Leia antes, por favor.
Não acredito que traduzi isso...
Li essa fanfic há algum tempo atrás e achei que seria bom compartilhá-la com todos aqui. A autora (Chris-Remmey) usa um inglês bem mais complicado do que estou acostumada, mas espero que a tradução tenha ficado boa.
Aliás, o Francis fala algumas palavras em francês (nada muito difícil) e, quando traduzi, achei melhor deixar algumas palavras em inglês para o Arthur. Como a fanfic é originalmente em inglês, isso não faz diferença, mas achei que ficaria legal e, talvez até justo, dessa forma.
Yaoi à frente. Francis X Arthur, França X Inglaterra, FrUK, o que for. Você foi avisado
Os personagens, assim como a fanfic, não me pertencem. Hetalia pertence à Hidekaz Himaruya e a fanfic à Chris-Remmey.
Tradução dedicada à Marina, claro, minha best.
Sem mais delongas, divirtam-se.
Cartas para você
Capítulo 1 – Uma árvore
Luz do sol dourada entrava pelas frestas da persiana, enchendo o quarto com listras de ouro líquido em contraste com sombras frias. Estava frio, e mesmo com o cobertor à beira da cama e sobre seus quadris, Arthur tremeu vagamente. Ele abriu um de seus olhos, encarando o teto obscuro. Ele virou – com sua face voltada ao local vazio na extensa cama e fechou os olhos, pressionando seu rosto nos seus travesseiros gelados. Depois de um momento, ele se virou novamente, olhando cegamente a sua janela.
Ele odiava isso. Ele odiava acordar suprimiu um suspiro, rolou novamente sobre a cama e se sentou. Olhos verdes encarando o chão, vendo seus pés descalços e alguns arranhões na madeira escura. Ele se forçou a levantar – para começar uma outra manhã vazia. Mas ao se lembrar o porquê ele estava sozinho, ele sentiu sua raiva crescer. Inglaterra se levantou, se arrastando até o armário e abrindo a porta furiosamente.
Ele encarou com ódio suas roupas, visto que ele não tinha mais nada para liberar sua raiva. Era tudo culpa daquele sapo maldito. Tudo culpa dele. Arthur colocou sua mão sobre a porta do armário, olhando para o chão, quando outra onda de raiva envadia seus pensamentos. Sua mente refletiu sobre a fonte de seus problemas enquanto ele mexia nas roupas penduradas, procurando por algo apropriado para vestir no dia.
Foi a última vez que ele deixou Arthur o esperando. Ele já estava de saco cheio disso, das reuniões esquecidas, dos encontros em que ele ficou esperando, mas algo sempre permitiu que Arthur perdoasse Francis e continuasse em seu relacionamento. Mas essa foi a última gota. Inglaterra tateou pelas gravatas em seu armário, encontrando a acinzentada que Francis odiava e a tirou do cabide.
O jantar era pelo seu aniversário de namoro. Arthur ponderou cozinhar, mas desistiu (Como se ele quisesse...) e reservou uma mesa em um restaurantes que ele sabia que Francis adorava. E ele ficou lá, esperando algum sinal de que ele apareceria. Nenhum telefonema, nem sequer uma mensagem. E ele esperou, ah, como ele esperou. Arthur esperou por aproximadamente quatro horas até ele finalmente desistir e ir de volta para casa sozinho na fria chuva. Primeiro, ele pensou que algo terrível tivesse acontecido, isso até ele encontrar com ele de manhã e Inglaterra percebeu que ele simplesmente havia esquecido.
Arthur colocou a gravata após a camisa, suéter e calças e desceu as escadas em direção à cozinha. Sua mão empurrando o corrimão, emitindo um ruído estridente. Equanto andava em direção à cozinha, ele olhou para fora e viu o raro azul brilhante do céu matinal. Inglaterra fez uma careta e começou a porcurar algo para seu café da manhã.
Pegando o a frigideira de uma das prateleiras e colocando-a sobre o fogão ligado, ele moveu-se para pegar os ovos na geladeira e quebrou um em sua frigideira aquecida. Assistindo-o fritar, sua mente começou a voltar ao que tinha acontecido.
Pelo telefone, com raiva pelo que aconteceu, Arthur terminou com Francis. Estava acabado. Feito. Ele não conseguiria lidar mais com aquilo. Houveram palavras rudes, ambas de Arthur e Francis e Arthur bateu com o telefone no gancho.
Arthur virou o ovo, franzindo à fumaça preta que estava começando a se formar ali.
