N/A: Oi gente! Tive a ideia para essa fic no dia do meu aniversário. E demorei um pouco até chegar nesse contexto, porque de início queria que a fic ocorresse durante a época que Scorpius e Rose frequentavam Hogwarts, e acabei mudando porque a minha amiga, pra quem estou dedicando essa fic vai fazer 22 aninhos e decidi que a Rose também teria essa idade. Winnie, você não tem ideia de quanto é importante. E bom, sei que adora Scorpius e Rose, espero que realmente que você goste. Parabéns! Winnie, saiba que te desejo o melhor dos aniversários!

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Happy Birthday! – Capítulo 1

– Happy Birthday to you! – cantarolou Scorpius ao entrar na sala da amiga – Happy Birthday to you! Happy birthday…

Ele não conseguiu continuar porque Rose tapou a boca dele com as duas mãos.

– Não cante mais essa música! – ela praticamente rosnou ao dizer isso.

– Mmmnn? – ele tentou dizer algo, e foi assim que Rose percebeu que ainda estava com as mãos na boca dele, retirou-as rapidamente.

Ela não sabia explicar, mas achou essa situação constrangedora.

– Por que todo esse drama Weasley? – ele perguntou, sentando em uma cadeira na frente da Rose e colocando os pés em cima da mesa. – Será que dá para me explicar por que não posso cantar?

Rose já havia se cansado de pedir e até implorar para que Scorpius não colocasse os pés em cima da mesa dela. Mas não adiantava. Todas as vezes que eles se encontravam ali ele fazia mesma coisa. De modo que dessa vez ela apenas revirou os olhos.

– Simples. Porque eu não quero que saibam que é meu aniversário.

– Mas hoje não é seu aniversário Rose. É amanhã.

– Sério? – ela disse, sarcástica – Se você não tivesse me dito, eu teria que perguntar para a minha mãe.

– Vou ignorar esse cinismo e vou perguntar novamente. Por quê?

– Porque eu não gosto de comemorar aniversários.

– Aí você já está mentindo querida – ele disse normalmente, e nem percebeu que a chamou de "querida", entretanto Rose fez mais que perceber, ela corou também – Porque no mês passado vocês fizeram o maior festão para a Lily.

Além de Rose, Lily era a única dos Weasley que era amiga de Scorpius. Apesar de todas as meninas da família o considerar um pedaço de mau caminho. Os caras da família pareciam não gostar dele, por ser um Malfoy e tudo mais. Só Teddy o adorava (acho que tem a ver com fato de serem parentes). Quero dizer, Hugo também não tinha nada contra o sonserino, mas achava que rolava um clima entra ele e Rose, portanto tinha que exercer o seu papel de irmão mais novo implicante e atrapalhar.

– Vou editar minha frase então Malfoy – Havia outra coisa também, apesar de serem amigos, Rose nunca havia chamado Scorpius pelo primeiro nome, e isso era algo que o incomodava de uma forma absurda – Eu não gosto de comemorar meus aniversários.

Ele ficou boquiaberto. Por que não? Para o Malfoy, seu aniversário era o melhor dia do ano. Ganhava até do Natal e da Páscoa.

– Quer que eu explique também? – ela perguntou sorrindo, porque também sabia que Scorpius amava aniversários, parecia que voltava a ter 12 anos de novo – Bem...

Ele ainda olhava para ela incrédulo. Como assim? As festas de aniversário são as melhores.

– Ah, eu não tenho uma explicação – ela disse inclinando-se na mesa, e empurrando os pés dele.

– Rose. – ele falou – Eu não entendo.

Ela tinha que admitir que Scorpius era bonito, mas nunca diria isso alto. Só que quando a Weasley viu a testa dele franzida de incompreensão, os olhos curiosos, querendo entender o por quê desprezo por algo que ele amava, ela teve que sorrir.

Como era possível que ele ficasse mais lindo assim do que com aquele sorriso cínico dele?

– Não tem nada para entender. A data apenas perdeu a graça para mim.

– Mas amanhã você vai fazer 22 anos! – ele ainda batia na mesma tecla – Isso é algo especial, não acha?

– De verdade?

Scorpius apenas assentiu.

