Disclaimer: O universo de Cavaleiros do Zodíaco/Saint Seiya não me pertence. (Os Cavaleiros de Bronze são meus… mas apenas no meu coração iludido.) Não estou tentando ganhar dinheiro com isto (não conseguiria nem se tentasse).
Nota: Esta é a tradução da minha fanfic escrita originalmente em inglês, "The Enemy's Little Brother". Sou brasileira, mas já vivo longe há tanto tempo, que escrever em inglês é mais natural para mim hoje em dia. Incrível o quanto da língua materna uma pessoa pode perder… Estou usando o *dicionário* para lembrar como se diz certas palavras em português! 'Lecture, 'bastard','hopefully','increasingly', e 'pain in the ass' (para que não encontrei tradução) até agora. Que vergonha! A idéia brotou de uma fanfic da KaL KeY, "Mob Boss".
Nota 2: Dedicado à Mamba Negra e à Lua Prateada. Sou fã de Cavaleiros há muuuuuuito tempo, mas só agora comecei a ler fanfics desse fandom. Essas meninas escrevem tão bem, criaram estórias tão emocionantes, que me renovaram a paixão perdida pela língua portuguesa. Já devorei as 3 estórias da Mamba, e estou de queixo caído com 'O Bardo e o Pardal' da Lua. Isso me diz que tem muitos autores bons a serem descobertos no fandom brasileiro. O mínimo que posso fazer é contribuir um pouquinho.
Sumário: Ikki odeia os 3 Cavaleiros de Bronze. Ele vive sabotando suas missões e tentando matá-los. Seiya, Hyoga e Shiryu têm que pôr um fim nisso. À procura de um ponto fraco, encontram seu irmão menor, Shun. Pretendem usá-lo contra Ikki; quanto longe irão?
Rating: T para linguagem e violência, e breves referências sexuais.
Aviso: Possível Hyoga/Shun slash. Talvez não aconteça e fique só na amizade; se acontecer, vai ficar no lado doce e platônico. Deixarei os rapazes decidirem por si mesmos. ;-)
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O Irmãozinho do Inimigo
Capitulo 1 – Já Basta
"Isso tem que parar!" gritou Seiya. "Estou cansado de lidar com as loucuras do Ikki!" Ele pontuou sua frase agarrando o objeto mais próximo – um antigo vaso japonês de valor inestimável – e o atirou contra a parede, quebrando-o em um milhão de pedacinhos.
Saori contraiu-se de forma quase imperceptível, mas manteve sua compostura de deusa. "Seiya, acalme-se neste instante!" ela ordenou, num tom que não deixava margem para discussão.
Seiya teve a graça de parecer envergonhado, deixando cair os ombros, com olhos de cachorrinho culpado. "Desculpa," ele murmurou.
Atena e seus três Cavaleiros de Bronze se reuniram no local habitual na Mansão Kido: uma sala espaçosa em cores pastéis, mobiliada com dois sofás grandes, várias poltronas confortáveis, e uma tela de TV grande. Parecia mais uma sala de estar do que uma sala de reuniões, na opinião de Hyoga; mais apropriada para um chá entre amigas do que para planejamento de defensa. Pessoalmente, ele não conseguia discutir assuntos de guerra desagradáveis quando atirado confortavelmente num sofá macio; geralmente ele optava por ficar em pé, apoiado com as costas na parede, de braços cruzados.
Mas neste momento, Hyoga segurava seu braço esquerdo de forma protetiva. Seu pulso havia torcido na luta daquela manhã, e estava bastante dolorido. Ele fez pouco caso de seus muitos outros cortes e contusões, vendo-os como parte do dia-a-dia de ser um guerreiro – tanto quanto, digamos, uma secretária consideraria anotar mensagens de telefone como parte de suas funções diárias.
Seus amigos também estavam machucados, mas nada fora do normal. Seiya tinha um corte aberto na têmpora, em que ele teria que levar pontos assim que a reunião acabasse. Shiryu tinha um corte enorme na perna direita (outro candidato a pontos) causado por um pedaço de vidro que antes se achou afundado ali; o vidro já havia sido removido, mas o corte ainda não havia parado de sangrar completamente.
'Mais uma capa de sofá para levar, por favor, e por favor inclua batatas fritas', Hyoga pediu mentalmente a ninguém em particular. Ele se perguntou – pela milésima vez – por que Saori insistia em ter um sofá cor de creme claro, em vez de, digamos, vinho, quando três rapazes constantemente sangrando sentavam-se nele. Ele também se perguntou se os empregados da lavanderia da mansão tinham um produto altamente eficiente para remover manchas de sangue de tecidos, ou se tinham um estoque infinito de capas de sofá amontoados em algum lugar.
