Título: Despertar
Autora: Ivi
Classificação: Conteúdo Adulto (R)
Pares: Sirius Black?
Avisos: Slash!
Disclaimer: Esses personagens pertencem a sra. J.K. Rowling e a Warner. Eu não ganho nada com isso, além da diversão.
Comentário: Querida Paula, um presente de casamento para você. Peço milhares de desculpas porque não saiu tão docinho quanto eu queria.
Despertar
Sirius sentiu um calorzinho gostoso sobre seu corpo. Não sabia onde estava. Seria Azkaban? Não, isso foi antes. Estaria ainda caindo através do véu? Mas, e aquela sensação de conforto e paz? Permaneceu de olhos fechados, com receio de ser apenas mais uma ilusão.
Quando percebeu que o calorzinho continuava, dirigiu suas mãos até ele. Suas carícias eram delicadas, com o cuidado de quem teme ver algo muito ansiado se esvair como miragem, seus dedos iam descobrindo o que não tinha coragem de olhar.
Sentiu a pele suave, mas com algumas cicatrizes. Tocou cada uma delas quase com reverência. Seus dedos passearam pelo abdômen, pelo peito, ombros, tocaram o rosto de traços fortes, encontraram o cabelo abundante e macio. Então, só tocar não bastava. Aproximou-se para aspirar o perfume inebriante e era tão maravilhoso que, apesar do medo, quis cheirar cada parte daquele corpo que seus dedos descobriram. E ele ansiou por mais, por beijar, sentir e se perder naquela fonte de calor. Mais que tudo, ele quis ver, desejava comprovar que não era sonho, miragem ou ilusão. Mas tinha medo. E se, quando olhasse, estivesse sozinho, envolto nas trevas novamente?
E então ele ouviu, aquela voz, que desaparecia com todas as dúvidas e que o trazia de volta para um mundo de luz e cor, dizendo simplesmente: "Sirius?"
Criou coragem e se surpreendeu com o homem a sua frente. Onde foi parar o adolescente que ele havia conhecido? Não era belo, tinha algumas marcas da idade e das preocupações – bem mais que ele se lembrava – no peito, várias cicatrizes. Mas também viu os lábios – ainda vermelhos e inchados dos muitos beijos que trocaram, as marcas de chupões e mordidas que havia feito, sentiu a mão quente que se apoiava em seu peito – mãos de adulto! – e reparou em todos os outros detalhes, identificando cada um deles naquele que tanto amava.
Finalmente encarou os olhos – tão sérios, tão profundos e tão cheios de amor – lembrando dos anos que haviam se passado, do tempo que estavam juntos. Houve uma época que pensou ter esquecido como sorrir, mas bastaram aqueles olhos - verde esmeralda- para a alegria retornar.