– Não. – ela continuou – Sou grata todos os dias pela minha vida. Pelos meus pais e minha família também, mas essa data não me diz mais muita coisa. Entretanto – os olhos dele brilharam e Rose sentiu que acabaria com a alegria dele – se você quiser me dar um presente amanhã, eu iria adorar.

Foi a vez de Scorpius revirar os olhos e dizer, com um meio sorriso:

– Você não gosta de comemorar certo? – ela balançou a cabeça, concordando – Então não é uma boa hora para dizer que seus primos estão fazendo uma festa surpresa para você e até eu fui convidado ou é?

– Você está de brincadeira não está?

– Não mesmo. – ele respondeu, enquanto ela se levantava da cadeira e dava a volta na mesa – Acha que eu estou sendo estraga-prazeres?

– Deixa de ser cínico – ela brincou – mas por que você decidiu me contar isso?

– Porque te conheço Rose. Sei que você odeia qualquer tipo de surpresa no trabalho. E pensei que na vida pessoal também fosse assim.

Os dois trabalhavam no Ministério. Relações internacionais. E foi ali que se tornaram melhores amigos.

– Muito obrigada – ela disse – Eu odeio mesmo surpresas. Mas a festa vai ser que dia?

– Depois de amanhã. Sábado, Beco Diagonal, ás 21:30. Fiz meu dever de direitinho Srta. Weasley? Eles decidiram não fazer a festa amanhã porque parece que você disse à sua mãe que iria ficar até mais tarde no trabalho. O que é mentira. E que você precisava descansar um pouco, isso provavelmente é verdade mas...

Ele não pode continuar, pois Rose o abraçou, agradecendo. E não era aquele abraço sem graça que colegas dão quando se encontram. Esse foi um abraço de verdade, dava para sentir os batimentos de Rose contra o corpo dele, e o seu perfume cítrico.

– Como meus melhores empregados, eu imaginei que soubessem que é proibido agarrar colegas durante o expediente.

Rose largou Scorpius assim que ouviu a as primeiras palavras da voz grave e ele, por conseguinte, levantou-se da cadeira e assumiu uma expressão profissional.

O Sr. Dumas sorriu interiormente. O Malfoy e a Weasley eram seus melhores profissionais e ótimos no que faziam, pegá-los em um momento constrangedor foi como ganhar o dia porque ele pensou que isso nunca poderia acontecer, apesar de desconfiar que estava rolando algo entre aqueles dois.

– Desculpe senhor. – disse Rose envergonhada, e com as bochechas em fogo – Mas não estava acontecendo nada.

– Espera aí. – falou Scorpius – Desculpe a pergunta, mas o senhor não veio aqui para dizer á Srta. Weasley que ela vai ter alguma reunião com o consulado suíço e que eu iria ficar fora dessa, ou veio?

– O Sr. é muito inconveniente, senhor Malfoy. – Scorpius iria responder, entretanto recebeu uma cutucada de Rose nas costelas, e ele ficou meio incapacitado de falar e de respirar também – Entretanto eu realmente gosto que meus empregados sejam inconvenientes e eu também gosto de disputas. Só não quero que o senhor se esqueça de que eu sou que mando aqui, e ai de você ou até do ministro Kingsley se quiser dar algum palpite. Fui claro?

– Sempre ministro Dumas. – respondeu Rose.

– Eu estava falando com o senhor Malfoy, Srta. Weasley, portanto espero que ele responda.

– Bastante claro senhor. – disse Scorpius á contragosto.

– Ótimo. – disse o ministro de relações internacionais e depois sorriu – Espero vocês dois na minha sala depois do almoço. Ás duas da tarde.

– Estaremos lá. – responderam Rose e Scorpius em uníssono.

O Sr. dumas dirigiu-se a porta da sala de Rose, mas antes da sair, brincou:

– Fico feliz que estejam juntos. Achei que o Malfoy nunca tomaria uma atitude Srta. Weasley.

Foi a vez de Scorpius ficar vermelho. E Rose boquiaberta. Quer dizer que as pessoas achavam que eles estavam juntos? Ou aquele abraço fez o chefe deles deduzir que estavam namorando?

– Ai meu Deus! – ela exclamou.

