Resumo: "No que você estava pensando, Orion — um lobisomem? Em nossa casa?" "Nós discutimos isso. É um animal de estimação para as crianças." Em um universo alternativo onde lobisomens são considerados animais e propriedade do Ministério, os Blacks resolvem comprar para seu filho um animal de estimação único. Fora isso, muito perto do Canon.
Disclaimer: "Todos os personagens reconhecíveis pertencem a J.K. Rowling e eu não sou J.K. Rowling. E eu não tive a idéia dessa fanfic sozinha, ela foi inspirada em uma história chamada "Collared" de Albe-chan. Eu definitivamente acho que mudei esse enredo e o adaptei ao meu jeito, mas eu não teria essa idéia sem ler aquela história, então não vou levar os créditos por ela." — Além disso, acrescento que a fanfic foi escrita (assim como esse Disclaimer) pela Remy-Luna. Eu estou só traduzindo.
The Pet — Animal de Estimação
Fanfic escrita por Remy-Luna
Desde quando ele conseguia se lembrar, Sirius Black queria um animal de estimação. E desde quando ele conseguia se lembrar, seus pais se recusavam a comprar um. Por mais que ele e seu irmão tivessem implorado e suplicado, eles negaram. Walburga não queria um animal selvagem correndo pela casa e Orion apontou que não importava o que Sirius e Regulus prometessem, ele que acabaria cuidando do animal.
Depois de quatrocentos e cinqüenta e sete argumentos sobre o assunto, Regulus desistiu — mas Sirius era mais teimoso que seu irmão menor. Sirius Black queria um animal de estimação. Então Sirius Black conseguiu fazer um acordo com seus pais. Uma vez que ele tivesse idade para ir para Hogwarts, ele teria idade o bastante para a responsabilidade de ter um animal de estimação — e seus pais lhe comprariam um. Sirius levaria o animal para a escola, então Orion e Walburga não teriam que se preocupar em cuidar dele — e se ele fugisse ou morresse sobre os cuidados de Sirius, o menino seria o responsável e não teria mais permissão te ter um animal de estimação até viver por sua própria conta.
Então, em um dia quente de Julho, quando Sirius recebeu um pesado envelope tendo o brasão de Hogwarts, ele não estava apenas excitado por finalmente poder ir para a escola, mas também por finalmente poder ter seu próprio animal de estimação.
"Tudo bem." Walburga suspirou, resignada, quando seu filho trouxe o tópico à tona. "Seu pai vai levá-lo esse fim de semana para comprar um. Qual você gostaria de ter?"
Sirius e Regulus sorriram um para o outro. Embora eles tivessem tido anos para pensar nisso e tivessem discutido longamente sobre o assunto, eles nunca tinham realmente chegado a uma decisão sobre qual tipo de animal eles queriam.
Embora Sirius não tivesse realmente pensado em um cachorro (preferencialmente um grande e de aparência feroz), sua mãe desprezou a idéia alegando que cachorros e gatos eram "animais de estimações de trouxas".
"Que tal um Crupe?" Regulus sugeriu, passando as páginas da cópia da família do livro Animais Fantásticos e Onde Habitam.
"É, mas uma vez que você remover o rabo extra, ele irá parecer um simples Jack Russell Terrier." Sirius pontuou. "Cha-aa-to. Próximo?"
"Seminviso? Não conheço ninguém que tenha um e aposto que eles são bem caros."
"Eu o perderia muito fácil." Sirius argumentou. "Como você pretende manter o controle de um animal que pode se tornar invisível?" Ele pegou o livro das mãos do irmão e passou pelas páginas. "O que acha de um Elfo-Da-Bavária?" Sirius sugeriu, sorrindo para o irmão. "Quando você me incomodar, eu posso simplesmente deixar ele te comer."
"Há há." Regulus disse sarcasticamente, pegando o livro de volta. "Um Fiuum?"
Sirius olhou para a foto. "Qual a graça de ter um pássaro que não pode nem cantar? Além disso, aqui diz que o feitiço silenciador precisa ser reforçado todo mês e eu não vou aprender como fazê-los tão cedo."
"Escolha você, então." Regulus disse, empurrando o livro de volta para o irmão. "Todos os animais daqui são perigosos ou chatos."