Depois de um dia de silêncio, Francis ligou, mas Arthur ignorou–ainda furioso. Francis ligou todos os dias por uma semana, pedindo incontáveis desculpas na secretaria eletrônica de Arthur. Inglaterra estava irritado demais e deletou a maioria delas, ainda se recusando a retorná-las. Depois de uma semana, Francis apareceu à sua porta e Arthur ignorou-o até ele ir embora. O dia seguinte ele apareceu novamente, até que Arthur se encheu e gritou algumas palavras, que recebeu em retorno algumas poucas do outro homem até que uma competição de gritos ocorreu e Arthur o jogou para fora de casa. "Não ouse falar comigo de novo. Eu odeio você!". E Inglaterra bateu a porta de sua casa, começando então sua solidão.
Seu alarme de incêndio soou, o barulho irritante fazendo-o sentir como se seus ouvidos fosse sangrar e ele virou-se para ver a massa negra que antes havia sido seu ovo. Ele balançou a mão, afastando a fumaça, e tirou a frigideira do fogo. Inglaterra se virou para abrir a janela, alguns xingamentos saindo de seus lábios. Enquanto a fumaça negra se dissipava lentamente, ele ignorou o alarme e jogou os restos de seu ovo no lixo, e pegou uma maçã de uma tigela no canto. Abrindo a torneira para encher a frigideira com água, Arthur suspirou quando o alarme finalmente parou e se moveu para o armário pegar seu chá. Ele xingou novamente quando viu que estava vazio.
Arthur se dirigiu para a mesa da sala, planejando mutilar sua mação em plena agressão quando algo vermelho chamou a atenção pelo canto do olho. Ele parou e encarou, piscando em confusão. Em sua mesa estava uma singela rosa vermelha.
Deixando a maçã de lado, ele estudou a rosa em confusão. Como foi parar ali? Seu cenho franziu enquanto ele se movia na direção da mesa, seus dedos acariciando as pétalas. Francis. Era óbvio que era de seu ex e ele poderia ter se estapeado ao se lembrar que ele nunca pegou de volta a chave reserva que ele deu para o francês. Arthur cerrou os dentes, agarrando a rosa ferozmente.
Ele deveria apenas esmagá-la agora. Ele deveria jogá-la na lata de lixo e nunca mais olhar para ela de novo. Era provavelmente uma descupa que ele teria para irritar o Inglaterra ou algo do gênero. Mas ainda assim, Arthur segurou a rosa gentilmente entre seus dedos, observando-a desoladamente. Assistindo a luz que emanava da fina pétala, ele percorreu seus dedos pela rosa, ferindo-a e soltando seu perfume doce.
Ele odiava ter que sentir saudades de Francis, e desejava que ele sentisse somente raiva dele. Na verdade, ele sentia muita falta dele porque o amava–e aquilo doía mais do que a raiva. Então ele ficou a fitar a rosa, decidindo seu destino. Ele moveu-se para a cozinha e a deixou junto à seus pratos, fechando a porta do armário.
Inglaterra desligou o fogão e se moveu para a porta de entrada, pegando seu casaco de primavera, carteira e chaves; Ele enfiou seus sapatos e saiu pela porta, para caminhar pela cidade. Era seu dia de folga, e ele iria curtí-lo, sem se lembrar de um francês de cabelos de ouro. Arthurtrancou a porta atrás dele, sentido o ar da primavera e começou a anda em direção ao centro da cidade.
A cidade ocupada era um ótimo local para passear durante um dia de primavera calmo. Havia vendedores pelas calçadas, famílias passeando por aí, e algumas pessoas levando seus cães. Para seu descontentamento, no entanto, o clima de primavera também trazia jovens casais que se aglomeravam nos bancos e não se preocupavam com mais nada a não ser atacar os lábios um do outro.
Arthur deixou o ar escapar de seus lábios, na forma de um suspiro de raiva. Enfiando as mãos em seus bolsos e olhando para uma loja. O vidro antigo dizia a idade do estabelecimento e seus olhos verdes percorriam pelos produtos da loja. Roupas de homens – e ele sentiu seus olhos se prenderem à uma gravata azul notavelmente exibida em uma perfeita camisa social. Ele virou um pouco sua cabeça e depois olhou de volta à calçada, indo em frente para vagar sem rumo pela cidade.
Com licença! Senhor! Senhor Kirkland?
Arthur olhou surpreso. Na entrada da loja na qual ele esteve olhando, estava uma jovem menina morena. Pelos óculos, olhos cinzas encararam-no, trepidantes.
- Você é senhor Kirkland, certo? Arthur Kirkland?