Scorpius pareceu sair de um torpor e recuperou a pose natural novamente. Ele sabia que havia ficado vermelho e graças á Deus Rose não havia notado. Mas havia quanto tempo que isso não acontecia?

Ele realmente não conseguia se lembrar. Não importa. Onde eles estavam antes da interrupção?

Ah... Aniversários.

– E aí Weasley? – disse ele, sentando-se e pondo os pés em cima da mesa novamente – Vai me dizer por que você afirmou que não estaria disponível amanhã?

– Porque eu não quero comemoração. É difícil acreditar?

De que maneira ele conseguia agir como se nada tivesse acontecido? Sério, ela sempre havia sido a melhor na escola, e agora no trabalho, mas em relação ao sentimental, Rose era uma caloura. Seus relacionamentos sempre foram um fiasco. E agora o chefe dela alegou que ela estava com Scorpius. O chefe dela! Que horror! Isso é um desastre sem tamanho!

– Sabe o que eu acho Rose?

Respire fundo Rose e aja normalmente. O Malfoy é seu amigo e seu cúmplice no trabalho. Só isso.

– O que você acha? – ela questionou balançando a cabeça.

– Que você vai sair com um namorado qualquer por aí amanhã e não quer que ninguém saiba.

Rose teve que revirar os olhos. E disse, enquanto mexia em alguns papéis em sua mesa:

– Sabe que eu não tenho namorado Scorp.

– O que você disse? – Scorpius sentou-se ereto na cadeira de tão surpreso.

– Você não escutou? – ela estava ficando impaciente, ela adorava as visitas do Malfoy, mas hoje ele estava lerdo hein? – Eu não tenho nenhum namorado.

– Eu sei. – ele disse como se estivesse ensinando á uma criança que fadas são criaturinhas idiotas e irritantes – Você me chamou de Scorpius.

– E daí? – ela perguntou nervosa.

– Melhor. Você me chamou de "Scorp", Rose! – a verdade pareceu atingi-lo, ele queria que ela dissesse o nome dele de novo e repetidas vezes mais – Antes era sempre "Malfoy" isso e "Malfoy" aquilo.

– Você é um cara muito irritante sabia? – ela levantou-se novamente, fez Scorpius fazer o mesmo, e empurrou-o para a porta – Agora sai que eu tenho que trabalhar.

– Eu não acredito – ele repetia – Diz de novo? Por favor, Rose?

– Você só pode ter problema Scorpius.

– Só mais uma vez agora – ele pedia como uma criança, uma criança linda de 22 anos.

– Sai daqui! – rosnou e bateu a porta na cara dele.

Rose sentou á sua mesa e inspirou fundo com vontade rir. Scorpius não prestava. E ela não gostaria de admitir, mas amava isso.

De repente a porta se abriu novamente. E uma cabeça loira apareceu na fresta, perguntando:

– Você ainda vai almoçar comigo não vai?

– Meio-dia ok? – ela disse, sorrindo, ao vê-lo sumir novamente.

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Scorpius fechou a porta da sala de Rose e seguiu para a sua. Tinha que bolar um plano para o dia seguinte.

Scorpius se sentia no dever de fazer a Weasley voltar a amar aniversários.

Acabou distraído a manhã inteira, acabava voltando seus pensamentos para a primeira vez que se falaram, durante o quarto ano em Hogwarts.

"Malfoy estava cansado do Potter idiota. Albus Potter. Não James.

O Abus se achava o rei do quadribol, e odiava o sobrenome Malfoy. Desde o primeiro ano havia escolhido Scorpius como saco de pancadas. No início Scorpius apenas ignorava-o e deixava rolar, mas já haviam se passado quase quatro anos e o idiota do Potter não deixava o Malfoy em paz.

Os Weasley, em sua maioria, pareciam não concordar com as brincadeiras do Potter do meio, mas também não faziam nada para pará-lo.

Entretanto uma vez Albus passou dos limites.

Scorpius passeava por um dos corredores e o grupo do Potter esperava-o no fim de um deles.

Seguraram o Malfoy e com um feitiço prenderam-no na parede sem poder se mexer. Albus olhou bem nos olhos dele e disse:

O mundo seria bem melhor se pessoas como o seu pai não existissem sabia? Se ele não existisse, você não existiria e o mundo realmente estaria melhor.

