Hetalia e seus personagens não me pertencem. Fanfic Spain x Portugal - nenhuma informação sobre este personagem é oficial -, extra de "Obsessão", em dois capítulos.
Agradecimento a Makaylla012 por me aguentar e revisar! Ao meu Spain e a draquete, porque ela shipa o casal e eu acho que ela merece uma fanfic, porque faz tempo que não dedico nada a ela –q
(Ainda faço uma fofinha deles para compensar)
Boa leitura.
Volta ao Mundo
Litoral de Lisboa, finalmente! Após dias de uma caminhada interminável, chegou ao seu destino – não ao destino final, pois não tinha algo como isso. Antonio apenas andava sem rumo, parando nas cidades que lhe pareciam interessantes. Mas viajar desse modo possuía alguns empecilhos: não era sempre que conseguia uma casa para ficar hospedado ou um emprego para comprar a própria comida. Só que, sendo positivo como o espanhol era, imaginava que logo arrumaria algo! Portugal tinha naturalmente muitos comerciantes, algum deveria estar precisando de ajuda.
Após saudar o mar, aquela imensidão azul da qual tanto gostava, pegou a pequena mochila de pano que carregava e resolveu seguir a orla da praia. Aquele cheiro salgado apenas aumentava sua fome. Já cansado da viagem, arrastou os pés até a primeira loja que encontrou – sendo esta de vinhos. O único atendente da loja, a qual estava vazia no momento, virou-se para o suposto cliente ao ouvir o sino da porta indicando que alguém entrara, falando com um sorriso simpático – e ao mesmo tempo em que o outro.
- Seja bem-
- Você pode-
Do mesmo jeito que começaram, também cessaram a fala com sincronia, um encarando o outro com sincera surpresa. Mas que diabos...! Parecia que tinham um espelho à frente. O português, dono da loja, via-se há alguns anos atrás no espanhol. Este, por sua vez, achava-o bastante parecido consigo, apesar das ligeiras diferenças! Além de ligeiramente mais baixo, o lusitano tinha cabelos maiores, amarrados em um rabo de cavalo baixo, e em vez de olhos verde-esmeralda como os seus, os orbes eram de um tom água, oscilando entre o verde e azul. Antonio foi o primeiro a acordar do choque, apontando para o menor com um sorriso bobo e os olhos brilhando. Será que era o que diziam de sósias? Quando abriu a boca para falar algo e ameaçou aproximar-se do português, sentiu a visão escurecer e os sentidos ficarem confusos. Não deu outra: acabou caindo no chão, desmaiado.
Assustado com aquele rapaz que apareceu do nada e agora estava caído no chão da sua loja, Manuel saiu de trás do balcão, cutucando-o com o cabo da vassoura para verificar se ele não tinha morrido. Acabou ficando mais assustado, pois o corpo do espanhol deu uma convulsão antes de aquietar-se mais uma vez. Praguejando, deixou o item de limpeza apoiado no tampo do balcão, passando um dos braços do castelhano pelos próprios ombros, levando-o para a parte de dentro do imóvel.
Tendo um pouco de dificuldade na parte das escadas, conseguiu levá-lo ao andar de cima, colocando-o deitado sobre a própria cama. Suspirando com mais alívio após ver que o outro só dormia, passou as costas da mão pela testa, afastando os fios, resolvendo voltar à loja – tinha deixado-a aberta, afinal.
O dia se arrastou e o espanhol continuou dormindo até o horário em que Manuel fechava a loja. Este, já cansado e irritado pelo dia de trabalho, resolveu dar um jeito de acordar aquele idiota. Após vários cutucões e tapas e chacoalhar e nada dele acordar, encheu um copo com água – pegaria um balde, mas não queria molhar demais sua cama -, jogando no rosto do castelhano. Com o susto e achando que estava se afogando, ele se levantou de uma vez, derrubando o lusitano no processo. Percebendo que o outro agora estava caído sentado no chão, Antonio se aproximou, tentando levantá-lo.
- Oh, desculpe-me! Não era minha intenção derrubá-lo, hahah!
- Solte-me agora, parvo! Consigo me levantar sozinho!
Balançou o braço violentamente para se soltar, erguendo-se e fazendo uma pose autoritária, fitando de cima e com os braços cruzados aquele turista maldito.
- Agora que já levantastes, vá-se embora!
- Aah... Mas eu achei que iria me oferecer uma sopa bem quentinha! Estou há dois dias sem comer, hahahha!
