"On rainy days we'd go swimming out
On rainy days swimming in the sound
On rainy days we'd go swimming out" ( U2- "Electrical Storm")
("Em dias chuvosos nós iríamos nadar lá fora
Em dias chuvosos nadando no som
Em dias chuvosos nós iríamos nadar lá fora")
Caía uma chuva torrencial na cidade, típica daquela época do ano em New York. Rachel cruzou os braços fortemente sobre o colo e suspirou. Fitava a chuva embaçando a vidraça e lembranças que ela gostaria de trancar bem fundo na memória surgiram com força avassaladora. Seis meses. Seis longos meses longe de Finn, dos braços dele, dos beijos dele, das carícias que só ele sabia fazer... seis meses separados, brigados.
Ela tentava ser forte, fingir para os amigos que já tinha superado tudo mas, na verdade, era só ficar sozinha como naquele momento para toda a saudade dele vir à Kurt, Tina e Santana não tivessem ido para uma boate, ou se ela tivesse ido com eles, talvez não se concentrasse tanto naquela chuva que embaralhava sua cabeça e o seu coração.
{...}
Chovia forte em Lima, Ohio.
Raios e trovões cortavam o céu e Rachel fez uma careta encolhendo-se contra o peito de Finn. O rapaz tinha ido lhe deixar em casa depois da escola e eles estavam dentro do carro dele, olhando para a chuva que não dava trégua.
- Você tem medo de chuva forte, né?- ele perguntou, meio divertido, enquanto beijava o cabelo da namorada.
- Te-tenho.- ela sussurrou.
Mais um relâmpago chispou entre as nuvens e a garota se encolheu ainda mais. Finn ficou com pena dela:
- Rach... eu posso ficar com você até seus pais chegarem...
- Sério?- ela sobressaltou-se- eu quero sim, amor.
Eles saíram correndo do carro, mas o curto trajeto dele até a entrada dos fundos da casa da garota foi o bastante para deixá-los encharcados.
Entraram na cozinha e ela foi logo buscar toalhas para os dois na lavanderia.
- Você quer uma coisinha quente?- ela perguntou enxugando o cabelo.
- Só se for você.- ele puxou-a para si, com a boca indo avidamente em direção a sua.
- Finn!- ela exclamou, para em segundos sucumbir a um delicioso amasso, ele sabia mesmo como persuadi-la.
As mãos dele estavam inquietas, e rapidamente começaram a levá-la a um delirante descompasso.
- Hum...ai...espera.- ela finalmente voltou a ter um pouco de auto-controle.- Eu vou fazer chocolate quente pra nós, ok?
Finn largou-a meio à estava simplesmente louco por ela, a cada dia mais envolvido por Rachel...apaixonado. Comprometido de alma e coração com aquela pequena morena que tinha voz de deusa e corpo de ninfa, que fazia chocolate enquanto olhava-o de rabo-de-olho, provocando-o.
-Aqui, toma a sua xícara.-ela disse com a voz lânguida.
Havia algo de diferente nela, o garoto percebeu , algo que dava apenas para sentir. Rachel, de repente, também se viu assim, com uma atitude sexy pra cima do namorado, talvez por eles estarem com as roupas molhadas pregadas no corpo e sozinhos na casa dela com os hormônios em ebuliçã entreolharam-se enquanto suas bebidas nas banquetas altas perto do balcão da cozinha, eles aproveitaram para embarcar num sutil jogo de sedução, roçando de leve pernas e braços, sorrindo, falando umas ão, mais uma vez, ele puxou Rachel para bem perto e falou roucamente, com os lábios tocando na sua pele:
- Você precisa se trocar...está toda molhada.- e começou a beijá-la no pescoço, enquanto percorria as costas dela por baixo da blusa causando arrepios eletrizantes na espinha da garota.
- Tô molhada, sim.- ela sussurrou em resposta no seu ouvido, colocando o quaterback prontamente em "estado de alerta".
Oh, Grilled Cheesus, o que era aquilo? Rachel Berry falando tão safadamente...? Finn foi pego de surpresa:
- É impressão minha ou você tá se insinuando mais do que o normal?
- É impressão minha ou você não tá sabendo aproveitar quando eu finalmente tô pensando em deixar você avançar nas bases do nosso namoro?
Finn levantou uma sobrancelha levemente, enquanto encarava uma Rachel muito libidinosa em seus braços:
- Isso quer dizer que tipo...nós vamos...- ele hesitava, aturdido, meio sem acreditar naquilo.
Rachel olhou-o penetrantemente. Chovia forte lá fora, era como se o mundo estivesse se desmanchando em água e só restassem eles ali.E ela se sentia tão sensível a cada toque dele, tão à vontade, tão excitada. Era isso, uma luz brilhou na sua cabeça e no seu coração: tinha chegado "a hora", estava muito claro.
- Eu te amo tanto.-ela disse com o rosto muito próximo ao dele, suas respirações cadenciadas.
- Eu também te amo. Rach...- ele passou os dedos pelas suas madeixas.- Você tá a fim? Hoje, agora?
