Axis Powers Hetalia e seus personagens não me pertencem. Nada nessa fanfic me pertence, a não ser o Casey.

Fanfic AsaKiku (Arthur x Kiku/England x Japan) – com insinuação de outros casais.

UA (Universo Alternativo). Contém yaoi, ou seja, relacionamento entre dois homens – se não gosta, não leia.

Avisando: capítulo não revisado, espero que não tenha muitos erros.

A quem prosseguir... Boa leitura!

Insanidade sf. Qualidade de insano; demência, loucura; insensatez; delírio; psicose. Um aluno punk e um professor de Física... o que poderia sair disso? (England x Japan)

Insanidade

Primavera, início de Abril, as cerejeiras em flor. As pétalas esvoaçavam lentamente, em um bailar suave, pousando delicadas contra o chão do pátio. Os alunos tomavam o local, buscando tomar conhecimento das suas salas naquele ano letivo que se iniciava.

Arthur Kirkland era um deles - primeiro ano, sala 1-A. Britânico, nascido em Londres, era o típico rapaz para quem todos abriam caminho, devido a sua nova postura - assumida no ano anterior. De nerd amante de livros e isolado da sociedade a punk amante de rock isolado da sociedade. O loiro de olhos verdes não gostava muito dos colegas – eram todos idiotas e não respeitava as normas da escola (não mais) – estando sempre só. Usava o uniforme com os primeiros botões da blusa social abertos, nunca colocava gravata e, em vez do terno do colégio, preferia uma jaqueta de couro por cima do colete.

Afastando-se do resto das pessoas, buscava um lugar calmo para faltar à cerimônia de abertura – era apenas perda de tempo. Bagunçou os fios loiros, desalinhando-os ainda mais, ficando a pensar se a porta para o telhado do colégio já estava aberta. Foi quando teve as reflexões interrompidas por uma folha de papel que grudara direto em sua face. O inglês pegou o papel e rosnou para o nada, fazendo menção de rasgá-lo.

- Não, por favor!

Uma voz exclamou, fazendo-o parar no mesmo lugar e voltar-se para a direção. Viu um garoto de óculos correndo, carregando uma pasta e usando um terno bem alinhado. Quando o menor parou perto de si que pode reparar bem em sua aparência: olhos castanhos escuros e cabelos pretos, típicos de orientais, e as bochechas avermelhadas – provavelmente pela corrida. Após respirar fundo, prosseguiu:

- Desculpe-me por isto, mas é que o papel voou da minha mão quando o retirei da minha pasta...

O asiático passou as pontas dos dedos na franja, estendendo a mão em seguida para receber a folha, pedido que logo foi atendido pelo outro.

- Obrigado, uh...

Arthur maneou a cabeça em resposta, apenas mostrando que não era nada, colocando as mãos nos bolsos. Sem disfarçar, ficou observando o menor que agia nervosamente, abrindo a pasta para guardar a folha em questão, mas acabando por derrubar tudo no chão. Provavelmente era um aluno novato, pensou o britânico. Resolvendo que o moreno estava deslocado demais, agachou após ele, juntando alguns itens que caíram próximo de si.

- Desculpe novamente. – pediu de cabeça baixa, tentando juntar tudo o mais rápido possível.

- Tudo bem. – respondeu com certo descaso, fazendo o menor corar pelo constrangimento.

Restando apenas o estojo, ambos se apressaram para pegá-lo, acontecendo das mãos se encontrarem. Como se tivesse levado um choque, o oriental afastou a própria, recolhendo-a junto ao corpo, pousando as pontas dos dedos sobre o local quente. Já ia pedir novamente desculpas quando Arthur estendeu o objeto para ele.

- Aqui.

- Obrigado pela ajuda... Er... – piscou os olhos, desnorteado, sem saber como chamá-lo.

- Arthur.

- Ah... Obrigado, Arthur! – levantou-se com um sorriso após guardar tudo, estendendo uma das mãos. – Me chamo Kiku, é um prazer conhecê-lo.

- Hn.

Olhou para a mão estendida, mas acabou cumprimentando-o devidamente, pensando que não faria mal ser um pouco simpático com um novato. Logo ele esqueceria, caso contrário, poderia falar que ele estava inventando, se resolvesse espalhar... Ninguém contrariava Arthur. Após um breve aperto de mãos, Kiku consultou o relógio que tinha no pulso para verificar o horário.