Manuel arqueou uma das sobrancelhas, encarando desconfiado o castelhano, mas este parecia falar a verdade. Dava para perceber que ele estava meio cambaleante. Suspirou pesadamente, parecendo emburrado.
- E o que eu ganharia com isto? Vá-se embora! Já disse isto, não me obrigue a repetir.
O espanhol riu calorosamente, levantando e se aproximando do lusitano com algum esforço, mas entreabrindo os olhos e esboçando um sorriso provocativo – não foi por mal, jurava! Só que ele parecia se irritar tão fácil que dava vontade de incitá-lo.
- Posso fazer o que você quiser, pequenino!
No segundo seguinte, Antonio estava no chão. Seus reflexos estavam lentos, então não conseguiu se defender ou desviar do soco que lhe acertou em cheio no rosto.
- Idiota! Pequenino é teu...!
Bufou, vermelho de raiva. Como aquele idiota conseguia irritar-lhe tão facilmente? Não costumava ser assim, tinha paciência com várias coisas e pessoas – caso contrário, não teria como ter uma loja. Mas aquele espanhol dava-lhe nos nervos. E nem era tão menor assim! Uns cinco centímetros, talvez. Resolveu sair e preparar algo – não porque o espanhol pedia, mas por estar se aproximando o horário de jantar!
Após se recuperar, o castelhano foi procurar o outro rapaz, anotando mentalmente para não provocá-lo caso não conseguisse se defender, pois ele batia forte e sem dó! Parecia até seu pequeno irmão adotivo que agora morava com a verdadeira família. O melhor era que também era fofo – e não era por parecerem! Rindo bobo, seguiu o cheiro agradável que emanava da cozinha, encontrando Manuel a mexer algo em uma panela.
- Que cheiro bom! O que está cozinhando para nós? – Antonio indagou, tomando a liberdade de sentar-se em uma das cadeiras encostadas à mesa.
- Quem disse que estou cozinhando para alguém como tu? – arqueou uma das sobrancelhas, mas prestando atenção no que fazia. – Todavia, é uma sopa de legumes com carne.
Mesmo que não admitisse e aquele ser fosse mais irritante do que aguentava, tinha ficado preocupado. Se ele não comia há algum tempo como falara, precisava de algo bem nutritivo! E o lusitano não se incomodava em cozinhar, bem pelo contrário, era uma espécie de hobby.
- Eeh...O cheiro está bom, pequenino.
Antonio continuava a sorrir bobo, apoiando os braços no tampo da mesa. Pacientemente, o português fechou os olhos.
- Pares de chamar-me assim.
- Eeeh? Mas então, como vou chamar? – abriu os olhos, fitando o outro com uma expressão inocentemente surpresa. - Não sei seu nome...
- Manuel. Agora podes parar de chamar-me desse jeito constrangedor!
- Certo... Manu, heheh. Me chamo Antonio!
Uma veia saltou da testa do lusitano ao ouvir o apelido, o que o fez desligar o fogo com violência, virando-se com uma expressão de quem queria matar alguém e falando em tom sombrio e repleto de ironia.
- A comida está pronta, querido Antonio.
- Hahahah! – riu calorosamente. – Que fofo! Até já me chama de querido! Pode servir para mim, mi amor!
Estalando os dedos, tentando controlar a raiva crescente, voltou-se ao fogão, colocando uma porção da sopa junto com arroz que também fizera em um prato, indo até a mesa e se sentando. Antonio piscou os olhos, pois tinha realmente achado que era para ele, fazendo uma expressão interrogativa. Entendendo a pergunta muda, o português respondeu:
- Não vou servir-lhe! Não és aleijado, pode muito bem ir lá e pegar para si mesmo!
- Ehh, que malvado... – fez bico, cruzando os braços. – E se eu não conseguir me manter de pé e cair, bater a cabeça e morrer? Você vai ser o culpado pela minha morte...
O lusitano revirou os olhos.
- Andastes até aqui, não? Pode muito bem ir até lá! – apontou as panelas sobre o fogão.
É, ele não era tão manipulável assim quanto parecia, pensou o espanhol. Mas continuava fofo! Dando de ombros e voltando a sorrir, foi fazer o que o outro falara. Teve muita sorte dele não jogá-lo na rua após ter desmaiado, apesar de meio estourado (ao menos consigo), era uma boa pessoa.
- Então... O que te trazes aqui? Não és daqui.
- Eu tenho viajado por aí! Cheguei nessa cidade hoje, ia procurar um emprego, mas acabei desmaiando antes de encontrar! Hahaha! – respondia e voltava a comer. – Nossa, isso é muito bom!