"Eu concordo com o Seiya," Shiryu disse. "Fênix tem cruzado nosso caminho e atrapalhado nossos planos por tempo demais. Ele costumava ser apenas uma inconveniência—"
"—Sim, tendo alguém tentando te matar a cada curva do caminho, eu chamaria isso de inconveniência," Seiya interrompeu.
"… Mas ao invés de desistir, ele se torna mais perigoso e mais feroz com o passar do tempo."
"E ele não vai parar no futuro próximo!" Seiya adicionou, raiva evidente na sua voz.
Hyoga pensou sobre aquilo. Relutantemente admitiu a si mesmo, seus amigos estavam certos. Os jogos de Ikki não riam parar, apenas piorariam mais e mais, se a história fosse algo em que se basear.
Desde que Ikki de Fênix apareceu na vida deles no fatídico Torneio Galáctico, quando ele declarou seu ódio infinito pelos três – até hoje, o porque não era muito claro a Hyoga – Ikki tinha sido a maior pedra no sapato deles. Tentou matá-los a todos, roubou a Armadura de Sagitário pedaço por pedaço, mandou os Cavaleiros Negros atrás deles… e isso foi só a parte de "Prazer em lhes conhecer," o começo.
Dois anos depois, eles ainda estavam lutando. Havia sido uma confrontação depois de outra, sem parar. Às vezes, Fênix os atacava porque ele estava atrás de algo para seu uso pessoal. Como a super perigosa Vara do Inferno, que os Cavaleiros estiveram tentando roubar do museu para mantê-la protegida, para prevenir o mal, enquanto Ikki também estivera tentando roubá-la para, bem, causar o mal, ele supôs. E outras vezes, Ikki não tinha um interesse pessoal aparente na luta do momento, exceto pelo desejo de opôr-se aos Cavaleiros de Bronze, o prazer de vê-los miseráveis ou (tomara) mortos. Como quando ele explodiu um dos locais de treino deles, só de provocação, entre confrontações maiores. Ou quando ele forneceu informações táticas úteis a Dmitri Kozlov, um conterrâneo esquisitão que tinha planos de dominar Tóquio e escravizar a todos. Kozlov acabou sendo uma piada mais do que uma preocupação – Fênix sabia disso antes que o resto deles soubessem, Hyoga tinha certeza. Ikki não tinha querido que Kozlov ganhasse – seu único intento tinha sido causar problemas aos Cavaleiros e ser um grande aborrecimento.
Até agora, Fênix não tinha conseguido matar os Cavaleiros, e os Cavaleiros não tinham conseguido neutralizar Ikki. Os dois lados eram muito poderosos, difíceis de vencer, e cada nova batalha – haviam sido tantas já – trazia dor a ambos os lados. Pessoalmente, Hyoga preferiria acabar com isso civilizadamente, com todos vivos no final. Mesmo o Ikki sendo um desgraçado, Hyoga não tinha desejo nenhum de vê-lo morto. Para ele, matar um ser humano era a última alternativa, a única coisa que se restava a fazer quando uma pessoa ruim não tinha mais redenção. Será que o Fênix não tinha mais volta? Ele não sabia o que pensar. Seiya e Shiryu não compartilhavam de sua hesitação no ataque, ele sabia. Eles eram caras bons, mas a essa altura não teriam problema em enterrar uma espada no coração de Ikki, e acabar de vez com a dor de cabeça.
Enquanto Hyoga estava perdido em pensamentos, as outras três pessoas na sala tinham continuado discutindo. Bem, discutindo talvez não seja a palavra correta, já que todos estavam de acordo: Ikki tinha que ser detido, e logo. Hyoga voltou a se antenar na conversa.
"—sua nova aliança com o Grupo Hatori é muto preocupante," a Saori ia dizendo em tom de discurso. "Eles haviam estado abaixo do nosso radar porque, francamente, não possuíam os recursos para serem uma preocupação real para nos, e não levamos suas ameaças à serio. Até agora. Gracas a Fênix, eles agora possuem uma grande quantidade de ytterbite, escândio e paládio... e vocês sabem bem o que isto significa."
Hyoga certamente sabia, e tinha um pulso torcido para prová-lo. Esse Grupo Hatori, pelo que ele sabia, eram homens de negócios japoneses e ricos, atrás de poder, prontos para eliminar qualquer um em seu caminho – isso quer dizer, os cavaleiros. Havia um rumor a respeito de uma arma especial que estava supostamente sendo desenvolvida, um rumor que causou risadas por parte dos cavaleiros e que, junto com a Fundação Kido, decidiram ignorar.