"Um Grifo?" Sirius disse esperançosamente. Ele chamou pelo seu pai que estava do outro lado da sala. "Pai, posso ter um Grifo?"
"Absolutamente não." Walburga interrompeu antes que Orion pudesse responder. "De onde você acha que o nome Grifinória vem? Somos uma família Sonserina. Escolha outra coisa, Sirius."
"E um Hipogrifo, então?"
"Pouco conveniente." Orion disse. "Em que lugar da terra você manteria esse bicho?"
Sirius suspirou e voltou para o livro. A maioria dos animais ali não seriam animais de estimação adequados. Ele pensou que seu irmão talvez gostasse de um Farosutil, mas Sirius não era um grande fã de cobras. Não por ser uma garotinha ou coisa assim, mas ele queria um animal de estimação que pudesse ser... Bem... Um animal de estimação.
"Posso simplesmente ter um cachorro?" Sirius perguntou com um suspiro, jogando Animais Fantásticos e Onde Habitam na cadeira mais próxima.
"Como um trouxa comum?" Orion bufou. "Não acho provável. Você é um Black. Um cachorro impressionaria ninguém."
Sirius não se importava em impressionar alguém — ele apenas queria um animal de estimação. Mas ele sabia que seria inútil argumentar com seus pais. "Ok." Ele resmungou. "Que tal... Um lobo ou coisa assim? Sei lá."
Orion olhou por cima de seu Profeta Diário e examinou seu filho mais velho. "Um lobo." Ele disse lentamente.
Sirius olhou para cima esperançosamente e capturou o olhar de seu pai do outro lado da sala. "Eu poderia?" Ele disse animadamente. "Um lobo? É o animal perfeito, Pai. Como um cachorro, mas ele não é normalmente mantido como um animal de estimação, então não nos faria comuns. E eu sei que lobos são perigosos para trouxas, mas o manteríamos em controle com mágica. Oh, por favor, Pai, posso ter um lobo? Por favor?"
Orion acenou com a cabeça e Sirius e Regulus sorriram, batendo suas mãos em comemoração. "Eu te levarei para o centro de contenção amanhã."
Sirius nem sabia que o Ministério tinha um centro de contenção para lobos (estavam lá, talvez, lobos com propriedades mágicas que ele nunca soubera antes?), mas ele não ligava. Tudo que ele sabia é que ele ganharia um animal de estimação!
—
Sirius caminhava rapidamente para manter o ritmo de seu pai a passos largos e orgulhosos. Eles entraram em uma construção inclassificável onde um bruxo em roupas cinzentas se levantou para cumprimentá-los.
"Ah, Sr. Black, nós estávamos esperando por você." O bruxo menor disse, seus olhos passando nervosamente de Orion para Sirius. "Como podemos te ajudar hoje, Senhor?"
"Estou aqui para comprar um animal para meu filho." Ele respondeu de forma curta.
O sorriso nervoso do bruxo vacilou. "As... Ahn... Bestas daqui não estão, em geral, à venda." Ele explicou, continuando a olhar de Orion para Sirius e vice-versa. "Veja, eles são perigosos. Você não iria... Não iria querer nenhum mal ao seu filho."
"Nós manteremos a criatura trancada." Orion informou. "Você realmente acha que eu deixaria meu filho e herdeiro perto de algo perigoso?"
O bruxo olhou escandalizado para o maior. "É claro que não, Senhor, é claro que não! E nunca tive a intenção de sugerir—"
"—Eu sugiro," Orion interrompeu. "Que você leve meu filho e eu para ver os animais. Se ele achar um adequado para ser seu animal de estimação, então eu e você podemos discutir as formalidades." Ele alcançou suas vestes e retirou um saco que Sirius sabia estar cheio de galeões. "Apesar dessas bestas não estarem, em geral, à venda para o público, tenho certeza que podemos fazer algo sobre isso."
O bruxo acenou com a cabeça e Orion recolocou a sacola com o dinheiro em suas vestes.
"Bem, me sigam, então." Ele disse, conduzindo os Black para uma porta. "As gaiolas são por aqui."
