The eldest

Sinopse – Para todos, ele era um homem frio e cruel que tinha assassinado toda a sua família. Para ela, ele não devia ser mais do que um dos assassinos do seu pai, mas não conseguia deixar de pensar nele como o seu anjo negro desde que aceitara a sua mão naquela noite de inverno.

Disclaimer – Naruto e as suas personagens não me pertencem.

Prólogo

Tudo começou numa noite fria de inverno quando ela tinha apenas seis anos. Estava a nevar e toda a cidade de Konoha se cobria com um espesso manto branco, o que parecia torna-la ainda mais bonita.

O inverno era, desde sempre, a sua estação preferida. Enquanto as outras crianças ficavam fechadas em casa ao pé das lareiras a lamentar-se que estava muito frio depois de brincarem durante algum tempo com neve, ela gostava de passar horas ao frio, a ver como toda a cidade ficava incrivelmente bela coberta de branco, a fazer anjos no chão e a fazer guerras com bolas de neve contra a sua irmã mais nova, Hanabi. No entanto, a principal razão pela qual ela gostava de fazer tudo isso era porque a sua mãe lhe fazia sempre companhia, sentada na borda da fonte gelada, a observa-las a brincar e quando se cansavam, as duas raparigas corriam para os braços da mãe e esta dizia que deviam ir todas para dentro porque já estavam com os lábios roxos.

Depois de a sua mãe falecer naquilo que todos diziam ser um 'acidente' na produção do seu novo filme, isto porque a sua mãe era uma actriz muito famosa, ela e a irmã nunca mais quiseram sair para a neve. Mas agora, passados seis meses da morte da mãe, ela queria voltar a ver a neve, decidiu. Talvez se ela fosse para o jardim naquela altura do ano, se sentiria mais próxima da mãe e recordaria os bons momentos passados com ela.

Com cuidado, desceu da grande cama e calçou as suas pantufas. Abriu a porta do seu quarto, tendo o cuidado de não fazer qualquer barulho, e saiu para o corredor. Apesar de a casa estar cheia dos seguranças do seu pai, ela sabia que eles não a conseguiriam ver se caminha-se silenciosamente pelas sombras. Desceu pelas escadas utilizadas pelos empregados até à cozinha, onde havia uma porta fechada à chave que dava para o exterior. Apenas algumas das pessoas de confiança do seu pai tinham acesso às chaves daquela porta, mas mesmo assim ela estranhou não haver segurança. Sentiu-se agradecida por ainda haver alguém suficientemente estúpido para ousar desrespeitar as ordens explícitas do seu pai.

Puxou uma cadeira até ao segundo armário do lado esquerdo e subiu, abrindo as portas para encontrar várias chávenas brancas perfeitamente arrumadas em filas direitas. Encontrou uma pequena chave metálica presa com um fio vermelho debaixo da terceira caneca da segunda fila, que provavelmente havia sido ali colocada pelo mordomo, que não fazia ideia que ela sabia do esconderijo e era um dos homens em quem o seu pai confiava. Levantou a cadeira com dificuldade e voltou a pousa-la no seu devido lugar e dirigiu-se, em passos pequenos e silenciosos, destrancar a porta.

Assim que saiu para o exterior viu o grande jardim outrora verde coberto de branco e abriu um pequeno sorriso que não se atrevera a mostrar desde a morte da sua querida e amada mãe. Sentia tanto a sua falta que até a podia ver ali, sentada na borda da fonte, a sorrir-lhe. Caminhou até lá, sentindo as suas pantufas cor-de-rosas, grandes e fofinhas, ficarem molhadas a cada passo que dava. A água estava transformada em gelo, como sempre acontecia. Sentou-se na borda e lembrou-se como costumava fazer aquilo com a mãe, que olhava para ela e para a irmã como se elas fossem a coisa mais importante do mundo. Sentia tanto a falta da mãe, pois na presença daquela mulher que ela adorava, ela podia simplesmente ser a Hinata, uma rapariga tímida e introvertida. O seu pai, por outro lado, queria que ela fosse forte pois um dia iria herdar um grande património e ela tinha que estar à altura.

