COMPANY LOVES MISERY
Autora: AngstGoddess003 (http:/ www. fanfiction. net/ u/ 1713572/ AngstGoddess003 )
Tradutora: Ju Martinhão
Shipper: Edward & Bella
Gênero: Angústia
Censura: +18
Fic Original: Company Loves Misery (http:/ www. fanfiction. net/ s/ 5577199/ 1/ Company_Loves_Misery )
Sinopse: Edward, atualmente ex-alcoólatra em recuperação, antigo ameaçador de Bella Swan, deve fazer as pazes com a pessoa que se recusar a dar isso a ele. Situações adultas.
Nota da Tradutora: Todos os personagens pertencem a Stephenie Meyer e a história pertence à AngstGoddess003, a mim só pertence a tradução.
MISÉRIA AMA COMPANHIA
Capítulo 1
Edward POV
Horripilantes*.
* Em inglês a palavra é bloodcurdling, que na tradução literal significa coagulação (ou coalhar) do sangue, mas como se refere a um som, seria horripilante, apavorante, aterrorizante, que faz gelar o sangue.
Eu sempre pensei que era uma espécie de palavra ridícula. Como o sangue pode coalhar? Aplicá-la a um som era ainda mais ridículo. Sons não fazem o sangue coalhar. Calor, talvez.
Suspirei, pendurando para fora da janela e vendo o cascalho assobiar quando James desviou em um espaço aberto. Meu sangue não parecia coalhado. Parecia... vivo e confortável. Eu ri preguiçosamente, olhando a maneira em que a linha amarela do espaço designado corria completamente sob a vibração do seu Oldsmobile*. "Você estaciona como meeeeeeerda." Eu cantei. Eu descansei minha bochecha na porta e suspirei novamente. Minhas entranhas parecendo como lava derretida. Talvez esse fosse o tipo de sangue coalhado para algumas pessoas, mas eu? Eu gostava disso.
* Oldsmobile: foi uma marca de veículos descontinuada pela General Motors em 2004. Foto do carro: http:/ www. carforums. net/ reviews/ makes/ pictures/ (retirar os espaços)
"Saia da porra do meu carro antes que você arremesse." Ele ordenou em uma fala confusa, o som dele saindo indistinto atrás de mim.
"Yeah, yeah." Eu resmunguei quando tropecei do carro, equilibrando-me com uma expressão séria para o chão. "Ei, você. Pare de balançar." Eu ordenei, estreitando meus olhos enquanto eu balançava.
"Vocês dois estão bêbados como merda. Lembre-me por que estamos aqui?" A voz irritada de Victoria veio atrás de mim e eu tive que cerrar meus dentes para não vomitar. Eu não sei como, mas o som da sua voz me fez lembrar de ovos. Mexidos. Você sabe o que parece mexido? Leite coalhado.
Eu fechei a mão sobre minha boca, olhos molhados. "Não podemos faltar no teste de Trigonometria, Cabeça Vermelha." Eu murmurei, lutando para prender o jantar da minha noite anterior.
"Nós seremos proibidos. Eu não me sinto como se estivesse gritando apenas porque eu precisava de uma carona..."
Blá, blá, blá. Ela continuou, insistindo em que iríamos nos foder.
O que quer que seja. Não seria a primeira vez. Não será a última.
James bateu nas minhas costas enquanto nós desajeitadamente tropeçávamos para o pátio. "Estamos atrasados." Ele suspirou, apontando para o prédio. "Sua parada nos fez atrasar, Eduardo. Que porra você acha que podemos fazer sobre isso?"
Certo de que eu poderia abrir minha boca sem vomitar, eu zombei. "Nós vamos para lá-" Eu apontei para o prédio, nossos passos hesitantes enquanto avaliávamos esta perfeita instituição conhecida como "Forks High School".
Os olhos de James estreitaram e arregalaram com suas tentativas de se focar. "Nós vamos lá e diremos, 'Ei, senhora... hum... pessoa da Trigonometria com batom ruim-" Ele já dobrava de tanto rir, segurando seu estômago com uma das mãos e apoiando a outra no seu joelho. "Se um frasco tem doze gramas de líquido, e você tem três garrafas parcialmente cheias de... alguma coisa... então como você escolhe com qual garrafa enchê-lo?"
