Título da Fanfic - Sombras

Classificação – K+ - com alteração notificada nos capítulos.

Linha do Tempo – Após livro Eclipse, terceiro livro da saga Twilight (Crepúsculo, no Brasil). Existem spoilers nessa fic, mas pretendo fazer menções que dêem sentido a história, sem me detalhar em cenas do livro para não estragar a surpresa de quem ainda não leu.

Personagens Principais – Bella (humana, na primeira parte). Edward, Alice, Emmet e Jasper Cullen, Jacob Black.

Disclaimer - Os personagens não me pertencem, nenhunzinho deles, infelizmente. São de autoria de Stephanie Meyer. Essa fanfic não tem nenhum fim lucrativo.

Sinopse - Edward pretende cumprir sua promessa, a última experiência humana de Bella. Porém, Edward começa a se comportar de maneira estranha e perigosa. Junto com os Cullen, Bella descobre que o autocontrole de seu amado, finalmente, cobrou um preço. E pode ser alto demais, para todos eles.


/\:...S O M B R A S.../\


Edward pareceu respirar fundo, e então deu um passo dentro da luz brilhante do sol da tarde.

Edward na luz do sol era chocante. eu não conseguia me acostumar com isso, mesmo tendo passado a tarde inteira olhando pra ele. A pele dele, a despeito de uma leve ruborescência pela caçada de ontem, estava literalmente brilhando, como se milhões de pequenos diamantes estivessem cravados em sua superfície. Ele ficou completemente rígido na grama, sua camisa aberta deixava seu peito esculpido, incandescente aparecer, seus braços incandescentes estavam nús. Suas pálpebras brilhantes e pálidas da cor de lavanda estavam fechadas, apesar dele não estar dormindo. A estátua perfeita, talhada em alguma pedra desconhecida, suave como o mármore, e brilhante como o cristal.

Confissões, Twiligth - Crepúsculo, livro I.


DIAMANTE


Forks, Washington.

O dia anterior ao casamento ergueu-se com nuvens claras ocultando apenas parcialmente um sol tímido, com raios lentos e preguiçosos, como se o astro Rei quisesse se fazer presente e se auto-convidava para a festa.

Bella fitou o céu com uma expressão desolada. Era justamente o que ela não precisava. Circular por Forks sem a presença de Edward (visto que ela não poderia circular com um verdadeiro diamante pela cidade!) sendo abordada por todos aqueles que receberam o formal convite de casamento. Dar o aval para Alice tinha sido um ato extremo de amor a família Cullen, mas vez ou outra, o pânico apertava a garganta de Bella ao receber dezenas de confirmações para a grande data.

Bella apertou os lábios com força, mais uma vez, se arrependendo por não ter aceitado a proposta de Edward. Como se a lembrança ganhasse vida, um sopro resvalou em seu pescoço e Bella se voltou, lentamente, sentindo arrepios contínuos que nada tinha a ver com frio.

-- Edward... – suspirou, enlaçando-o pelo pescoço. – Vamos ficar aqui, o dia inteiro, até o sol ir embora.

O riso baixo dele moveu o corpo esguio e frio balançando os dois.

-- Você quer dizer... "eu não autorizei o sol se abrir hoje?" – desdenhou Edward, uma pitada de sorriso se desfazendo em cada palavra sobre o ombro de Bella.

O som melódico da voz dele causou um curto-circuito mental por alguns instantes. Bella suspirou e se afastou, descendo os calcanhares. Era sempre assim, e Bella duvidava que a eternidade mudasse algo. Quando seus olhos pousaram no rosto dele, Bella conteve o fôlego, atordoada pela beleza daquele rosto pálido, os cílios escuros causando sombras na pele de abalastro e a emoção profunda que emanava da íris líquida, dourada como o sol acima das nuvens.

O sorriso torto ergueu os lábios cheios dele.

-- Respire, Bella. – lembrou Edward.

Bella exalou o ar e desceu as mãos lentamente até repousar no peito dele.