- Logo vai começar a cerimônia de abertura... É melhor irmos.

Gota. Provavelmente era um daqueles alunos certinhos. Sorriu para disfarçar.

- Ah, logo eu vou. Pode ir na frente.

- Tudo bem... Nos vemos lá, então – retribuiu o sorriso simpaticamente. – Até lá, Arthur-kun.

Com um aceno, despediu-se do britânico, indo em direção ao auditório. Arthur, entediado só de imaginar aquele lugar, deu meia volta e se dirigiu até o telhado sem ser importunado, aproveitando os corredores vazios do prédio.

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Merda. Acabou dormindo demais. Apesar de ser delinquente, chegar atrasado no primeiro dia, na primeira aula depois da cerimônia de abertura era demais; por isso descia correndo as escadas, só parando ao alcançar a porta dos fundos da sala 1-A. Tomando o ar perdido, agachou-se e abriu a porta discretamente, tentando entrar da maneira mais silenciosa possível, visto que o professor já devia estar na sala. Não demorou muito e reparou que não precisava: a sala estava um completo caos – bolinhas voando, conversa alta, pessoas ouvindo música, dormindo... fazendo qualquer coisa que não fosse prestar atenção no professor. Ergueu-se e se encaminhou para um lugar próximo a janela, pensando em ou continuar a dormir ou ouvir música.

Já acomodado, colocou os pés sobre a mesa, certo de que o responsável pela sala não vira por estar de costas, escrevendo no quadro. Observando melhor, parecia familiar... Foi então que lera no quadro: Kiku Honda – Física. Incrível, era o mesmo nome do garoto de mais cedo... Ou melhor, era o próprio. Teve confirmação visual quando ele se virou, quase caindo da cadeira, tendo de se segurar na mesa para isso não acontecer.

- Não pense que não te vi entrando escondido... – abriu um meio sorriso, divertindo-se com a expressão do rapaz. – Vou deixar passar desta vez, mas apenas porque ainda não fiz chamada. Tente não repetir o atraso, certo?

Embasbacado por ter sido visto entrando – sem fazer ideia de como – e pelo aviso, a única coisa que o britânico conseguiu fazer foi assentir, endireitando a postura contra o encosto da cadeira enquanto via o oriental voltar a frente da classe, atraindo atenção dos alunos...

- Bom dia, me chamo Kiku Honda. Serei o professor de Física, vou passar o cronograma da matéria do primeiro trimestre (...)

...Momentaneamente. Assim que se voltou para o quadro, na intenção de escrever o que falara, uma bolinha de papel voou e acertou-lhe a cabeça. Quando ia se virar para trás para tentar achar o autor do disparo, alguém gritou "guerra" e repetiu-se a velha história conhecida das salas de aula. Voava bolinhas, aviões e até barcos de papel pelo ar. Kiku elevou as mãos, tentando acalmar os alunos, mas a voz tipicamente baixa e serena do japonês não ajudava na competição com os gritos e risadas dos mais novos. Arthur, quieto em seu canto, apenas observava a bagunça, achando um pouco fofo o jeito do professor.

...Mas aquela gritaria estava dando-lhe nos nervos. Com uma veia saltando na testa, levantou-se de uma vez, apoiando as mãos com força na carteira e derrubando a cadeira no chão – o que atraiu os diversos olhares. Kiku aproveitou o silêncio – mesmo que o clima estivesse pesado – para falar:

- Por favor, acalmem-se todos! Sentem-se devidamente em seus lugares.

No final, pelo clima de diversão ter sido perdido, todos obedeceram, sentando-se calmamente.

...Mas ninguém disse que alguém prestou atenção na aula.

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- Arthur-kun! Espere!

Já era fim de tarde e, pela segunda vez no dia, Kiku corria em direção ao britânico. Parando ao lado dele, o pátio já vazio por todos se dispersarem rapidamente ao final do horário escolar, iniciou uma conversa

- Desculpe te chamar assim. Queria te agradecer por ter conseguido fazer a sala ficar quieta... Apesar de não aprovar que derrube cadeiras para isso.

- Não foi por sua causa – disse seriamente, quase que emburrado, fechando a expressão. – Estava ficando com dor de cabeça.

