Princeton, Nova Jersey, EUA.

Princeton – Plainsboro Teaching Hospital

"Acho que não vou estar aqui para isso."

Aquela frase ecoava em sua mente, enquanto ela caminhava pensativa para a sala de reuniões do conselho. Havia chegado a hora, mas como... Como convencer os outros membros?

"Ele é o melhor médico deste hospital e, apesar de tudo, salva muitas vidas... Vai ser difícil, mas preciso tentar." Pensava ela.

Quando se deu conta estava sentada na ponta da mesa, de frente para Edward Vogler, a ausência de Wilson a deixava ainda mais insegura, mas ela sabia o que devia ser feito... Era a coisa certa.

-... Então, levante a mão os que são a favor da demissão do Dr. Gregory House. – falou Vogler

Como da outra vez a maioria levantou a mão, mas desta vez ela permaneceu com a sua abaixada. Vogler a viu.

- Dra. Cuddy... – falou ele a ela – Não pode se abster.

- Não estou me abstendo estou votando "Não.". – retrucou Cuddy

- Mudou de idéia de ontem para hoje? O que ele fez te pagou rosas? Um jantar? Ameaçou afogar seu cachorro? – Cuddy o interrompeu

- Cumpriu seu dever. – argumentou

- Ah! Ele salvou mais uma vida.

- Pode ter sido!

- Dra. Cuddy você não vê que não há outra saída... Gregory House não escuta ninguém...

- E você também, não!

- Eu quero começar a votação para a demissão da Dra. Cuddy. – falou Vogler aos demais membros do conselho

- Espere, Edward, ela está nervosa como todos nos. – falou um dos membros para Vogler e então virou para Cuddy. – Por que você arriscaria sua carreira por causa de um médico?

Essa resposta ela não tinha, mas sabia como argumentar.

- Se vocês acham que o House merece sair, EU mereço sair... O Wilson merece sair, então votam "sim", mas se estão fazendo isso só por medo de perder o dinheiro dele, então ele está certo é dono de vocês... Tenham uma escolha. Talvez a última que possam ter aqui. – dizendo isso ela deixa a sala.

Algum tempo depois a sentença foi dada: saída de Vogler.

"Ótimo! Lá se vão cem milhões de dólares... Mas tudo bem, dos males o menor, melhor perder cem milhões do que centenas de pacientes se o House sair." Pensou ela e saiu andando para a sala de House, ao chegar lá vê a animação dos rapazes.

- Cuddy! A mulher da vez! – exclamou House alegre levantando o copo de champanhe ao vê-la. De repente jogam a pequena bola de futebol americano para ela que agarra.

- O que estão fazendo? – perguntou ela com um sorriso, esquecendo por alguns segundos a perda.

- Bebendo, eu achei que fosse obvio. – respondeu House, mas ele não esperava que alegria dela fosse cortada pelas frases que ela ainda diria:

- Bem, você nos custou cem milhões de dólares... Talvez ninguém precisasse te salvar se você conseguisse se entender com outro ser humano.

- Você preferiu me escolher...

- Dos males o menor, era para estarmos nos lamentando e eu estou mesmo. – ela sai da sala

House e os rapazes ficam calados, sabendo que ela tinha razão.

Casa de House. – Naquela noite.

House não conseguia dormir, girava na cama de um lado para o outro, inquieto.

"Se preferia os cem milhões, por que não deixou que me demitissem? E por que me senti mal com as palavras dela? Por que essa vontade de agradecer?"

Ele se levantou de repente.

Casa de Cuddy.

"Por que fiz isso? Tudo bem, ele é um ótimo médico, mas... E aquela pergunta: 'Por que arriscaria sua carreira por causa de um médico? '... Será que...?... Não. Depois de vinte anos... Impossível! Lisa Cuddy, abstraia este pensamento já! De qualquer forma... Não é isso! Eu não..." Cuddy é acordada de seus pensamentos, por batidas na porta. Ela caminha ate a mesma. Ao abrir...

- House? O que faz aqui? – perguntou ela ao vê-lo.

Ele não sabia o que dizer, então no impulso fez o impensável e a puxou para um beijo. Cuddy correspondeu.

Depois de um tempo, quando o ar se fez necessário ele se afastou, Cuddy estava parada atônita, sem qualquer reação. Ele então apenas disse, antes de sair:

- Obrigado, por não desistir de mim.

Ele saiu.

Cuddy fechou a porta.