais abandonava a cama sem o fazer. E essa manhã de inverno, recebeu com mais gosto que nunca, o calor que expelia o corpo de seu esposo.
— Não se vá… tenho frio. —gemeu Harry tiritando exageradamente.
Severus acomodou-lhe as cobertas com cálido carinho para em seguida abraçá-lo repousando sua cara contra a de Harry, em firme contato de seu peito com as costas de seu esposo. Em frente a eles podiam ver através da janela, a neve se acumulando na janela, e uma escarcha rompendo os raios do pálido sol em suaves ondas de cores.
— É um chorão, bicho, a calefação está justo onde gosta e mesmo assim diz ter de frio. —disse-lhe, ainda que foi-lhe impossível mostrar-se irritado, todo o contrário, sua voz soava tão amorosa como sempre sucedia quando falava ao moreno menor.
— Sei-o, mas gosto que me abrace… ademais, não é de necessário que se levante tão cedo, Sev, são férias.
— Mas alguém tem que preparar o café da manhã… ou pensas deixar a sua filha sem comer e tudo por ser tão mimado?
Vontade não lhe faltaram de responder que sim, mas antes de mais nada estava a alegria que lhe brindava os cafés da manhã em família.
— De acordo… mas advirto-te que esta noite a vais passar mimando-me mais.
— É um trato. Agora diga-me que se te antoja que prepare.
— Ovos, tenho muita fome.
— Bem… ovos revoltos em caminho para um Bicho faminto.
Harry girou seu rosto para beijar suavemente os lábios de seu esposo, sentia muito cálido em seu interior quando lhe chamava carinhosamente desse modo, recordava a primeira vez que o fizesse…
Tinha sido graças a um conto que Severus lia a sua barriguinha quando tinha sete meses de gravidez. Em dito conto mostravam-se ilustrações dos personagens infantis, um deles era um glamoroso besouro de brilhantes olhos verdes que desfrutava muito de olhar as estrelas desejando as ir visitar desde que sua mãe se despediu dele para mudar ao astro mais brilhante. Severus comentou que nos olhos do bichinho se desenhavam as constelações do firmamento… e depois de olhar a seu esposo agregou "Igual que a ti, e você não vê ao céu".
Harry tinha respondido "Mas vejo-te a ti, você é meu céu"
Severus tinha rido muito nesse dia, mas a partir de então chamavam-se desse modo "bicho" e "céu".
— Não, melhor os farei com bacon. —disse o moreno dantes de sair.
Harry sorriu comprazido, gostava de saber que conhecia à perfeição seus gostos, e ainda lhe assombrava que fosse tão carinhoso com ele. Severus marchou-se para a cozinha para preparar o solicitado enquanto o moreno suspirava recordando nos dias de colégio e não podia conter uma suave risadinha ao pensar que em algum dia tinham chegado a se odiar… mas preferia não se deter muito nisso, a cada vez que o fazia sentia um estranho vazio em seu coração.
Não gostava de pensar muito em sua etapa de estudante… nem sequer queria rememorar sua vitória contra Voldemort, e a cada vez que alguém sacava o tema durante alguma reunião, ele esquivava e preferia correr a braços de Severus. Inclusive ainda não tinha recuperado suas lembranças por completo, um feitiço lhe apagou parte de sua memória.
Mas isso não importava, recordava o primordial. Era feliz, imensamente feliz com a vida que tinha.
Casado com Severus Snape, vivendo em Montreal, afastados de todo seu passado, em uma comunidade mágica que lhes respeitava sem se intrometer demasiado em suas vidas.
E tendo uma maravilhosa filha de cinco anos que era a luz de sua vida.
E falando dela…
A porta abriu-se estrondosamente para dar passo a uma pequena de longos cabelos vermelhos e um flamejante sorriso. Harry correspondeu ao gesto da mesma maneira, pensando em quanto lhe recordava a sua mãe, apesar da ter conhecido só em algumas fotografias.
Ia vestida ainda com seu pijama que mais bem era um abrigador mameluco que mal lhe deixava sacar as mãos e a cabeça. Saltou feliz à cama junto a seu pai, recostando-se sobre ele.
Harry libertou seus braços das cobertas para rodear a sua filha, abraçá-la era um deleite… era tão pequena e frágil como uma fina boneca de porcelana.
— Onde está papai? —perguntou a menina apoiando seu queixo no peito de Harry.
— Preparando o café da manhã.
— Ovos!
— Assim é, o que mais gostamos. —afirmou relambendo-se os lábios.
— Vamos ajudar-lhe?