-- Você vai provar o vestido? – o gemido de lamento de Bella provocou outro sorriso enviesado em Edward, ele apanhou uma mecha de cabelo entre os dedos, brincando com os fios macios antes de prosseguir. – Será a última vez, Bella. Em breve, tudo estará terminado... – com a voz controlada, observou. – Sinto muito por isso.

-- Não a última vez. – replicou BElla, erguendo o rosto. Sua contrariedade expressa, pensando na atenção de toda Forks voltada para ela no dia seguinte. Imediatamente, ela lamentou as palavras ao ver o olhar de Edward se apagando. Mordeu o lábio inferior com força. – Desculpe, não é o casamento... – as sobrancelhas dele se ergueram e Bella recuperou o fio da meada. – Quer dizer, é, em parte. Droga.

Edward tocou no lábio inferior dela com gentileza. Seus olhos dourados cintilaram prendendo-a no magnetismo daquela força natural e ele deslizou o indicador pela linha do maxilar, deixando a pele de Bella ouriçada com o toque.

-- O que está perturbando você? – perguntou, baixinho.

Bella exalou o ar mais uma vez. Era mesmo uma droga que não conseguisse ficar perto dele sem seu cérebro virar geléia. Forçou os pensamentos para longe do corpo, do toque macio da massagem circular deixar sua face e continuar no pescoço.

-- Nada, só a possibilidade de ter a cidade inteira me olhando na entrada da igreja. – o nariz de Bella se franziu e ela arregalou os olhos, horrorizada com o que imaginava na própria mente. – Na Igreja! Ah, Edward, do jeito que sou, provavelmente, vou tropeçar no vestido e cair de quatro aos seus pés na frente de todos...

O riso de Edward a surpreendeu, tilintando como sinos. Seus ouvidos apreenderam o som com a sensação de uma chuva morna e acolhedora, Bella se recostou mais contra ele, derretendo-se um pouco. O corpo dele se balançou e gingou, puxando-a pela cintura em um abraço reconfortante.

-- Eu não permitirei, Bella. Estarei lá, lembra?

-- Edward?

O tom urgente na voz de Bella trouxe a seriedade para a face dele. Bella sentiu o coração se partir com a preocupação absoluta que toldou os olhos dourados. Ela parecia ter nascido apenas para causar preocupação. Ainda zonza com o efeito que ele causava, Bella gaguejou.

-- Promete que não vai olhar para mim... Quando eu...entrar?

Edward arredondou os olhos em completa surpresa. Teria sido menos chocante se Bella houvesse pedido para servir sangue no lugar de vinho na festa de casamento.

-- Por que? - questionou, o tom de voz uniforme, monótono.

A mudança na voz dele provocou uma mordida de culpa em Bella. Ela se apressou a explicar.

-- É que... bem, eu fico tonta quando olho para você. – Bella torceu a boca e deu de ombros. – Tudo bem, eu já sou atrapalhada naturalmente, mas... eu pensei que você poderia considerar, sabe... – o sorriso voltou aos lábios dele e Bella suspirou, aliviada. – Não se aborreça se eu demorar a encará-lo... oohhh.

Edward a puxou para seu colo tão rápido que Bella ouviu o cérebro emitir um claque ao se chocar dentro do crânio. A sensação de ser lançada em queda livre desapareceu rápido, sendo substituída por um torpor letárgico, os lábios cheios espalhando trilhas geladas em seu pescoço. O hálito frio e doce escorrendo da sua pele e entrando em sua boca, antes que suas línguas se tocassem. Seu corpo emanava calor em resposta a Edward e sem perceber, ela já agia naturalmente, seus dedos se atrapalhando nos botões da camisa, encontrando freneticamente, um espaço para tocá-lo.

Como esperado Edward foi o primeiro a se afastar. Seus olhos cintilaram.

-- Eu prometo, Bella. – ele afastou a mecha que caíra no rosto dela e ajuntou, solícito – E prometo segurá-la, se cair. Você nunca vai cair perto de mim.

