Nome do autor: Kollynew
Título: Lótus
Ship: Tom Riddle/Ginny Weasley
Gênero: Angust
Classificação: K+
Observação: UA
N/A: Fic escrita para o Projeto Pandora da Sessão T/G do Fórum 6 Vassouras e para o VII Challenge da mesma sessão.
Lótus
Despedidas e solidão, almas e versos, sombras e nenhuma luz. A música do silêncio. Ele sempre disse que as canções mais belas são compostas no crepúsculo e inspiradas no momento da maior das dores.
No escuro da noite as ilusões são transformadas em sentimentos, formados por sensações sem compasso ou harmonia. Na noite, apenas por ironia, as flores de lótus se abrem. Sem testemunhas, na ausência de luz, na hora dedicada à solidão e aos solitários.
Já não há mais o seu toque, e eu me reinvento para sobreviver. Tudo que me resta é vislumbrar sonhos e esperar às margens do rio de águas mornas, paradas e ligeiramente ácidas.
Só assim para viver.
Um refúgio para não morrer.
A doce ilusão se torna real e eu posso senti-lo por perto.
Lembranças, pesadelos e emoções sem sentido, inspiradas pela imagem de uma flor branca e delicadamente tingida por nuances de rosa. Não rara, mas de singular beleza. O objeto do meu desejo, a comparação perfeita da criação mais perfeita. Um deus de sonhos, que reina apenas quando o sol, a lua e as estrelas escondem o seu brilho por trás do manto da noite.
Lótus se destaca na escuridão e Tom me abraça.
O cheiro é idêntico e Tom está aqui, no céu negro e repleto de sereno ou no rio calmo e lento.
Existência simples, mas tão bela que se torna devastadora, mostrando apenas a sua superfície e escondendo sua verdadeira estrutura abaixo de águas escuras.
Abraço meus joelhos, para prolongar ao máximo a existência dele ao meu lado, na esperança de que as horas não passem, desejando que a noite perdure para sempre. Cantando baixinho para ele, escrevendo poesias, flutuando em meus próprios sonhos e vivendo uma vida inteira enquanto está escuro.
Gosto do escuro, pois é no escuro que lótus se abre e eu posso sentir Tom.
Ele, que jaz em seu túmulo eterno.
Ele, que nunca me amou.
Aquele para o qual entreguei minha alma, os meus sonhos e a minha vida.
Por sua lembrança curo minhas cicatrizes, por um delírio mudo estrelas de lugar e deixo o céu mais escuro apenas para destacar a sua existência.
Eu posso cantar baixinho e escrever poesias, mas elas apenas pedem emprestado o verdadeiro significado dos meus sentimentos. Sensações reais e dolorosas, que voltam a cada anoitecer, mais e mais verdadeiras, em forma de prece carregada de desejo e esperança.
"Por favor, preciso que você me ouça!"
Sonhe comigo, sempre sonhe comigo. Mesmo que não seja capaz de sonhar e que sua existência tenha sido apagada do meu mundo.
Ame apenas a mim. Mesmo que nunca tenha sido capaz de amar.
Não seja você.
Seja lótus, a flor que se abre no crepúsculo e volta a se fechar quando o dia nasce, e finja que ainda existe para que eu não me transforme em uma alma solitária vagando por rios de águas paradas.
Seja real e não me deixe cair na tentação de me atirar às águas para me juntar a você.
Componha para mim, mesmo que suas canções sejam feitas das minhas dores.
Ensine-me o que é paixão, pois temo que ela se foi.