Inglaterra virou-se enteiramente à ela, ainda confuso. – Sim, sou eu – Ele pausou, esperando que ela dissesse alguma coisa. Então, continuou. – Perdoe-me, mas eu te conheço?
- Há, não! – Ela balançou as mãos e um rosa se instalou em seu rosto cor de creme, avermelhando-se e corando. – Não, me pediram que eu parasse o senhor quando passasse por nossa loja.
Em defesa, Arthur mexeu-se inquieto. O que ela queria dizer com aquilo? Ele a observou enquanto ela apalpou seus bolsos e puxou um envelope branco. Ela o fitou e depois estendeu-o à Arthur.
- Uh.. Um homem veio aqui ontem e nos pediu que lhe entregassemos isso caso o senhor passasse. – Ela pausou novamente, e olhou para a loja com um olhar que parecia implorar. Então, virou-se e esticou a carta no espaço que havia entre eles.
Encarando a carta por um momento, Arthur a pegou finalmente. Ele duvidava que fosse algo perigoso, como uma ameaça ou algo assim, mas isso não o impediu de examiná-la cuidadosamente. Não havia nada de errado e ele começou a abrí-la. – De quem é exatamente? – Ele perguntou.
A garota se moveu vagamente. – Um homem. Olhos azuis, longos cabelos loiros. Ah, acho que era francês.
Arthur parou de puxar a carta e olhou-a, face congelada. – Francês?
A menina se assutou e assentiu – S-Sim... Ele talvez tenha dito seu nome, mas ele estava falando com Richard- anh, o dono da loja. – Ela olhou novamente para o interior da loja. – Se quiser, posso chamá-lo.
Balançando a cabeça, Arthur colocu a carta de volta no enevelope. – Não, não será necessário. Desculpe o incômodo – Ele assentiu à garota, que parecia alivida, e começou a andar pelas calçadas novamente. A carta em suas mãos enquanto ele andava na direção de uma lata de lixo na esquina. De todas as coisas ridículas... Arthur pensou furiosamente e parou bem em frente à lata de lixo negra.
Mas quando ele parou ali, perto do lixo, a mão posicionada para jogar a carta fora, ele não conseguiu. Seus dedos não largavam o papel, não importando o quanto ele gritava em sua mente para largá-lo. Inglaterra finalmente tirou sua mão dali, corpo cruvado e ombros caídos. Ele andou até um banco e sentou-se ali, olhando o envelope. Okay, Francis. Ele pensou amargamente. Vou ver o que quer. Seus dedos puxaram a carta e ele abriu o papel.
Mon Chéri, eu espero que você não jogue isso fora. Se puder fazer a minha vontade, vá até o parque.
Francis
Ele encarou a carta. De fato, ele estava quase esperando um outro pedido de desculpas, então aquilo era inesperado. Ele mordeu a parte interna de sua bochecha, irritado com tudo e pensando, enquanto ele olhava pela rua onde o parque se localizava na esquina. Ele deveria ir? Um pouco confuso, Arthur levantou-se, olhando para a assinatura e depois para seus sapatos. O que ele deveria fazer?
Ele estava em pé, cuidadosamente à beira do gramado, observando os arredores do parque com olhos corridos. Crinaças e mães corriam pelas árvores do playground à uma distância. Havia um casal mais velho lendo perto de um jardim com flores e um homem alto jogou um Frisbee para seu cachorro. Mas o local onde Arthur estava era silencioso e ninguém se aproximava.
Era um pequeno projeto de terra que ficava ao lado de um pequeno lago. Uma antiga árvore fazia uma bela sombra, seus galhos sobre a água escura e também com uma sombra. Arthur olhou em volta, nem um raio de luz ousando se aproximar. Ele ficou debaixo dos galhos em um espaço aberto, um pequeno sorriso dançando em seus lábios equanto ele olhava para o guarda-chuva verde que era a árvore.
Ele podia se lembrar quando ela era uma pequena planta. Na verdade, ele quase a arrancou do chão em tédio, mas foi reprimido por isso. Ele franziu ao se lembrar quem o havia feito e sentou-se perto de uma rocha, na beira do lago. Inlgaterra não havia ido lá à anos. E quando olhou para o galhos inclinados, ele não conseguia imaginar o porquê. Era quase um local mágico. Ele fechou os olhos e virou sua cabeça na direção da brisa fresca que balançava as folhas.
Um pato se moveu em algum local e o momento foi cortado. Arthur calmamente olhou em volta, se sentindo mais em paz do que ele esteve pelas últimas duas semanas. Ele interrompeu seus pensamentos e admirou a grande árvore. Ele xingou baixo. Dentro de um buraco em um dos galhos estava uma carta branca, desta vez, acompanhada de uma rosa cor rosa claro. Os olhos de Inglaterra encararam à ambos por um momento, então, lentamente, ele foi levado pela curiosidade. Com um suspiro, Arthur se levantou da pedra e foi na direção da carta.