Sirius seguiu seu pai e o funcionário do centro de contenção por um longo corredor até passarem por outra porta que dava para uma grande sala preenchida por várias gaiolas. Ele parou no meio do percurso, no entanto, quando viu que as gaiolas estavam cheias, não por assustadoras bestas mágicas como ele suspeitava, mas por humanos!
Havia homens e mulheres por todas as gaiolas, incluindo crianças mais novas que Sirius, todos eles usando vestes esfarrapadas e sentados em bancos em suas celas. Algemas em seus tornozelos os mantinham presos nas paredes. Eles encararam Sirius quando ele passou, parecendo miseráveis.
"Pai." Sirius disse, correndo para acompanhar seu pai. "O quê—?"
"—Lobisomens." Orion interrompeu. "Eles talvez pareçam humanos, Sirius, mas não se deixe enganar. Eles são tão animais quanto Manticoras ou Quimeras. Agora dê uma olhada ao redor." Ele disse, sua voz um pouco mais branda. "Você pode ter qual quiser."
Sirius acenou com a cabeça e deu outra olhada ao redor do local. Isso foi um pouco surpreendente — ele estava pensando em algo mais nos moldes de um lobo, e era notável o quanto essas criaturas pareciam seres humanos. Ele não estava só ganhando um animal de estimação quanto estava ganhando o que seria, possivelmente, o animal de estimação mais raro que existe. Ele poderia imaginar o quão popular ele seria na escola por causa disso. Todo mundo iria querer ser amigo do garoto que tinha um lobisomem. E Sirius suspeitou que isso pode ter sido um fator importante do porquê Orion escolheu essa espécie em particular para ser animal de estimação de seu filho. Posição social era muito importante para os pais de Sirius.
Então o menino caminhou pelo longo corredor, olhando cada animal em volta. Ele provavelmente iria querer um macho e um que não estivesse tão velho assim...
Mais ou menos no meio da sala, Sirius viu um lobisomem que parecia ter sua idade e ele soube instantaneamente que tinha achado seu animal de estimação. Essa criatura parecia realmente poder ser um amigo de Sirius se fosse humana. Todos pareciam. Se ele passasse por um deles na rua, ele nunca adivinharia que eles eram animais.
Esse lobisomem em particular era muito magro com olhos e cabelos castanhos claros. Ele parecia ter mais ou menos onze anos na idade dos lobisomens, embora Sirius não tivesse certeza de como converter isso para idade dos humanos. Mas um jovem adolescente era uma boa idade para um novo animal de estimação — velho o bastante para ser domesticado e entender regras, e novo o bastante para não morrer tão cedo. Sirius perguntou-se quanto tempo lobisomens viviam e decidiu que faria algumas pesquisas sobre essas criaturas assim que chegasse em casa. Isso provavelmente seria útil, considerando que cuidar desse animal seria sua responsabilidade.
"Você gosta desse, Sirius?" Orion perguntou, aproximando-se de seu filho.
O Black mais novo percebeu que ele estava encarando aquela gaiola já fazia algum tempo.
"Sim." Ele disse virando-se e sorrindo para seu pai. "Posso ficar com esse, Pai? Por favor?"
"Esse aí é bem comportado?" Orion perguntou para o bruxo do centro de contenção.
"Oh, sim." O homem respondeu. "Esse aí tem estado aqui já faz seis anos. Obviamente, ele fica um pouco agitado perto da lua cheia, todos eles ficam, mas ele é um baixinho obediente. Nunca tenta nada demais.
"Nós vamos ficar com ele." Orion disse com um breve aceno de cabeça.
Sirius sentiu a alegria borbulhando dentro dele e sorriu para o seu novo animal de estimação.
O lobisomem desviou os olhos do chão pela primeira vez e encarou o menino, seus olhos sem demonstrar sentimento algum.
—
"Você precisa segurar firmemente essa guia, Sirius." Orion instruiu assim que eles saíram do centro com o novo animal de estimação de Sirius em seu encalço.
"Sim, Pai."
Sirius continuou olhando de relance para seu lobisomem, o qual encarava o chão conforme andava com os outros dois. A algema estava agora em seu pulso esquerdo, anexada a uma guia que Sirius segurava na outra ponta. Não era como as correntes das gaiolas, mas a guia era reforçada magicamente, então ela não iria quebrar nem escorregar para fora do alcance de Sirius.
