Sinopse: Gina, aos 23 anos se descobre grávida. E como se isso não fosse o suficiente, ela não sabe dizer se o filho é de Harry ou de Draco.
Disclaimer: Nada aqui me pertence... somente a minha imaginação podre e bizarra.
De quem será esse bebê?
Capítulo 1: No Beco Diagonal
Duas mulheres ruivas estavam andando despreocupadas pelo Beco Diagonal, conversando alegremente e carregando algumas sacolas, até que pararam em frente à uma loja de artigos para quadribol, olhando a vitrine.
- E então, minha filha... – disse a mais velha, uma senhora gorda e baixa, que usava uma roupa verde-musgo muito chamativa. – Você e Harry ainda não tem previsão de quando será o casamento?
Gina, a ruiva por volta dos 23 anos, encarava a vitrine como se ela estivesse apresentando uma dança das vassouras super potentes. Sua mãe continuava a fitá-la, agora com impaciência.
- Oras, Ginevra Molly Weasley! Vocês já estão noivos à quantos anos? – bradou a sra Weasley, chamando a atenção de Gina e dos passantes.
- Shhh! Mamãe, faça-me o favor! – pediu Gina num tom sussurrante, olhando ansiosamente para os lados. – Eu não tenho intenção de sair nos jornais e revistas por causa de uma suposta crise com o Menino-Escolhido-Que-Sobreviveu!
- Querida, escute-me... – a sra Weasley disse num tom mais amável. – Harry me disse que você não está assim... bem, digamos que você não está se mostrando muito interessada aos assuntos do casamento. Posso saber o que é que se passa nessa cabecinha?
- Por Deus, mamãe, não há nada de errado comigo! – era Gina quem perdia a paciência agora. – Apenas não quero precipitar as coisas, quero que tudo seja perfeito e na hora certa! Apenas isso!
A sra Weasley fez menção de dizer mais alguma coisa, mas Gina imediatamente a cortou, começando a falar sobre o presente de Rony, motivo pelo qual elas estavam paradas em frente à loja de artigos para quadribol. Gina olhou para a vitrine e viu o reflexo de cabelos loiro-prateados do outro lado da rua, vindo em sua direção.
- Oh não... – chorou numa voz cansada. – Olha quem está vindo aí, mamãe...
- Ora, não se amole com esse menino, ele só não sabe o que fazer já que não está mais em Hogwarts e não tem mais a Harry para aborrecer. Vamos entrar, querida, venha. – a sra Weasley conduziu-a para dentro da loja, que estava cheia de gente, todos disputando as novidades do esporte mais famoso do mundo bruxo. – Olhe esse pomo-de-ouro, Gina! Aqui diz que esse é o modelo mais rápido que existe. Rony vai adorar, é a cara dele!
- Mamãe, Rony não é um bom apanhador, ele mal consegue alcançar aquele pomo com a asa quebrada que nós temos em casa...
- Oh, que maldade falar assim de seu irmão, minha filha! – desaprovou a sra Weasley. – Bem, mexa-se... parece que o menino Malfoy ainda está atrás de encrenca.
Gina rolou os olhos, sua mãe jamais se conformaria com o fato de que as crianças um dia crescem. Todos eles seriam sempre meninos na cabeça da sra Weasley.
- Vestes de primeira, cabelos loiros e bem-cuidados, andar seguro e definitivamente superior... – disse uma voz às costas de Gina. – Não está me reconhecendo, Weasel?
- Bom dia para você também, Malfoy. – quem respondeu foi a sra Weasley, fitando-o com desinteresse. Draco apenas sorriu de lado e ela se voltou para Gina. – Acho que então devemos procurar por algo menos...
- Caro? – completou Malfoy ainda sorrindo, agora com uma sombrancelha levantada. Gina tirou sua varinha de dentro do bolso rapidamente e apontou-a para o loiro.
- É melhor você ir andando, Malfoy! – ameaçou, quase cuspindo as palavras. Draco cruzou os braços na frente do peito e não se moveu um só milímetro.
- Vai me amaldiçoar, Weasel?
