Disclaimer: Saint Seya e seus personagens relacionados pertecem ao mestre Masami Kurumada e às editoras licenciadas (Porém, hoje eu dou o Shura e o MDM de presente para a Nyx... Presente não! Empréstimo...)
Moça Nyx! Parabéns pelo seu dia, dia tão feliz... Fazer aniversário é tão bom, e ganhar presentes mais ainda... E aqui está o seu, embrulhado em papel azul com laço de fita vermelha!
Espero que goste, minha linda!
Beijos!
E aos demais, boa leitura!
Nota: Esta fic tem seu enredo e personagens baseados na ópera Carmem. Baseada, gente, não uma adaptação literal! O nome Carlo para MDM foi cunhado pela ficwritter Pipe e o sobrenome pela Nyx, assim como o nome dado ao Shura.
Fic betada pela minha baixinha Amanda.
-x-x-x-x-x-
Parte I - Eu
-x-x-x-x-x-
Anoitecia em Madri. A densa neblina do inverno tomava conta das ruas aos poucos, as pessoas se recolhiam às suas casas e tavernas, atrás de um lugar quente e aconchegante. E a guarda da cidade se preparava para realizar a troca de turno do batalhão. Postado à frente do pequeno edifício de dois andares, o capitão consultava um relógio de bolso.
Os cabelos em um tom acinzentado estavam revoltos e arrepiados por conta da fina garoa. Os olhos azuis mesclados mantinham-se atentos ao relógio. A farda, impecavelmente no lugar, parecia ter sido talhada ao seu corpo. Os tons de azul marinho e dourado combinavam em perfeita sintonia com a pele morena, típica daqueles que possuem sangue quente e descendência latina.
O som de uma corneta pôde ser ouvido e o batalhão começou a marchar em formação, prontos para realizar a troca da guarda. E seu capitão observava a tudo, muito atento. Os soldados, compenetrados, realizaram todo "ritual" e então se postaram cada um em seu lugar. O capitão arqueou uma sobrancelha e grunhiu, guardando o relógio de volta ao bolso da jaqueta.
-Cinco minutos para realizar uma simples troca... Mais agilidade da próxima vez, soldados... Um dia de detenção para cada um pela falta cometida.
Sem esperar por alguma reação de seus subordinados, adentrou o prédio da guarda e foi direto para sua sala, onde se sentou displicente em sua cadeira, os pés sobre a mesa de cedro.
Carlo Bentivoglio era seu nome. Italiano de nascença, criado na Espanha desde os cinco anos de idade. Era filho de comerciantes, sonhava desde menino com a carreira militar, objetivo que conquistara aos dezoitos anos. Há cerca de um ano era o capitão da guarda, sua fama de rígido e por vezes cruel, tanto com criminosos quanto com seus subordinados, havia lhe rendido o temido apelido de Máscara da Morte.
Ele era o tipo de homem que não tinha piedade ou misericórdia de seus inimigos...
Estava em sua sala, absorto em pensamentos, a cabeça jogada para trás, quando ouviu sons estranhos vindos da rua. Parecia algum tipo de instrumento musical ou algo assim. Levantou-se de maneira brusca de sua cadeira e desceu as escadas para a saída correndo, certamente era algum grupo de ciganos que inventara de atrapalhar a sua paz. E da cidade também.
Ganhou a rua rapidamente, viu mais adiante o tal grupo em formação de círculo, tocando, cantando e batendo palmas. Nervoso, chamou dois de seus soldados e foi se encaminhando para o grupo, conforme se aproximava o círculo foi se abrindo. E então ele a viu, dançando em meio aos homens que cantavam e tocavam.
Os cabelos castanhos, com algumas mechas que lembravam o ruivo, balançavam suavemente por suas costas, ao ritmo da dança. Os olhos castanhos percorriam cada rosto com um brilho diferente, um sorriso moldava-lhe os lábios carnudos. As mãos delicadas serpenteavam pelo ar em movimentos precisos e vigorosos, delizavam pelas laterais do corpo e sobre sua cabeça. A saia vermelha e amarela esvoaçava ao menor movimento ou rodopio, a blusa com decote canoa da mesma cor caía por sobre seus braços, deixando ombros e colo nus. Colares diversos e os brincos de argolas completavam o visual. Uma bela criatura.
