Capítulo 1- Olá Forks
Meu nome é Isabella Swan e bom, hoje estou me mudando para chuvosa cidade de Forks, onde meu pai é o chefe de policia local. Minha mãe e meu pai se separaram quando eu era pequena e desde então tenho passado praticamente toda a minha vida com a minha mãe, com exceção de alguns feriados e festas em que eu ia passar com meu pai.
Minha mãe tem um namorado, Phil, ele é bem legal, mas uma coisa que me deixa frustrada é que ele tem que viajar muito e minha mãe tem sempre que ficar comigo em casa, e é por isso que resolvi me mudar pra Forks.
- Bella, deixa que eu carrego suas malas para você. – disse Charlie pegando as mesmas de minhas mãos.
- Obrigada pai.
Charlie e eu nunca fomos de falar muito, quanto mais de expressar os sentimentos. Com a minha mãe também não é muito diferente, mas eu me abro um pouco mais com ela.
Subimos as escadas em direção do meu quarto. Charlie abriu a porta e eu pude ver o quarto como eu me lembrava: as paredes brancas e o piso de madeira liso, com a minha cama ao centro uma mesa de estudos, um armário e algumas prateleiras, algumas delas com fotos antigas de quando eu era bebê. Nada muito sofisticado, afinal, meus pais nunca tiveram muito dinheiro.
- Bells, se precisar de mim, eu estarei lá embaixo.
- Ok, pai. – e então ele saiu do quarto.
Deixei meu corpo cair sobre a cama macia enquanto tirava os sapatos com os pés e os deixava em qualquer lugar do quarto. Nunca fui uma pessoa muito organizada.
Fiquei pensando em como seria amanhã na escola. Todos provavelmente já saberiam da vinda da filha do chefe para a pequena cidade de Forks. Argh! Como eu odeio ser o centro das atenções!
Outra coisa que eu temia eram os alunos. Eu nunca fui uma pessoa popular e tampouco sociável. Provavelmente não teria muitos amigos por aqui.
Eu também nunca namorei. Nem sequer beijei alguém. Eu sempre soube que era muito sem graça e que não tinha nada de especial, então já me conformei com o fato de ficar sozinha.
Na verdade, além de ser sem graça eu sou muito desastrada e sou "muito" boa em esportes. Acho que deu para sentir a ironia nessa frase... Aulas de educação física me assustam desde que eu era pequena.
Também não pensei como eu iria para a escola e aparecer por lá na chamativa viatura de Charlie não ajudava nada na história de se enturmar.
Bom, as matérias? Eu era boa em quase todas, com exceção de uma: História. História Mundial, História Nacional qualquer coisa tipo de história me de deixa com tédio. Deus, como eu odeio essa matéria! Simplesmente nunca tive vontade nem curiosidade de aprender sobre os assuntos da matéria e também os professores que tive não me ajudavam nada em gostar da matéria. Todos que já tive tinham mais de 50 anos e falavam monotonamente, coisa que me deixava levemente com sono.
E eu tinha certeza absoluta que em Forks High School não seria diferente.
****
Fiquei em jogada em minha cama até as 07h30min da noite até que resolvi jantar com Charlie. Comemos a tradicional pizza e depois disso resolvi tomar um banho e vestir meu pijama. Bem, não era bem um pijama, era uma blusa larga dos L.A. Lakers que ganhei do meu pai e um short curto, que por acaso eu nunca usava a não ser para dormir. Eu simplesmente odeio mostrar minhas pernas!
Entrei no meu quarto e fiquei olhando para fora da janela. Forks era realmente muito frio, mas eu tenho uma espécie de TOC que não me deixa dormir com a janela fechada, então a abri totalmente.
Deitei na minha cama, me enrolei no grosso cobertor, desliguei as luzes e logo me deixei levar para o mundo dos sonhos.
Na manhã seguinte, acordei com o barulho irritante do despertador. Desvencilhei-me dos cobertores enrolados nas minhas pernas, resultado de mais uma noite em que me mexi muito e provavelmente falei. Eu odeio isso!