Temendo um confronto, a sra Weasley agarrou a varinha da mão de Gina, colocando-a dentro do bolso de suas próprias vestes, ignorando o olhar zangado da filha.
- Ninguém irá amaldiçoar ninguém aqui... não na minha presença! – ela disse serevamente, olhando de Gina à Draco. – Eu sugiro que você procure algo para fazer ao invés de ficar nos seguindo, menino.
Draco olhou incrédulo para a matriarca dos Weasleys, não podia acreditar que ela o havia chamado de menino. Gina abafou uma gargalhada, enquanto o "menino" se virava bruscamente esvoaçando sua capa e ia embora, com o rosto levemente corado.
- Você é impagável, mamãe! – desatou a rir, enquanto procurava novamente um presente para o irmão entre as prateleiras. – Ah, acho que encontrei!
- Mas Rony tem vários pares de luvas em casa, ele não ficará contente com mais um.
- Mas essa é o último lançamento da linha Chudley Cannons... tem até uma miniatura do goleiro em uma das mãos, veja. – apontou para a figurinha de um bruxo que voava rapidamente de aro em aro.
- Certo... bem, levaremos essa então. Espero que Rony goste.
- Ele vai adorar, mãe, não se preocupe. – disse Gina, já caminhando em direção ao balcão para pagar.
- Espere, Gina... talvez devêssemos levar um presente para Harry também, o que acha? – Gina parou de repente e olhou para a mãe, que estava perdida entre os muitos modelos de pomo.
- Harry só fará aniversário em Julho, mamãe.
- Mas fazer um agrado ao seu noivo não lhe custará um dedo, minha filha. Nós devemos cuidar daquilo que temos, Harry anda inseguro com relação ao...
- Mamãe, por favor, deixe que do meu relacionamento com o Harry cuido eu! – Gina ralhou, incomodada com a situação. – Entenda, eu amo o Harry e quero me casar com ele, mas as coisas devem fluir naturalmente, eu não quero forçar nada para não me arrepender no futuro. É apenas isso, mamãe!
- Oh, certo então... – suspirou a sra Weasley, frustrada. – Eu não direi mais nada, se é isso o que você quer.
- Sim, eu prefiro assim. – percebendo que a mãe ficou ligeiramente chateada, Gina deu-lhe um beijo estalado em uma das bochechas. – Obrigada por me compreender, mamãe.
- É pra isso que as mães servem, afinal. – sorriu amplamente e acrescentou, enquanto pagavam pelo par de luvas de goleiro. – Por favor, é para presente, sim? Meu filho Rony está fazendo aniversário, oh, ele é fantastico quando está jogando, você precisa vê-lo...
Enquanto Gina olhava distraída para as prateleiras, a sra Weasley contava para a balconista as façanhas de Ronald Weasley no campo de quadribol. A menina, que devia ter por volta dos 18 anos, estava visivelmente irritada com a interferência da sra Weasley, que opinava sobre o embrulho a todo momento, não deixando que ela terminasse o feitiço.
- Oras, deixe que eu faço isso, dê-me aqui. – resmungou, apanhando o presente de Rony de cima do balcão. Fez um floreio com a varinha, transformando o par de luvas em um bonito arranjo laranja-vivo.
- Meio óbvio, não é mamãe? Rony saberá que é algo do time assim que notar o embrulho.
- Não me amole, Gina! – a sra Weasley agarrou fortemente o embrulho, com cara de poucos amigos, mas suavizou a expressão ao falar novamente. – O que acha de tomarmos um sorvete?
- Ótima idéia, sra Weasley! – sorriu animada. – Mas antes... – colocou uma das mãos dentro do bolso da mãe e agarrou sua varinha. – É bom que isso fique comigo! – completou sorrindo, indo em direção à sorveteria.
Já passavam das três horas da tarde quando Gina e sua mãe saíram da sorveteria. Decidiram caminhar mais um pouco, olhando as vitrines e jogando papo fora, já que era raro encontrar tempo na agenda de Gina desde que ela foi promovida à chefe do departamento de Execução das Leis Mágicas.