James respondeu através dos assobios da sua risada abafada, os olhos enrugados, "Você não vai! Você acabou de começar a garrafa cheia e trabalhou bebendo-a. Frascos-" Seu rosto ficou séria quando ele se virou para mim, atirando um braço em volta do meu ombro e fazendo-me tropeçar. Ele deu um soquinho no meu peito. "Frascos são para maricas".
Eu assenti em acordo quando Victoria passou por mim, pisando firme em seus tênis quando ela declarou, "Vocês dois são as merdas mais estúpidas na história de Forks".
James estava a ponto de dizer alguma coisa quando sua boca estalou fechada, virando a cabeça para ela. "Hey!" Ele franziu a testa, levando-me pelas portas duplas. "Eu me ressenti com esse comentário! Os pisos eram brilhantes. Definitivamente não como ovos. Mexidos. Coalhados...
Um leve tremor subiu a minha espinha enquanto eu lutava para manter o conteúdo do meu estômago para baixo, mais uma vez. Eu poderia ter bebido um pouco demais, mas, como James diz, "É meio-dia em algum lugar".
"Oo! Oooo! Oo-oo-oo!" James começou de repente, saltando sobre seus calcanhares, parando-me com um puxão na minha jaqueta que quase me mandou para o chão. "Olhe, Eduardo! Olhe isso! Olhe isso! Caloura Petulante*!" Ele estava apontando vagamente para o outro extremo do corredor vazio, uma figura agachada ao lado de um armário que estava embaçado na minha visão.
*Em inglês, sassy, que pode ser audaciosa, petulante, ousada; então decidi usar como petulante.
Um pequeno sorriso se apoderou dos meus lábios enquanto eu a espreitava, bunda arrebitada, o cabelo castanho todo como véu ao redor da sua mochila. "Aposta comigo." Eu desafiei, levantando o meu queixo e olhando para ele com um olhar determinado.
Como esperado, seu rosto se iluminou em um sorriso, seu dente torto espreitando do seu lábio inferior. "O primeiro a fazer a Caloura Petulante dizer uma palavra suja." Ele apostou com um aceno de cabeça preguiçoso.
Eu franzi minhas sobrancelhas, gemendo. "Vamos lá, homem. Dê-me algo que vale a pena o meu tempo".
Caloura Petulante era alguém tão divertida de ferrar. James e eu estávamos sempre fazendo apostas sobre quem poderia irritá-la mais. Ela era uma do tipo nerd, nova de algum lugar do sul, toda quieta, solitária rato de biblioteca e simplesmente tão... petulante.
Sempre que eu batia seus livros de suas mãos, ou movia seu banco exatamente antes de ela sentar, ou encravava a bola de vôlei na cabeça dela na educação física, ela sempre tinha a expressão mais adorável e feroz. Ela enrolava seus lábios para trás e seus olhos faiscavam na forma mais magnífica. Nada era melhor do que ver suas narinas queimando enquanto ela projetava seu queixo para me dar um pedaço da sua mente. Ah, e o rubor. Ela coraria a sombra mais não natural de magenta se eu pudesse empurrá-la apenas corretamente.
A maioria das meninas na sua posição teria chorado bagunçada como resultado das nossas constantes travessuras, mas não a Caloura Petulante. Ela nunca chorou, ou ficou triste, ou magoada, ou reclamou. Ela apenas ficava... como… realmente irritada.
Era uma mudança tão refrescante das meninas usuais na escola, sempre tendendo a flertar e recatadas e necessitando de validação constante para a sua baixa auto-estima. As dela eram as melhores reações de todas. Eu amava quando ela abria sua boca e começava a me xingar de nomes, ameaçando o bem-estar do meu músculo viril e tremendo em fúria.
Ela tinha coragem, aquela uma.
Eu gostava dela.
