I
Dúvida e Paixão
N/A: Bom, tá péssima. Mas não foi por falta de esforço e sim por falta de experiência. Tá aí a primeira fic que eu escrevi. Espero que vocês gostem e deixem reviews né?
Não acredito que voltei aqui. Acho que não vou agüentar mais. Cada vez que volto aqui lembro de um momento só nosso. Quando ela deslizou as mãos pelo meu cabelo e confessou o seu sentimento. Tão bom saber que ela sente o mesmo. Mas ainda sim é estranho viver tudo isso. Eu nunca me senti assim, desejando tanto alguém. E agora eu a quero a todo instante.
As paredes voltaram a me encarar... Eu não entendo... Ela diz que gosta de mim, mas não se decide. Ela diz que me quer, e diz que não pode largar o Rony. Meu próprio irmão. Eu não entendo. Eu não sei se estou traindo ele ou ela quem está me traindo.
E eu nem devia pensar nisso. Devia pensar na guerra que se desenrola fora de Hogwarts. No perigo que todos correm. E não... Nela. Tudo está confuso. E eu apaixonada. Por outra garota.
Eu tive que procurar ela. Achei ela nos braços de um garoto tão ruivo quanto eu. Ele abanou sorrindo. Ela ao me ver, sorriu, muito tímida e sem jeito. Me dirigi para perto deles.
-Eu preciso falar com você.- disse, olhando nos olhos dela. Ela pediu licença para o meu irmão e me seguiu. Saímos da sala comunal e voltamos à sala de aula vazia em que tudo começara.
-Por que nós voltamos aqui?
-É o melhor lugar pra falar disso.
-Isso... Bem, foi divertido, diferente... Mas não é um sentimento de verdade, você sabe, não é?
-O que eu sei é que você disse que me queria, que gostava de mim.
-E gosto muito. Como amiga. Isso basta para nós duas.
-Não pra mim.
-Gina, você está me dizendo que realmente achou que eu sou lésbica?
-... O que eu disse é que você falou que gostava de mim...
-Gina, é bom para duas boas amigas se conhecerem trocarem carinhos mais íntimos.
-Você disse que me AMAVA.
-Gina, você entendeu mal.
-Eu entendi que você não vai largar o Rony para ter algo que você quer de verdade. EU!
-Eu amo o Rony, certo? Você é uma amiga muito especial. E eu te adoro muito.
-Por que só "ADORO"? Por que não fala que me ama?
-Porque amigas não mentem para amigas.
-Então deixe de ser minha amiga. EU quero mais que isso.
Eu não entendia mais nada. Ela me iludira. Estava com raiva. Lágrimas rolavam no meu rosto. Foi um impulso. Beijei ela com força e determinação. Ela ficou surpresa como meu ato e me empurrou para trás, com nojo.
-Gina, eu já disse... Não quero largar o que está tão bom na minha vida. Você sabe que eu e o Rony estamos...
-Felizes? Nem tanto, se é o que você quer saber. Você está perturbada porque nós estamos tendo alguma coisa. E não quer admitir. Eu sei que você quer também. Mas não ia suportar a vergonha, não é?
-Não é isso. Se eu realmente quisesse, EU NÃO TERIA VERGONHA!- essa última parte ela gritou, e nessa hora a porta se abriu.
-Weasley, já para a torre da Grifinória!
-Sim, professor Snape - eu respondi.
-Granger, você fica! - Eu fui embora e ela ficou ali dentro daquela sala de aula, sendo questionada.
Quando vi, estava perante a porta de saída para o jardim. Não entendi porque tinha descido até lá, mas saí. Era uma noite gostosa, primaveril. A brisa leve fazia meus cabelos voarem. Caminhei até o lago e sentei, de modo que pudesse ver o meu reflexo no lago.
i Por quê? /i Era tudo que eu pensava. Viajei na minha memória, deitei na grama e lembrei daquela primeira vez, quando a gente se revelou uma pra outra.
i Chovia muito e o clima na escola estava tenso. Eu entrei no Salão Principal para jantar sorrindo, a única eu presumo, exceto os sonserinos.Todos estavam nervosos em relação ao que acontecia no mundo bruxo lá fora. Voldemort voltara e, conseqüentemente, havia lutas por toda a parte. Muitos professores não estavam na escola, ou porque estavam defendendo o Bem, ou porque estavam presenciando o enterro de familiares e amigos.
Caminhei até a mesa da Grifinória, e me sentei ao lado da Mione. Ela estava quieta, pensativa. Quando me viu, virou-se para mim nervosa.
-Gina, eu não sei se sou a melhor pessoa para te falar isso, mas como o Rony e o Harry já saíram, tem que ser eu mesmo. E eu prometo que não vou enrolar. Gina, seu pai...
-Não!- eu gritei de súbito e todos me olharam. Lágrimas surgiram nos meus olhos.
-Calma Gina. Ele não morreu. Mas eu temo que possam acontecer coisas piores. Você-Sabe-Quem o capturou. Ele está na teia da aranha. Então Gina, você tem que...
Eu continuei a soluçar. Levantei e saí correndo. A Mione veio atrás de mim. Eu já sabia que eu sentia alguma coisa por ela, então não fiz objeção de ter ela no meu encalço. Caminhei pela escola, até encontrar a porta que eu queria.
Eu entrei, fechando a porta por trás de mim. Sentei-me no chão e, alguns minutos depois, ouvi um "Alorromora" do outro lado da porta. Quando vi, ela estava ao meu lado.
