Título:Três lados
Autor: Poly
Beta: Marina, bat-nome MLSP
Categoria: 6 temporada, B&B
Advertências: Spoilers apenas para o que já aconteceu na 6 temporada.
Classificação: K+
Capítulos: 1/?
Completa: [ ] Sim [X] Não
Resumo: Hannah descobre algo que Booth não havia lhe contado sobre seu relacionamento com Brennan. E a jornalista que existe dentro dela resolve investigar.
N/a: Ok, pessoas, isso é algo para distraí-los durante o pequeno hiatus. Nasceu de um pensamento à toa que tive – o que aconteceria se a Hannah descobrisse sobre a 'ajuda' que Booth ofereceu a Brennan quando ela expressou o desejo de ter um filho? E eis que surgiu a história. Minha previsão era escrever 3 capítulos, mas ela cresceu e acredito que serão 5 no total.
Adoro ouvir a opinião de vocês. ^_^
TRÊS LADOS
E quanto a mim, te quero, sim
Vem dizer que você não sabe
E quanto a mim, não é o fim
Nem há razão pra que um dia acabe
Skank – Três lados
Capítulo 1 – A descoberta
HANNAH
-Alô? Sim, é a casa dele. Não, ele não está. Trabalhando. – Hannah deixou de lado o livro que lia, para trocar o telefone de ouvido.
Então congelou o movimento com a mão.
-De onde está ligando?
-Da clínica de fertilização.
Hannah soltou uma risada curta.
-Tem certeza que ligou no número certo?
-Seeley Joseph Booth, 39 anos, solteiro, residente à Rua Malcom... – recitou a mulher, como se lesse de uma ficha.
-Sim, é isso mesmo. – disse Hannah, se sentando novamente – Do que se trata exatamente?
-Temos aqui uma amostra de sêmen que vai completar dois anos de armazenamento em alguns meses. Precisamos da posição, tanto dele, como da... – ela parou, provavelmente procurando a linha certa na ficha – Temperance Brennan.
Por muito pouco o telefone não caiu no chão.
-Senhora? Ainda está aí? Está me ouvindo?
-Sim, eu... é só... Brennan, você falou?
-Isso mesmo. Tentamos contatá-la mais cedo sem sucesso, mas uma vez que temos que contatar as duas partes...
-Tudo bem, avisarei o Seeley assim que ele chegar.
-Faça isso, por favor. O contrato está para expirar e precisamos de uma posição. Se a amostra não for usada pela paciente, podemos enviá-la para nosso banco, mas precisamos ter a autorização dele.
Hannah desligou o telefone, e ficou encarando a parede, aturdida. Sério? Seeley deixando uma amostra de sêmen para a Dra. Brennan?
TEMPERANCE
-E você realmente acha que, se tivermos uma menina, ela vai usar outra coisa que não seja rosa? Essas lojas para bebês são deslumbrantes, Bren.
Brennan sorriu para Angela. As duas haviam acabado de voltar de uma loja de roupas de bebê, onde haviam passado depois de almoçar. Angela não parava de sorrir. Ela se sentou no sofá do escritório de Brennan, e continuou falando.
Brennan se sentou à escrivaninha, checando o correio eletrônico enquanto conversava com a amiga. Foi então que um email, da clínica de fertilização, lhe chamou a atenção.
-Brennan? Pode ao menos fingir que está prestando atenção em mim?
Ela fechou o email, mirando a amiga.
-Me desculpe, Ange. O que estava falando?
-O que aconteceu?
-Como?
-Querida, o que aconteceu? Eu vi sua expressão apenas alguns segundos atrás! – disse Angela, se pondo de pé. – O que você viu aí?
-Não é nada de mais.
Mas Angela já havia dado a volta na mesa, e antes que Brennan pudesse fechar a janela do email, ela viu o título do último lido.
-Por que a clínica de fertilização estaria mandando emails para você?
Brennan suspirou.
-Dois anos atrás, Booth fez a doação, mas eu não marquei o procedimento. Provavelmente o prazo do contrato está próximo de expirar e eles querem saber minha posição a respeito da doação.
Angela encarou a amiga por alguns segundos, tentando traduzir o que ela estaria sentindo com aquela notícia.
-Você se arrepende de não ter feito a inseminação? Pensa em fazer?
-Não me arrependo. Booth deixou bem claro que não queria, se não pudesse participar da vida da criança. E agora...
-Agora está tudo muito mais complicado, não está?
Brennan apenas concordou com um meneio.
-Ela não quer filhos.
-O quê?
-Perguntei a ela, Angela. A Hannah disse que não chegou a discutir o assunto com o Booth, mas não é desejo dela ter filhos.
-Você também dizia não querer, Brennan. E aqui está você.
Ela teve que concordar.
-O Booth queria ter mais filhos?
Brennan sorriu.
-Mais um no mínimo. Mas eu sei que o sonho dele é ter três, contando com o Parker.
SEELEY
-Agente Booth?
-O quê? Agente Adams, me desculpe, perdi a última frase.
-Onde você está com a cabeça, homem? Se concentre aqui, por favor. – disse o outro agente, apontando para a pilha de papéis à sua frente. – Me disseram que você poderia me dar uma mão com esse caso, que você é o melhor, mas não estou vendo se esforçar.
Booth não gostou do tom de voz do mais velho.
-Ouça, eu me distraí, estava com muita coisa na cabeça. Me desculpe. Retome, prometo que você tem minha total atenção.
Booth ouviu o outro agente retomar a listagem de provas que haviam encontrado, e o porquê de elas juntas não favorecerem a resolução do caso. Foi só meia hora depois, quando finalmente se livrou de Adams, mas com a desagradável promessa de ter que retomar o trabalho no dia seguinte, que conseguiu voltar a pensar no que o distraíra mais cedo.
Andy.
O bebê Andy.
Que já não era mais um bebê.
Ele não sabia por que o assunto havia ficado preso em sua mente. No dia anterior, enquanto ele e Brennan aguardavam em uma sala de espera, para falar com um juiz que iria liberar um pedido para o caso que estavam trabalhando, Brennan se sentara com o laptop no colo para checar os emails. E foi então que murmurou, espantada, que aquele dia era aniversário de Andy.
Ela virou o laptop na direção de Booth. Ela e Carol, a mãe adotiva de Andy, haviam mantido contato e, vez outra ainda trocavam algum email. Naquele dia, ela enviara algumas fotos do menino, que estava completando quatro anos.
-Ele está enorme, Bones. – disse Booth, espantado.
Ela concordou, e continuou a mirar as fotos enquanto rolava a página. Havia várias dele sorrindo, comendo bolo, fazendo graça para a câmera.
E Booth viu, nos olhos dela, a alegria, mas também algo mais.
Arrependimento? Aceitação?
Desde então Booth não conseguira tirar a cena da cabeça. Brennan ainda queria um filho. Ela queria uma família.
Mas não, não era possível, pensou ele, balançando a cabeça para afastar as imagens de Brennan com uma criança – uma menina de olhos castanhos. Se ela queria uma família, teria que encontrar alguém com quem estivesse disposta a começá-la. Por que, obviamente, ela o havia dispensado.
Booth suspirou, pegando o terno no encosto da cadeira e se preparando para voltar para casa para almoçar. Tinha que tirar Brennan da cabeça, era para Hannah que ele iria voltar agora.