Levantei-me, tomei um banho e fui até meu armário. Escolhi uma calça jeans e um sweater azul e meus usuais tênis. Penteei meus cabelos deixando-os soltos e logo desci para tomar café.
Depois de comer, estranhando o fato de Charlie não estar em casa, vesti um casaco por cima do sweater, por causa do frio de Forks e desci as escadas da porta da frente de casa me concentrando em não cair, quando vi meu pai estacionando uma picape Chevy 1953 vermelha.
- Bom dia, Bells! – Charlie disse.
- Bom dia, pai. É... hmm... Porque trouxe essa picape pra cá? – perguntei apontando a caminhonete com o queixo.
- Está falando da sua picape?
Charlie disse... minha picape? Ele só pode estar brincando comigo! Não, acredito! Eu nunca tive um carro antes, apesar de eu ter 17 anos.
- Minha... o que? – perguntei encarando Charlie com uma expressão surpresa.
- É, ela é sua Bells! Compre do Billy há alguns dias atrás e a busquei hoje. Ah, a propósito, ele e o Jacob, o filhe dele vem hoje à tarde aqui. – ele disse com um sorriso no rosto. – Mas, você gostou?
- É claro, pai! Ela é perfeita! Obrigada. – não era mentira, eu não precisava de carros caros. A picape me parecia muito boa.
- Fico feliz que tenha gostado Bells. Agora vá para a escola. Não quer chegar atrasada no seu primeiro dia de escola, não é?
- Claro, pai. Obrigada de novo pela caminhonete.
- De nada. Qualquer coisa é só me ligar.
Não sei por que meu pai tem toda essa preocupação comigo, ainda mais em uma cidade tão pequena.
- Ok, pai. – disse enquanto entrava na caminhonete e seguia para Forks High School para o meu primeiro dia de aula.
****
Cheguei à escola e estacionei em uma vaga perto da porta já que meus pés não são meus melhores amigos e o chão úmido também não ajuda nada.
Assim que desci da minha caminhonete, percebi todos os olhares dos alunos em cima de mim. Droga! Tentei ignorá-los inutilmente, mas continuei andando. E, como uma força do destino que conspira contra mim, escorreguei no chão e cai de costas fazendo os alunos que estavam no estacionamento explodirem em risadas.
Senti todo o meu sangue subir para minhas bochechas. Ótimo, agora eu também estou vermelha! Tentando esquecer esse... hmm... acontecimento, tentei me levantar, sem sucesso, quando fui ajudada por uma mão. Aceitei prontamente e finalmente levantei. Quando o fiz, olhei para a dona da mão.
Ela era bem baixa, tinha os cabelos curtos e lisos contornando seu rosto fino, com os olhas castanhos claros. Ela parecia uma pequena fada. Suas roupas eram modernas, provavelmente de alguma marca cara, mas que caiam perfeitamente nela.
- Você está bem? Parece que levou um tombo feio. – ela disse esboçando um sorriso em seu rosto fino.
- Sim. Essas coisas sempre acontecem comigo. Obrigada por ter me ajudado. - disse sorrindo timidamente para ela.
- Não foi nada, a propósito, eu sou Alice Cullen. E você? – ela perguntou estendendo sua mão.
- Isabella Swan, na verdade, prefiro que me chamem de Bella. – disse, apertando sua mão.
- Bom, Bella, tenho certeza que seremos grandes amigas. – ela disse sorrindo. Não posso deixar de dizer que me assustei um pouco com o que ela disse.
- Ah, claro. – disse sorrindo um pouco.
- Então, que aula você tem agora? – Ela perguntou segundo minha mão e me puxando para dentro do prédio da escola.
- Hmm... Matemática- ela sorriu e fez um sinal com as mãos para que eu dissesse a próxima- depois... – realmente não é meu dia de sorte- História...