Scorpius praticamente cuspiu na cara do Potter ao dizer:

É incrível como o pai de alguns salvam o mundo bruxo e são os filhos que se consideram heróis, apesar de não serem um décimo do pai. Você nunca vai...

O Malfoy não pôde continuar porque o Potter começou a enchê-lo de porrada, ele e os dois amigos estúpidos. Scorpius recebia cada soca sem pronunciar nada, não daria ao Potter esse gostinho, mas parecia que alguém havia colocado o Malfoy em um triturador.

O que está acontecendo aqui? – gritou uma voz histérica e Scorpius só pôde perceber que tinha cabelo vermelho, sua visão estava embaçada.

Só estamos dando uma lição no idiota Rose querida. – disse o Potter.

Esse é o Malfoy? – perguntou ela, surpresa – Agora você passou dos limites Al!

É só um filho de Comensal estúpido! – ele por alguma razão tentava se justificar – Não se preocupe.

Os únicos estúpidos aqui são você e esse seus amigos. – Rose desfez o feitiço que prendia Scorpius na parede e segurou-o para não esborrachar-se no chão – E mais uma coisa, quando for bater em alguém seja no mínimo honesto e dê a essa pessoa a chance de revidar. Isso é covardia.

Scorpius tentava se desvencilhar da Weasley, não queria que uma garota o defendesse, mas parecia que se desse um passo, acabaria caindo.

Rose, deixa isso pra lá – tentou convencer o Potter, mas quando viu o olhar da garota decidiu calar-se. Scorpius não a conhecia, mas desejou nunca receber um olhar daqueles sobre ele.

Claro Al. – disse ela com a voz doce. – Nada de contar aos professores, certo? Tudo isso aqui foi um acidente ok?

Valeu Rose! – os idiotas iam saindo quando se viram pregados na parede pelo mesmo feitiço que deixou Scorpius imóvel.

Não acabei priminho. – ela disse novamente – Vou ajudar o Malfoy na enfermaria e volto para terminar de conversar com vocês ok?

Não pode nos deixar aqui Weasley! – gritou um dos amigos do Potter.

Não pode bater nos colegas, e vocês fizeram isso. Não ousem reclamar!

O corpo do Malfoy ainda pesava sobre os ombros de Rose. Literalmente. Mas eles conseguiram chegar a enfermaria. E Rose não sabia o que dizer ao Malfoy. Desculpas seriam insuficientes, mas era a única coisa em que ela conseguia pensar no momento.

Desculpe. – ela disse enquanto a enfermeira pegava uma poção para aliviar a dor – Nunca imaginei que Albus pudesse fazer aquilo. Sei que é pouco, mas desculpe.

Até parece. A culpa não foi sua, mas ainda assim não queria que você tivesse aparecido.

Por quê? – ela perguntou chocada.

Porque os papéis se inverteram. – ele sorriu, mesmo com os machucados – Eu deveria salvar a donzela e não o contrário. Não é assim nas histórias dos trouxas?

Como você sabe? Quero dizer, você é um...

Sangue puro? – ele completou e ela só assentiu – Minha mãe possui muitos desses contos trouxas, eu prefiro os nossos, mas ainda assim ouvi todos eles. Agora se você me perguntar como ela arranjou-os, eu não vou saber te responder.

Foi a primeira vez que viu Rose sorrir também.

Bom, estamos no século XXI, ás vezes os papéis se invertem mesmo – ela falou, levantando-se – Quem sabe você não retribui o favor depois? Quando eu estiver precisando de um cavalheiro ou de um príncipe, eu te chamo tudo bem?

Tudo. Obrigado Weasley.

De nada. Agora eu tenho que conversar três garotos mimados.

Scorpius ficou um dia inteiro na enfermaria e os danos não foram muitos ou permanentes, mas ele pediu que a enfermeira deixasse uma cicatriz pequena que cruzava o canto da sua sobrancelha esquerda. Disse á Rose, posteriormente que as garotas achavam sexy cicatrizes como a dele, mas aquilo era um lembrete pessoal de que ninguém encostaria mais a mão nele, não importasse o motivo, nem quem fosse.

