***** Olaa galerinha linda, depois de anos, anos e mais anos estou voltando a escrever. Finalmente . Essa fic é para maiores de 18 anos então já sabe, vamos ter coisas picantes por ae :p
Deixem seus reviews para eu saber se estão gostando! BJUUUU~
Amor Por Acidente
- 1 -
Chovia muito naquele dia. Gina Wesley ajustou o pesado casaco ao redor do corpo, arrependida por não haver escolhido algo mais impermeável para sair de casa. Estava encharcada da cabeça aos pés, executando o agonizante ritual de olhar para o relógio a cada minuto, temendo perder o voo. Para completar seu desespero o ônibus a deixou muito longe do terminal de embarque. Seu único consolo era estar longe daquele clima horroroso de Londres. Claro que não encontraria um ambiente quente e ensolarado como o dos trópicos, mas ainda assim estaria longe do céu triste e chuvoso de Londres.
Parecia difícil precisar começar a gostar de viajar nas férias. Quando criança, jamais gostara muito, com todos os seus irmãos férias era sempre uma confusão.
Aquilo não parecia magoa-la. Sempre amou sua família bagunçada e extremamente lotada. Seus pais já haviam falecido e a marca daquela vida bagunçada e feliz a fazia muita falta.
Flagrou-se sorrindo, ao descer da calçada para atravessar a ultima rua que a separava do terminal de embarque do aeroporto. Porém o que se seguiu foi uma confusa sequencia de eventos.
Teria sido o asfalto molhado? Havia se distraído a ponto de não olhar para onde ia? Ou o motorista estava tão sem visão quanto ela devido à chuva?
Mesmo tendo desviado no ultimo instante, a lateral do carro chocou-se contra a perna de Gina.
Ao cair no chão sentindo-se momentaneamente imobilizada, tudo em que ela conseguiu pensar foi na viagem de férias que iria perder. Passara três meses sonhando com aquilo, e era difícil aceitar que o destino lhe pregou uma peça tão cruel.
- Já chamei a ambulância do carro – disse uma voz masculina próxima á cabeça dela, levando- a erguer o rosto lentamente - O socorro chegará a alguns minutos.
Gina o olhou atentamente. Ele tinha cabelos loiros quase prateados, que mesmo caídos pela testa por causa da chuva pareciam ser macios e convidativos. Aquele rosto de traços marcantes trazia uma expressão decidida. Era o homem mais bonito e charmoso que Gina já vira até então. Aqueles olhos absurdamente azuis lembravam um oceano paradisíaco.
- É segurança do Aeroporto? – perguntou ela, observando os lábios dele se curvarem em um breve sorriso.
- Eu pareço ser? – indagou
Sua voz era agradável.
Foi então que ouviu o som agudo e frenético da sirene da ambulância cada vez mais próxima.
- Espero que parem a tempo... – disse ela, mesmo tendo seu senso de humor esmaecido.
O atraente desconhecido continuava curvado sobre Gina. Como pode confundir ele com um segurança? – perguntou-se. Aquele terno cinza-escuro parecia ser caríssimo, e ele falou algo sobre ligar do carro, e não radio como seria de se esperar de um funcionário do lugar.
Logo distinguiu vozes que se aproximaram depressa. Mãos Hábeis e delicadas examinaram sua perna, e em seguida tudo se acelerou, parecia cena de filme entrecortada.
Analgésicos foram ministrados e, instante depois, Gina foi transportada para dentro da ambulância.
Quando voltou a abrir os olhos, encontrava-se em um pequeno quarto, pintado de branco. Estava deitada sobre uma cama estreita. Havia um medico curvado sobre ela.
-Sou o . Lembra-se de como chegou aqui?
-Fui atropelada- respondeu Gina, com um sorriso desanimado, lembrando de que deveria estar em outro país aquela altura.
- Você sofreu uma fratura na perna – informou o medico. – e ganhou alguns hematomas que vão parecer muito piores do que realmente são. Creio que nem preciso dizer que teve sorte em não ter sido pior.