"Quando chegarmos em casa, eu irei transformar o quarto ao lado do seu em uma cela para ele." Orion disse. "Ele ficará preso à parede por um dos tornozelos durante a noite, e pelos dois nas noites de lua cheia. Fora da cela, ele permanecerá na coleira o tempo todo."
"Sim, Pai." Sirius repetiu.
"Eu sei que ele não parece ameaçador agora, mas durante a lua cheia ele irá se transfigurar em sua verdadeira forma e matará qualquer coisa que cruzar seu caminho. Esse animal não pode, em qualquer circunstância, escapar."
"Eu entendo, Pai."
Orion acenou com a cabeça. "As correntes em sua cela irão automaticamente se encurtar durante a lua cheia para impedi-lo de se mover, mas você não está autorizado a chegar perto dele durante esse período."
"Eu não entrarei na cela dele durante a lua cheia, Pai." Sirius disse tentando não deixar um suspiro exasperado escapar. Tantas regras! Bom, pelo menos a lua cheia seria apenas uma vez por mês. O resto do tempo ele poderia brincar com seu animal de estimação o quanto quisesse. Sirius sorriu ao pensar nisso. Seu irmão ficaria com tanta inveja!
Orion e Sirius retornaram a casa para achar um Regulus extremamente animado e uma desdenhosa Walburga esperando por eles.
Sra. Black fez uma careta assim que eles entraram. "Então esse é o bicho?" Ela perguntou, encarando o lobisomem com desgosto.
"Wow, Sirius!" Regulus disse impressionado. "Esse é o seu animal de estimação? Ele parece tanto com um garoto!"
"Eu sei." Sirius disse. "Mas ele não é, ele é um lobisomem. Certifique-se que ficará longe da cela dele durante a lua cheia, Reg, ele poderia matá-lo." O irmão mais velho provocou.
O irmão mais novo apenas olhou para o animal em muda admiração.
"Ele não está brincando, aliás." Walburga fungou. "No que você estava pensando, Orion — um lobisomem? Em nossa casa?"
"Nós discutimos isso. É um animal de estimação para as crianças. E ele irá com Sirius para Hogwarts no fim do verão, de qualquer maneira." Ele virou-se para seus filhos, que continuaram a olhar para a nova adição na família. "Eu vou construir a cela dele agora. Sirius, lembre-se do que eu disse sobre segurar firme essa guia."
"Eu sei, Pai." Sirius disse, aliviado quando seu pai finalmente subiu as escadas. Ele virou-se e sorriu para seu irmão. "Então, o que você acha, Reg? Ele não é brilhante? Não é o melhor animal de estimação que você já viu?"
"Definitivamente." O irmão menor concordou. Ele não tinha tirado seus olhos do lobisomem desde que eles entraram em casa. "Embora eu só não consiga acreditar o quão humano ele parece. Ele fala?" Ele perguntou de repente, virando-se para Sirius.
O Black mais velho franziu a testa. "Eu não sei. Não ouvi nenhum deles falar quando estávamos lá." Ele se virou para seu animal de estimação. "Você consegue falar?"
O lobisomem desviou os olhos do chão e encontrou o olhar de Sirius. Pareceu-lhe que seu animal de estimação era tão alto quando ele. "Sim." O lobisomem sussurrou.
Sirius e Regulus trocarem olhares alegres.
"Wow!" Regulus suspirou. "Um animal de estimação que pode falar. Você tem tanta sorte, Sirius! Pergunto-me se Mamãe e Papai também vão me deixar ter um lobisomem quando eu receber minha carta de Hogwarts."
"Quem sabe?" Sirius encolheu os ombros. "Talvez você possa pegar uma fêmea e podemos cruzá-los. Assumindo que eles não tenham sido castrados, é claro." Ele adicionou, antes de franzir a testa e virar-se para o lobisomem. "Você não foi castrado, foi?"
Um fluxo de sangue correu até o rosto do animal, tornando suas bochechas rosa. Assim como um humano, Sirius não pode deixar de pensar.
"Não." O lobisomem murmurou, não olhando para eles.