— Pois talvez não seja uma má ideia.
O moreno conseguiu tirar a sua menina de cima, e juntos baixaram para a cozinha.
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Severus sorriu enternecido quando volteó aos olhar. Tanto seu esposo como sua filha iam ainda em pijama e sem calçado, ainda que Harry usava umas gruesas calcetas que não resultavam nada sexys. Ambos iam tomados da mão e com suas cabeleiras, negra e vermelha, tão alborotadas como sempre.
— Não puderam pentear-se, pelo menos? —caçoou enquanto apagava o fogo e sacava uns pratos do armário.
— Odeio pentear-me! —assegurou Alina indo sentar-se em seu lugar.
— Disso já me dei conta, jovenzinha… e você, senhor Potter, qual é sua desculpa?
— Digamos que já é herança.
Severus pôs os olhos em alvo com tal resposta, mas tão só deu-lhe um beijo antes de convidá-lo a sentar-se para servir-lhe o almoço.
— Cheira delicioso. —assegurou Alina aspirando profundamente. –Ninguém cozinha como você, papai.
— É porque é para quem amo.
Alina sorriu-lhe, e parando sobre a cadeira estendeu os braços para seu pai. Severus não se fez de rogado, e deixando a frigideira de regresso no fogão, rodeou à pequena pelo quadril para poder a sustentar em braços. A menina deu-lhe um beijo muito ruidoso na bochecha que deixou ao pocionista com uma sensação de umidade em sua pele.
— Eu também te amo… obrigado pela comida, papai Harry não cozinha tão bem como você.
— Hey! —protestou Harry sem deixar de sorrir pela cena que refletiam suas pupilas. — Recorda que eu te trouxe ao mundo com muita, mas muita dor, de modo que não aceito que queira mais a seu pai que a mim.
— Chorão. —respondeu-lhe Severus enquanto Alina ria, já estava acostumada a esses pleitos amistosos e os desfrutava. — Não chantageie a nossa filha, que segundo lembro, te anestesiaram bastante bem.
— Isso não é o importante, céu, eu a levei em meu ventre por nove meses, a alimentei e a nutri com meu próprio sangue até seu nascimento… é justo que agora te toque a ti.
— Acho que mais bem a alimentaste e a nutriste com toda a variedade de pizzas e hamburguesas de Montreal, mas de acordo, não conversemos mais que se esfria a comida.
Severus voltou a deixar à menina sentada sobre sua cadeira e ele ocupou um lugar entre eles, não sem dantes passar sua mão pela cabeça de Harry em uma afetiva mostra de carinho.
O moreno menor sorriu-lhe e começou a comer. Depois do primeiro bocado voltou a agradecer ao céu, como sempre, por se ter casado com alguém com tão maduro.
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Um par de horas mais tarde, a pequena família caminhava pelo centro da cidade onde viviam. Alina ia no meio de ambos, tomada da mão de seus pais. Harry tinha-lhe abrigado muito bem e mal podia caminhar, mas não parecia se sentir incomodada por isso, sempre tinha gostado dessa rua em especial que lhe parecia tão espetacular como formosa.
Detiveram-se em frente ao aparador de uma loja de brinquedos. Os olhinhos claros da pequena brilharam ainda mais, nesse dia escolheriam seus presentes para Natal e tinha uma longa lista por pedir.
— Parece que alguém acaba de descobrir o paraíso. —riu Severus ao notar a expressão infantilmente ambiciosa da menina.
— Bem, pois que comece a maratona.
Harry tomou ar, já se tinha preparado psicologicamente para esse momento, ia ser muito difícil lhe seguir os passos a sua filha, mas estava seguro que se divertiria muito. Alina já dava pequenos saltinhos de ansiedade por entrar à loja de brinquedos.
Ao fazê-lo, não teve poder humano que fizesse que sua boa conduta continuasse, rapidamente se soltou das mãos de seus pais para correr nos corredores.
— Rápido, Severus, atalha pela seção de bonecas… eu irei para as bicicletas!
Severus assentiu e tomou um atalho para não perder de vista à menina. O lugar estava abarrotado de pais que também batalhavam com seus filhos. Viu inclusive a um homem que quase estava a ponto de um colapso quando seu ramo rompeu um aparador de cristal para poder sacar uma vassoura mágica de brinquedo, felizmente tudo estava protegido para evitar lesões aos meninos, mas mesmo assim, devia consertar o dano.
Sem querer entreter-se, Severus continuou seu caminho chegando ao corredor indicado. Viu que Harry já tinha atingido a sua filha quem provava uma bicicleta rosada dando voltada pelo corredor enquanto o moreno a seguia tentando que não chocasse com nenhuma estante.
