Resumo: Porque sentimentos deveriam ser como equações: lógicos e racionais. Simples assim. Takuoji.
Avisos simples:
Esta é minha primeira fic de Digimon e talvez esteja ligeiramente ooc, ao que peço desculpas. Também acrescento desculpas se vocês encontrarem alguns erros, pois essa fic não foi betada.
Tenho mais fics deles feitas, mas se as quiserem terão que ler o aviso final, no término da fic.
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Matemática.
Kouji's pov.
Chato.
É imensamente chato e tedioso ter que explicar como fazer uma equação de segundo grau, mas se eu não fizer isso, tenho certeza que Takuya vai reprovar de ano.
Somos amigos e eu não poderia deixar isso acontecer, certo?
Eu podia ter pedido para o meu irmão, Koichi, ensiná-lo matemática, mas ele recusou, dizendo que estaria ocupado e que certamente eu me divertiria com isso - o que acho um tremendo engano da parte dele. Izumi disse que tinha compromisso e que mesmo que quisesse fazer companhia, não poderia. Jumpei, o mais velho do grupo, simplesmente disse que não poderia porque já tinha sua própria cota de alunos ruins em matemática para ensinar.
Então sobrou para mim.
Takuya e eu estamos na biblioteca há duas horas e ele ainda não terminou sequer o exercício um, que é uma simples questão de segundo grau idêntica ao exemplo do livro. Felizmente, a biblioteca está vazia e então posso suspirar pesadamente e implicar com ele todas as vezes necessárias.
Vejo Takuya tentando achar o delta, encontrando dificuldades em algo tão tolo. Matemática é tão simples. Ás vezes basta somar-se os números, outras apenas diminuí-los; ou multiplicá-los; ou dividi-los. Assim alcançamos números inteiros ou fracionados, mas sempre teremos um resultado. Os números sofrem uma espécie de mutação de cálculo para cálculo, mas essa mutação não é um monstro medonho.
É lógico, há sempre um motivo.
Enquanto os sentimentos são amedrontadores, justamente por simplesmente existirem sem nenhum motivo ou vínculo justificável.
-É assim que se faz? -me perguntou o Takuya parecendo cansado. Seus olhos cintilavam para mim, mas eu conseguia ver a insegurança neles.
Analisei a conta e estava errada. Suspirei. Aquilo parecia não ter um fim. Senti o joelho esquerdo de Takuya encostar na minha perna direita, coincidentemente (ou não) um calafrio percorreu pela minha espinha vertebral. Completamente ilógico.
-Não, você errou o sinal do quatro. É menos quatro. -respondi mantendo a minha voz indiferente.
-Ah! Quê? -exclamou Takuya alto demais. -Arg por isso odeio matemática!
Por isso que eu odiava ensinar algo a Takuya: Ele perde a paciência muito facilmente, além de ser uma pessoa impulsiva e barulhenta.
Apoiei a minha cabeça na minha mão e voltei a observá-lo. Seu rosto estava avermelhado, tenho certeza que de raiva e eu acho que até posso ouvir as engrenagens de seu cérebro trabalhando incessantemente nesse cálculo. Era adorável vê-lo com aquela expressão concentrada.
Eu não quis dizer adorável. Takuya de forma alguma pode ser enquadrado em adorável, não é um adjetivo que combine com ele. E, de repente, senti calor, mas não era possível sentir calor em uma sala com o ar-condicionado funcionando perfeitamente bem.
É irracional. Sem sentido. Sentimentos fazem o corpo agir de maneira estranha, incompreensível. Se eu pudesse, eu os ignoraria, mas como ignorá-los?
-Você está bem Kouji? -perguntou o Takuya me encarando preocupado. Se é que é possível, a temperatura pareceu se elevar. -Está vermelho.
Era só o que me faltava. Respirei fundo e me contive um pouco, aos poucos o vento gelado do ar-condicionado me envolveu.
-Não é nada. -eu disse tentando acalmar-me. -Continue.
-Mas eu já terminei! -ele exclamou com um sorriso amplo. -Olhe! Dessa vez tem que estar certo, fiz exatamente como você disse!
Takuya me passou o caderno e, antes de ver a conta, eu torci para que estivesse correta, caso contrário a folha rasgaria, de tantas vezes que ele apagara a grafite. Dessa vez ele tinha acertado tudo mesmo e dei um sorriso mínimo: eu gostava do esforço dele e muito. Então escrevi a outra fórmula no caderno e me virei para encará-lo.
Ele estava perto demais.
Pude ver os cravos em seu nariz, os olhos castanhos cintilando dentro dos meus e um leve rosado nas bochechas, mas o que realmente me intrigou foram os lábios, róseos e umedecidos, que pareciam tão convidativos.
E desde quando eu queria beijar Takuya?
Desde todas as aulas de matemática desde então. Faça as contas!
-Você realmente está bem Kouji? -perguntou Takuya e eu vi o róseo se agravar em suas bochechas enquanto ele se aproximava de mim, até colar nossas testas. -Será que não é febre?
Ele estava próximo demais e a sala estava quente demais para racionalizar. Eu fechei meus olhos e o beijei. Eu não sabia o que fazer ou o que pensar, mas sentia lábios macios se entreabriram ao menor toque, correspondendo com uma leve sucção. Suspirei.
Nos afastamos um do outro e eu não conseguia encará-lo. Toda a minha coragem esvaíra-se e eu só conseguia sentir os efeitos pós o beijo. Ainda sentia a doçura.
-Que bom que não sou o único! -disse o Takuya com um sorriso enorme nos lábios. -Pensei que não me correspondesse!
-Como? -perguntei.
-Bom... -ele disse ficando constrangido, mas o sorriso ainda estava lá. Takuya me deu outro beijo. -Só esquece isso e me ensine o resto, tá?
Assenti com a cabeça e voltei a ensiná-lo. Mas depois disso ensinar matemática para ele não estava mais aborrecedor, tão pouco chato. E eu torcia por cada acerto dele.
Porque a cada acerto, haveria um beijo.
Meu irmão estava certo: eu realmente me diverti. E olhando agora o sorriso de Takuya, talvez sentimentos existam exatamente para fazer a matemática ter ainda mais sentido.
Certamente.
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...Se querem mais fics deles, terão de deixar um review nessa! É simples e indolor, não cairá seu dedo, nem nada cruel ou de meios insidiosos!