Mas o engraçado foi saber que a Grifinória ficou sem os três melhores jogadores, aparentemente porque eles levaram alguns golpes um pouco abaixo do estômago, se é que você sabe de que parte do corpo eu estou falando, e nem conseguiam se sentar em uma vassoura, que doía. Scorpius ficaria com dó deles, se não achasse tanta graça. Parece que foi o zelador que os achou também. Passaram grande parte da noite em pé, pregados na parede, antes que alguém os encontrasse.

Ele nunca perguntou a Weasley como ela havia feito aquilo com três deles, e sozinha. Ele também não perguntou se se arrependia do feito. A Grifinória não ganhou a Taça de Quadribol e consequentemente nem a Taça das Casas. Entretanto a viu sorrindo para ele quando a diretora anunciou que a Sonserina vencia a campeonato daquele ano."

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Rose também ficou distraída aquela manhã.

Mas diferentemente de Scorpius, lembrava-se do sexto ano. Quando Scorpius retribuiu o favor. Não é verdade que quando a Weasley precisou de um cavalheiro, mesmo se convocá-lo, Scorpius apareceu?

"Depois daquele dia os dois não conversaram mais, mas também não agiam como se não tivesse acontecido nada. Rose defendia Scorpius sempre que alguém falava mal dele perto dela. E vice-versa. Sempre que um sonserino falava mal da família Weasley ou mais especificamente, de Rose, Malfoy intervia. Entretanto ficava por isso mesmo. Eles se cumprimentavam nos corredores e desejavam boa sorte um ao outro antes de uma prova. Mas a relação deles resumia-se a isso.

Até o sexto ano pelo menos.

Era tarde da noite e ainda estava acontecendo uma festa de arromba na Sala Precisa. Tinha alunos de todas as Casas. E um carinha da Lufa-Lufa dava em cima de Rose. Ela até gostou dele, mas acabou perdendo-o de vista. Como não gostava muito desse tipo de clima, boate, bebida e etc., saiu mais cedo.

Assim que desceu um andar, o mesmo carinha prensou-a contra a parede e insistiu em beijá-la. A única coisa que ela conseguiu sentir foi nojo e um cheiro de bebida muito forte.

Você está bêbado? – perguntou. Bom, a resposta era evidente.

Era estranho, em momentos como esse, nossos pensamentos parecem não reagir de acordo com a situação, pois a única coisa que ela pensou foi no por quê da Diretora deixar que fossem realizadas festas como aquela.

Weasley... – apesar de bêbado, o aperto dele era bem forte no braço dela – Que gata você é... Que tal... Irmos para um lugar mais reservado?

Nojo. Nojo. E clichê. Lugar mais reservado? Que cantada horrorosa.

E foi aí que a Weasley cometeu um erro. Achou que podia se livrar do cara facilmente. E não conseguiu. Ele apertou-a ainda mais na parede, e tentou beijá-la, no começo ela se desvencilhou, entretanto não por muito tempo. Ele havia conseguido pegar a varinha dela e jogado em um canto. Ele tirava a blusa dela de dentro da saia. A coisa não estava ficando muito boa. Bom, até que o carinha apareceu.

E a próxima coisa que Rose viu foi o lufano atirado no chão, inconsciente.

Os olhos de Rose quase saltaram das órbitas quando viu o Malfoy se abaixar e visualizar o cara mais de perto. Malfoy tinha-o estuporado?

Você é louco? – ela perguntou – Estuporou o cara?

Um "muito obrigado" já iria servir sabia?

Nós teremos sorte de não sermos expulsos Malfoy! – ela gritava.

Ah, desculpe – ele respondeu, cínico – Você estava se divertindo muito aqui.

Foi aí que Rose percebeu que o Malfoy tinha a salvado. E ficou com mais raiva.

Estava tudo sob controle! – ela continuou gritando.

Malfoy revirou os olhos, e quase riu. Com ironia, é claro.

Sério? – perguntou, nervoso também – o cara estava tirando sua roupa no meio de um corredor, contra a sua vontade e estava tudo sob controle?

Estava! – depois, parou, olhando para sua roupa amassada e os botões desabotoados – Não, não estava, mas...

Achei que tínhamos um combinado Weasley.

O quê?

Você não lembra? Disse que quando estivesse precisando de um príncipe iria me chamar.

