Summary: Não se tratava apenas de uma insanidade comum. O que ele possuía era loucura. Uma loucura enigmática.

Essa fic contém cenas de violência e sangue, portanto, está rateada como T, talvez, posteriormente, como M.

Fanfic Betada por Ms. Cookie.

Centrada no personagem Beyond Birthday da história BB Case, mas em um universo alternativo.

Aconselho que leiam minha fic Esfinge para mais detalhes.

Presente para Nanase Kei.


Loucura Enigmática

Prólogo

O sangue escorria lentamente pela lâmina da faca que ele segurava. Os olhos, brilhando de forma macabra, encaravam aquele corpo à sua frente. Os últimos vestígios da sanidade que um dia possuíra se perdiam lentamente junto a cada gota de sangue que alcançava o chão.

O morto não era ninguém especial, mas ele o conhecia. Um breve suspiro escapou de seus lábios no momento em que virou-se para sair dali. Teve ainda tempo de encarar aquele velho galpão onde não mais voltaria. As latas de gasolina devidamente colocadas em todo o lugar eram a maior prova disso.

Limpando a faca cuidadosamente com um pano, teve a audácia de encarar os olhos do morto para dar de cara com o medo. Lembrava-se ainda das súplicas quase palpáveis para que não o matasse. Mas ele morreria logo, então, não fazia diferença. Preferia que fosse por suas mãos.

Riscando o único fósforo contido naquela pequena caixa, que até então estava no bolso dos jeans surrados, deixou que o mesmo atingisse um caminho feito pelo líquido inflamável. Os olhos vermelhos refletiram as chamas da explosão, no momento em que parou para observá-las, já num local seguro. Um sorriso quase doentio escapou de seus lábios, enquanto observava as chamas. As mesmas chamas que levaram embora sua sanidade.

Fechou os olhos por alguns instantes e notou que as paredes acolchoadas e brancas ainda lhe eram visíveis na mente. Fez um negativo com a cabeça e deu de ombros.

- Adeus, Leonard¹. – Ele murmurou, antes de deixar aquele galpão para trás.

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- Senhor? – A morena adentrou a sala, sem nem sequer bater.

- Sim? – Os olhos negros a encaravam através do vidro, enquanto a caneta dançava entre seus dedos.

- Parece que houve um incêndio em um galpão, na zona leste da cidade. Algumas crianças que costumam brincar por perto avistaram a fumaça e chamaram o corpo de bombeiros. – Ela fez uma breve pausa que não escapou aos olhos astutos de Soichiro Yagami. – Acontece que vestígios de um corpo foram encontrados junto ao local, e achamos que foi uma espécie de incêndio criminoso para acabar com as evidências. Não sobrou muita coisa do corpo, então estamos trabalhando com a parte óssea e a arcada dentária.

- Entendo. – Ele respondeu, erguendo o olhar para fitá-la. – Quem está trabalhando na perícia?

- A equipe de Aizawa está apressando as coisas, mas ainda não temos resultado. Como não temos a identificação da vítima, o processo se torna mais lento. – Permitiu-se dar um suspiro.

- E nas ruas, quem está cobrindo o caso? – O homem perguntou, mantendo sua habitual seriedade.

- Matsuda está investigando, pois não conseguimos contatar Light. Parece que está cuidando de um caso importante. – A jovem aproximou-se da mesa e colocou alguns papéis sobre a mesma. – São as informações que temos até agora.

- Tudo bem. – O diretor suspirou. – Está fazendo bem o seu trabalho, Takada. Creio que possamos manipular este caso, mas continue tentando contatar Light. A opinião dele pode ser de muita importância para nós.

- Sim, senhor. Farei o possível. – A mulher respondeu, antes de retirar-se dos aposentos do diretor.

Soichiro suspirou, passando os olhos rapidamente pela papelada. Seu sexto sentido dizia que havia algo muito errado nessa história e ele não costumava falhar. Encostou-se na cadeira e massageou as têmporas levemente. Aquela seria uma longa noite.

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Do outro lado do mundo, alguém parecia inquieto, enquanto remexia os doces.