- Para ser sincera, eu teria mais sorte ainda se isso não tivesse acontecido. – Declarou Gina.
O medico pareceu surpreso, antes de sorrir educadamente e responder.
- Claro que sim. – olhou o relógio – mas, infelizmente, essas coisas acontecem. Ficará aqui por 2 semanas, durante a reconstrução óssea. A enfermeira ira te auxiliar, mais tarde eu volto para examina-la.
Assim que o medico saiu, a enfermeira mostrou toda a facilidade do quarto.
-Há um visitante te esperando?
- Quem sabe que estou aqui?
A enfermeira sorriu com malicia, o que deixou Gina ainda mais curiosa.
- Na verdade, pensei que fosse seu namorado. Ele seguiu a ambulância de carro e não saiu da sala de espera nem por um minuto.
Se a enfermeira não tivesse saído do quarto iria responder muitas perguntas. Mais Gina não teve tempo para pensar. Logo o visitante entrou no quarto.
Era o mesmo homem que a ajudou no estacionamento do aeroporto.
Enquanto o observava fechar a porta atrás de si, Gina sentiu uma estranha onda de satisfação. No mesmo instante, certo acanhamento, e teve de se esforçar para voltar ao normal.
Era uma mulher adulta, e não mais uma criança tímida, nem uma adolescente sem a menor experiência sobre o sexo oposto. Ela observou cada movimento dele, até que ele colocou uma cadeira ao lado da cama e sentou-se de frente para ela, começando a falar num tom cativante:
-Creio que não fomos apresentados desde a ultima vez. Mas primeiro como esta se sentindo?
Ele devia ter se secado, ou a roupa secou naturalmente, durante a espera. Seu cabelo era mesmo loiro prateado, parecia ter brilho próprio.
- Estou Bem – respondeu Gina – sinto que meus movimentos estão bastante limitados, mais irei me acostumar por bem ou por mal.
- Menos mal. De qualquer forma, sou Draco Malfoy – declarou ele, estendendo a mão para cumprimenta-la.
Ao toca-lo, Gina sentiu como se uma pequena descarga elétrica percorresse seu corpo, levando a recolher o braço para baixo do lençol assim que teve a chance. Como era possível um homem conseguir afeta-la tanto.
Ginevra Wesley – murmurou ela , corando levemente – Só Gina. A enfermeira disse que esta aqui desde o atropelamento. Não precisava se incomodar tanto.
- Oh, Sim, precisava. Foi meu motorista que a atropelou. Acredito que ele não a enxergou a tempo. Quando a viu saindo da calçada, por entre os carros estacionados, ele bem que tentou frear mas... O resto você já sabe.
Draco a olhava com tanta intensidade que Gina não sentiu vontade de interrompe-lo. Poderia ouvi-lo o dia todo sem se cansar.
- Deveria ter usado a faixa de pedestre. – confessou com franqueza – Estava atrasada e, graças a pressa, não consegui nem mesmo chegar ao terminal de passageiros. Por falar nisso sabe o que houve com minha mala?
- Antes de sair eu recolhi suas coisas e esta com a enfermeira. Você estava indo viajar não é? Para onde ia?
-Madri, depois Barcelona e mais algumas cidades da Espanha.
Em condições normais Gina era muito contida e controlada. Mas, naquele instante, pareceu impossível evitar que algumas lagrimas se acumularem em seus olhos.
-Sinto muito – disse Draco, deixando ela ainda mais embaraçada ao retirar um lenço do bolso e oferecer a ela. – Não faço ideia do que acontece em uma situação como esta. Mai tenho certeza de que há alguma indenização para compensar o que ocorreu. Já reservei este quarto para você, e vou me assegurar de que lhe seja ressarcido qualquer prejuízo monetário que tenha sofrido, ou que venha a ocorrer, por causa deste acidente.
-Você reservou este quarto? – indagou ela
- Sua estadia sera por atendimento particular
-Mas isso não era necessário...
Olhando ao redor Gina percebeu que era mesmo estranho que estivesse sozinha em um quarto com tantas comodidades.
