Dois anos se passaram.

Nesse período, aconteceram muitas coisas em York Shin… dentro do Genei Ryodan… na vida de Naomi.

A promissora escritora foi promovida, ganhou uma fama básica por toda a York Shin, melhorou de vida, apesar de continuar vivendo sozinha naquele apartamento simples de dois andares. Infelizmente, teve que lidar com perdas. Sua vizinha, com quem convivia tão amistosamente, tinha morrido. Mas ganhou simples e grandes alegrias. Havia adotado um gatinho que salvou das mãos de garotos maus que a maltratavam. E continuava vivendo uma espera. Uma espera que não lhe causava saudades, pois sentia-o tão perto de si. Era como se ele estivesse vivendo com ela. Ele...

Na vida de Hisoka também.

Novatos promissores, lutas interessantes, missões do Ryodan, a quase luta que teve com Kuroro Lucifer. Por ter sido derrotado por um jovem Hunter que vingou seu clã assassinado pelo Ryodan, ele ficou impossibilitado de lutar com o mágico assassino, mas deu uma oportunidade para poder lutar com ele, desde que ele pudesse ajudá-lo a recuperar seu poder perdido – justamente pela habilidade nen desse jovem Hunter, de nome Kurapika. Depois disso, estava sem muitos planos pela frente, somente a luta com Kuroro… e o reencontro com ela. Será que ela ainda lembrava dele? Ou já tinha esquecido e conhecido outro homem interessante? Não… ela era dele, ele a "marcou". Tinha sido seu primeiro homem, e era até então seu amor. Ele prometeu voltar quando pudesse. Propositalmente, ele bloqueou seu número do registro do seu smartphone com sua habilidade da Textura Enganosa, mas poderia retornar a deixar disponível quando quisesse. Fez propositalmente. Primeiro, porque teria que seguir em frente e prestar seu Exame Hunter novamente, não poderia ter tanto tempo disponível para ela, caso procurasse; segundo, queria "testá-la". Queria ver se ela foi realmente fiel ao esperá-lo. Ele o fez…agora, veria se ela também o esperou.

Depois de uma missão que cumpriu após a eleição do novo presidente da Academia Hunter, estava livre… sentado em um galho grosso de uma árvore, distante da cidade, pensava nisso com as mãos sujas de sangue. Ficava admirando o sangue do Hunter que estava perseguindo e que agora estava morto, graças ao Hisoka. Terradein havia contratado caçadores profissionais para eliminar ele e um "amigo" o qual esteve envolvido nessa missão, Irumi. Era dever dele executá-lo antes que fizesse alguma besteira. E esse Terradein era, junto com o tal padrinho de Naomi, envolvidos na caça de Hunters de Lista Negra. Olhou de novo para a mão ensanguentada. Lembrou-se do sangue dela. Do mesmo sangue da pureza que havia rompido prazeirosamente. Seu corpo, seu cheiro… sua luxúria crescia bastante naquela noite fria. Era hora do reencontro. Sorria levemente.

Muito longe de onde estava Hisoka, alguém estava em sua solitária cama, olhando para a Lua Crescente que brilhava perfeitamente no céu. Lembrava o belo sorriso sinistro dele. Daquele homem que deixou em seu coração uma doce saudade. Ele era a perfeição e o terror. Um anjo e demônio ao mesmo tempo. Mas Naomi ainda pensava nele, perguntava para si mesmo por que a ligação daquele número havia desaparecido. Teria ele esquecido dela? Seria bom e ruim ao mesmo tempo. Bom, porque não seria mais perseguida por um homem de personalidade perigosa como ele. Ruim, porque jamais veria seu amado novamente. A sanidade de Naomi estava em questão para si mesmo – como poderia ela querer ver aquele ser de novo? Havia esquecido de tudo que ele fez? Das cenas loucas que a fez vivenciar? Não… e também não havia esquecido das vezes em que a tocava, possuía, amava. Dos seus seios duros sendo tocados levemente pela ponta daqueles dedos grossos e firmes, de unhas longas e pontudas. Aquelas unhas arrastando-se levemente na pele dela. O homem que a havia feito mulher. Aquele ruivo que nem precisava tocá-la para fazê-la suspirar, gemer de prazer. Que poder possuía aquele mágico…

– Ah, bruxo do amor… você ainda existe? – Naomi perguntou para aquela Lua, como se ela pudesse dar a resposta.

– Estou aqui… esperando vê-la novamente! – disse o outro, olhando para o céu também.

Separados fisicamente, juntos mentalmente. Até quando?