TARDE DE NOVEMBRO
Arashi Kaminari

O mundo se desfez aos meus olhos e com ele, toda a sanidade que me deixava de pé.

Começou com a minha descoberta e piorou com o nosso envolvimento.

Tudo bem até a sua queda na minha sala e de mal à pior com as palavras de um fim trágico.

Dentro da minha mente só consigo ver o mesmo corredor impecavelmente branco e a luz vermelha acesa.

Sinto que tudo o que aprendi nos últimos meses não vai me servir de nada.

Estou sozinho, não novamente. Sozinho pela primeira vez e isso me soa de forma apavorante.

Minha força se esvaiu e minha alma pede arrego, enquanto meu corpo clama pela cova.

Se eu deitasse para a eternidade agora, eu estaria extremamente satisfeito.

Porque nem estar aonde eu queria, estou mais.

Perdi-me ao longo da rua do meu hotel. E não perdi meu tempo para me achar de novo.

E todo aquele descaso e apego ao dinheiro se foram.

Pois com a sua ida eu percebi que ele não era o suficiente para te manter aqui.

Meu coração impenetrável está ferido de morte.

E minha máscara de cinismo já se quebrou faz tempo.

A dor que atravessa meu peito e sufoca meu coração sem remorso é bem vinda.

Não tenho mais um motivo para acordar pela manhã e isso me deixa vazio...

As lágrimas derramadas já não me dizem mais nada.

E os pêsames eu deixo para você, porque eles são pesados demais para eu carregar.

Ah! Como eu queria que você estivesse aqui.

E como eu queria ser forte como você.

Às vezes eu gostaria que fosse um filme e não a nossa vida.

Despeço-me e peço desculpas pela minha futura falta.

Mas eu não estou pronto ainda para não te ter mais na minha vida.

Deixo um copo-de-leite sobre seu túmulo e espero nunca mais ter que pronunciar essa palavra.

Volto quando eu me refazer...

Se é que conseguirei me refazer.

Você sempre será o único da minha vida.

Meu eterno amor.

19 de novembro de 2006.

Nota da autora:

Será que devo fazer uma fanfic explicando o porquê de toda a dor de Treize?