"Ok." James suspirou, revirando seus olhos. "O primeiro a fazê-la levar o nome do Senhor em vão." Ele tentou fazer aquela coisa onde uma sobrancelha se curva para cima, mas ele estava bêbado e ele engoliu isso, de qualquer maneira, então ele apenas pareceu como se estivesse tendo um derrame.
Oh. Essa era uma boa. Caloura Petulante era muito boazinha para superar o atual "foda-se" de mau gosto que ela geralmente cuspia em mim. Eu gostava disso. "C.P. nunca xinga ao nosso Santo Senhor e Salvador. Estou dentro para aquela garrafa de Jack em seu carro." Segurei minha mão estendida para ele e ele deu um tipo de choramingar, ombros caídos.
"Mas aquilo é para a minha mãe! Ela vai chutar a minha bunda-"
"Se eu perder, eu darei a você o meu novo videogame".
Seu rosto se iluminou, lábios formando uma inclinação frouxa. "Sério?" James era tão fácil. Sua família era muito baixa nos degraus da sociedade, de classe média, de baixa renda. Eu era o oposto e tinha mais dinheiro do que eu sabia o que fazer com ele. Ele era tão facilmente enganado com besteiras materialistas. "Porra, sim!" Ele exclamou, batendo na minha mão em um aperto desleixado.
Lambi meus lábios enquanto eu a observava, ainda curvada e vasculhando sua bolsa. "Shhh." Eu segurei o meu dedo até os lábios enquanto nós suavemente andávamos nas pontas dos pés pelo corredor, espreitando-a como predadores... Ok, mais como dois predadores muito bêbados e tropeçando.
James, é claro, não podia parar de rir. Ele era tão risonho como um adolescente quando se embriagava. Foditardado*. Eu atirei a ele um olhar de advertência, sua mão cobrindo sua boca enquanto ele assobiava mais risadas por entre os dedos.
*Foditardado: fodidamente retardado.
Isso não seria fácil. Era um pouco específico e, verdadeiramente, eu não tive nenhuma intenção de desistir do meu novo videogame. Eu tinha acabado de conseguir o Nível Dez neste jogo realmente difícil e eu o venceria antes do final da semana, marque minhas palavras. Mais do que isso, porém, era a garrafa de Jack. Eu nunca tive bom whisky. Carlisle mantinha suas bebidas trancadas como o Fort Knox, e dois garotos ruins como James e eu tínhamos baixado nossos padrões e estabelecido bebidas residuais de merda que geralmente nos deixam mais doente do que cães.
Poderíamos ter duas noites valendo a pena de diversão com aquela garrafa de whisky. Ou, eu poderia torná-la quatro e fazer James observar.
Uma vez que estávamos perto o suficiente, podíamos ouvir a Caloura Petulante resmungando sob sua respiração, bufando e fazendo com que seu cabelo voasse para cima. Seu armário estava sustentado aberto, todo organizado no interior com estampas de algum pintor aleatório todas gravadas até o interior. Eu sorri, olhando para James quando uma idéia genial subitamente me ocorreu.
Quero dizer, não há tal coisa como um ateu em uma cova e um pequeno armário.
Infelizmente, ela também tinha um desses pequenos espelhos pendurados em seu armário. Ela deve ter apanhado o movimento a partir do canto dos seus olhos porque ela suspirou, atirando-se do seu agachamento e girando ao redor.
"Vá!" James gritou, mas eu já peguei em sua cintura, erguendo-a do chão enquanto ela chutava e empurrava contra mim.
Merda, ela era forte. Sua cabeça batendo, enviando seu cabelo sedoso debaixo do meu nariz e eu fiquei atordoado por um momento porque eu era um esquisito e eu gostava do cheiro do cabelo de uma garota. Eu gostei de como ele brilhava e escorria... e eu realmente não poderia explicar isso. Apertei o meu aperto, rindo quando ela começou sua falação previsível.
"Coloque-me. No. Chão." Seus dentes estavam cerrados apertados e eu peguei o seu olhar pelo espelho.
Jesus, se olhares pudessem matar.
Suas narinas já estavam queimando enquanto seus olhos brilhavam – faiscando – incendiando – raivosos.