A idéia era uma arma que atirava um tipo de bala de espingarda, com os 'chumbinhos' internos feitos de uma combinação de metais de terra raros. Essas bolinhas metálicas supostamente penetrariam Armaduras (sejam de bronze, prata ou ouro) tão facilmente quanto uma faca afiada penetra em manteiga quente. Bem, pelo menos essa era a teoria. Hyoga não sabia nada sobre a parte da química, mas sabia que os metais e outros ingredientes envolvidos eram raros, caros, e muitos difíceis de se obter, não importando a quantidade de dinheiro disponível para comprá-los.
Bom, eles descobriram que Fênix agora estava ajudando a esses caras. (Por que isso não o surpreendia?) E eles ouviram dizer que a universidade local – o único lugar no Japão que tinha qualquer quantidade desses metais – estava para ser atacada. Naquela mesma manhã. Sem tempo para terminar o café da manhã ou nada assim; com o barulho de cadeiras caindo para trás, facas batendo em pratos e xícaras se espatifando no chão (mais manchas para os pobres empregados limpar!), eles se apressaram até à universidade para tentar prevenir o roubo.
Os rapazes chegaram à tempo, sim. Em tempo de levar uma boa surra de mercenários (que foram deixados inconscientes no final, mas mesmo assim), e à tempo de ver os ladrões entrando numa van com sacolas cheias de (o que só podia ser) metais de terra raros. Ikki estava no meio deles, predizivelmente, e teve a cara-de-pau de sorrir e piscar um olho a eles, antes de bater a porta da van e o carro acelerar dali.
A pior parte foi, naquela manhã, também tinha havido uma explosão feita para eles. Ikki soube que viriam (eles eram assim predizíveis?) e colocou uma bomba no laboratório de Geoquímica. Os três Cavaleiros se deram conta disso rapidamente o bastante para evitar a explosão, mas não tinham tido tempo o suficiente para salvar as pessoas que estavam dentro do laboratório. Nove pessoas foram feridas, três das quais ainda lutavam por suas vidas no hospital. Uma menina, uma estudante japonesa de geologia chamada Mina Takeshi, não teve tanta sorte; ela morreu na explosão.
Hyoga respirou fundo. Vidas inocentes eram perdidas o tempo todo, no fogo cruzado de batalhas que não eram delas. Hyoga o presenciou com frequência, e dizia a si mesmo que era uma parte triste e inevitável na luta pela paz. Mas ele nunca se acostumou com isso, nunca deixou de se sentir responsável, repreendendo a si próprio por não ter sido capaz de salvá-los. Ele podia racionalizar essas coisas o quanto quisesse durante o dia, mas vítimas como Mina Takeshi assombravam seu sono com pesadelos.
Ele percebeu que tinha se desantenado da conversa – de novo – e decidiu contribuir. "Sozinhos, é improvável que o Grupo Hatori adquira o restante dos metais necessários para produzir essa arma," ele disse. Os outros pararam de falar para escutar, como de costume. Eles sabiam que Hyoga não era um homem de desperdiçar palavras, e quando ele falava, suas palavras valiam a pena ser ouvidas. "Eles têm muito dinheiro e poder, mas quase mais nada. Sem os contatos de Ikki, não irão longe. Mas com sua assistência, eles não irão apenas conseguir os metais, mas o que mais for que precisarem – conhecimento, informação, recursos, pessoas com a competência técnica e sem morais. Se Fênix ajudá-los, eles irão conseguir criar aquela arma, eu tenho certeza. E aí, nossas Armaduras sagradas vão ser tão eficientes quanto lenços de papel para proteger-nos."
Silêncio na sala, com os rapazes e Atena encarando uns aos outros, pesando aquelas palavras de ruína certa.
"Não podemos permitir que Ikki ajude esses caras nem mais um pouco," Seiya disse. "Não importa como."
"E como exatamente vamos impedi-lo, Senhor Óbvio?" Shiryu perguntou.
"Pedindo 'por favor, querido' não é o jeito, disso eu tenho certeza," Seiya disse, um pouco irritado.
"Certo, pedir de forma legal não iria funcionar. Mas, lutar?" Shiryu argumentou. "Nós temos lutado contra esse cara por dois anos, e ainda não chegamos a lugar nenhum. Se o surrarmos, ele surra a gente em retorno, todos nós provavelmente evitaremos danos permanentes e a morte, e voltaremos aos nossos respectivos lares para cuidar de nossos ferimentos. Não seria nem um pouco diferente do que já estamos fazendo."