Era um trabalho longe de ser monótono, ocorrências de mau uso da magia eram feitas à toda hora. Gina estava sobrecarregada, mas gostava de seu trabalho e não entendia porque todos insistiam em dizer que ela trabalhava demais.
Sempre que alguma coisa dava errada, Gina se prontificava a resolver o assunto pessoalmente, encontrando-se com o infrator. Diversas vezes fora surpreendida com situações fora de controle, voltando para casa com graves ferimentos. Muitas pessoas sofreram perdas terríveis com a ascensão de Lord Voldemort e mesmo com a vitória de Harry Potter, a maioria ainda mantinha sequelas dessa guerra, se tornando pessoas violentas e sem respeito às leis mágicas.
Esse era um dos motivos da constante interferência de Molly na vida de Gina. Desde que Gina começou a trabalhar, a sra Weasley vinha insistindo para que a filha arrumasse um outro emprego, menos perigoso e que exigisse menos dela. Mas Gina, com seu temperamento forte e obstinada como sempre, decidiu seguir a carreira, se tornando em menos de três anos, a chefe do departamento, para o orgulho e pavor da sra Weasley.
- Gina, minha filha... – começou, enquanto se dirijiam à "Gemialidades Weasley", lojo de logros dos gêmeos, que fazia muito sucesso, tanto no Beco Diagonal quanto na sua filial em Hogsmeade. – Sei que você não gosta que eu me intrometa em seus assuntos, mas eu realmente acho que você está trabalhando demais, veja, está magra e com olheiras, aposto como não se alimenta direito desde que se tornou chefe daquele lugar e...
- Mamãe, eu estou bem. – cortou-a com delicadeza. Sabia que a sra Wealsey ainda sentia muito a perda de Percy, que morreu durante a guerra em um dos ataques de comensais ao ministério e ela não suportaria outra perda. – Entenda, eu estou fazendo um trabalho que me faz bem de certa forma, eu não aguentaria ficar o dia todo trancada dentro de uma sala cheia de papéis. A senhora sabe que burocracia não é o meu forte.
- Mas Gina...
- Além do mais, eu estou sendo reconhecida pelo que faço, nunca me senti melhor em toda a minha vida, apesar dos pesares.
- E são esses pesares que me incomodam, minha filha. – disse a sra Weasley com um ar cansado, de quem tentava fazer a mesma coisa sempre que tinha oportunidade e nunca obtinha sucesso. – Mas você sabe o que está fazendo, eu espero...
- Sim, eu sei exatamente o que estou fazendo, não se preocupe. – respondeu, dando um sorriso e empurrando a mãe para dentro da loja. – Vamos, estou com saudade dos meus irmãos, há quanto tempo não os vejo? Um mês?
Elas entraram na loja, que estava abarrotada de mercadorias até o teto. As prateleiras quase oscilando para os lados, abrigavam todo o tipo de objetos enfeitiçados, algumas caixas espalhadas pelo chão portando dezenas de varinhas falsas e telescópios esmurradores. Ao lado, a indicação de que não deveriam ser testadas sobre pessoas com temperamento muito forte.
- Olha só quem deu as caras por aqui, Fred! – berrou Jorge, enquanto retirava os carrapatos da cara de uma menininha loira, provavelmente por volta dos 9 anos. Ela chorava ao lado de sua mãe que bufava e lhe dizia que sua desobediência lhe renderia um severo castigo, enquanto o ruivo fazia um feitiço de desaparecimento nos carrapatos. – Bem, pode ser que tenha restado alguns, mas provavelmente a senhora irá percebê-los quando atingirem o tamanho de um hipógrifo. – e piscou para a senhora que o olhava agradecida diante da expressão aterrorizada da pequena menina.
- Gininha, minha maninha! – disse Fred, pulando algumas caixas para chegar até elas, que assistiam a cena divertidas. – Sim, Jorge tem jeito com as crianças, elas sempre voltam mais obedientes pra cá.
- Gostaria que alguém tivesse me ajudado com vocês dois, não imaginam o trabalho que me deram. – disse a sra Weasley, encantada com a garotinha. – Oh, quando ganharei mais netos? Ainda não temos uma menina na família!
