COMENTS:

O 1º capítulo é especialmente dedicado à minha querida consultora, que mesmo com toda sua ocupação de final de ano dedicou à minha fic um tempo valioso e me deu o empurrão que faltava para colocá-la no ar. Obrigada!

Batalha Interior

Capítulo 1

O dia havia amanhecido chuvoso no plateau. Na verdade chovia torrencialmente e as nuvens davam mostra de que não tão cedo sairiam dali.

Marguerite havia acordado de maneira diferente aquela manhã. Todos na casa haviam notado a mudança: nada de mau-humor matinal ou sequer comentários ácidos, ela estava estranhamente diferente. Ao sair de seu quarto para tomar o desjejum, cumprimentou a todos com um "bom dia", o que era realmente incomum de acontecer, mas foi um cumprimento tão apático que não passou despercebido por ninguém. Tudo que lhe fora perguntado foi respondido, não com a ironia rotineira, mas da forma mais objetiva possível. Não se irritou com o atraso do café, nem mesmo em ter que lavar a louça. Após o término de suas tarefas foi para seu quarto.

Assim que ela saiu da cozinha começaram os comentários. Verônica foi a primeira a se pronunciar:

"Vocês entenderam?!" - disse ela espantada -. "Em todo esse tempo que estamos morando juntos eu nunca vi Marguerite fazer uma tarefa, por menor que fosse, sem reclamar!"

"Ela nem reclamou da espera pelo café!" - exclamou Malone – "Chega a ser apavorante, como o silêncio ensurdecedor antes da tempestade!" - brincou.

"Realmente ela está estranha hoje, mas não há motivo para nos preocuparmos, pois, logo, logo ela volta ao normal!" – disse Challenger.

"Normal me soa horrível!" – Malone falou rindo.

"Ela deve estar com aqueles probleminhas femininos, logo passa e ela volta a ser a flor que sempre nos encantou!" – disse Roxton, e todos riram.

"Mas falar sobre as mudanças de Marguerite não é a prioridade do dia..." – Challenger mudou de assunto – "... e como nossos planos sobre as tarefas de hoje foram temporariamente cancelados devido à chuva, eu quero pedir ajuda de vocês dois..." – ele apontava para Roxton e Malone –"...para me ajudarem com uma pequena mudança em meu laboratório!"

"Tudo bem Challenger, não há nada mais para fazermos!" – disse Malone.

"Mas algo me diz que a mudança de pequena não tem nada!" – desabafou Roxton.

Eles se dirigiram ao laboratório. Chegando lá Challenger começou a explicar:

"Eu preciso mudar esta bancada para mais longe da janela, pois a luz solar está interferindo em algumas reações e isso pode se tornar perigoso!"

"Não seria mais fácil fechar a janela com algo?" – questionou Malone.

"Não, pois eu preciso da luz do sol para outras experiências, eu já pensei muito sobre o assunto e o remanejamento da bancada resolve o problema!"

"Ah, Malone!" – exclamou Roxton – "Deixa de preguiça e vamos acabar logo com isso!" – Roxton falou já tentando mover a bancada sozinho para o local que Challenger havia indicado.

"Não é preguiça!" – retrucou, enquanto segurava na outra ponta da bancada – "Eu só estava tentando dar uma sugestão!" – falou tentando se justificar, mas a verdade é que ele estava com preguiça mesmo.

Roxton e Malone haviam literalmente suado a camisa para colocar a bancada onde Challenger queria, mas quando pensavam que o trabalho havia acabado Challenger chegou com mais alguns "trabalhinhos" braçais para que os dois executassem.

Ao entrar em seus aposentos Marguerite havia mudado drasticamente sua expressão facial. Quando estava na cozinha não apresentava uma cara muito boa, não de mau-humor, mas de indiferença, entretanto ao retornar ao seu quarto, sua face revelou toda a angústia que estava sentindo. Sentou-se na cama e ficou olhando pela janela, não estava olhando para nada em especial, apenas olhando a chuva e pensando, ela nem ao menos piscava. Quando retornou de seus pensamentos deitou lentamente na cama e do mesmo modo que deitou foi deixando seus sentimentos virem à tona. Ela agora chorava como em poucos momentos de sua vida.

CONTINUA...

Por favor, mandem review, quero saber o que acharam!