Seiya contou nos dedos. "Certo: um, conversar amigavelmente não vai ajudar, e dois, bater nele não vai ajudar. Qual é a opção número três para deter o Ikki? E opções quarto e cinco, se possível?..."
"Poderíamos convencê-lo usando a razão," Saori disse. "De alguma forma. Talvez descobrindo o que ele tem a ganhar, e usando isso como um incentivo."
"Ele não teria nada a ganhar parando de ajudar esses caras, Saori," Shiryu disse. "Ele perderia a oportunidade perfeita de nos causar sério dano. Racionalizar com ele não nos traria nada, exceto risadas de sua parte."
"Teoricamente, poderíamos tentar apelar para sua natureza superior; ao homem bom e altruísta bem dentro dele," Hyoga disse, mas não comprou suas próprias palavras.
Seiya fez um som de desdém. "O criminoso desgraçado não tem uma natureza superior."
Hyoga não iria discutir quanto à isso.
"Com o que poderíamos ameaçá-lo?" Shiryu perguntou. "Me ajudem aqui. Ele não tem medo de dor física e desconforto, obviamente."
"Ou medo de morrer," Seiya disse.
"Ele não teria medo de perder posses, ou qualquer coisa material," Saori pensou alto. "Não há nada que eu saiba a que ele é apegado. E ele não pode ser comprado com dinheiro – eu já tentei."
"Poder, influência, respeito, também não são problemas para ele," Shiryu complementou. "Se ele perdesse qualquer desses um dia, o conseguiria de volta com os punhos no dia seguinte."
"Ele não tem família ou amigos para se envergonhar dele," Hyoga disse. Se ele tivesse feito algo horrível, e seu inimigo tivesse ameaçado contar à sua mãe sobre isso (se ela estivesse viva), ou a um dos Cavaleiros, ou Isaac, ou Camus… definitivamente teria sido uma chantagem bem eficiente. A opinião das pessoas a quem amava era de imensa importância a Hyoga, e ele não suportaria ser rejeitado por elas. "Suas únicas associações são por conveniência, e apenas temporárias."
"Ele não tem família ou amigos a quem poderíamos ameaçar de ferir, então," Shiryu disse. Hyoga estremeceu com a ideia horrível.
"Todo mundo tem uma fraqueza," Saori disse. "Tem que haver algo que possamos usar contra ele. Algo que ele tema; algo de valor a perder."
"Sua consciência. Sua dignidade. Sua boa relação com a humanidade. Não, tudo já perdido," Seiya disse sem ajudar.
"Nenhum amigo, ahn?" Hyoga disse, mais para si mesmo. "Isso deve ser horrível. Não posso imaginar qual é a sensação." Colocando simplesmente: as pessoas a quem ele amava eram o seu mundo; a razão principal pela qual viver. Se ele não as tivesse – que os deuses previnam isso de algum dia acontecer! – o que restaria a ele?
"Hyoga," Seiya disse em um tom ameaçador, avançando devagar no loiro, "se você ousar ter pena daquele desgraçado doente depois de tudo o que ele aprontou com nós, vou te surrar daqui até a próxima semana!"
O russo ergueu suas mãos um pouco acima da cabeça, palmas expostas num gesto de rendição. "Não estou tendo pena dele. Eu estava apenas… considerando, você sabe."
"Ei pessoal… acho que talvez eu tenha algo. Possivelmente," Shiryu disse, hesitação clara em sua voz.
Hyoga olhou para ele. Os olhos do moreno estavam arregalados, meio que sem ver e vidrados. Era o olhar de alguém que tinha apenas começado a lembrar de algo muito importante, e que ainda procurava em sua memória por mais informações.
"Provavelmente não é nada, mas…" Shiryu hesitou.
"Diga de uma vez!" Seiya exigiu com impaciência. "Seja lá o que for, deve ser melhor do que o grande 'nada' que temos agora."
"Vocês lembram daquele dia em que lutamos contra Fazook e seus soldados?" ele perguntou aos dois rapazes.
"Claro que sim," disse Hyoga. "Esse é o cara que pode controlar areia. Por quê?"
"A certa altura eu estava o enfrentando sozinho, enquanto você e Seiya tomavam conta de seus soldados. Ele conseguiu me atingir com uma rajada de areia. Meus olhos estavam fechados, mas um pouco de areia entrou por debaixo das pálpebras, e eu fiquei momentaneamente cego."