- Comas o quanto quiser. – Manuel cruzou os braços, mas esboçou um pequeno sorriso. – Emprego, é? O que achas de ficar aqui e me ajudar na loja? Claro, vou pagar-lhe certa quantia por isso... Já tem uma semana que o meu ex-ajudante foi embora e não consegui arrumar outro.
O lusitano suspirou enquanto Antonio o observava. Wow, tivera mesmo sorte! Assentiu em concordância, ainda mais que não teria que se preocupar em arrumar um lugar para ficar! Além de tudo, seria interessante ficar e ver os outros lados do seu "chefinho", pois gostara de vê-lo falando daquele jeito não-irritado. Ele até sorriu!
- Si, si! Que sorte a minha, hahah! Prometo fazer direitinho qualquer coisa, chefinho!
O lusitano franziu o cenho. Estava intrigado.
- Sempre falas no diminutivo ou estás tirando uma com a minha cara?
- Não faria isso! Que maldade pensar isso de mim...
Juntou as mãos próximo ao tórax, ofendido. Devia ser mania, pensava ingenuamente o menor. Deveria tentar agir com mais calma com o castelhano, principalmente por ele ter aceitado trabalhar ali. Apoiando as mãos na mesa, levantou-se sob o olhar do outro. E se tivesse o deixado com raiva?
- A-ah! Espere! – levantou-se, estendendo as mãos.
- O que foi? Vou arrumar o teu quarto, diga logo o que queres!
- Ah... Nada.
O espanhol voltou a sentar, desistindo de falar que era brincadeira. Vai que ele resolvia bater-lhe novamente? Manuel estranhou, mas não comentou nada, apenas instruindo-o para lavar o próprio prato e tapar as panelas quando terminasse. Dito e feito: quando ficou satisfeito, obedeceu direitinho ao lusitano para que ele não desistisse de dar-lhe o emprego e a estadia, só então seguindo para o andar de cima.
- Ma-nu-e-li-to!
Cantarolou, seguindo o corredor até o quarto que tinha iluminação, percebendo que era em frente ao do lusitano. Continuou a caminho, abrindo a porta de uma vez e se arrependeu de fazê-lo desse modo: encontrou o menor olhando desolado pela janela que dava para a praia, abraçando o travesseiro. Sentiu vontade de abraçá-lo e fazê-lo contar o motivo daquilo! Mas foi por um segundo, com o susto, ele se voltou para a porta, olhando com genuína surpresa para o castelhano.
- Pois já terminastes? Se quiseres tomar um banho, o banheiro é na segunda porta, tem toalhas lá. Precisas de roupas também? Posso emprestar alguma coisa, pois não és muito mais alto que eu!
Instruiu com calma, voltando a se concentrar em ajeitar o quarto. O espanhol concordou, muitas de suas roupas estavam inutilizadas, então aceitaria de bom grado.
- Gracias! Vou aceitar, Manu.
O lusitano rosnou ao ouvir o apelido, mas era tarde para o outro ouvir, já que este já tinha se retirado para o banheiro. Suspirando, deixou algumas roupas separadas no quarto dele, indo para o próprio, esperando que o outro saísse do banheiro. Distraído, não viu o tempo passar, precisando que Antonio abrisse a porta de seu quarto de uma vez – teria de chamá-lo a atenção por essa péssima mania -, anunciando:
- Já terminei, Manuel!
Na mesma hora, o português jogou em uma das gavetas da mesa algumas folhas, virando-se e apontando acusadoramente para o castelhano.
- Aprendas a bater na porta, idiota!
- Eeh! Está escondendo algo, Manu? – tentou ver por cima do ombro dele, o que não era muito difícil, já que era mais alto. – O que é?
- Nada, imbecil! Saias já do meu quarto!
Corado de raiva, saiu a empurrar-lhe para fora do local – sem nenhuma delicadeza, para ressaltar. Quando conseguiu, deixou claro que não era para entrar nos locais sem antes bater, que era o mínimo de educação necessária, passando um longo sermão no espanhol – que apenas sorria bobo, o que fez Manuel descobrir que era isso que o irritava. Porque era apenas com Antonio que sentia essa vontade: socá-lo até fazê-lo parar de sorrir! Sorriso irritante!
Tirando esse pequeno problema, a noite passou tranquilamente. Antonio acabou dormindo de modo pesado após cair na cama – o que não era por menos, se ele não tinha descansado propriamente durante o percurso.
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