-É o mínimo que eu posso fazer – declarou ele.
-Bem, é mais do que o suficiente – respondeu Gina. – Eu jamais poderia aceitar indenização por um acidente que aconteceu, em parte, por minha própria culpa. A responsabilidade não foi sua, e sim daquele diluvio.
-Mesmo assim, insisto em ajudar. – Respondeu Draco parecendo mais perplexo do que zangado.
-Não quero receber nenhum dinheiro de você.
- E as suas férias? E a Viagem?
- Era mesmo muito bom para ser verdade – disse ela ,suspirando. – Ganhei aquele pacote turístico, sabe? Respondi a um concurso e venci. A viagem era o premio máximo. Como pode ver não implica a nenhuma perda financeira para mim.
- Ganhou? – perguntou, parecendo surpreso.
Aquele comentário a deixou na defensiva.
- Posso muito bem pagar por uma viagem, mais já que ganhei, decidi me divertir.
Ao olha-lo com mais atenção, Gina percebeu que as roupas, o relógio e os sapatos se tratava de alguém com um bom poder aquisitivo.
- O que é uma boa razão para... – continuou Draco a insistir.
- Não há a menor chance de que eu aceite o seu dinheiro! Sei que errei e que descuidada naquela travessia. Minha consciência jamais ficaria em paz se eu aceitasse uma indenização por isso.
-Mas posso ajuda-la sem problemas. Acabarei encontrando uma maneira de pagar o prejuízo.
-Não
-Você é sempre tão teimosa assim? –Perguntou Draco, demonstrando impaciência – Devo admitir que é uma experiência nova para mim tentar gastar meu dinheiro, e ele voltar diretamente para o meu bolso, com complexo de rejeição.
Enquanto falava , ele sorriu, observando-a com curiosidade. Todo aquele charme estava levando Gina a sentir uma leve tontura. Jamais conhecera alguém como Draco Malfoy.
- Você trabalha? – indagou Malfoy curioso. – Pagam bem o suficiente para que possa ter outra oportunidade de viajar em breve? Quando foi a ultima vez que saiu de férias?
- Posso até ser teimosa, mais não sou bisbilhoteira.
- Todo o mundo é um pouco curioso... – justificou Malfoy, recostando na cadeira e entrelaçando os dedos atrás da cabeça.
A expressão dele mostrava divertimento e interesse sincero, mas aquele sorriso maravilhoso tinha o poder de fazê-la perder o folego.
-É mesmo? Em que mundo estranho você vice - em que todos se intrometem na vida uns dos outros e aceitam dinheiro de qualquer um, não se importando a origem nem o questionando o motivo?
Draco parecia mais interessado e curioso a cada instante. Aquela expressão de divertimento começou a deixa-a impaciente. Sentiu o rosto corar, se vendo como uma adolescente em seu primeiro encontro.
-Espero que não esteja rindo de mim- disse , por fim.
-Rindo de você? – indagou – Rir de alguém tão inocente e admirável? De jeito nenhum!
Sim, ele estava rindo de sua aparente ingenuidade com relação a valores, concluiu Gina. Com certeza, viviam em mundos diferentes.
-Bom, em reposta a sua pergunta, é claro que tenho um emprego... E sim, creio que poderia arcar com outra viagem daqui a algum tempo. Nunca viajei para fora do país, muito menos em férias. Só morei algum tempo na Escócia com meus pais...
-Nunca viajou de férias? – indagou Draco incrédulo
-Não. É algo tão raro assim?
-Falando em linhas gerais, sim, é muito raro.
Naquele momento o olhar de Draco era como de um cientista descobrindo uma forma de vida julgada extinta. A sensação que aquilo provocou em Gina foi tão estranha que sentiu uma indefinível forma de explicar.
Minha família é muito grande viajar de férias para fora dos pais é algo muito complicado. Somos 7 irmãos.
- Sete?
- Sim, mais meus pais eram pessoas maravilhosas e muito felizes. – afirmou ela, na defensiva.
- E agora na sua primeira oportunidade de sair dos pais a levou diretamente para um hospital. – constatou Draco.
