Prólogo

Então ele acordou... não sabe precisar o quanto dormiu, ou quanto tempo estava ali deitado, de olhos fechados. Abriu os olhos e o que sentiu foi uma felicidade inexplicável ao ver todas aquelas cores, a luz, ao sentir o cheiro da floresta, a textura da terra que estava deitado, até mesmo a textura dura das pedras que o machucaram pela posição que seu corpo estava. Fica deitado, de costas para o chão, um longo tempo, só respirando, o prazer imenso de o ar entrar no corpo, juntamente com a fragrância amadeirada, e então sair. Mexe os dedos. Eles encontram a terra, um arrepio de prazer percorre seu corpo e ele sente um novo arrepio, por se arrepiar, tudo tão novo. Os raios de sol tentando ultrapassar as folhas das copas das árvores enormes fazem um lindo espetáculo, que os olhos verdes não deixam passar, tem medo de fechá-los e então não ver mais.

Quando o incomodo das pedras penicando o seu corpo se torna muito grande, ele então se vira, e descobre os movimentos do corpo. Fascina-se com isso, olha para as mãos, pernas, barriga, para tudo o que os olhos conseguem ver, as mãos vão tocando tudo, descobrindo as saliências, reentrâncias do próprio corpo, um ser desconhecido para si. Ouve os barulhos da floresta, que a luz do dia é de pássaros fazendo algazarra, pequenos animais, de insetos que trabalham de dia e do vento bolinando nas folhas das arvores. Então, se ergue, ficando sentado. Seu corpo está coberto de um liquido pastoso, de cheiro forte. Está concentrado em si mesmo, em descobrir-se quando ouve o barulho de um chocalho. Olha na direção do barulho, uma cobra a poucos centímetros de onde está, o garoto precisou a hora do ataque da serpente e a segurou firme pela cabeça, olhando firmemente para ela, a deixou ir.

De repente se ergueu totalmente. E anda. Mais uma maravilhosa descoberta. Sai a esmo, se maravilhando com cada coisa nova, com os animais pequenos que consegue avistar. Até descobrir uma estrada. A acha fascinante como todas as outras coisas, a segue, sentindo o calor do asfalto que quase chega a machucar os pés, mas ele não se importa a sensação de calor também é nova. Vai avistando casas, pessoas falando entre si, apontando para si. Quando nota está em meio a um engarrafamento, pessoas gritando: gritando com ele! Os sons que essas pessoas emitem são maravilhosos. Ele fica apenas olhando para elas. Sem se mover, captando as vibrações: medo, atração, repugnância, humor. Diferentes em cada um daqueles seres.

Até a sirene do carro de polícia atrapalhar, os policiais o envolvem em um tecido macio. O rapaz toca nele, pra sentir melhor, e decide que gosta muito. No carro, na parte de trás, os policiais falam com ele, mas claro, ele não entende, nem ao menos sabe como responder. Eles parecem preocupados, suspiram desconsolados quando não obtem uma resposta, só um ar de confusão no rosto bonito do adolescente.


notas:

Olá, meu nome é Bruna e sou antiga aqui como leitora, mas como escritora novatíssima e esse é o meu teste piloto, estou vendo como me saio como ficwritter, tenho muitas idéias, mas sem experiência.

Qualquer semelhança com Kyle XY não é mera coincidência, estou usando a história do seriado por base da fic.

Vai ser longa, e bem, qualquer comentário: reviews!!