Deus, eu amava essa garota.
Eu sorri, tropeçando levemente enquanto ela lutava contra o meu corpo já desajeitadamente embriagado. "Faça-me." Eu a desafiei, rindo quando suas tentativas de me dar cotoveladas nas costelas mostraram-se inúteis. Suas bochechas já estavam virando um tom hilário do roxo, as unhas cavando em meus braços como se suas curtas pequenas garras pudessem realmente me machucar. Eu tive que dar crédito a ela. Ela tinha uma faísca como ninguém que eu jamais tinha visto antes. Vê-la assim exaltava-me a um grau intoxicante e eu não poderia sequer explicar o por quê. Ela era simplesmente a epítome da ferocidade, toda embrulhada neste pequeno pacote frágil, completada com um laço enganador.
Mas então comecei a empurrá-la para a frente e ela colocou um pé em cada lado do seu armário, seu rosto branqueando como um pálido fantasma. "Não." Ela murmurou, segurando em meus braços com as mãos tremendo.
A risada de James foi sarcástica quando ele zombou: "Não! Não! Waaaah!" Ele revirou seus olhos e apertou sua mão. "Acabe com isso. Estou atrasado para a Sra. Grandes Tetas." Ele encostou-se contra a fileira de armários enquanto ela chutava e começava a ofegar, empurrando em mim e me fazendo tropeçar um passo para trás.
Nossos olhos se encontraram no espelho e os dela olhavam para mim com este tipo estranho de olhar suplicante. Eu podia ver sua boca formando silenciosamente "Por favor", o alongamento dos seus lábios persistente e alongado até que eu pude ver seus dentes cerrados.
Foda-me, Caloura Petulante estava meio que... implorando. Foi a coisa mais fascinante de se ver. Cantarolando em pensamento, eu empurrei mais perto, apenas para sentir seu corpo tenso e ver seus olhos se arregalarem ainda mais. Seus lábios tremiam. Tremiam!
Eu quase reconsiderei, mas, quero dizer... eu realmente queria aquele Jack. Realmente, realmente, realmente. Além disso, James estava ali, me olhando, esperando, e pronto para tomar o meu videogame e... seria apenas por alguns segundos. Caloura Petulante poderia passar por isso. Nós tínhamos feito pior do que isso. Eu também não podia negar que a descoberta desse novo lado frágil dela me cativou. Eu meio que senti uma vontade passageira de proteção com a realização deste lado mais fraco dela, mas, ao mesmo tempo, eu também queria empurrá-la ao redor para ver o quão profundo iria.
Com um encolher de ombros, eu imediatamente comecei a enchê-la no armário, ignorando seus suspiros estrangulados enquanto eu lutava desajeitadamente com todos os seus membros agitados. Meus dedos escavaram em seus lados quando fui obrigado a empurrá-la com um esforço surpreendente. Ela era mais forte do que parecia.
Claro, eu era mais forte.
Com um último grunhido, eu finalmente a comprimi lá dentro bem e bonita e fui capaz de fechar a porta depois de um empurrão final de um braço perdido oscilando. Uma vez que estava finalmente trancado, eu deixei meu corpo cansado cair contra ele, amassando o cadeado fechado com uma bufada. Eu peguei um olhar fugaz para o olhar no rosto de James e comecei a rir. Ele estava olhando para o chão atentamente, as mãos nos seus joelhos.
Ele explodiria em pedaços.
O primeiro estrondo no armário foi surpreendentemente alto e ecoou pelo corredor, mas não havia salas de aula nesse corredor, apenas armários. Eu sorri triunfantemente quando ela começou estranguladamente a praguejar suas seqüências de profanação, esperando por aquela que sinalizasse a sua libertação.
James ergueu um dedo, o barulho parecendo irritar o seu estômago. Isso era apenas um bônus. "Eu acho que poderia vomitar, cara." Ele engasgou enquanto gotas de suor cresciam em sua testa.