Foi-lhe impossível não sorrir, se sentia o homem mais afortunado do mundo por ter essa família junto a ele. Toda sua vida tinha mudado radicalmente ao redor de seis anos atrás e ainda seguia sem entender que de bom fez em sua vida para merecer tanta felicidade.
Nesse momento a menina decidiu que era suficiente de montar a bicicleta e a abandonando a metade do corredor saiu disparada para outro ponto da loja. Severus levantou uma sobrancelha ao vê-la ir diretamente a onde estava… Harry realmente conhecia muito bem a sua filha.
E enquanto Harry voltava a colocar a bicicleta em seu lugar, agora era o turno de Severus de interceptar a sua filha e impedir que fizesse demasiada desordem.
Alina deteve-se abruptamente admirando as altas prateleiras repleta de bonecas de todas cores e formas, não sabia por onde começar a buscar. Severus aproveitou sua momentânea pausa para ajoelhar a seu lado, colocando precavidamente suas mãos nos ombros da menina.
— Qual gosta?
— Posso eleger a que queira?
— Absolutamente, tão só assinala-a e a baixarei para ti.
Alina assentiu e depois de percorrer com a mirada as filas de bonecas, seus olhos alumiaram-se com uma de perfeitos cachos loiros e um vestido de veludo vermelho com cintilas branco nas bonecas.
— Quero essa, papai!
Severus assentiu e usando seu varinha baixou a assinalada boneca até sua filha, quem recebeu-a quase com veneração. Harry chegou nesse momento até eles, sorriu ao ver a mirada estupefata de Alina que acariciava o formoso cabelo de seu brinquedo.
— Acho que neste ano não lhe custou eleger uma. —suspirou cansado, Severus aproximou-se lhe para abraçar-lhe enquanto viam à menina entreter-se.
— Nunca pensei que diria, mas em verdade adoro as bonecas, pelo menos não provocam tanto alboroto.
— E já a apartaste?
— Assim que Alina liberte-a um pouco. —lhe sussurrou ao ouvido.
Harry se apegou mais ao corpo de seu esposo, fechou os olhos desfrutando muito do calor que brindava. Ao cabo de uns minutos de permitir que a menina jogasse, a convenceram de regressar a boneca em seu lugar. Então Severus fez um movimento com seu varinha para que ficasse apartada para sua filha.
A maratona continuou durante uma hora mais e Severus sempre aceitava apartar quanto brinquedo a menina queria, lhe prometendo que Santa Claus lhe levaria assim que fizessem sua carta os solicitando.
Quando por fim deram por terminado o percurso e se dirigiam à saída, Alina se voltou a separar correndo para um rincão da loja na que não tinha visto. Atrás de uma vitrina de cristal encontrava-se uma coleção de snitch.
Colou seus mãozinhas ao vidro, admirando o formosas que luziam as bolinhas em seus caros estuches. Algumas revolteavam suas asas como querendo escapar mas eram mantidas em um lugar seguro com um cincho prateado.
— Papai, compra-me uma! —exclamou maravilhada.
— Não, é demasiado pequena para ter uma snitch, Alina. —afirmou Severus indo até ela.
— Mas eu quero uma!
— Já te disse papai Severus que não. —secundou Harry. — Essas pelotas são para jogar quidditch e não tens a idade para isso, te prometo que…
— Mas vocês disseram que me comprariam o que eu pedisse!
— Sim, mas não tem caso que tenha uma snitch agora. —argumentou Severus armando-se de paciência, ainda que o bico que tinha Alina prognosticava um mega chilique. — Quando esteja em idade de jogar isso, então provavelmente…
— Mas eu a quero agora!
Alina já chorava a gritos por não obter sua pelota. Harry olhou a todos lados, entre envergonhado pelas miradas reprobatórias que enviavam alguns pais pela gritaria, e com pesar por não poder lhe cumprir o desejo a sua pequena.
Sabendo o que viria agora se não atuavam rápido, Severus aproveitou que Harry lhe ocluía a vista dos demais compradores para inclinar para sua filha, com toda macieza lhe sujeitou do choroso rosto lhe impedindo atirar ao andar como pretendia a pequena.
— Alina… Para valer quer fazer um chilique? —lhe sussurrou obrigando-a a olhar aos olhos.