Recompôs rapidamente a sua pose e a habitual cara fechada e foi em direção ao grupo, a mão direita sobre o punho da espada em sua cintura.
-Vocês, dispersando agora... Voltem para seu acampamento, não quero saber desse tipo de bagunça pela cidade!
-Não estamos fazendo nada que possa ofender alguém, capitão... – a jovem falou, encarando-o diretamente nos olhos – Não pode nos expulsar assim, como se fôssemos animais.
Irritado com a ousadia da jovem, ele puxou a espada e a empunhou. Mas ela não se moveu um único milímetro de seu lugar.
-É tão covarde que empunha sua espada contra uma mulher e desarmada?
-Insolente! Homens! – os dois soldados se protificaram – Levem esta mulher daqui!
-Vai me prender sob qual acusação?
-Desacato à autoridade, senhorita... Isso é crime, sabia?
A jovem quis protestar, mas os soldados a agarraram pelos braços, arrastando-a dali. Os homens que a acompanhavam quiseram partir para cima dos soldados, mas Carlo ergueu sua espada, o fio rente à pele do pescoço de um deles. O rapaz recuou, os demais também.
Arrastada pelos soldados, a jovem foi levada para a prisão de Madri, o capitão atrás de si, observando-a atentamente.
-x-x-x-x-x-
Foi praticamente jogada dentro da cela fria e cheirando a mofo. Bufando, ela sentou-se em um banco de madeira que estava por ali, ajeitando a saia e os longos cabelos. Pouco depois, Máscara da Morte apareceu, com um olhar altivo na direção da jovem.
-Pode dizer o que quiser, você não vai me atingir...
-Não acha que é atrevida demais pela posição em que se encontra, senhorita?
-Isso não é da sua conta, capitão.
As palavras irônicas, o jeito como ela falava o deixavam nervoso. E um tanto perturbado também. Aquela boca vermelha lhe chamava a atenção de tal maneira que se sentia atraído por ela, qual seria o sabor de seus beijos?
-Por que me olha tanto? Perdeu alguma coisa por aqui... – ela disse, mudando sua expressão de raiva por outra, mais sensual e com um quê de sarcasmo. E enquanto falava, sua mão direita passeava por seu colo, até se deter no decote da blusa.
Carlo abriu a boca para dizer alguma coisa, mas palavra alguma saiu. O olhar daquela cigana o mirava, como se estivesse a lhe fazer um convite, mudo, para uma experiência além do paraíso.
-Qual o seu nome, cigana?
-Júlia... – ela disse, simplesmente.
O capitão destrancou então a porta da cela, entrando por ela. Júlia se colocou de pé, pronta para se defender caso ele quisesse fazer algo contra si. E Carlo o fez.
Puxou-a pela cintura até que seus corpos colaram-se um ao outro, quentes, trêmulos. Com um das mãos, enlaçou a nuca de Júlia, segurando-a pelso cabelos macios. Os lábios se tocaram, eram doces. Uma corrente elétrica subiu pela espinha de ambos, ela abraçou o rapaz e entrabriu sua boca, a língua de Carlo a invadiu, buscando a dela, explorando cada centímetro daquela cavidade que possuía um sabor de... Não sabia identificar, mas o deixava inebriado, como se não pudesse mais viver sem aqueles beijos...
-x-x-x-x-x-
A palha que escapava do colchão destinado aos prisioneiros colava-se ao suor de seus corpos, os gemidos ganhavam força e corriam pelos corredores sujos da prisão, gente nas outras celas excitavam-se ao ouvir e imaginar o que acontecia naquela cela isolada do primeiro andar.
O frio da noite madrilheña sequer chegava àquele lugar...
-x-x-x-x-x-
Primeiro capítulo... Finito! A intenção inicial era uma oneshot, mas foi ficando compriiiida, aí... Virou uma fic de 4 capítulos!
Nyx, tudo de bom para vc, muitos anos de vida e muitas felicidades!
E beijos a todos!