A Caloura Petulante foi ficando mais alta, realmente movendo meu corpo com o peso de seus chutes na porta. "Deixe-me sair! Meu pai vai explodir seus cérebros fodidos por isso!" Meu primeiro instinto foi de rolar meus olhos porque ela sempre usava isso, mas a voz dela estava longe. Ela girava e crescia desigual enquanto ela continuava, "Abra a porta! Juro pelo fodido Deus-"
Eu me iluminei, olhando para James, com as sobrancelhas levantadas.
"Não conta." Ele começou a vomitar no chão, um dedo ainda suspenso no ar.
"Conta!" Eu argumentei. "Levando o nome do Senhor em vão. É isso aí." Então, tudo ficou em silêncio. A pancada parou, os xingamentos, as ameaças, os engasgos. O corredor estava completamente parado. Eu podia literalmente ouvir as folhas caindo do lado de fora na calçada, minha visão ainda embaçada nas bordas.
Isso fez o cabelo da minha nuca levantar na extremidade.
"Por favor." Ela murmurou, respirações pesadas flutuando através do metal entre nós. "Por favor, deixe-me sair." Ela implorou e ela soava... tão assustada e pequena.
Sem esperar pela sua confirmação, virei-me para o armário, pronto para libertá-la porque ela estava claramente à beira das lágrimas... e Caloura Petulante nunca chorava. Deus sabe que nós demos a ela motivos de sobra para isso no passado. Talvez ela realmente não gostasse de não ter controle, ou algo assim. Eu era assim às vezes. Talvez fosse apenas o espaço confinado. Eu não estava certo por que ela estava agindo assim, mas eu percebi que eu provavelmente a abalei o suficiente pelo mês.
Revirei meus olhos enquanto comecei a me atrapalhar com o cadeado e então ri ainda mais quando comecei a puxar o metal, balançando minha cabeça quando percebi que eu o tranquei.
Franzi a testa para o botão circular, virando-o em minha mão, antes que me ocorreu que eu poderia simplesmente perguntar a ela qual era a combinação. Surpreendentemente, antes que eu pudesse realmente perguntar, ouvi o grito mais visceral emergindo do metal, a centímetros do meu rosto. Isso me fez pular.
Meu primeiro pensamento foi que a reação dela foi um pouco melodramática e elevada, mas então as pancadas começaram novamente – com uma vingança. Ela sacudia toda a fileira de armários. James tombou e finalmente perdeu seu estômago, seu vômito espirrando no chão com um doentio "splat" enquanto ela chutava e espancava, sua voz projetando um grito que só poderia ser descrito como... horripilante.
Você conhece aquela frase sobre "o inferno todo se liberta"?
Isto era isso.
Um segundo, tudo estava quieto, e no próximo, tudo era barulhento e perfurante. Fez meu estômago virar e pesar, lábios dormentes quando eu puxei o cadeado, com dificuldades para abri-lo.
"Cale-se!" Eu ordenei, sua voz perfurando meus ouvidos e fazendo minha cabeça latejar. Eu não poderia pensar direito. Mas ela não cedeu, seu grito tão alto que fez meu peito vibrar com sua intensidade. "Apenas... merda. D-D-dê-me a sua combinação." Eu implorei às pressas enquanto o puxava com força.
Mas ela não podia me ouvir sobre seus próprios gritos e marteladas estrondosas no metal entre nós. Eu me afastei do armário, meu sangue coalhando enquanto eu observava a porta do armário distorcer com cada golpe e batida sua.
Eu cobri meus ouvidos e olhei para James, que estava limpando sua boca com os olhos vidrados.
"Eu não posso abri-lo." Eu disse a ele, incapaz de sequer ouvir minha própria voz. Mas a voz dela levantou três oitavas quando isso escapou da minha boca.
Eu não sabia o que fazer. Isso tinha sido um acidente. Eu usava meu armário até quatro vezes por dia e era simplesmente um hábito prender o cadeado uma vez que ele estivesse fechado. E... eu estava bêbado... e eu não estava pensando...
Os gritos dela eram incoerentes, mas parecia que ela estava sendo assassinado ali. Eu nunca tinha ouvido alguém ser assassinado antes, mas imaginei que soava muito como ela dentro desse armário. Eu nunca tinha visto nada parecido. Levei um bom minuto para entrar em ação.