"Oooh — como você irá chamá-lo, Siri?" Regulus perguntou.
"Hmm, eu ainda não tinha pensado nisso." Sirius admitiu. "Como você acha que devo chamá-lo?"
"Lobinho?" O Black mais novo sugeriu.
"Muito original." Sirius riu. Então ele ficou sério novamente. "Que tal algo a ver com a lua, já que é quando ele realmente se transforma em lobo?"
"Se fosse uma garota, poderíamos chamá-lo de Luna." Regulus disse. "É lua em Latim."
"Ótima idéia, exceto pelo fato de que ele não é uma garota." Sirius pontuou, revirando os olhos. "Moon... Moony?" (1)
"Isso!" Regulus guinchou. "Moony! É perfeito!"
"Moony." Sirius repetiu, testando o nome. Ele sorriu. "Eu gostei. Venha, Moony." Ele disse, puxando a guia ligeiramente, e Moony deu um passo para mais perto dele. Sirius e Regulus sorriram um para o outro.
"Sirius!" Os garotos ouviram sua mãe chamar das escadas. "Traga a criatura aqui — a cela dele está pronta."
Sirius franziu ligeiramente sua testa ao encarar o que era uma vez um quarto de hóspedes. Toda a decoração fora removida, deixando o piso de madeira reluzente e as paredes brancas. A cama tinha sido transfigurada em um amontoado de cobertores no chão e o guarda-roupa em uma caixa com vestes velhas. Uma bacia auto-limpante para excreções estava em um canto, e algumas correntes de tornozelo estavam magicamente presas à parede entre ela e a cama improvisada. Sirius estava feliz de ver, no entanto, que uma porta adicional fora incluída na parede esquerda do quarto, na qual dava direto para o quarto dele.
"É aqui que ele irá ficar." Orion informou ao seu filho. "A porta do corredor ficará trancada o tempo todo. Se você quiser levá-lo para fora, terá que sair pela porta do seu quarto. Você será responsável por alimentá-lo e banhá-lo."
"Sim, Pai."
Orion balançou sua varinha e um raio de luz azul acertou a guia que Sirius segurava. "Eu enfeiticei sua ponta da guia para se prender a parede mais próxima caso você a solte, assim você não terá que segurá-la quando a criatura estiver no seu quarto."
Sirius sorriu, satisfeito com essa idéia. "Eu o chamei de Moony." Ele adicionou quando Orion se virou para sair.
O Black mais velho não fez nenhum comentário. Ele deu um último olhar ao seu filho e seu animal de estimação antes de passar pela porta e trancá-la em seguida, deixando Sirius e Moony sozinhos.
"Ok." Sirius disse depois de um momento de silêncio incômodo. "Bem, você passará as noites aqui, mas agora vou te mostrar meu quarto. Venha."
Ele levou Moony consigo, passando pela porta para o seu próprio quarto — o qual era muito maior, mais confortável e melhor iluminado. Sirius soltou a guia da coleira de Moony e, como Orion prometera, ela fixou-se na parede para que Sirius pudesse andar pelo quarto sem se preocupar em segurar seu animal de estimação.
Moony apenas ficou parado ali.
"Você pode se sentar, sabe." Sirius disse indicando o sofá cheio de revistas e roupas empilhadas. "Espere, deixe-me tirar algumas dessas coisas para você." Ele saiu de sua cama e jogou o monte de roupas no chão sem cerimônia, dando espaço para Moony se sentar. O lobisomem se sentou cautelosamente na ponta do sofá e Sirius se sentou em sua cadeira, girando-a para encará-lo.
"Então, o que você acha da sua nova casa?" Sirius perguntou ansiosamente. "Eu sei que você não é autorizado a sair de sua cela durante a lua cheia, mas você pode vir ao meu quarto sempre que quiser, e aqui é melhor do que o lugar que você estava antes, não é?"
Moony estudou Sirius por alguns segundos antes de acenar com a cabeça.
"Aquele bruxo disse que você estava lá por seis anos. Você morava em outro lugar antes? Ou você é mais novo do que aparenta? Os lobisomens têm a mesma idade que humanos?"
