Anoitecia em Vegas e em um dos apartamentos de lá uma morena pensava sobre sua vida, ou melhor, pensava em ter uma vida, nos seu trinta e poucos anos poderia ser vista pelas outras pessoas como bem-sucedida, era jovem, inteligente, trabalhava no melhor laboratório, com a melhor equipe, mas isso tudo pra ela não era nada, o que mais queria não tinha, o amor do seu chefe, só ela sabia o quanto era difícil vê-lo todos os dias e não poder te-lo, sua única companhia agora era uma garrafa de cerveja que ela bebia com gosto enquanto via TV num canal qualquer, seus pensamentos foram interrompidos pelo toque do telefone.
SS: Sidle – ela diz de má gosto.
GG: Sara – ela estremece ao ouvir aquela voz – Preciso de você agora numa cena de crime.
SS: Mas... – ela pensa por um tempo, mas desiste de falar – Me passa o endereço.
O que ela podia dizer, "Grissom eu não posso ir porque bebi um pouco" ou " Grissom eu não posso ir porque te amo e me dói ficar perto de você". Que diferença fazia, não adiantava falar, era impressionante o poder que ele tinha sobre ela, e o pior é que não precisava fazer nenhum esforço. Ela levanta sem coragem alguma, vestia a mesma roupa do último caso, isso era rotina na vida dela, mal chegava em casa e já tinha que sair novamente, colocou os óculos escuros e foi em direção ao trabalho, ou melhor, à tortura.
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Dentro do carro a perita se lembrou de dois dias atrás, havia chamado Grissom pra sair mais uma vez e mais uma vez ele recusou, o clima entre eles estava estranho desde então, parou em frente ao endereço que ele lhe dera, a casa era grande e tinha um enorme jardim.
NS: Oi Sara – Nick analisava as pegadas cheias de sangue no chão, começa a reparar na roupa dela, Sara percebe na hora.
SS: É, eu sei, não deu tempo de tomar banho – ela diz de mau-humor, Nick dá um sorrisinho.
NS: Ele está lá em cima – a morena assenti e sobe as escadas, passa em frente ao quarto do casal e o vê agachado fotografando o corpo, ela respira fundo e vai em direção a ele.
SS: Onde quer que eu olhe – diz friamente.
GG: No quarto da filha, é bem ali do lado – ele olha pra ela com uma certa estranheza, estava com a mesma roupa, amassada e de óculos escuros, ela segue em direção ao quarto. Depois de analisar, volta pro quarto do casal, o corpo já havia sido retirado, Grissom continuava fotografando, só que agora as marcas.
SS: Não achei nada de importante no quarto – ela diz se aproximando dele – Acho que o assassino não passou por lá – ele para de fotografar e começa a encará-la, Sara franzi a testa – O que foi? – ele suspira.
GG: Quantas garrafas de cerveja você tomou? – ele diz num tom sério.
SS: Como? – ela fica intrigada.
GG: Dá pra sentir o cheiro do álcool daqui – ele aumenta o tom de voz em sinal de nervosismo – ela ri irônica.
SS: Não sei do que você está falando – diz rispidamente, não ia admitir que tinha bebido.
GG: Volte pra casa, amanhã a gente conversa – ele volta a fotografar, não iria discutir agora.
SS: Como é? – ela aumenta o tom de voz – Primeiro você me chama menos de duas horas depois de encerrar um caso, faz eu vir até aqui e agora me dispensa – ela fica furiosa, ele a olha surpreso por ela ainda estar ali.
GG: Você está alterada – ele diz mais calmo, conhecia o temperamento dela.
SS: Eu não estou alterada – ela grita jogando seu kit no chão, ele fica de boca aberta.
NS: Algum problema? – Nick aparece na porta com um olhar interrogador.
GG: Nick – ele diz sem desviar os olhos dela – Leve as evidências pro laboratório e deixe a Sara em casa – ela continuava o fuzilando com o olhar – Ela não está bem.