O que mais impressionou Gina foi a habilidade que ele demonstrou em mudar de assunto e desarma-la por completo.
- Acho que o destino esta tentando me dizer algo – completou ela, sorrindo.
Do lado de fora, a noite já havia começado. Através da janela, era possível ver o céu escurecendo, sem nenhuma estrela ainda visível. A luz fluorescente do quarto ressaltava os traços bem marcados do rosto de Draco e fazia seus olhos cintilarem de modo misterioso.
Só então, Gina deu-se conta de que não havia se olhado no espelho desde o acidente. Poderia estar com hematomas no rosto, ou com cabelos desarrumados, e nem saber disso...
Por um momento, foi invadida por uma onda de embaraço. Ficar com essa duvida diante de alguém tão atraente era como se encontrar com seu ídolo do cinema e só então notar que esqueceu da maquiagem.
- onde você trabalha? Perguntou ele.
- Esta mesmo interessado? Não precisa sentir-se obrigado a me fazer companhia por educação.
-Teimosa e argumentadora- declarou Draco, sorrindo de maneira provocante.
-Não sou nem uma coisa nem outra. Só não quero que se sinta preso a esta situação, por que seu motorista me atropelou.
-Nunca faço nada que não queira, e com certeza não demonstro interesso por alguém, se não há um desejo sincero em mim.
Se é assim, tudo bem. Trabalho em uma casa especializada em botânica. Chamada estufa Potter.
Lembrou-se de ligar para o Harry, seu patrão, e contar o que havia ocorrido. Tinha certeza de que ele ficaria tão desapontado com o acidente do que ela própria.
- E onde você trabalha?
- Em uma firma de publicidade. A Malfoy Black
-Que interessante – Gina sorriu com educação. –E o que você faz lá?
- Esta mesmo interessada? Não precisa se sentir obrigada a perguntar isso por educação – revidou Draco, imitando ela de forma engraçada, enquanto a observada corar. – Sabia que você fica muito mais charmosa quanto esta assim, corada?
O flerte a desarmou por completo. Não estava acostumada por esse tipo de comentário vindo de um homem. Além do mais, Draco era da área de propaganda, a indústria do brilho e da ilusão, ao passo que ela vivia apenas para as plantas e para a rotina que criara em torno de si mesma.
- Sou dono da empresa – continuou Draco. – Meu pai a fundou, fez algum sucesso e então a afundou por completo, cometendo uma serie de erros administrativos. Desde a morte dele venho tentando reconstruir tudo. Acho que tenho me saído bem.
O sorriso dele era devastador.
- Que bom. – foi tudo o que Gina conseguiu pensar como resposta.
-Acha mesmo? Creio que não ficou impressionada.
- E o que deveria ter me impressionado?
-Eu, por exemplo – declarou Draco. Fitando-a diretamente nos olhos.
Gina concluiu que aquela demonstração de interesse era sincera, mas nem um pouco pessoal. Parecia apenas curiosidade a respeito de uma pessoa de outro circulo social, com o qual ele não estava acostumado a conviver.
Não havia a intenção de um flerte real. Todo aquele charme deveria ser algo tão natural para Draco quanto respirar. Será que ele teria a noção do efeito que exercia sobre as mulheres? Com certeza sim.
- Sempre me impressiono quando as pessoas con seguem alcançar seus objetivos-afirmou Gina, com um ar calculadamente indiferente. - Meu chefe, Harry, abriu sua primeira loja apenas com um empréstimo bancário, e muita vontade de trabalhar. E conseguiu um tremendo sucesso, pois hoje a rede das Estufas Potter cobre boa parte do país. Por outro lado, o que mais me impressiona é o que as pessoas realmente são, e não o que alcançam na vida.
- É mesmo?
- Pode-se ter um belo carro, uma grande casa e dinheiro para viajar com conforto - continuou ela-, mas se não se tratar de uma pessoa boa, sincera e honesta, o resto perde o sentido, não concorda?
- E dinheiro não é importante para você?