Um sorriso, um abraço, um beijo entorpecedor: melhor resposta, impossível.
O caminho para o quarto de Rachel nunca foi tão longo, eles mal podiam caminhar sem darem vazão àquela volúpia incontrolável, beijavam-se, tocavam-se, queriam-se de um jeito que nunca nem tinham imaginado. Subiram uns degraus com dificuldade, pararam no meio da escada, ofegantes.
- Vamos subir logo...- ela gemeu baixo, sentindo Finn comprimir suas coxas, enlouquecendo-a.- A gente não pode...aqui...- gemeu de novo, ele já chegando ao meio das suas pernas.
Ele riu resolvendo a questão, colocou-a nos braços e, em dois tempos, já rompiam pelo quarto dela, atirando suas peças de roupa aleatoriamente, se beijando febrilmente, sentindo todas as vibrações flamejantes que perpassavam seus corpos.
- Você tem?...- a interrogação de Rachel parou no ar, pois ele pegou rapidamente a calça e retirou alguns pacotes de camisinha da carteira que estava no bolso de trás.
-Estava esperando meu dia de sorte.- ele sorriu.
Ela sorriu de volta, aliás, tinha como não? Sua primeira vez seria com Finn, seu namorado, seu grande amor e um tremendo gato, por se deixava levar pelos toques dele que lhe causavam estremecimentos da mais pura paixão. Ela não sabia porquê ele tinha ficado tão inseguro quanto ao seu corpo durante a montagem de Rock Horror, há pouco mais de um ano, pois o namorado era tão lindo; nunca se sentira tão atraída por ele como naquele momento, seus dedos corriam audaciosamente pelo seu corpo talhado pelo futebol americano que a hipnotizava; assim como seus olhos desejosos que não desgrudavam dos dela um só instante, e sua boca quente e vermelha que sabia sorrir e beijá-la de forma única...
Por seu lado, Finn sentia-se em chamas; Rachel era bela e charmosa com aquele seu ar nada calculado que misturava o jeito de colegial com mulher , conferindo o que as roupas bregas dela escondiam, ele percebia que sempre tivera razão quando dizia que ela era linda: seus seio pequenos e rijos, sua cintura fina, as pernas e coxas grossas e aquele bumbum incrível eram a maior prova disso:
-Você é maravilhosa.- ele falou enquanto percorria todos os seus contornos com as mãos e os lá sabia o quanto aquilo era importante, mostrar para o quanto ela era bonita e especial, mais do que Quinn, Santana ou qualquer mulher no mundo.
Então, docemente, já tomada por um desejo desmedido, ela se posicionou o melhor que pôde e disse:
- Vem, meu amor.
Finn colocou o preservativo, "animado" em todos os sentidos:
- Eu não quero te machucar, tá bom?- ele beijou-lhe na testa, nunca desviando seu olhar, já procurando a melhor forma de penetrá-la.- Se doer...
- Vai doer, eu sei- ela riu um pouco- mas eu sei que você vai ser quero ser sua.
Ele adorava vê-la tão decidida, definitivamente.
Enquanto o céu desabava naquela tarde, o ar naquele quarto se tornava , gemidos, prazer de dar e receber carinho, Finn e Rachel se preenchiam de forma plena, forte, faziam amor com todo amor que podia existir em suas vidas.
Apenas quando foram envolvidos por uma onda que os arrastou à sensação mais enlevada que já tinham sentido, eles pararam os movimentos frenéticos, exaustos, satisfeitos: completos.
Rachel abriu os olhos que brilharam intensamente ao encontrarem os de Finn, incapaz de parar de contemplá-la:
- E aí? Você...- ele acarinhava o rosto dela.
- Adorei.- ela atalhou.- Foi lindo.
Ele sorriu orgulhoso e feliz:
- Pra mim também. Você é perfeita.
Rachel encolheu-se junto a ele, enquanto acariciava seu peito. Nunca se sentira tão feliz e realizada, tão mulher.
Ficaram perdidos em meio àquela doce moleza, numa preguiça onde só ouviam as respirações voltando ao normal um do outro,além dos trovões incessantes, até que Finn comentou:
- Rach, acho que você só inventou essa história de medo de chuva forte porquê não tava com coragem de dizer o que queria mesmo...
- Seu cafajeste! – ela riu, beliscando-o.- Você que se aproveitou da situação e de mim!- mais risos.
- Ah, é? Me aproveitei?- ele indagou, rolando sobre ela começando a fazer cócegas que se tornaram uma nova e incansável rodada de amassos quentímos.
{...}
Ela suspirou fundo. Aquilo tinha acontecido há dois anos. Sua primeira vez, a primeira de muitas e inesquecíveis vezes com passado, um passado ainda dolorosamente presente, que a marcara e perseguira, como ferro em brasa.
"You're in my mind all of the time
I know that's not enough
If the sky can crack there must be some way back
For love and only love" ( U2- "Electrical Storm")
("Você está na minha mente o tempo todo
Eu sei que isso não é o bastante
Se o céu pode rachar deve haver algum jeito de voltar
Para amar e só amar")