Fred bufou e a sra Weasley começou mais um sermão sobre como eles deveriam ser mais responsáveis, que já estava na hora de se casarem e lhe dar netos. Os gêmeos tentavam rebater, dizendo que ela se arrependeria depois que as crianças se mostrassem iguais – ou piores – a eles.
Ficaram conversando por algum tempo, rindo e debochando da matriarca, que parecia querer formar a família mais numerosa do mundo mágico. Gina deixou-os por um tempo, alegando querer usar o banheiro, mas algo em uma prateleira mais escondida chamou sua atenção. O reflexo de cabelos loiro-platinados não eram um bom sinal.
Ela se aproximou vagarosamente, pensando em alguma azaração para lançar em Malfoy caso ele lhe atacasse. Espichou o pescoço, olhando para o fundo do pequeno corredor e uma mulher com uma longa cabeleira loira estava agachada no chão, vasculhando uma caixa de bolinhos explosivos.
- Er... com licença, posso ajudá-la? – perguntou receosa, assustando-se quando a mulher virou o rosto e a encarou. Aquela não podia ser Narcisa Malfoy, poderia?
Ela continuou agachada, numa posição completamente "não Malfoy", mas olhando Gina firmentente nos olhos, parecendo não reconhecer nela nenhum traço Weasley.
- Eu pensei que não haviam subordinados nessa loja. Reclamarei da sua falta de competência com o gerente. – disse Narcisa num tom arrogante que não havia se perdido com o tempo. Gina quis rebater, mas a curiosidade foi mais forte. O que fazia Narcisa Malfoy sentada sobre as pernas procurando por algo em uma loja de logros?
- Bem, sinto muito pela minha displiscência, sra... Malfoy. – falou cuidadosamente, tentando soar amável. – Em que posso ajudá-la?
- Estou procurando por uma varinha. – ela disse sem rodeios, voltando a revirar a caixa de bolinhos. Gina ficou olhando estática para Narcisa, que resmungava sem parar para si mesma. – Ingratos... roubaram minha varinha... ninguém reconhece... Olivaras não me vende... fora do meu juízo... ingratos...
Ficou parada por um tempo, analizando a situação e lembrou-se de ter ouvido falar, há muito tempo, que Narcisa havia sido internada no Saint Mungus com suspeita de problemas mentais. Mas ela saiu pouco tempo depois, voltando para a mansão com Draco. Decerto ele estava mantendo sua mãe em casa para não precisar lidar com a imprensa.
- Ficará apenas olhando, ou irá procurar a maldita varinha? – ameaçou Narcisa entre os dentes.
- Hum... bem, sim senhora. – fingiu procurar pela varinha na prateleira, entre os muitos sabores de chicletes mordedores de língua, tentando pensar em algo para tirá-la daquela situação. – Oh, mas é claro! Aguarde um minuto, sim? Tenho certeza de que sei aonde estão as varinhas.
Voltou alguns instantes depois, carregando uma varinha falsa em suas mãos e entregou-a a Narcisa, ficando ao seu lado, um pouco mais atrás. Narcisa brandiu a varinha e viu um jato se iluminar à sua frente. Gina abaixou a sua varinha rapidamente, colocando-a no bolso, sem que Narcisa visse.
- Bem, esta deve servir... é de pelo de unicórnio, acredito? – disse olhando para Gina e sem aguardar por uma resposta, saiu em direção ao caixa para pagar.
- Espere, sra Malfoy! – Narcisa parou e encarou-a, impaciente. – Por favor, não diga nada ao gerente, eu... bem, leve a varinha como um presente meu, assim ficaremos quites.
Era sua sina deparar-se com situações inusitadas e Gina sabia bem como lidar com elas. Narcisa pareceu satisfeita com a troca de favores e partiu, um pouco sorridente. Gina sentiu-se penalizada com seu estado, mas lembrando-se de tudo o que a família Malfoy havia feito em favor do lado negro na guerra, achou que era mais do que merecido.
N/A: Uma fic mais light, sem tanta violência, com doses alternadas de H/G e D/G... espero que gostem!
Com carinho,
Mila Fawkes.