- Algo errado, L? – O velho senhor perguntou, ao notar o sorvete intacto.

- Já faz um mês, Watari. – Os olhos negros refletiam o brilho da cereja que, agora, segurava com a ponta dos dedos delicadamente. Demorou-se alguns segundos encarando-a, antes de devorá-la por completo.

- Que a nova doçaria inaugurou? – Ele perguntou, apesar de saber do que realmente se tratava.

- Faz um mês que Beyond saiu do manicômio e nada anormal aconteceu. Nada. E se aconteceu, ele sempre tinha um álibi. Isso tudo é muito estranho.

- Talvez ele tenha mudado? – A pergunta soou em um tom apaziguador. Típico de alguém que tentava encerrar uma briga infantil entre irmãos. Típico de Watari.

- Não. Meu irmão jamais vai mudar. A probabilidade de isso acontecer é remota. Quase nula. Talvez seja de 3 por cento em uma escala bem generosa. – L suspirou, enquanto encarava as bolas de sorvete derreterem lentamente.

- Notícia ruim chega rápido, L. Se seu irmão, B.B., aprontar, você ficará sabendo. É o melhor detetive do mundo e sua rede de informações é impecável. – Watari respondeu. – Devo retirar o sorvete?

- Não. – L respondeu. – Ainda preciso de energias para analisar um caso. – Levou o polegar até a boca. – Watari?

- Sim? – O velho senhor voltou-se para ele.

- Obrigado. – Watari sorriu. Raramente L lhe agradecia por algo. Muito raramente.

- Por nada, senhor, por nada.

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- Imagine só que dia mais feliz! – Ele exclamou, gesticulando nervosamente e olhou fixamente na direção do outro, sentado à sua frente. – Oh, você não quer falar muito? – B sorriu, levando uma das mãos ao pote de geléia e, posteriormente, à boca. – Mas ficará feliz em saber que ele morrerá em breve! Ah, sim. Eu esperei tanto por esse dia! Só você sabe o quanto! Por incontáveis vezes, eu desejei poder ver isso com os meus próprios olhos, e sei que isso será possível! Não é extasiante? – O sorriso tornou-se esganiçado, doentio, e B.B lançou o pote de geléia contra o grande espelho, ao lado direito, estilhaçando-os e espalhando a geléia por todos os lados do quarto. – Será minha vingança suprema, mas eu ainda tenho que tratar de um pequeno inseto...- B.B. ergueu-se ao ouvir a campainha. – Até mais tarde! – Ele acenou.

- Você demorou a abrir a porta, Beyond. – A voz séria ecoou por todo o cômodo. – O que está aprontando desta vez?

- Nada, nada. Sou inocente. – Abanou as mãos para o alto. – Entre, por favor, e seja muito bem vindo... detetive Light.

No momento em que colocou os pés para dentro daquele aposento, a porta se fechou. Light nunca compreendeu a sensação macabra contida por trás daquele gesto; Light jamais compreendeu muitas coisas. Aquele foi seu primeiro passo em falso, o único que daria em toda sua vida. Seu primeiro erro. Light nunca mais erraria outra vez...

Continua...

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Faz menção a minha outra fic do B.B. – Esfinge – e aconselho que seja lida para entender-se essa introdução.

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N/A:

Depois de um milhão de anos tendo essa fic armazenada no pc, eu resolvi posta-la. Sinceramente, o fandom de DN está com uma decadência tão grave que eu resolvi que voltarei a escrever por aqui, nem que eu tenha que passar a escrever nos rodapés dos livros da escola.

Essa fic eu fiz com o intuito de dar prosseguimento à minha outra e, pra falar a verdade, eu gosto bastante dela. Eu resolvi presentear a Nana com ela porque, bem, porque deu vontade e eu só faço aquilo que me dá na telha.

Agradecimentos especiais à Ms. Cookie por betar!

Espero que você goste da fic porque o B.B vai ter uma boa dosagem de insanidade nela! Te amo, Nana!

Reviews e críticas sempre são bem vindos desde que sejam construtivos. Eu ainda preciso melhorar muito e, para isso, espero que possam apontar minhas falhas.