Sumário: E elas mancham meu rosto. Tão devagar que eu sinto que estou me confundindo com o sangue, com a escuridão e com Draco.

Harry Potter não me pertence. Se me pertencesse os casais seriam outros... Ah, seriam.

Fanfic betada por S. Crovax



Draco has blood in his hands



But I don't mind
As long as there's a bed beneath the stars that shine
I'll be fine, if you give me a minute
A man's got a limit
I can't get a life, if my heart's not in it

Oasis, "The Importance of Being Idle"



Ele entra no meu quarto como se fosse o sono, e eu tento não gritar. A janela que ele abriu traz o vento frio da madrugada, mas não é por isso que eu estremeço. Os olhos cinza dele possuem uma desgraça constante e suas mãos estão manchadas de sangue.

"O que aconteceu, Draco?"

Pergunto, minha voz firme para não assustá-lo ainda mais. Ele abre a boca para falar e a fecha rapidamente, olhando para os lados, tentando encontrar as palavras. Então ele corre para mim, seus passos estranhamente silenciosos – algo que deve ter aprendido com os Comensais da Morte – junto de sua capa negra e esvoaçante, e senta em minha cama, ao meu lado.

"Eu tive de matar pessoas, Pansy". Ele me sussurra, os dedos sujos brincando uns com os outros, e uma gota de sangue cai no meu chão (o sangue está fresco, e seu desespero também). "Não consegui gritar nenhuma maldição, então resolvi usar Sectumsempra". Draco encara o chão manchado, a gota se espalhando pela madeira, e continua: "Eu não sabia que havia tanto sangue num ser humano!"

Os olhos dele brilham e eu sei que ele está tentando engolir as lágrimas. Coloco minha mão sob seu ombro e murmuro que está tudo bem, que tudo vai ficar bem. Minhas mentiras são tão eficientes ou ele está tão abatido, que assente, fracamente. E é impossível que sejam os dois.

Draco vira seu corpo em minha direção, encarando meus olhos com um ar tão inocente que me faz querer abraçá-lo. E então suas mãos vermelhas tocam meu rosto com uma frieza incapaz de ser descrita e eu fecho meus olhos, sentindo arrepios.

"Você tem medo de mim, Pansy?" Ele me pergunta, com a mesma inocência de seus olhos contida em sua voz.

"Ora, é claro que não". Eu digo, e é verdade. Sinto e ouço-o sorrir – ele não o faz há tanto tempo que é possível ouvir os músculos se moverem – e sei que nada mais importa para ele, senão minha presença. Ele chama meu nome, suplicante, e eu lhe dou um sorriso puro, verdadeiro e seguro e entreabro os meus lábios. Draco precisa de mim e eu não lhe negarei nada.

Ele me beija com medo, mas logo recobra o autocontrole e me derruba na cama, ignorando se o quarto dos meus pais está perto ou se eu não quero ser possuída. Acho que ele aprendeu algumas coisas com seu Mestre.

As mãos dele continuam frias e sangrentas. E elas mancham meu rosto. Tão devagar que eu sinto que estou me confundindo com o sangue, com a escuridão e com Draco.


N/A.: Assim que eu vi a imagem, eu pensei nisso. Acho que o Draco seria o tipo de pessoa que correria para a Pansy assim que fizesse alguma coisa ruim. Não sei, eu e o pessoal lá do tópico DracoPansy acredita que ela foi seu porto-seguro durante a guerra e eu não consigo mais pensar de outra maneira. Aliás, essa ideia me fez pensar numa VoldemortPansy, comofas?

Como nota-se, a ideia não surgiu apenas da imagem, mas também das nossas discussões no tópico DP. A minha base, para essa fanfic, era escrever alguma coisa bem preto-e-branco: nua e crua, com um toque de redenção.

Para o projeto "Because Slytherins do it better" – Imagem Três – Item na imagem: tinta vermelha no rosto da garota.

Reviews. E favor não favoritar sem deixar um mero comentário, senão receberá uma Mensagem Pessoal. Vocês quem escolhem.