Bella não respondeu. Sua pele ainda estava formigando e sua cabeça girava, leve e sem oxigênio. Talvez por isso, Bella demorou a perceber a mudança no rosto de Edward. Sua face pálida se contorceu por instantes, como atingido por uma dor súbita. Edward se retesou e a respiração uniforme ficou em silêncio.

-- O que foi? – a mente Bella clareou subitamente, atordoada com a expressão confusa na face dele. Quase se desequilibrou quando Edward se ergueu da cama, colocando-a sobre os próprios pés, mas em um gesto felino, logo ele a trouxe de volta para o círculo de seus braços.

Os olhos dourados foram tragados por um negro profundo e intenso. A fronte ganhou linhas de concentração, maculando a pele marmórea e perfeita. Seus olhos ardiam em confusão e receio. Pela primeira vez, Bella notou que Edward estremecia junto a si.

-- Por favor, Edward, o que aconteceu?! – ela notou que estava quase gritando, esquecendo-se de Charlie no andar de baixo. Seu coração batia freneticamente agora, sem que ela pudesse se livrar da impressão horrível que estavam sendo observados.

Durante todo o tempo. O ar de Bella sumiu dos pulmões e ela ofegou surpresa quando Edward se afastou, sem equilíbrio e cambaleante até a janela.

Bella sequer pensou, correu até ele e machucou os dedos ao afundá-los contra a textura fria da pele dele, abraçando-a com toda a sua força pelas costas.

Edward tornou a se retesar e um rosnado baixo ecoou do peito dele. Ele se voltou, rápido e estranhamente leve, afastando suas mãos com facilidade.

-- Preciso ir. – falou, o tom controlado e uniforme mais uma vez presente. Contudo, seus olhos continuavam escurecidos, com ondas flamejantes de raiva ao redor da íris negra. – Alice virá te buscar.

-- Edward, conte-me o que você ouviu! – exigiu Bella, amedrontada com aquela mudança súbita, já decidida a não deixar que ele saísse sem uma resposta.

O rosto de Edward se distendeu e ele virou o rosto, como se estivesse ouvindo algo muito distante. Piscou várias vezes confuso, encarando Bella com uma espécie de choque, a surpresa nublou a raiva por alguns instantes.

-- Eu responderei depois, Bella. – sua voz tornou a soar melódica, reconfortante. – Você não pode me reter. Preciso ir. Alice virá buscá-la.

O efeito daquelas palavras não poderiam ter sido outro. Bella saltou da própria pele de susto e seus dedos se fecharam ao redor da camisa entreaberta.

-- VocÊ me ouviu? OUVIU O QUE EU PENSEI?

A expressão de Edward era uma mistura de prazer, choque e horror, trazendo a resposta silenciosa a pergunta dela.

-- Como? – perguntou Bella, num lamento.

Edward fechou os olhos e emitiu um gemido de dor, como em um lamento. Bella tornou a se sobressaltar com aquilo e outro rosnado baixo ecoou do peito dele.

-- Depois, Bella. – proferiu, sério.

Antes que ela pudesse protestar, Edward se afastou, o maxilar tenso formando uma linha dura em seu rosto, aumentando a ferocidade que emanava dele e irradiando uma beleza primitiva que roubou novamente seu fôlego.

De alguma forma, algo parecia ter modificado o equilíbrio entre eles em poucos segundos. Bella sentiu desesperadamente, a necessidade de pular aquele dia, de já estar enlaçada a Edward para sempre. Forte o suficiente para lutar junto com ele, e não ser mais deixada para trás.

Os punhos de Edward se apertaram com tanta força que Bella ouviu ossos estalando, os tendões proeminentes em linhas de uma brancura surpreendente na pele já alva. Porém, seus olhos tornaram a cintilar, cheios de fogo e ternura.

-- Eu também, Bella. – respondeu Edward, mais uma vez, aos pensamentos de Bella. Ele parecia tão confuso quanto ela, mas se afastou para a janela decido. Soprou, num fio de voz. – Tente não se machucar na minha ausência. Te amo.