Sentiu uma lágrima solitária a escorrer pela sua face e muitas outras acabaram por seguir o seu percurso. Ela não podia chorar, porque ela era uma Hyuuga e, segundo o seu pai, os Hyuugas não choram nem dão parte fraca. Talvez fosse por isso que o seu pai não chorara a morte da sua mãe, apesar de ela saber o quão aquela situação o afectara.

Observou novamente toda a paisagem antes de se virar para a porta, mas estancou ao ver que não estava sozinha. Ao lado da porta que ela tinha deixado aberta estava um rapaz, mais velho que ela, a fixa-la. Não era nenhum dos homens do seu pai pois ela nunca o havia visto e vestia roupas simples pretas, mas apesar de ser novo, passaria facilmente por um deles pelo seu olhar gélido e frio. No entanto, apesar de ele estar armado, ela não se sentiu ameaçada, soube de imediato que ele não lhe queria fazer mal. Depois de alguns segundos, o estranho rapaz estendeu-lhe uma mão como um convite mudo para ir com ele, e ela aceitou, depois de secar desajeitadamente as suas lágrimas à manga do pijama branco com ursinhos.

Entraram na grande mansão de mãos dadas e ele guiou-a habilmente pelos corredores até à porta do quarto do seu pai, a suite principal da casa. Os seguranças à porta ficaram confusos se o deveriam deixar passar ou não, já que ele estava com a filha do chefe, mas ele passou por eles como se nem os tivesse visto, puxando-a delicadamente pela mão.

Bateu à porta com duas batidas frenéticas e controladas e esperou uns segundos até Hyuuga Hiashi, o patriarca da família, vir abrir a porta. Quando o fez, ele fixou o rapaz desconhecido à sua frente, o seu olhar a tornar-se mais duro e perigoso à medida que reparava que ele carregava uma arma na mão esquerda e segurava a mão da sua filha primogénita na outra. Ele ia dar ordem aos seus seguranças para atacarem o seu visitante indesejado quando este o surpreendeu, estendendo-lhe a arma.

- Talvez devesse melhorar a sua segurança e a da sua família. – Informou, numa voz rouca e máscula que não era típica de qualquer adolescente. Depois de o mais velho apanhar na arma, estendeu-lhe, educadamente a mão da pequena rapariga que os observava em silêncio, sem perceber o que se estava a passar.

Depois de dar um rápido abraço à filha e a puxar para dentro do quarto, o homem observou o seu visitante de alto a baixo, chegando à conclusão que tinha sido desafiado por um miúdo. Um miúdo muito mais promissor que alguns dos meus melhores homens, deu-se conta com amargura. No entanto, ele fora até ali e desafiara-o e ele não ia dizer que não a um desafio, ficara até agradado com aquela coragem e perspicácia. Se ele era assim tão novo, iria tornar-se um grande aliado quando crescesse.

- A partir de hoje, tu trabalhas para mim. – Decidiu por fim, não dando espaço para contestações. Devolveu a arma ao seu dono e assistiu-o a coloca-la nas calças de ganga. – Como te devo chamar, rapaz?

Quando viu o mais novo fechar os olhos, por apenas um momento, pensou que aquele miúdo se ia arrepender e fugir a sete pés, mas só percebeu o quão errado estava quando ele voltou a abrir os olhos. Aqueles olhos que anteriormente era negros como o ónix, agora exibiam uma cor vermelho sangue que não enganava a mais pura das almas e Hiashi não era parvo, sabia perfeitamente o que aquilo significava.

- O meu nome é Uchiha Itachi.


Primeira fic de Naruto a ser publicada aqui, espero que gostem.

Se lerem, por favor façam uma autora feliz e deixem reviews, com criticas postivas ou negativas. É importante para mim ter uma ideia se esta história vale a pena ou não!

Chamo à atenção que é apenas um prólogo muito curto, não um capítulo, apesar de já dar uma pequena ideia da história.

See ya!