- Que bom, a minha primeira é de matemática também! Vamos! – ela me puxou pela mão novamente.
Nossa! Alice realmente tinha uma energia que parecia não acabar. Quando chegamos à sala, a professora ainda não havia chegado então, nos sentamos uma perto da outra. Começamos a conversar:
- Então Bella, qual é a sua matéria favorita e a que você menos gosta?
- Eu amo inglês e simplesmente odeio história. É a minha pior matéria. – disse sinceramente.
- Não gosta de história? Tem certeza? – ela disse dando um sorriso malicioso.
Tudo bem, a Alice é meio estranha, por que eu deveria gostar de história? Não tem nada de mais odiar essa matéria!
- Hmm... Não gosto, tenho certeza disso. Mas, por que eu deveria gostar?
- Ah, é que normalmente todas as garotas aqui do colégio amam as aulas de história... – ela disse ainda com aquele sorriso no rosto.
- Alice, eu não estou entendendo o porque...
Fui interrompida pela professora de matemática que já adentrava a sala de aula carregando uma pasta e dois livros, obviamente, de matemática. Ela parecia ter uns 40 e poucos anos e também não parecia ser uma má professora.
- Bom dia, classe. Meu nome é Sra. Parker. – disse ela escrevendo seu nome no quadro com uma caligrafia um pouco estranha, mas legível.
Então, a aula prosseguiu e eu não pude perguntar à Alice o que aquilo de "que normalmente todas as garotas aqui do colégio amam as aulas de história" significava. Resolvi deixar passar.
Matemática com a Sra. Parker não parecia que seria ruim. Ela é uma boa professora e explica bem. Consegui entender bastante da aula, já da minha próxima provavelmente não poderei dizer o mesmo.
Levantei-me lentamente da carteira nada pronta para enfrentar o meu inferno particular: a aula de história. Despedi-me de Alice que não tirou aquele sorriso malicioso um minuto sequer do rosto durante toda a aula de matemática.
Fui andando pelos corredores procurando a sala de história. Esta era uma pouco longe, o que me "ajudou" a tropeçar no chão plano algumas vezes no durante o caminho. Sério, não sei qual é o meu problema...
Quando, finalmente, cheguei o professor não estava na sala. Sentei-me na primeira cadeira bem no meio da sala com o objetivo de entender um pouco mais de história esse ano.
O nome do professor já estava escrito no quadro, com uma caligrafia perfeita: Sr. Cullen. Engraçado, esse sobrenome me parecia familiar...
Enquanto o professor da minha matéria "preferida" não chegava, fiquei olhando fixamente para o meu caderno rabiscando coisas sem nexo quando ELE entrou na sala...
MEU DEUS DO CÉU! EU MORRI E VOLTEI PRA TERRA! QUE HOMEM É ESSE! EU VOU TER UM TROÇO!
Agora eu entendi porque a Alice disse aquilo! Agora tudo faz sentido! As garotas não pararam de suspirar quando ele entrou, e eu então nem se fala.
Seus cabelos bronze levemente bagunçados, seu sorriso perfeito, seu rosto que parecia mais com o de um anjo e que deixaria qualquer ator de Hollywood com inveja, sua boca levemente vermelha, seus olhos verdes penetrantes e brilhantes, seu nariz perfeito me encantaram tanto que eu quase me esqueci de respirar! Ai, ele é lindo! Agradeci silenciosamente pela brilhante ideia de me sentar na primeira cadeira. Meu Deus, eu acho que eu vou morrer! PARA COM ISSO! FOCO, FOCO!
Estranho, eu sou sempre tão reservada... o que está acontecendo comigo??!!
- Bom dia, classe – que voz perfeita é essa! - Meu nome é Sr. Cullen, Edward Cullen. – tive vontade de gritar que Edward era o meu nome preferido.
De repente aqueles olhos perfeitos se fixaram em mim. Em MIM! Em M-I-M!
- Você deve ser a Srta, Swan, certo? A aluna nova?