-- Eu ...- Bella emudeceu. Em um movimento fluído, silencioso, Edward já tinha partido. – Também.

O barulho insistente do celular recuperou Bella do seu estado catatônico. Alguém tinha jogado seu cérebro na vala dos incapazes. Bella viu o numero familiar e agarrou o aparelho como se dele dependesse sua própria vida.

-- Alice!! – o nome da vampira encheu seu corpo de alívio.

-- Não saia daí, eu já estou chegando!

-- Edward acabou de sair...

Alice cortou a frase de Bella, apressada e frenética. Bella sabia que Alice já sabia exatamente o que havia acontecido e não tinha tempo para rodeios. Apesar de adorar planejamentos e festas, Alice era bastante objetiva quando se tratava da segurança dos irmãos.

Um arrepio gelado percorreu as costas de Bella. Segurança dos irmãos? No que estava pensando?

-- Eu sei, eu sei! – a voz frenética de Alice atropelou os pensamentos incoerentes de Bella. – Eu preciso alcançá-lo, mas você não pode ficar sozinha...

-- Tudo bem. – concordou Bella, rapidamente. Odiava ver a futura cunhada tão agoniada com a sua segurança e na verdade, ela não queria ficar sozinha. Queria descobrir o que estava acontecendo com Edward.

O gemido de Alice fez Bella saltar e quase derrubar o aparelho.

-- O que? O que?

-- Ah... Edward... – Alice ofegou e assumiu um tom sério, típico de general. – Espere por mim, Bella e feche a janela. Seja lá o que fizer, não permita que ninguém entre, Bella.

Bella contraiu o punho, uma bola de gelo caiu no seu estômago. Aquela conversa estava se tornando muito familiar.

-- Evitar como, Alice? – sua voz exaltava frustração – Tem mais algum vampiro atrás de mim? – seu tom aumentou, cheio de medo. – Amanhã é meu casamento, droga!

A voz de Alice ressoou inexpressiva.

-- Você não tem como evitar, mas pode não permitir, entendeu Bella?

-- Não! – respondeu, a súbita tensão dos últimos meses quase estava sendo caçada por um exército de vampiros explodiu na garganta de Bella. Ela sentiu algo úmido contra o rosto e afastou, com raiva. Para variar, já estava chorando. – Alice, por favor, me responda... Edward está bem?

O silêncio encheu Bella de esperanças. O dom de Alice Cullen vinha de ver o futuro e geralmente, Alice entrava numa espécie de estupor catatônico, enquanto as imagens vinham para sua mente, desenhando possibilidades do futuro.

-- Não permita que ninguém entre, Bella. – repetiu Alice, encerrando o assunto. – Estou indo para aí. Não saia de casa!

-- Eu... – Bella arregalou os olhos ao ouvir o barulho da ligação sendo interrompida. Seu coração latejava dolorosamente nos ouvidos e ela deixou o aparelho inerte, sentindo o corpo responder a angustia que dominava sua alma. – Ela não respondeu... – murmurou, em pânico... – Ela não respondeu minha pergunta.

Bella deixou que os pensamentos se chocassem de maneira incoerente no seu cérebro, céleres, confusas. Sua garganta e o coração ardiam literalmente de medo. A visão de Edward cintilando contra o sol, a pele brilhando com mil diamantes, prestes a romper o acordo com os Volturi, caminhando para a morte.

O baque do celular despertou Bella do delírio e ela se abaixou para apanhá-lo, xingando a si própria. Seria ótimo se danificasse o celular e não pudesse falar com Alice.

E então, uma sombra escorreu da janela para dentro do seu quarto. E Bella não conseguiu identificar sua origem, o perfil do lado de fora cintilando com uma beleza insuportável, cravejada por um brilho perolado como mil estrelas percorrendo uma pele imortal.

Não estava mais sozinha.

/\:...C O N T I N U A .../\

Não preciso de sangue, só de reviews!!

Deixe um recadinho se está gostando da história!! É minha primeira fic de Twilight!

Bjs.