Como por arte de magia, a menina guardou silêncio. Desde seu lugar Harry sorriu ligeiramente, sabia que se tinha alguém capaz da controlar esse era Severus. Alina olhou a seu pai de olhos negros com inteligência, ainda recordava que a última ocasião em que decidiu se arriscar a um chilique terminou com toda sua roupa tingida de rosa… não, não ia permitir que algo assim voltasse a ocorrer.
Docilmente baixou a mirada e abraçou-se de Severus murmurando uma tímida desculpa por seu arrebato.
O moreno sorriu abraçando-a para depois levantar do chão, suspirou ao sentir à pequena rodear pelo pescoço, repousando sua cabecinha em seu ângulo.
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Foram a comer a um restaurante da rua comercial, para então Alina tinha recuperado seu bom humor e sorria apoiada no braço de Severus.
— Me ajudarão a fazer a carta a Santa esta noite? —perguntou olhando alternadamente a seus pais.
— Por suposto, carinho. —disse Harry sorrindo-lhe. — Eu mesmo te ajudarei à escrever.
— Gostaria de tentar fazê-lo eu… Minha professora diz que tenho que praticar a escritura porque minhas letras saem tortas.
Harry riu, tinha que reconhecer que era verdadeiro, mas não lhe dava demasiada importância, pois a menina mal começaria a educação primária o seguinte verão, lhe parecia que já era suficiente com ter as noções básicas para ler e escrever, ainda que fosse com defeitos.
— Seu pai teve letras tortas inclusive quando já se tinha graduado de Hogwarts. —interveio Severus conseguindo que Harry deixasse de rir e entornar as pálpebras.
— Eu já quero ter idade para ir a Hogwarts!
A exclamação da menina fez que Harry se esquecesse de protestar, a ele também lhe ilusionava o momento em que sua filha pudesse ir a seu mesmo colégio. Severus, por sua vez, omitiu nenhum comentário e dirigiu-se em busca do garçom que ainda não levava a comida solicitada.
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Essa noite, tal como o prometessem, Harry e Severus se recostaram em sua cama, refugiados desse frio invernal baixo as cobertas, e com Alina entre eles, com seu caderno sobre suas pernas.
— Como se escreve patins? —perguntou inocentemente.
— Espera, nós não ficamos em pedir nenhuns patins. —protestou Harry. — Recorda pôr só o que aprovámos na loja de Santa.
— Também não a snitch?... talvez a Santa não se importe me presentear.
— Alina… —advertiu Severus silenciosamente.
A menina suspirou resignada e a partir desse momento dispôs-se a escrever o que seus pais iam lhe ditando, ainda que tomando suas precauções fez um desenho a um lado da cada palavra… algumas as entendia, mas outras não muito, e preferia estar segura de que Santa não se equivocasse de obséquios.
… ou de que seus pais não estivessem a fazendo pedir algo aborrecido.
Seu gesto foi simplesmente interpretado como um esforço para fazer mais chamativa a carta, pelo que Severus e Harry lhe olhavam desenhar em silêncio.
— Acho que sua filha poderia ser pintora. —comentou Harry admirando os traços tão bem feitos pela menina.
— Ainda falta muito tempo para que ela decida o que fará de sua vida… sinceramente espero que se equivoque, Bicho, ou teremos que manter até sua velhice.
Harry conteve um sorriso, mas girou-se para seu companheiro passando uma mão por sobre a cabeça de sua filha para acariciar o rosto de Severus. Este não disse nada, lhe olhou tão apaixonado como desde que a palma da mão de Harry passou cerca de sua boca, moveu seu rosto para beijar-lhe. Harry sorriu ao sentir esses amorosos lábios sobre sua mão… surpreendia-lhe e quase assustava por igual poder amar tanto a uma só pessoa.
E de repente, um ruído na sala fazer sobressaltar-se. Os três olharam para a porta ao mesmo tempo. Severus rapidamente tomou sua varinha quando uns passos se escutaram subindo as escadas.
Instintivamente Severus incorporou-se sentando à beira da cama, protegendo com seu corpo a sua família atrás de ele. Sua mão já tinha buscado a varinha, era impossível que alguém tivesse entrado… Ele mesmo se tinha encarregado de colocar as defesas de seu lar.
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Nota tradutor:
Muita gente me perguntou como consigo manter e administrar todas as minhas fics e as traduções de pé, bom digo que é porque eu gosto tanto de escrever que por mim escreveria tudo que eu tenho em mente aqui! Não tem caso dizem como mantenho tudo em pé e no rumo .
Mas vamo ao que interessa!
O que acharam dessa outra fic dessa maravilhosa autora? E principalmente o que acharam desse capitulo de estreia?
Vejo vocês no próximo capitulo!
Ate breve…