Era brincadeira sabe? – mas ela teve que sorrir – Também não gosto muito desses contos trouxas.

Mas era um combinado. Uma dívida. – ele disse – Eu seria o príncipe que salvaria a donzela do dragão. Uma bela metáfora isso aqui né?

Ela apenas balançou a cabeça, concordando, enquanto ele aproximava-se. Malfoy não era mais aquele menino que ela havia ajudado no quarto ano, tinha que admitir que ele se parecia mesmo um príncipe. Loiro, alto, e forte. Ela não sabia, mas para que ninguém se metesse com ele, não poderia parecer um nerd magricela. Infelizmente nunca seria "bombado", mas magro ele também não era.

Obrigada Malfoy. – ela disse, finalmente, enquanto ele postava-se diante dela – De verdade, eu...

Ela não continuou porque ele pegou a barra da camisa dela, e começou a abotoar cada botão que antes haviam sido praticamente arrancados pelo lufano idiota. Rose não era do tipo de garota que deixava um cara ficar tão perto assim e mexendo na sua roupa, mas também não conseguiu fazer nada para impedi-lo. Os dedos dele roçavam em sua pele, e ela esperava que ele não percebesse que estava arrepiando-se.

Quero dizer, o único homem que deveria ter abotoado a sua blusa deveria ter sido seu pai, quando ela era criança e aqui, a situação era completamente diferente.

Rose pensava em tudo isso e torcia para não parecer enrubescida. Entretanto Scorpius não parecia prestar muita atenção nela ou em qualquer reação do seu corpo. Estava mais interessado em cumprir sua tarefa.

Pronto. – ele disse, dando um meio sorriso – Assim está bem melhor, não acha?

Aham. – infelizmente parecia que a capacidade de se comunicar da Weasley não tinha voltado.

Vou te levar até o Salão da Grifinória.

O quê? Ela não precisava de babá, não mesmo.

Não precisa. – ela disse, meio impaciente, quero dizer, ia ficar por isso mesmo? – Eu estou bem.

Eu insisto. – e puxou-a pelo braço até descerem algumas escadas – Vai que tem mais algum tarado por aí procurando por mocinhas indefesas.

Eu não acho que me encaixo nesse quesito. – ela falou quando ele soltou seu braço.

Com certeza não. Uma donzela indefesa não bate em três jogadores de quadribol e praticamente incapacita-os de ter filhos no futuro.

Ela teve que rir. E Scorpius acompanhou-a. Rose Weasley não sabia o que esperava do Malfoy, afinal ele estava mesmo pagando uma espécie de "dívida". Ele apenas estava-a protegendo. Seria o cúmulo esperar uma troca de juras de amor, ou fidelidade pelo resto da vida, sendo que Rose não sabia nem a cor preferida dele.

Então eles mantiveram a conversa normalmente sem nenhuma menção aos acontecimentos anteriores. Assim que chegaram ao quadro da Mulher Gorda, Scorpius fez uma mesura desajeitada, com um sorriso farsante e disse:

Entregue Srta. Weasley.

Você está levando esse negócio de príncipe muito a sério não é?

Só por essa noite. – ele ainda sorria – E como perfeito cavalheiro que sou, deixo-a aqui com o coração partido.

Agradeço sua boa vontade senhor – ela respondeu entrando na brincadeira – E despeço-me de ti, com lágrimas nos olhos, não literalmente é claro.

Os dois quase morreram de rir depois do que a Weasley disse. Não literalmente, óbvio.

Scorpius pegou a mão de Rose e beijou-a.

Boa-noite Rose – disse voltando a agir normalmente.

Boa-noite Malfoy. Não se meta em nenhuma encrenca por aí não tá?

Tudo bem. A gente se vê.

Rose ficou olhando ele ir embora e levou um susto quando a Mulher Gorda se pronunciou:

Não seria esse o momento nas histórias em que o príncipe beija a princesa apaixonadamente?

Rose não respondeu. Achava que o príncipe deveria se apaixonar pela princesa primeiro."

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N/A: Bom, gente aí está o primeiro capítulo. Espero que vocês tenham gostado. Ah, quase esqueci. Essa é uma short-fic com três capítulos.

Feliz Aniversário Winnie! Você merece... E que você achou da fic?