"I believe in you. I'll give up everything just to find you. I have to be with you; to live, to breathe..."

Ela.

Ele me apertou contra a parede e começou a tocar meu corpo, de uma forma que nunca havia sido tocado antes. Eu não conseguia respirar, e o cheiro dele que invadia minhas narinas de uma forma extasiante não me deixava pensar. Foi quando eu senti aqueles frios lábios em meu pescoço. E aqueles dentes afiados em minha pele. Ele queria "apreciar" aquele momento, mas eu não iria deixar. Não mesmo. Eu o empurrei e saí correndo do almoxarifado.

Dei sorte que tinha algumas pessoas no corredor, então ele não poderia fazer nada comigo na frente daquelas pessoas. Corri até os armários, onde tinham mais gente, mas eu não podia parar de correr. Ele não iria parar de me perseguir e isso era um fato. Eu esbarrei em um cara que estava com a namorada, o coitado estava com as mãos cheias de livros e eu derrubei grande parte deles. Sussurrei desculpas e continuei a correr. E eu olhava para trás toda hora, tentando localizá-lo, até uma hora que eu já estava suficientemente longe da escola, e eu não o vi mais. Sentei no banco, procurando respirar. Eu nem reparei que meu melhor amigo estava vindo em minha direção, só quando eu percebi que era ele, que eu fui apressada e o abracei forte. Mas aquele abraço não me confortou nem um pouco. De algum modo, eu precisava descobrir o que ele queria.

Ele.

Ela me deixou louco desde o primeiro momento. Acho isso um masoquismo, mas eu não consigo resistir. Há algo nela que me faz perder os sentidos; e o frenesi, que por tanto tempo manti enjaulado, guardado e controlado dentro de mim, quebra em pequenos pedaços todas as barreiras que eu impus e faz de mim um predador descontrolado. Eu a odeio por me fazer desejá-la tanto. E ela não contribui para o contrário. Sabe exatamente como me provocar, como me fazer perder o controle, mas ela não sabe disso. Eu tento não ser agressivo quando estou com ela. Mas... eu me descontrolo. Ela já sabe quem eu sou, o que eu sou e como vivo. Mas uma coisa que ela não sabe: por quem eu vivo. E, honestamente, não quero que ela descubra.

Ela me desafiou. "Você não sabe com o que você está se metendo, garota." Ela estava suada, mas incrivelmente linda, pois havia voltado da educação física. "Você acha que eu quero saber? Você não me atinge." Ela definitivamente não sabia com o que estava se metendo. Foi nessa hora que eu perdi o controle, - o que era muito difícil - e a empurrei para dentro do almoxarifado. "Eu te odeio." Ela sussurrou. De alguma maneira, ela queria. Ela fazia insinuações de que queria. "É o seu dever me odiar". E eu a beijei. Mas eu queria outra coisa, e disso ela definitivamente não sabia. Quando ela me abraçou mais forte, o cheiro do sangue dela pulsando rapidamente subiu e eu não consegui evitar. Eu desci meus lábios pro pescoço dela, e quando finalmente ia conseguir o que eu quis por tanto tempo, ela me empurrou. E saiu correndo. Eu corri atrás dela, tentando contornar, mas ela sumiu na multidão. E por um lado, eu queria que ela sumisse.

"You're taking over me!"