- Certo... – o nipônico concordou, embora mantivesse um sorriso leve nos lábios mediante a expressão do mais novo. – Vou tentar controlar melhor a sala. Bom descanso e até amanhã.

Fazendo uma reverência de despedida, Kiku tomou o caminho da estação de metrô, despreocupado. Tirando a turma 1-A, conseguira dar aula perfeitamente em todas as salas, então estava até satisfeito com seu resultado do primeiro dia. Não adiantou nada ficar tão nervoso antes da cerimônia de abertura, iria gostar de trabalhar naquela escola.

Se de início andava calmamente, começava a ficar apreensivo por sentir uma presença constante de alguém atrás de si, como se estivesse sendo seguido – era aquela sensação incômoda de estar sendo observado – apertando instintivamente o passo, principalmente por estar escurecendo e no momento passar por uma rua sem movimento. Quando sentiu uma mão pousando em seu ombro, sentiu um arrepio e, por reflexo, virou a pasta no rosto do bandido.

...Só então descobriu que não era um bandido. Soltando uma exclamação, largou a pasta no chão, meio desesperado.

- A-arthur-kun! Desculpe-me! Ah, céus, eu te acertei?! Deixe-me ver...

Com cuidado, tocou a face do maior, olhando por cima das lentes dos óculos o local avermelhado, morrendo de preocupação por ter batido em alguém inocente e, ainda por cima, seu aluno. Arthur apenas o fitava com uma expressão vazia, ainda caindo em si de que havia apanhado de alguém menor e mais fraco que si. Só quando acordou que afastou as mãos do nipônico, corando.

- Argh, solte, não foi nada! Estou bem, estou bem!

Exclamou com certa agressividade, odiava quando ficavam fitando-o daquele modo – podia se cuidar sozinho!

- Ah... certo – abaixou ligeiramente a cabeça, recolhendo o que deixara cair. – O que está fazendo aqui, Arthur-kun? É perigoso...

"Eu não acredito que estou ouvindo isso" – pensou, franzindo o cenho, logo respondendo. – Eu que devia te perguntar isso, professor.

- Ah! Estava indo até a estação de metrô. Você também? – sorriu gentilmente, inclinando a face para o lado.

Arthur estava entre duas reações: ou bater no menor por tal inocência – ou seria simples descaso? – e falar que estava procurando briga ou... Só falar o que faria depois de bater em algumas pessoas. Melhor ficar com a segunda opção.

- Sim. Minha casa fica a algumas estações daqui.

- Então podemos ir juntos, se não sentir vergonha de andar com alguém mais velho. – coçou a nuca, rindo descontraidamente, mas sem graça.

Arthur permaneceu em silêncio, colocando as mãos nos bolsos da calça do uniforme, começando a caminhar, pensando que Kiku não se enxergava. Qualquer um que visse acharia que ele era mais novo que Arthur ou, no mínimo, da mesma idade. Afinal, além de baixinho, o japonês chegava a ser algo como... fofo. Kiku respeitou o inglês, andando sem falar mais nada, um pouco aliviado pela companhia – como o loiro falara aquela área não era das mais seguras, embora fosse o menor caminho até a estação. E não podia deixar de perceber que Arthur parecia mais com um daqueles delinquentes pelo jeito e aparência – não querendo julgá-lo antecipadamente, mas por ele estar por ali... era a conclusão óbvia – mas certamente não tinha intenções de arranjar confusão com o professor por perto, por mais que não estivessem na escola.

Já no metrô, um ficou ao lado do outro, aguardando a chegada da estação que desceriam. Arthur fora o primeiro e, por educação apenas, resolveu avisar.

- Fico aqui.

- Ah, tudo bem... A minha é a próxima. Obrigado pela companhia, Arthur. – sorriu, acenando para o mais novo discretamente. – Até amanhã.

O britânico assentiu, tomando o rumo de casa.

Era o final do seu primeiro dia como colegial.

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Está aí o primeiro capítulo. Admito que achei ele um pouco parado, mas é só o início! :3 Tem muita coisa pela frente. Espero que continuem acompanhando, desde já agradecendo a quem leu.

Elogios, criticas e comentários são bem vindos!

Beijos, até a próxima ~