Ao vê-lo arquear as sobrancelhas, mais uma vez Gina teve a impressão de estar sendo observada com curio sidade, e não com interesse ou algum tipo de atração mais forte. Em lugar de se sentir aliviada, uma ponta de frustração começou a pesar em seu peito.
- Só preciso do suficiente para continuar minha vida. Ganho bem mais do que isso em meu trabalho.
- Não tem a pretensão de ganhar mais?
- Não. Suponho que o mesmo não ocorre com você? - perguntou a ele.
- Pelo contrário, também acho que não preciso de mais dinheiro — respondeu Draco, com ar pensativo, como se jamais houvesse parado para ponderar sobre aquela questão. — Já tenho mais do que o suficiente. O que me estimula é superar as marcas que estabeleci para mim mesmo. Mas, se me permite mudar de as sunto, quanto tempo vai ficar aqui?
Gina se surpreendeu, sentindo-se frustrada por não poder continuar a ouvi-lo. Sem perceber, fora ficando boquiaberta enquanto o ouvia falar. Só lhe restava torcer para que o brilho em seu olhar não fosse muito denunciador.
- Ficarei aqui por cerca de duas semanas. Com sorte, até menos. Eu preferiria me recuperar em casa.
- E existe alguém que possa cuidar de você? Talvez seu namorado?
A expressão perscrutadora daqueles olhos azuis a deixou inquieta.
- Oh, não - respondeu Gina, tentando parecer ca sual. — Não no momento.
A impressão que tentara demonstrar era a de que estava vivendo uma pausa entre um suposto romance que acabara de terminar e outro que viria a seguir. Aquilo estava tão distante da verdade que ela mesma quase riu ao se ouvir.
Dino, seu último namorado, trabalhava em uma empresa do ramo automobilístico. Ele queria se casar, ter uma casa térrea, sonhava com filhos, e pensava em fazer churrasco todos os finais de semana.
Abalada diante de tal proposta, Gina terminou o namoro. Nem ela mesma sabia ao certo o motivo que a levara àquilo. Tudo o que sempre desejou foi a estabilidade, e isso chegou a ser oferecido por Dino. Só não conseguira se imaginar vivendo na mesma casa que ele. Dois anos haviam se passado desde então, e ela ainda permanecia sozinha.
- Meus amigos moram perto de casa e poderão me ajudar, caso eu precise. Mas tenho certeza de que posso me arranjar sozinha.
- E mesmo?
- Claro que sim - afirmou ela, surpresa com a dúvida no olhar dele. - Sempre me cuidei sozinha.
-Imagino que sim - murmurou Draco, pensativo. - De qualquer forma, isso me parece bastante triste.
Dizendo isso, levantou-se e vestiu o paletó, que havia deixado sobre o encosto da cadeira.
- Não sinta pena de mim - retorquiu ela, em um tom mais amargo do que desejara demonstrar. - E apenas um fato da vida: uma pessoa tem de aprender a se manter com seus próprios pés.
-Acredita realmente nisso ou este é seu prêmio de consolação por uma vida solitária?
Gina ficou séria e desviou o olhar em direção à janela, sentindo um calor aquecer sua face.
- Não que isso me diga respeito, é claro - conti nuou Draco, em um tom de voz mais gentil.
Ele prosseguiu, voltando a falar sobre o quanto sen tia pelo acidente, e insistiu novamente para que ela aceitasse a indenização. Entregou-lhe um cartão com vários telefones para que pudesse localizá-lo, se fosse preciso, tanto no carro como no escritório ou em casa. Lá constava o nome da empresa, o dele, diversos nú meros de telefone e um logotipo que não dava a menor ideia do que poderia significar, mas que mesmo assim era lindo.
Exatamente como Draco. Um lindo e misterioso des conhecido fora de seu alcance.
- Me Ligue, caso venha a mudar de ideia sobre a indenização. Estou mais do que disposto a lhe pagar - disse ele, erguendo a mão em um gesto que a dis suadiu de interrompê-lo. - Dinheiro pode não signi ficar nada para você, mas, depois de tudo isso, seria ótimo que passasse férias em algum lugar, com as des pesas correndo por minha conta.