- S-s-siim. – eu gaguejei e senti o sangue do meu corpo subindo todo para a cabeça. Droga.
Ele riu um pouco, mas logo se virou para o quadro e começou a escrever alguma coisa sobre... alguma coisa sobre... alguma coisa... relacionada a história(?), eu não sei, eu estava realmente prestando atenção ao jeito como ele mexia no seu cabelo.
Resolvi que era hora de copiar o que ele escrevia no quadro antes que ele me pedisse para fazê-lo. Eu até consegui copiar, eu juro, juro mesmo que eu tentei entender, mas não consegui. Eu estava só apreciando a minha visão e escrevendo.
Depois que acabou de escrever no quadro, ele se virou e começou a falar umas coisas sobre er... história, eu sei lá, eu não entendi nada de novo. "A voz dele é tão perfeita" pensei apoiando meu queixo na minha mão. Ai, acho que eu estou amando... Calma! Para tudo! O que eu acabei de falar?! Eu acho melhor prestar atenção na aula...
- Então, Srta. Swan, qual é a resposta? – Edward gatão, quer dizer, er... Sr. Cullen disse. Resposta? Que resposta? Eu não ouvi pergunta nenhuma...
- Hmm... Pode repetir a pergunta? – eu pedi tentando abrir um sorriso.
Então, ele cruzou os braços na frente de seu tórax e eu pude ver, e eu simplesmente amei o que vi, seus braços musculosos, quer dizer, não daqueles que aparecem todas as veias, daqueles que dava para perceber que ele freqüentava a academia mas também não era nenhum maníaco por musculação. Ouvi as outras garotas da sala suspirando. Eu quase parei de respirar. Quase. Ele finalmente falou:
- O que determinava o Tratado de Paris, criado na época da colonização francesa em 1763?
Oi? Nós estávamos estudando a colonização francesa?
- Hmm... – pensei um pouco e olhei para o meu livro que estava aberto exatamente nessa parte. Agradeci mentalmente. – Determinava a entrega do Canadá e de parte das Antilhas francesas à Coroa inglesa.
- Muito bem. - ele sorriu. Preciso dizer que eu morri? - Vamos prosseguir.
O restante da aula foi mais tranquilo, relativamente. E eu percebi que preciso estudar história. Eu estava perdida a aula toda, mas também com um professor gato, quer dizer, com uma boa aparência (ta, acho que não deu para disfarçar) não me ajudou muito...
A aula finalmente acabou e eu juntei meus livros um pouco triste pois não iria mais ver Edward... vou sentir saudades bebê... QUE ISSO! QUE INTIMIDADE É ESSA! PARA COM ISSO ISABELLA!
Todos já tinham saído quando eu me levantei para sair da sala. Isso mesmo, eu fiquei sozinha na sala com o professor gatão! Ah, eu tenho que para de pensar essas coisas! E como a boa aluna que eu sou, fui andando silenciosamente até a porta mas, como a pessoa extremamente desastrada e descoordenada que eu sou, tropecei nos meus próprios pés e quando eu estava quase dando adeus ao meu nariz, que logo ficaria quebrado, senti dois braços fortes segurando minha cintura. AH MEU DEUS! Só estamos eu e Edward na sala então só pode ser ele! Morri.
- Você está bem, Srta. Swan? Quase caiu no chão. – disse com sua voz doce ainda segurando me segurando. Agora eu parei de respirar mesmo.
- Sim, obrigada por me segurar. Isso é o que acontece sempre com as pessoas desastradas como eu... Obrigada de novo.
- De nada. – ele disse ao mesmo tempo em que afastou suas mãos de mim e eu, automaticamente senti falta delas.
Assenti enquanto acenava para ele e saia da sala. Definitivamente, eu acho que vou amar história esse ano.
N/A: E ai gente, o que acharam?
Na realidade eu não tive essa idéia. Ela foi inspirada em fatos reais. Obrigada Milena, haha.
Devo continuar? Só depende de vocês.
Beijos