"Que bom que você tem bastante experiência com cegueira, meu amigo!" Seiya riu. "Você poderia escrever um livro sobre o assunto!"
"Ah, cala a boca, Seiya," Shiryu disse sem seriedade. "Então eu estava ali, cego, me retorcendo no chão em agonia—"
"—outra ocorrência do dia-a-dia," brincou Seiya.
O chinês o ignorou, "—e Fazook achou que era uma ótima oportunidade para me dar um daqueles discursos bem longos, antes de acabar comigo."
"Não exatamente uma ocorrência diária, mas sim, já passei por isso várias vezes," murmurou Seiya de bom humor.
Se esses rapazes não fossem capazes de ver suas vidas desastrosas e frequentes experiências de quase-morte com um pouco de humor, estariam todos loucos agora, espumando pela boca. Se tivessem sobrevivido. Em sua situação super incomum, uma dose frequente de estranho humor não era algo ruim.
"Enfim," Shiryu continuou. "Esqueci a maior parte do discurso – honestamente eu não prestei muita atenção, estava ocupado pensando num jeito de derrotá-lo – mas distintamente lembro-me uma coisa. Ele fez uma referência a um suposto irmão do Ikki."
"O QUÊ?" Saori, Seiya e Hyoga exclamaram ao mesmo tempo.
"O que ele disse exatamente?" Saori exigiu.
"Não muito, e talvez fosse só uma expressão. Ele disse, mais ou menos: "Neste momento você está tão fraco e indefeso quanto um passarinho ferido… não, muito pior: mais indefeso e patético do que o irmãozinho de Fênix!"
"Ikki tem um irmão?" Hyoga exclamou, muito surpreso. Ele nunca tinha ouvido falar de tal coisa, e sempre assumiu que Ikki era sozinho no mundo.
"Por que você não disse isso antes?" Saori gritou, um misto de incredulidade, reprovação e impaciência em sua voz.
"Porque sempre pensei que a frase tivesse sido, sei lá, modo de falar do cara, uma comparação sem sentido que Fazook inventou ali mesmo. Nesses discursos do inimigo, às vezes sai um monte de bobagens, sabe?" Shiryu passou os dedos pelos cabelos, respirando fundo. "Nunca pensei que realmente houvesse um irmão de verdade."
"E agora você convenientemente lembra desse fato," Saori disse com impaciência.
"Estamos nos agarrando a qualquer coisa, Saori," o moreno disse. "O que quer que eu diga?" Outro suspiro profundo.
A garota deixou o ar entrar e sair devagar de seus pulmoes, estreitou sua espinha e ombros, e novamente assumiu o jeito calmo, controlado, e apropriado de uma deusa. "Certo, não sabemos se a existência do irmão de Ikki é fato real ou ficção, mas agora temos algo com que trabalhar. Meus Cavaleiros, agora esta é a sua prioridade máxima Quero vocês for a desta mansão dentro de meia-hora, já começando sua pesquisa. Se Ikki de Fênix realmente tem um irmão, vocês precisam descobrir. Converse com seus contatos, e com os contatos de seus contatos, se necessário. Visite o orfanato onde Ikki foi criado; pergunte sobre um irmão mais novo, ou alguém a que ele protegia. Dê um jeito de chegar até os arquivos e leiam tudo que há para se ler sobre Ikki. Descubra se Ikki tem velhos conhecidos. Use sua imaginação; apenas encontre algo, está bem?"
Os rapazes fizeram que sim com a cabeça, solenemente. "Sim, Saori," Pégasus e Dragão disseram ao mesmo tempo, e já estavam de pé, com a postura de se cumprir um dever.
Hyoga não se sentiu à vontade com o que não havia sido dito. Limpou a garganta. "Suponhamos que exista um irmão, e que descubramos tudo sobre ele. E dai'?"
Silêncio. Os três cavaleiros olharam à Saori, segurando sua respiração, esperando por sua resposta. O silêncio apenas durou uns poucos segundos, mas pareceu não ter mais fim.
Ela finalmente o quebrou. "Então iremos pegá-lo. E iremos usá-lo, de qual forma seja necessária, para melhorar nossa comunicação com Ikki. Em nome do bem maior."
Continua…
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Nota: E então, isso despertou seu interesse? E o meu português, está decente ou estranho?
Não pretendi escrever um Hyoga com tantos pensamentos de humor, numa fanfic que é para ser dramática, mas acabou acontecendo, e decidi deixar fluir.
Reviews são muito bem-vindas e apreciadas! :-)
Com muito carinho,
Mila