"Merda! Chame o zelador!" Eu finalmente ordenei a James, gritando sobre os sons ricocheteando nas paredes. O pânico dela era de alguma forma infeccioso e eu encontrei minhas próprias mãos tremendo enquanto eu agarrava o cadeado, aspirando enquanto eu tentava erguê-lo longe da porta. Eu considerei as dobradiças e lutei desesperadamente com todos os pontos e fendas. Meus dedos doíam enquanto eu os apertava nas fendas e tentava inutilmente dobrar o metal para longe, mas ela mantinha dando pancadas na porta e isso me incomodava, tornando impossível encontrar qualquer tipo de fraqueza. Meus dedos normalmente ágeis não podiam encontrar nenhuma redução enquanto eles cegamente se agarravam à superfície.
Em vez disso, ironicamente, rezei enquanto eu lutava desesperadamente com o obstáculo sendo espancado. Eu só tinha que consertar isso e então tudo ficaria bem. Se eu pudesse tirá-la antes que o zelador chegasse, todos nós poderíamos rir disso e seguir nossos caminhos separados. Eu nunca foderia com a Caloura Petulante novamente se eu pudesse apenas... abrir a porra do armário.
Ouvi o sinal tocar em alguma parte distante da minha consciência embriagada, mas minha atenção estava tão focada no armário que eu nunca percebi a multidão de pessoas indo em direção ao corredor dos pátios e corredores paralelos do prédio. Eu estava suando até então e totalmente derrotado quando bati meus dedos contra ele em frustração. Meu soco lívido não fez nada. Nem sequer rivalizou com os seus retumbantes socos e tapas contra ele por dentro. Eu estava completamente impotente.
Dentro de instantes, o corredor estava cheio, os espectadores atrás de mim apenas olhando em uma espécie de silêncio chocado enquanto ela continuava. Deus, ela continuava. Era incansável e estridente e quebrado e desesperado. Não estava certo. Não era petulante.
Era a coisa mais horrível que eu já ouvi.
Michael Newton me empurrou para fora do caminho, atrapalhado com o cadeado e tentando conversar com ela através das grades da porta. Eu não conseguia ouvir o que ele dizia sobre os gritos e murros, mas sua voz soou suave – nem um pouco como a minha tinha sido, mesmo que seu rosto mostrasse a sua óbvia preocupação.
Bem como eu tinha feito, ele lutava com a porta, Ben e Eric, eventualmente, vieram em seu auxílio. Os três testaram diferentes táticas de abrir o armário enquanto eu me encolhia no meio da multidão, cobrindo meus ouvidos e estremecendo com cada lamento dela.
Os professores entraram, tentando ajudar os meninos, sem nenhum proveito. Com cada minuto passado, seus rostos ficavam mais tensos e pálidos, um mar de lábios apertados e desamparados benfeitores. O Sr. Berty jogou as mãos no ar após uma tentativa, como se dissesse, "Que diabos vocês esperam que eu faça?"
Parecia uma eternidade, seus gritos crescendo mais ásperos e grossos a cada segundo. Eu imaginei que isso devia ser como ouvir alguém expulsar a sua alma através de seus pulmões. Isso é o que parecia para mim - como se, se eu olhasse forte o suficiente, eu poderia até mesmo ter visto a sua alma sendo empurrada por aquelas grades horizontais e dissipando no ar. Eu apenas viajei tão longe quanto eu tinha com a finalidade de alcançar a lata de lixo mais próxima, onde vomitei minha viagem matinal de beber até cair em todo o plástico preto.
Demorou meia hora – trinta fodidos minutos - para James entrar correndo no meio da multidão com o zelador, um grande cortador de parafuso muito bem vindo em suas mãos calejadas.
Quando ele finalmente cortou o cadeado livre, a porta atirou aberta tão rapidamente que bateu o velho zelador para trás. Caloura Petulante aterrissou no chão frio com um retumbante 'clap', que silenciou o corredor inteiro.
