Se você nunca teve um anjo do futuro na sua casa, reze para nunca ter. Eu sou Sakura-kun. Era uma tarde de domingo, meus pais haviam saído de casa e eu fiquei estudando ao lado de Dokuro-chan, tudo ia bem, até ela querer brincar comigo.
-Sakura-kun, você quer brincar comigo?
-Não.
-Mas por que?
-Porque eu estou estudando. – Mal terminei de dizer e ela arremessou a Escaliborg em cima de mim.
-Pipiru piru piru pipiru pi! – Olhei para ela.
-Por que você fez isso? – ela veio saltitante até mim e deu um sorriso amigável.
-Porque sem os livros você não pode estudar, certo? – Os livros foram restaurados junto comigo, mas preferi não pega-los de novo para não ter outro buraco na minha cara. Dei um suspiro.
-OK. Do que você quer brincar Dokuro-chan?
-De pergunta e resposta.
-Hein? – Ela se sentou na cadeira onde eu estava antes.
-Eu faço as perguntas e se você errar – ela fechou o olho e balançou o dedo – eu arremesso a Escaliborg.
-Hein? Eu não quero brincar disso Dokuro-chan!
-Lá vai a primeira pergunta...
-Espera, espera...
-Qual é o nome da Escaliborg?
-Epa! Você mesma dis-
-Resposta errada! - Dokuro-chan girou o braço, e a última coisa que vi foi a Escaliborg, sangue e ... sangue.
-Pipiru piru piru pipiru pi! – dei uma checada para er se tudo estava no lugar.
-Dokuro-chan! Isso não se faz! Seja mais justa na sua própria brincadeira! – ela fingiu não me ouvir.
- Próxima pergunta. E meu pais?
-Você tem pais?
-Resposta errada! – Meus reflexos foram rápidos, mas os da Dokuro-chan são mais. Tentei sair correndo, mas mal virei de costas apareceu um buraco no meio do meu estômago.
-Pipiru piru piru pipiru pi!
-Peraí Dokuro-chan. Como posso responder algo que não sei? Aquilo nem mesmo foi uma pergunta! – ela continuou calma e feliz.
-Terceira pergunta. – Quantas perguntas são?...
-Qual... – dessa vez fui mais esperto e sai correndo até achar que ela havia me perdido de vista. Passou algum tempo e ouvi: "Acabou seu tempo", e o armário debaixo da pia se partiu ao meio, junto comigo, e bati o recorde de pintar a cozinha inteira.
-Pipiru piru piru pipiru pi! – Eu acordei e fui me sentar na mesa da cozinha. – Sakura-kuun! Para que você estuda tanto se até agora não acertou nenhuma pergunta?
-Chega Dokuro-chan! Eu não quero mais brincar!
-Você tem a última chance da sua vida agora – coisa que me pareceu bem provável- Tente acertar hein Sakura-kun!
-Não! Eu não quero! – E disparei rua afora, ouvindo ao longe.
-Volte aqui Sakura-kun! – depois disso ouvi algo zunindo atrás de mim, olhei e vi a Escaliborg vindo como um míssil na minha direção, rodando. Acredite, um míssil não daria tanto medo. Dobrei a velocidade, até que eu tropecei. Vi meu 1min de vida passar na mente, depois, o que sobrou foi uma cratera embaixo de mim, ou os meus pedaços que sobraram, a rua e um carro que estava estacionado tingidos de vermelho.
-Agora os donos do carro vão poder te levar a qualquer lugar. Isso não é bom Sakura-kun? – Ela pegou de volta a Escaliborg que ficou cravada no chão e deu um peteleco numa parte minha que havia sobrado nele – Pipiru piru piru pipiru pi! – meu corpo se recompôs e ela me agarrou e me arrastou para casa.
-Eu não quero voltar Dokuro-chaaan! Me deixe em paaaz!
-Mas nós não terminamos de brincar Sakura-kun! – para minha sorte e alegria, mal chegamos a porta de casa, meus pais chegaram.
-Olá! Voltamos! – o telefone de papai tocou. Ele balançou a cabeça afirmando algo. – OK. – e desligou o celular. – Sakura, Dokuro-chan, nós vamos ter que sair de novo. – Ele entro no carro, mamãe nem havia saído – Comportem-se hein?
-Siiim! – Dokuro-chan disse sorridente. O carro virou a esquina, ela olhou para mim alegre – Agora podemos voltar a brincar Sakura-kun!
-Voltem! Por favor! – Dokuro-chan terminou de me arrastar para dentro.
- Só faltam 100 perguntas! Vamos lá!