- Sei, sei... - respondeu ela, colocando o cartão sobre a mesinha-de-cabeceira.
- Parece que não tem a menor intenção de avaliar minha oferta - constatou ele.
- Acertou.
Ao ouvi-la confirmar a suposição, Draco balançou a cabeça negativamente, inconformado. Virando-se, ca minhou até a porta.
- Estarei fora do país nos próximos dez ou quinze dias, senão viria visitá-la com frequência. E não venha me dizer que isso não seria necessário, senão vou até aí e torço seu pescoço — brincou Draco.
- Acho que eu não conseguiria sobreviver a um pescoço torcido e a uma perna quebrada ao mesmo tempo — respondeu Gina, sorrindo.
Estivera na companhia dele por pouco mais de meia hora, mas ao vê-lo com a mão na maçaneta da porta, prestes a sair, sentiu uma inexplicável sensação de solidão. Foi algo tão surpreendente que a desorientou por um momento.
Não era possível que estivesse desejando que ele ficasse. Não fazia sentido. Sabia que se tratava de uma mera visita de cortesia, feita por uma pessoa com a consciência pesada. Mesmo assim, compartilhara com ele algumas confidencias sobre sua infância e sobre fatos que nem mesmo seus amigos mais próximos sabiam. Teve a impressão de que uma parte de si mes ma seguia junto com Draco.
-Adeus, Gina Wesley. É uma mulher inesquecível.
-Adeus, Draco Malfoy - respondeu ela, sem conseguir pensar em um comentário que pudesse adi cionar à despedida, como fizera ele.
Depois de vê-lo fechar a porta, imaginou-o partindo e chamando a atenção de todas mulheres do hospital, com aquela beleza máscula e irresistível.
Concluiu que estava sentindo mais a falta de uma presença masculina do que imaginara. Jamais perce bera aquilo até então, pois julgara que sua vida estava completa. Tinha um apartamento modesto, mas con fortável, que comprara com o que recebera do seguro da morte de seus pais. Também conseguira comprar um carro popular, guardando o dinheiro das horas ex tras que fizera no trabalho anterior ao da estufa.
Cultivara um círculo estável de amizade. Jamais se considerara uma pessoa solitária. Mas quem poderia dizer ao certo? Talvez fosse e nem o soubesse.
No momento, porém, só o que tinha a fazer era chamar a enfermeira e pedir mais analgésicos, pois a dor em sua perna estava chegando ao limite do suportável. Ao se virar, viu o cartão de Draco e guardou-o dentro da gaveta. Ali, ele estaria fora de vista e não lhe traria lembranças constantes daquele modelo de homem perfeito.
Depois de tomar os analgésicos, ligou para os amigos e contou sobre o acidente, mas sem despertar preocu pações. Recebeu votos de melhora e promessas de que em breve receberia visitas, flores e chocolates. Depois de falar com Harry, e descobrir que em seu primeiro dia de férias o trabalho já estava atrasado nas mãos dele, recostou-se e passou o restante da noite pensando em belos olhos azuis...
FIM DO CAPITULO 1
Próximo capitulo
"... Gina se sentou no mesmo instante, como se houvesse recebido uma descarga elétrica. Fitou aqueles olhos azuis que pareciam tão brilhantes quanto o céu ilu minado pelo sol.
Draco estava apenas com um calção de banho, e trazia uma toalha jogada sobre o ombro.
Abalada pela visão daquele peito nu, musculoso e bronzeado, desviou o olhar. Tentando parecer o mais natural possível, falou:
- Sei disso. Estou usando um protetor solar adequado.
- Muito previdente.
Draco estendeu a toalha ao lado da dela, e deitou-se de lado.
- O que está fazendo aqui? - indagou Gina, mantendo o rosto virado em outra direção e os olhos fe chados, por trás dos óculos escuros..."
***** Obrigada por ter lido este capitulo, lembre-se de deixar seus comentários para eu saber se estão gostando ou se devo mudar a trama da historia *****