Todos olhamos silenciosamente – a escola inteira – quando ela deitou com o rosto para baixo, suas costas subindo e descendo com a afiada respiração com dificuldade que agitava seus cabelos escuros. Seus suspiros eram os únicos sons preenchendo o corredor, como se talvez todos estivessem segurando suas próprias respirações. Eu sei que eu estava. Ela ainda estava visivelmente trêmula quando o vice-diretor me puxou com força pela parte de trás da gola da minha camiseta. Ele falou em assobios venenosos que projetaram uma névoa de cuspe no meu rosto, mas meus olhos arregalados mantiveram-se fixos na apavorante visão dela naquele chão.
Eu nunca vou esquecê-la.
Seus dedos ensangüentados eram terríveis contra o linóleo completamente branco. Eu juro, parecia que estava faltando suas unhas, mas eu não poderia dizer. Seus dedos e cotovelos já estavam roxos e inchados, enquanto o seu braço direito estava preso de forma não natural abaixo dela, visivelmente quebrado como resultado da força que eu admirei apenas alguns momentos antes. O braço estremecia enquanto ela tremia, e as pessoas sibilavam dolorosamente em resposta, as meninas se afastando enquanto enrugavam seus narizes para o ar ao redor dela, que exalava da sua urina.
A última coisa que eu lembro de ver quando meu corpo mole foi conduzido para a diretoria foi o seu olhar com olhos lacrimejantes. Seu rosto encostado no chão, cabelo emaranhado à sua testa suada enquanto seus cílios molhados pesavam e grudavam juntos em ângulos aleatórios. Não havia raiva, ou ferocidade, ou petulância, ou indignação enquanto ela olhava sem expressão para a frente – sem a admirável fúria, tristeza, ou mesmo a dor que ela deveria estar sentindo.
Não havia nada
Houve uma ambulância - foi-me dito isso. Houve o Chefe Swan e sua viatura da polícia, luzes azuis e vermelhas iluminando o pátio quando ela foi carregada. Houve telefonemas para os meus pais e os de James. Houve olhares de completo desprezo do corpo docente e discente. Houve Victoria, no meio de tudo isso, sacudindo sua cabeça com olhos de 'eu disse a vocês'.
Houve a expulsão definitiva.
Houve acusações apresentadas pelo próprio Chefe Swan.
Houve gritos em minha casa naquela noite, verdadeiramente pela primeira vez.
Houve um monte de detalhes sobre esse dia que jaziam confusos em uma realidade que eu tinha tornado abstrata e distante, como um sonho antigo, sombrio. Embora eu realmente não me lembrasse de muito depois de ver os olhos dela - vazios e frios.
Eu nunca voltei para aquela escola.
Nem ela.
Nota da Autora: Esta história foi comprada no leilão Fandom Gives Back por todas as senhoras maravilhosamente que apóiam a WA Rehab (link no perfil). Isto nasceu cerca de meio rápido/meio ao acaso com foco na palavra "reabilitação" e a sede de Edward. Obrigada a Pastiche Pen por seu tempo betando e contribuindo com seu feedback durante a prévia. E às senhoras da reabilitação, naturalmente, por apoiar uma causa tão grande!
EZrocksAngel como deve ser... em tudo que eu escrevo como colaboradora porque eu juro, sem essa louca senhora incrível, eu seria sem inspiração.
Nota da Tradutora:
E então, o que acharam? Eu fico com o coração na mão cada vez que leio esse cap., não tem como ler e não sentir nada...
Só pra esclarecer, onde está "Eduardo" no texto, não é porque eu traduzi errado! É justamente porque James está zombando do Edward, falando em espanhol com ele! Podem conferir em inglês que está exatamente assim, Eduardo!
Eu estava com essa história há um tempo guardada no meu computador pq eu simplesmente amei! Agora que a autora resolveu liberar suas traduções, eu resolvi postá-la aqui. É uma história um pouco (completamente) diferente do que a maioria está acostumada, mas é realmente ótima e eu quis compartilhá-la com vc´s!
Bjs,
Ju