Seus dedos agarraram-se ao envelope e logo depois à rosa. Ele se afundou na beleza da flor, acariciando-a entre seus dedos para evitar os espinhos. De fato, ele adorava rosas. Elas tinham um local especial em suas memórias e era sempre dificíl jogar uma fora. Ele inalou profundamente o perfume da flor e se moveu de volta para a pedra, cruzando as pernas enquanto rasgava a ponta da carta e começou a ler.
Arthur,
Não sei se irá concordar com isso. Você deve ter jogado a primeira carta fora e talvez nunca leia essa, mas eu sinto que preciso reparar as coisas entre nós. Eu tenho certeza que reconhecerá esse local, mesmo que tenha passado anos desde que estivemos aqui juntos. Ou talvez não? Nada realmente importante aconteceu aqui, mas foi a primeira vez que eu percebi algo importante.
Nós viemos aqui em um dia de verão, falando sobre política, mesmo que não houvesse uma razão. Você estava terrivelmente depressivo por causa de alguma coisa; acho que era por causa da Primeira Guerra Mundial. Não havia mais risadas entre nós, ou entre ninguém por um bom tempo. Você sentou-se na pedra perto do lago; eu jogava pedras suavemente na água. Estava daquela maneira por um tempo até que começamos a brigar e você me empurrou no lago.
Nem preciso dizer que estava irritado, mas infelizmente eu assustei alguns gansos que começaram a correr atrás de mim. Eu tive que fugir deles, me escondendo dentro do lago, e quando eu emergi por ar, eu vi algo incrível.
Você estava rindo e estava lindo assim. Eu não havia visto seu riso por um bom tempo, mon ami, então eu fiquei ali-todo molhado e coberto de musgo–simplesmente para assistir. Você estava rindo tanto que havia lágrimas em seus olhos. Você agarrava seu estômago e seu rosto estava levemente corado. Até seu cabelo estava bagunçado. Mas quando você abriu os olhos e olhou para mim, eu percebi algo muito importante.
Eu percebi o quanto eu estava apaixonado por você e pelo seu sorriso.
Não me lembro o que aconteceu depois disso, mas é uma simples memória que ficará para sempre em minha mente.
E agora, mon Chéri, eu sei que você está furioso comigo. Você tem todo o direito de estar. Mas por favor, faça a minha vontade? Vá até a biblioteca quando puder.
Eternamente apaixonado,
Francis.
Dobrando a carta lentamente, Arthur observou a água radiante. Então isso era um pedido de desculpas, não? Ainda assim... Ele olhou novamente para o papel, sentindo algo ascender dentro dele. Francis pensou que ele estava lindo? Um pequeno rubor subiu para seu rosto e ele se remexeu, sobrancelhas franzindo enquanto ele pensava nas palavras.
Será que ele estava dizendo aquilo apenas para que eles voltem a ficar juntos? Arthur começou a andar de um lado para o outro, debaixo da sombra da árvore, e balançou a cabeça. Ele não sabia o que fazer. Isso era ridículo! Uma carta dentro de uma árvore... Parecia algo que só se encontraria em livros. Ele apertou os lábios e pensou. De jeito nenhum ele iria perdoá-lo tão facilmente. Ele estava tocado... Um pouco. Mas ainda assim ele queria estar com raiva. Ele queria ter o ódio queimando dentro dele e liberá-lo de milhões de maneiras, porque ele ainda estava zangado, ainda doía.
Arthur olhou para a carta em suas mãos e depois para o caminho atrás do parque mais uma vez. Ele não deveria ir–se ele fosse, ele provavelmente perdoaria o loiro mais alto. Arthur poderia ter um grudge, mas normalmente se tornava insignificante quando se tratava de Francis. Não desta vez. Com suas mãos sobre o tronco, Inglaterra olhou para o caminho antigo à uma pequena distância. Ir para a biblioteca do outro lado do parque... Ou ele deveria deixar a carta para a água carregar?
Ele deixou a rosa cair de suas mãos na terra;
Ele enfiou a carta em seu bolso e pegou o caminho–na direção oposta da biblioteca–em direção ao certo da grande cidade sem nem mesmo olhar para o outro caminho ou para o parque atrás dele.
- X X X -
Ainda não acredito que traduzi isso...
Marina, eu te odeio. Mas ainda te amo, droga.
Caso seja necessário: Mon Chéri = Meu querido.