-Gina. Você não pode ficar assim. Seu pai vai ser resgatado e tudo vai ficar bem.-ela tocou meu ombro com carinho, como uma grande amiga. Fechei os olhos, e me encontrei naquela mesma sala. Era o famoso Harry Potter que me acariciava. Início do meu quinto ano. Ele foi tirando a minha blusa, quando eu pedi que ele parasse. Mas ele continuou, contra a minha vontade. Potter...
-Gina, tá tudo bem?
-Ãh? Ah sim, Mione, eu estou bem, acho.
-Eu vou entender se você não quiser falar. Mas é que eu gosto muito de ti.-eu levantei o rosto, e encarei aqueles olhos sinceros.
-Gosta mesmo? Assim, de verdade?
-Muito. Eu quero estar ao teu lado sempre, porque você é muito importante, muito mesmo, pra mim.
-Eu não esperava isso de alguém como você.
-Eu sempre gostei de você. E sempre vou gostar. SEMPRE!
Eu não sabia o que fazer. Olhei o rosto dela, sorridente. Cheguei mais perto e fechei meus olhos. Senti a respiração dela, e a beijei. Foi um beijo rápido, mas que pra mim, foi o melhor da minha vida. Ela parecia surpresa...
-Gina...
-Mione, você também me ama?- eu queria saber antes de continuar. E se ela quisera ter dito outra coisa? E se eu tivesse entendido mal? Eu tinha que perguntar.
-Gina... – ela parou por um instante e exibiu seu belo sorriso, embora tímida.
Eu voltei a beija-la, e tive vontade de me entregar a ela. Mas ela estava receosa. Nos beijamos mais algumas vezes, quando ela apenas sussurrava meu nome. Acariciou o meu rosto, e sorrindo, levantou e saiu da sala, sempre sorrindo.
Eu voltava a estar só naquela sala, e as lágrimas voltaram a minha face. Gina Weasley... Apaixonada por uma garota. A namorada do seu irmão. Eu não esperaria isso de mim, na situação em que meu pai estava... Mas ali estava eu esperando, ansiosa, os beijos de Hermione... /i
O sol bateu no meu rosto e eu acordei, um tanto suada. Olhei ao redor e percebi que tinha dormido ali mesmo, na margem do lago. Olhei meu reflexo mais uma vez, como se não pudesse acreditar no que ocorria ao meu redor. i A Mione vai contar pro Rony e pra todo mundo. E agora que o Snape também sabe... Eu não vou agüentar... /i Era só o que eu pensava, que toda a escola ia saber que eu gostava de outras garotas, e em questão de horas, eu seria jogada a um canto e me deixariam apodrecer.
-Gina?
-Ãhn?
-Gina, seu irmão está preocupado. Por que não nos deu a honra de sua presença esta manhã? E pelo que vejo, também não dormiu no dormitório.
-Como se isso fosse da sua conta, seu porco chauvinista.
-O quê?
-Você sabe Potter, que eu te desprezo. E ser amigo do Rony não muda isso, escutou?
-E o que eu fiz? Terminei com você há um ano, mais ou menos?
-Pra começo, eu que terminei com você. E por um motivo que eu julgo forte.
-Forte?
-Harry Potter, o famoso Potter. Quem imaginaria que o menino que sobreviveu seria capaz de abusar de uma garota?
-Nós éramos namorados. E eu não abusei de você.
-Potter, você é o culpado. Eu tenho nojo de você. –sem me dar conta, cuspi nele, e saí correndo.
Decidi voltar para o castelo, e quem sabe, voltar lá. Atravessei o hall e subi as escadas sem pressa. Potter não havia me seguido, o que me deixou mais calma. Sem medo subi até a sala de aula vazia que eu me encontrara tantas vezes com meus pensamentos e com a minha dor. Encarei a porta de madeira e pensei no que eu deveria fazer. Entrar e me deparar novamente com o sofrimento ou ir até o salão comunal da Grifinória e tentar falar com a Mione sobre ontem à noite?
Quando vi, me fazia essa pergunta dentro da sala. Sentei no chão, sob uma nesga de sol que entrava pela janela semi-aberta. Já estava no meio da manhã e eu ainda não decidira o que fazer. Eu não podia fugir dos problemas pra sempre. Mas encarar a minha família e Hogwarts inteira não seria fácil. Novamente me senti invadida pelas memórias do que eu vivera naquela sala.
i -Harry, está muito escuro.
-Não se preocupe meu doce, não tenha medo.
-O que você está fazendo? Está me machucando.
-Gina, relaxe. Fique quietinha agora.
-Harry, pare, por favor. Está frio.
-Calma Gina. Você não vai passar frio.
-Harry, realmente está frio. Você não entende que eu não sou tão forte como você?
-Gina, cale a boca. Você não vai sentir falta das suas roupas agora.
-Harry, pára. Por favor, você está apertando meu braço.-eu começava a chorar.
-Gina, deixa de ser idiota.-e ele realmente apertou meus braços, agora nus, com força.-Você parece uma boboca.
-Me solta, eu quero ir embora.-eu tentei me desvencilhar, mas ele deu um tapa na minha cara.-Harry... /i
Voltei a mim. O que seguia não valia a pena lembrar. Podia doer demais. Mais do que quando aconteceu até. Ouvi o sinal tocando e resolvi almoçar, afinal eu não jantara ontem, nem tomara o café da manhã hoje.