Por um momento, Moony apenas olhou Sirius — que passou a achar que não devia ter feito tantas perguntas de uma só vez. Apesar da coleira ligando o pulso do lobisomem à parede, era fácil esquecer que ele não estava falando com um humano, e as habilidades cognitivas do lobisomem provavelmente não estavam a par com suas próprias.
"Eu tenho onze anos." Moony disse finalmente. "Eu acho que a idade dos lobisomens é a mesma que a dos humanos." Então ele olhou para suas mãos, que estavam sobre seu colo. "Antes da instalação do confinamento eu morava com meus pais."
"Eles são lobisomens também? Quantos anos você precisa ter para ser colocado num centro daqueles?"
Moony deu de ombros. "Eu vi crianças sendo colocadas lá. E não, meus pais não são lobisomens. Eu morava com eles até aproximadamente uns cinco ou seis anos, mas depois eu fui... Mordido." Ele disse a palavra suavemente. Ele continuava olhando para suas mãos, as quais Sirius percebeu que tremiam. "Eles me levaram e fizeram alguns testes... E quando eles descobriram que eu era um animal... Eu tenho estado lá desde então."
"Então..." Sirius franziu o cenho e se inclinou, percebendo só agora o quão pouco ele sabia sobre lobisomens. "... Então você não foi sempre assim? Você costumava ser humano, com uma casa, família e tudo mais?"
Moony acenou com a cabeça novamente, parecendo que estava prestes a chorar, e Sirius imediatamente se sentiu mal.
"Hey." Ele disse levantando-se e indo se sentar no sofá ao lado de Moony. "Desculpe, eu não quis te aborrecer."
Moony balançou a cabeça. "Não se desculpe." Ele sussurrou. "Você não fez nada errado. Você é meu dono agora. Eu sou apenas um animal, seu animal de estimação, você pode dizer o que quiser para mim." Ele deu de ombros outra vez, ainda olhando para o chão. "Eu pertenço a você, faz sentido que você saiba minha história."
Embora tudo que Moony dissera fosse verdade, Sirius não queria incomodar seu animal de estimação. Ele levantou uma mão de forma hesitante e tocou o cabelo castanho claro do lobisomem, surpreso em como os fios eram macios.
Ele retirou a mão imediatamente quando Moony se virou e olhou para ele, mas a expressão do lobisomem era de simples curiosidade.
"Você..." Sirius disse. "… Você não se importa se eu te acariciar, não é Moony?"
Moony balançou a cabeça e Sirius passou a mão por ela. "Moony." O menino de cabelos negros repetiu. "Você gosta desse nome? Espere." Ele interrompeu a si mesmo e olhou para os olhos castanhos claros, quase âmbar, de seu animal de estimação. "Se você tinha pais, uma família e tudo mais, você devia ter um nome. Qual era?"
O lobisomem olhou para baixo novamente. Ele ficou quieto por tanto tempo que Sirius achou que talvez ele tivesse esquecido o nome ou que doesse responder, mas eventualmente ele o fez. "Remus." O lobisomem sussurrou.
"Remus." Sirius repetiu, acariciando o cabelo de seu animal de estimação novamente. "Você prefere que eu te chame assim?"
O lobisomem balançou a cabeça. "Remus é um nome humano." Ele sussurrou. "Eu sou um animal."
"Do que eles te chamavam no centro?" Sirius perguntou.
Remus — Moony — olhou para seu dono por um momento. "Número 439." Ele murmurou voltando o olhar para o seu colo. Então, para a surpresa e deleite de Sirius, o lobisomem deu um pequeno sorriso. "Moony está ótimo."
# (1) Nem sob mil maldições imperdoáveis vou chamar o Moony de Aluado. A frase ficaria "Lua... Aluado?" — então, para o Moony fazer sentido, deixei "Moon... Moony?" (para os que não entenderam, "moon" é lua em inglês).
# Essa tradução foi autorizada pela autora. Para a fanfic original, vá até os meus Autores Favoritos e acesse a página da Remy-Luna.
N/T: Essa fanfic é a coisa mais linda de todo o universo e eu espero que vocês gostem dela tanto quanto eu. Se lerem, deixem reviews! Não só por mim, mas pela autora também — porque essa é a história mais amorzinho do mundo.
